Porto Alegre, 16 de setembro de 2025 Ano 19 - N° 4.481
Jogos interativos sobre o leite enriquecem experiência do Milk Summit Brazil 2025
Para além da programação presencial, o Milk Summit Brazil 2025 também se aventura no universo digital. É no site do evento que estão disponibilizadas duas atrações interativas sobre o universo do leite. Para jogar basta acessar milksummitbrazil.com. No primeiro jogo, o desafio é ajudar o produtor a desviar de obstáculos e assim coletar itens que aumentam a produção. Já o quiz “O que você realmente sabe sobre o leite?”, é um teste de conhecimentos com 17 perguntas sobre nutrição, saúde e produção leiteira, baseadas em dados e evidências científicas.
Conforme Darlan Palharini, coordenador do evento, a estratégia aposta na abordagem lúdica para difundir os benefícios do leite. “Através dos jogos online entregamos, com leveza, conteúdos relevantes e certificados, combatendo fake news com informações corretas sobre os benefícios do leite para a saúde e para a economia”, destaca o também secretário-executivo do Sindilat. Os jogos foram desenvolvidos pelas empresas de tecnologia Hooks e Cincuenta, que também fizeram o site e a parte de comunicação da IA do evento.
No site também se concentra toda a programação do evento que acontece nos dias 14 e 15 de outubro, em Ijuí (RS), no Parque de Exposições Wanderley Burmann, dentro da programação da Expofest. A agenda reunirá produtores, cooperativas, indústrias e especialistas em torno de quatro grandes eixos: competitividade, consumo, sustentabilidade e inovação. Já estão confirmadas participações de representantes da Embrapa, Emater, Milkpoint, Tetra Pak, Senar, Ciepel, Fetag, Letti A², além de produtores de leite, indústrias e cooperativas de laticínios.
As inscrições podem ser feitas até o dia 10 de outubro, pelo site Sympla. A entrada será solidária: cada participante deve doar 1 kg de alimento não perecível, e a organização acrescentará 2 litros de leite por inscrição. Todos os itens arrecadados serão destinados a entidades sociais.
Sobre o Milk Summit Brazil 2025
A realização do Milk Summit Brazil 2025 é conduzida pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do RS, pelo Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do RS (Sindilat/RS), pela Prefeitura Municipal de Ijuí, pelo Sebrae, pela Emater/RS-Ascar, pela Suport D Leite e pela Impulsa Ijuí.
O evento conta com o patrocínio de Sicredi, Sicoob, Laboratório Base, Launer Química, RIT Resfriadores, Tetra Pak Brasil, Senar, Grupo Piracanjuba, Laticínios Deale e SulPasto, empresas que acreditam na importância da inovação, da sustentabilidade e da valorização do leite brasileiro.
A edição também reúne parceiros institucionais, como a ExpoFest Ijuí 2025, Fecoagro, Fetag, Centro de Ciências Rurais da UFSM, Universidade de Passo Fundo, Escola Estadual Técnica Celeste Gobbato, Hooks, Ministério da Agricultura, Ciepel e a Rede Leite, que contribuem para ampliar o alcance e a relevância do encontro. (Sindilat)
Êxodo do leite desafia futuro da produção no Rio Grande do Sul
Fetag-RS e Gadolando alertam para recuo da atividade; Sindilat defende ganho de competitividade
A pecuária leiteira gaúcha passa por uma transformação que preocupa lideranças da agricultura familiar e da indústria. Em pouco mais de uma década, o Rio Grande do Sul viu o número de famílias produtoras despencar de cerca de 150 mil para menos de 30 mil, segundo a Emater/RSAscar. Só no último ano, essa redução foi de cerca de 12%. A produção estadual se mantém estável graças à concentração em propriedades maiores e mais tecnificadas, mas o impacto social é evidente em diversos municípios.Para Eugênio Zanetti, vice-presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), a mudança ameaça a sustentabilidade da agricultura familiar. Ele lembra que a atividade garante renda permanente em pequenas propriedades, mas vem perdendo atratividade. Herdando itens da cadeia da carne, como a dinâmica da instabilidade dos preços e do peso dos insumos de produção, “permanece apenas quem é