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10/09/2025

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 10 de setembro de 2025                                                 Ano 19 - N° 4.477


Sindilat apoia exclusividade do termo “leite” para produtos de origem animal

Para assegurar que a palavra “leite” seja usada exclusivamente em produtos de origem animal e, com isso, defender o direito de escolha do consumidor, o Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS) apoiou, em audiência pública na Câmara dos Deputados, a aprovação do Projeto de Lei 10.556/2018, que prevê a proibição do uso da denominação em produtos de origem vegetal.

“Trata-se de assegurar que o consumidor tenha clareza sobre o que está adquirindo. Leite é alimento de origem animal, e essa diferenciação precisa estar expressa”, destacou o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini. “Seria absurdo oferecer tofu de origem animal ou uma bebida de soja com leite de vaca”, comparou, ao lembrar que algumas marcas de produtos vegetais se apropriam de imagens e de termos próprios dos laticínios em seus rótulos. “Isso gera confusão para o consumidor, desvaloriza e ameaça a sustentabilidade do setor lácteo, além de prejudicar os produtores”, reforçou o dirigente.

No debate, o Sindilat indicou ainda que produtos vegetais precisam de rotulagem clara, sem induzir o consumidor ao erro. Além disso, as bebidas vegetais devem ser comercializadas com denominações próprias, não como substitutas do leite e os rótulos devem destacar ausência de leite e indicar composição/alergênicos de forma evidente.

O debate, realizado na Comissão de Indústria, Comércio e Serviços na terça-feira (09/09), atendeu ao requerimento do deputado federal Heitor Schuch (RS) e reuniu representantes do ramo do leite de todo o Brasil no debate do projeto de autoria da deputada federal Tereza Cristina (MS). (Sindilat)


Capital do leite ganha centro para formar próximas gerações de produtores

Pensando nas próximas gerações de produtores de leite, a cidade de Castro (PR) deu início à criação de um complexo educacional que deve se tornar referência para a cadeia leiteira. Considerada a capital nacional do alimento, o município de cerca de 73 mil habitantes é responsável pela ordenha anual de mais de 420 milhões de litros do produto, quase 10% de toda a produção paranaense. 

O Centro de Excelência em Bovinocultura de Leite – uma iniciativa da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) em parceria com o Sindicato Rural de Castro, a prefeitura da cidade e a cooperativa Castrolanda – será voltado à formação de mais de 500 profissionais para toda a cadeia produtiva do setor, por meio de cursos técnicos e de especialização reconhecidos pelo Ministério da Educação (MEC).

Com previsão de iniciar as atividades em 2027, o empreendimento receberá investimentos de mais de R$ 35 milhões, com o objetivo de tornar-se um marco na capacitação para o setor lácteo no país. O complexo, com oito blocos, ocupará uma área de 4,3 mil m² em um terreno de quatro hectares. 

O lançamento da pedra fundamental da estrutura foi realizado durante a 25.ª edição do Agroleite, evento técnico anual realizado no mês de agosto.

“É a consolidação de uma conquista que foi possível graças a uma união de propósitos em torno dessa cadeia produtiva, que está em 399 municípios paranaenses, gerando emprego, renda e riqueza”, disse o presidente interino do Sistema Faep, Ágide Eduardo Meneguette. 

Responsável por cerca de 4,5 bilhões de litros de leite anuais, o Paraná é hoje o segundo maior produtor do país, atrás apenas de Minas Gerais.

A iniciativa faz parte de um projeto do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), entidade vinculada a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), da qual a Faep é integrante. Atualmente, há três centros de excelência em operação no país: de fruticultura, em Juazeiro (BA), bovinocultura de corte, em Campo Grande (MS), e cafeicultura, em Varginha (MG).

“O leite talvez seja a cadeia mais pulverizada, geograficamente, mais dispersa pelos municípios”, destacou o diretor de Inovação e Conhecimento do Senar Nacional, André Sanches.

De acordo com a Faep, Castro tem um rebanho de 53,4 mil vacas ordenhadas, com produção média anual de 8,4 mil litros por animal, quase quatro vezes a média nacional, de 2,2 mil litros. 

