Porto Alegre, 18 de setembro de 2025 Ano 19 - N° 4.483
IBGE: Valor da produção da pecuária e da aquicultura chega a R$ 132,8 bilhões em 2024
O valor de produção na PPM 2024 chegou à marca de R$ 132,8 bilhões, alta de 8,8% em relação ao ano anterior. Os produtos de origem animal levantados na pesquisa (leite de vaca, ovos de galinha e de codorna, mel, casulos-do-bicho-da-seda. ) atingiram R$ 121,1 bilhões, alta de 8,2% em relação a 2023, e os itens da aquicultura foram responsáveis por R$ 11,7 bilhões, aumento de 15,4%.
A Pesquisa da Pecuária Municipal 2024, divulgada hoje (18) pelo IBGE, trouxe essas e outras informações sobre os efetivos, produtos de origem animal e a aquicultura no país, que também estão disponíveis na página da pesquisa no Portal do IBGE e no Sidra.
A produção de leite atingiu novo recorde ao atingir 35,7 bilhões de litros, um aumento de 1,4% em relação ao ano anterior. Ao passo que a produção de leite subiu, o número de vacas ordenhadas decresceu. Foram contabilizadas 15,1 milhões de vacas ordenhadas, 2,8% a menos do que em 2023, sendo esse total de vacas ordenhadas o menor já registrado desde 1979.
Produção de leite cresce pelo segundo ano consecutivo
O valor de produção do leite contabilizado em 2024 foi de R$ 87,5 bilhões, alta de 9,4% frente a 2023. O preço médio estimado pago ao produtor foi de R$ 2,45 por litro de leite, um aumento de 7,9% em comparação aos R$ 2,31 pagos no ano anterior.
“Ao longo dos anos existe uma alternância entre as regiões Sul e Sudeste na liderança entre as Grandes Regiões com a maior produção de leite no país. Atualmente, o Sudeste lidera após três anos de liderança da Região Sul”, explicou Mariana Oliveira. No Sul, a produtividade é o diferencial, a Região possui a maior produção de leite por vaca no país. O Sudeste lidera no número de vacas ordenhadas, com destaque para Minas Gerais, que é responsável por cerca de um quarto da produção nacional de leite.
O município de Castro (Paraná) liderou o ranking, mais uma vez, com 484,4 milhões de litros, alta de 6,7% em relação ao ano anterior. Carambeí (Paraná) manteve a segunda posição, com 293,1 milhões de litros, e Patos de Minas (Minas Gerais) ocupou a terceira posição, com 226,9 milhões de litros.
A periodicidade da pesquisa é anual. Sua abrangência geográfica é nacional, com resultados divulgados para Brasil, Grandes Regiões, Unidades da Federação, Mesorregiões, Microrregiões e Municípios.
A pesquisa completa pode ser acessada clicando aqui.
As informações são do IBGE, adaptadas pelo Sindilat/RS
O leite vive um dilema hoje semelhante ao que o café viveu no passado: como dialogar com jovens que buscam propósito e autenticidade? Reinvenção na comunicação é essencial.Quem já assistiu à série Mad Man talvez se lembre de uma cena marcante: uma reunião em que publicitários debatiam a crise de consumo de café nos Estados Unidos dos anos 60. O problema era claro — os jovens não estavam consumindo café como as gerações anteriores. O hábito de tomar café, antes um símbolo de rotina e pertencimento familiar, começava a perder espaço e se tornar algo ultrapassado. A indústria se viu diante de uma encruzilhada: como reconectar um produto tradicional às novas gerações que já não se viam refletidas naquela xícara?A cena, me tocou. O paralelo com o leite, hoje, é inevitável.Assim como o café naquela época, o leite vive um dilema atual: como dialogar com uma geração que pensa, consome e se informa de maneira completamente diferente e nova? Concordemos que quem geralmente ocupa as cadeiras estratégicas em nas indústrias nasceu pelo menos nos anos 80 ou antes.Os jovens de hoje não são indiferentes ao leite — eles questionam, problematizam, buscam significado em cada escolha de consumo. O desafio não é mais vender apenas o benefício nutricional ou a tradição familiar, mas reconstruir narrativas que façam sentido dentro da lógica cultural dessas novas gerações. Lembremos que as informações além de estarem a um clique de distância, são também ofertadas nos feeds infinitos 24/7.O café encontrou o caminho apostando em inovação de comunicação, reposicionamento e em uma estratégia clara: educar e, ao mesmo tempo, encantar. O resultado? O café não só sobreviveu, como se reinventou. Hoje, é sinônimo de estilo de vida, experiência e até status. Uma boa experiência nesse sentido foi a marca de café Costa, criada em Londres nos anos 1970 e que se posicionou de forma esplendorosa num país onde a demanda por chá era a cultura e que buscava cafés suaves. Ela entrou com nada menos dos que cafés italianos encorpados, fortes (de cortar com a faca como diria minha avó) mas também com personalidade e se conectando a juventude da época. Vale ressaltar que o café Costa nunca perdeu esse traço na identidade da marca e além de seguir crescendo no mundo todo, segue inovando na comunicação que ao invés de apenas ser agradável traz embates (que convenhamos, se conectam tanto com a juventude desde sempre). Analise a foto abaixo e me diga se não é uma provocação ?O leite pode, e precisa, fazer o mesmo.
A pergunta é: como os laticínios estão se preparando para esse reposicionamento? Estamos insistindo em falar a mesma língua de décadas atrás ou já entendemos que o consumidor de hoje não se conecta com mensagens genéricas, mas com valores, autenticidade e propósito?A história nos mostra que crises de consumo são cíclicas. O que muda é a nossa capacidade de enxergá-las não como ameaça, mas como oportunidades de reinvenção.
Talvez o maior desafio do leite hoje não seja de produção, tecnologia ou logística. Mas o verdadeiro desafio esteja no campo da comunicação: traduzir o valor do leite em narrativas que façam sentido para quem vai escolher — ou não — levá-lo para dentro de casa amanhã. (Milkpoint)
Publicada MP que abre crédito extraordinário de R$12 bilhões para renegociação de dívidas rurais
Foi publicada nesta quarta-feira (17), no Diário Oficial da União (DOU), a Medida Provisória nº 1.316 que abre crédito extraordinário, em favor de Operações Oficiais de Crédito, no valor de R$ 12 bilhões para o financiamento destinado à liquidação ou à amortização de dívidas de produtores rurais prejudicados por eventos climáticos adversos
A destinação destes recursos é advinda da MP 1.314/2025, assinada no dia 5 de setembro, que autoriza a renegociação de débitos do setor agropecuário.
Os valores serão repassados pelo Tesouro Nacional a bancos públicos, privados e cooperativas de crédito, com estruturação pelo BNDES. As taxas de juros serão reduzidas em relação às praticadas no mercado, variando conforme o porte do produtor: 6% ao ano para pequenos, 8% para médios e 10% para os demais. Acesse aqui. Fonte: Terra viva
Jogo Rápido
Dados divulgados pelo Observatório da Cadeia Láctea da Argentina (OCLA), indicam que no mês de agosto de 2025, a produção total de leite na Argentina aumentou 7,6% em relação ao mês de julho e 9,8%, na comparação interanual. No acumulado do ano o crescimento está em 10,6%. Em 03/janeiro/2025 o OCLA estimou em 4,4% o percentual de aumento de agosto. (Terra Viva)