extremamente profissional, com escala, gestão e manejo. Para os demais, a atividade se torna inviável”, avalia.No campo institucional, o setor leiteiro encara seus plantéis de forma bastante distintas. Enquanto a pecuária ornamental das raças leiteiras, com o cereal mantido para sustentar o rebanho, é vista como um ativo cultural e uma atividade com impacto social positivo, a bovinocultura leiteira é encarada como atividade econômica, com custos elevados, alta exigência tecnológica e instabilidade equivalente aos mercados de frango e de suínos, segundo Marcos Tang.O presidente da Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando/RS) e da Confederação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac), destaca o caráter histórico do fenômeno. Ele recorda que, há 15 anos, o Estado reunia em torno de 150 mil famílias ligadas ao leite, número que hoje não passa de 28 mil com emissão regular de notas fiscais. Segundo ele, as propriedades profissionais migraram para a escala e elevaram a média de produção de 100 litros por família para mais de 600 litros. Tang bem lembra que o Estado enfrentou cinco anos de impactos causados por enchentes, estiagens e concorrência de importados que trouxeram dificuldades adicionais.
Esse movimento de saída já tem um custo social significativo. O presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat/RS), Darlan Palharini, entende que as propriedades maiores vêm absorvendo as menores e o processo vem perdendo força.
Ele ressalta, entretanto, o ganho de competitividade: enquanto no RS a média por propriedade é de cerca de 450 litros, na Argentina e no Uruguai estruturas comuns atingem 4 a 5 mil litros. Essa diferença de escala pesa sobre a logística, que no Estado tem custo médio de R$ 0,20 por litro apenas no transporte. Apesar disso, Palharini afirma que o RS segue competitivo, lembrando que a indústria local tem em torno de 100 mil litros exportados por ano e que o Estado detém a liderança nacional em produção e exportação de queijos. Para sustentar a produção, defende maior investimento em políticas públicas, ressaltando que o atual momento exige maior conversão estrutural.
“O leite ainda é o quinto produto em importância no agronegócio do Rio Grande do Sul, não podemos perder essa atividade. Não podemos achar que é normal sair de 150 mil produtores para apenas 30 mil. Precisamos pensar em como estimular os pequenos produtores, caso contrário, vamos perder espaço para estados menos produtivos”, alerta.
Os investimentos da indústria reforçam essa linha. Na Expointer, a Lactalis anunciou R$ 400 milhões para ampliar suas plantas no Estado, em atividade voltada ao aumento de produtividade e versificação de produtos. Segundo Palharini, esse tipo de investimento pode estimular o crescimento da atividade, associado a programas de assistência, que registram elevação da ordem de 10% a 15% na produtividade das famílias assistidas.
Na Assembleia Legislativa, o deputado Elton Weber (PSB) protocolou na última semana o projeto de lei que institui o Pró-Leite RS – Programa Estadual de Sustentabilidade e Produção Leiteira. A meta é criar um fundo estadual para investir na atividade mais sensível do agronegócio gaúcho e torná-la mais estável. “Se não enfrentarmos a crise atual com medidas robustas, daqui a 10 anos o Rio Grande do Sul terá um setor leiteiro ainda mais concentrado e com baixíssima participação da agricultura familiar”, projeta Weber. (Jornal do Comércio)
Jogo Rápido
Ainda que novas estimativas indiquem aumento na produção brasileira da safra 2024/25, levantamentos do Cepea mostram que os preços do milho seguem registrando pequenos avanços na maior parte das regiões acompanhadas. Segundo o Centro de Pesquisas, o suporte vem da firme demanda interna e da posição mais cautelosa de vendedores, que limitam o volume disponível. Quanto à produção, dados divulgados na última semana pela Conab indicaram aumento de 2% frente ao mês anterior e de 21% em relação à temporada passada (2023/24), somando 139,69 milhões de toneladas. (Cepea via Terra Viva)