O desempenho em produtividade no município se aproxima de líderes da pecuária leiteira mundial, como Estados Unidos e Alemanha, e supera o de países como a França e Nova Zelândia. 

A produtividade e a qualidade do leite de Castro resultam de um cuidado extremo dos criadores de gado da região, que incluem a separação de vacas no período entre lactações, controle de temperatura nos currais, camas secas e ambientes adequados para animais em pré-parto, por exemplo. (Gazeta do Povo)

Boletim de Preços - Mercado de Leite e Derivados - Agosto de 2025

Preços dos lácteos seguem em queda e Spot com recuo expressivo
Os preços dos principais derivados lácteos mantiveram viés baixista. O queijo muçarela registrou queda mais acentuada, devido ao aumento da oferta e maior pressão de vendas. O mercado de leite UHT também apresentou um movimento de ligeira desaceleração nos preços. O leite em pó seguiu o mesmo caminho e sofrendo a concorrência das importações. No leite Spot, as cotações arrefeceram ao longo das últimas quinzenas, com maior volume de leite sendo ofertado e menor interesse dos compradores. Estoques com ligeiro aumento, forte competição entre laticínios e os varejistas buscando recuperação de margens tem mantido o mercado de lácteos mais baixista.

Conseleites indicam recuo

As sinalizações dos Conseleites para o pagamento do leite entregue em agosto apontaram queda nas projeções em todos os estados acompanhados. Paraná e Rio Grande do Sul registraram reduções mais acentuadas, enquanto Santa Catarina e Minas Gerais apresentaram recuos moderados. Mas o movimento geral foi de baixa, em linha com os preços no mercado atacadista de derivados. 

Fonte: Informativo mensal produzido pelo Centro de Inteligência do Leite da Embrapa Gado de Leite.
Autores: Glauco R. Carvalho, Luiz A. Aguiar de Oliveira e Samuel José de M. Oliveira. 
Colaboração: Henrique Salles Terror e Caio Prado Villar de Azevedo (graduandos da UFJF).
Nota: as variações mostradas acima nos gráficos são do preço de fechamento do mês contra o período citado.


Jogo Rápido
IBGE: Trimestrais da pecuária - Aquisição de leite teve alta de 9,4% em comparação com o mesmo período do ano anterior
No 2º trimestre de 2025, a aquisição de leite cru foi de 6,50 bilhões de litros, equivalente a um acréscimo de 9,4% em relação ao 2° trimestre de 2024, e uma redução de 1,0% em comparação com o trimestre imediatamente anterior. Trata-se da maior aquisição de leite nesses estabelecimentos para um segundo trimestre de toda a série histórica. Em relação ao preço médio do leite pago ao produtor que foi de R$ 2,75, ocorreu aumento de 5,4% em relação ao mesmo período do ano anterior e queda de 0,4% em relação ao 1º trimestre de 2025. A Região Sul apresentou a maior proporção na captação de leite cru, 40,7% do total, seguida pelas regiões Sudeste (35,9%), Centro-Oeste (10,5%), Nordeste (9,4%) e Norte (3,5%). No comparativo do 2º trimestre de 2025 com o mesmo período de 2024, o acréscimo de 559,06 milhões de litros de leite captados em nível nacional é proveniente de aumentos registrados em 20 das 26 UFs participantes da Pesquisa Trimestral do Leite. Em nível de Unidades da Federação, os acréscimos mais relevantes ocorreram no Rio Grande do Sul (+122,06 milhões de litros), Paraná (+120,04 milhões de litros) e Minas Gerais (+74,15 milhões de litros). No sentido oposto, as reduções mais significativas ocorreram no Espírito Santo (-3,98 milhões de litros), Alagoas (-2,64 milhões de litros) e Mato Grosso (-2,51 milhões de litros). Minas Gerais liderou o ranking de aquisição de leite, com 23,8% da captação nacional, seguido por Paraná (15,7%) e Santa Catarina (12,7%) (IBGE)