Porto Alegre, 20 de agosto de 2025 Ano 19 - N° 4.462
GDT registra preço médio de US$4.291/t com leve alta no LPI e queda no LPD. Entenda os efeitos no Brasil e no fluxo de importações do Mercosul.No 386º leilão da plataforma Global Dairy Trade (GDT), realizado nesta terça-feira, 19 de agosto, o preço médio dos produtos negociados foi de US$4.291 por tonelada, em um mercado que segue relativamente estável em preços e volumes.Gráfico 1. Preço médio leilão GDT
Gráfico 2. Preço médio LPI
A gordura anidra do leite (AMF) acompanhou a tendência do LPI e ficou praticamente estável - ligeiro avanço de 0,1%. O cheddar também oscilou pouco, com recuo de 0,5%.
Por outro lado, tanto a muçarela quanto a manteiga registraram quedas mais expressivas, de 2,7% e 1,0%, respectivamente.
Já o leitelho em pó e a lactose não foram negociados neste leilão.
A Tabela 1 apresenta os preços médios dos derivados ao fim do evento, assim como suas respectivas variações em relação ao leilão anterior.
Tabela 1. Preço e variação do índice dos produtos negociados no leilão GDT em 19/08/2025.
Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2025.
Volume negociado mostra certo padrão
O volume negociado neste leilão somou 36,5 mil toneladas, uma pequena redução de 1,3% em relação ao evento anterior. O volume segue dentro da normalidade para esta época do ano, quando historicamente se observa estabilidade. Se o padrão dos anos anteriores se repetir, a tendência é de redução mais significativa apenas a partir de novembro.
Gráfico 3. Volumes negociados nos eventos do leilão GDT.
Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2025.
Impacto nos contratos futuros
Os contratos futuros de leite em pó na NZX apresentaram retração nos preços para os próximos meses, estendendo-se até dezembro de 2025, invertendo o cenário visto nos leilões de certa valorização. Esse movimento reflete principalmente o aumento da oferta mundial de leite, que pressiona as expectativas de preço no mercado internacional.
Gráfico 4. Contratos futuros de leite em pó integral (NZX Futures).
Fonte: NZX Futures, elaborado pelo MilkPoint Mercado, 2025.
E como os resultados do leilão GDT afetam o mercado brasileiro?
O cenário internacional mantém a tendência de estabilidade observada nos últimos três leilões do GDT. Nesse contexto, os preços de importação para o Brasil também devem permanecer estáveis, o que tende a diminuir a pressão sobre o mercado interno.
Além disso, na última semana, as atenções do Mercosul se voltaram ao leilão promovido pela ONIL (Escritório Nacional Interprofissional do Leite e dos Produtos Lácteos), organização argelina responsável pela gestão do mercado de laticínios do país. O órgão realizou leilões que chamaram a atenção pelo forte volume demandado: as especulações giraram em cerca de 35 mil toneladas de leites em pó negociadas somente do Mercosul, já que apresentam menos custos que a produção europeia, por exemplo. Esse movimento pode alterar a dinâmica das importações brasileiras de lácteos, redirecionando parte da oferta regional para atender à Argélia, diminuindo o volume exportado da Argentina e Uruguai ao Brasil. (Milkpoint)
Nova planta da CCGL em Hulha Negra deve gerar até 100 empregos e processar 400 mil litros de leite por dia, impulsionando a Campanha gaúcha.A CCGL (Cooperativa Central Gaúcha Ltda.) inaugurou nesta terça-feira, 19 de agosto de 2025, sua nova unidade em Hulha Negra, Rio Grande do Sul, marcando um passo decisivo para o setor leiteiro da região da Campanha.
O investimento de R$ 35 milhões promete transformar a dinâmica produtiva e logística do leite, consolidando a cooperativa como referência em tecnologia e competitividade no Estado.De acordo com informações de Campo e Negócios, a nova planta tem capacidade para receber e processar até 400 mil litros de leite por dia.A estrutura é dedicada ao beneficiamento primário do leite, etapa em que o excesso de água é retirado para facilitar o transporte até a fábrica de Cruz Alta, onde ocorre o processamento final. Com a aplicação dessa tecnologia, o volume do produto é reduzido em três vezes, tornando o frete mais eficiente e competitivo no mercado.
Durante a inauguração, o presidente da CCGL, Caio Vianna, destacou a relevância estratégica da unidade para a cadeia produtiva do leite.
“Essa é a primeira planta do Rio Grande do Sul com esse tipo de processo, que integra regiões produtoras distantes e aproxima a produção rural da indústria”, afirmou. Segundo ele, a cooperativa aposta em tecnologia, assistência técnica e ferramentas digitais como base para garantir sustentabilidade e competitividade no setor.
Vianna ressaltou ainda a importância da atividade para o campo. “A pecuária leiteira é uma atividade resiliente, que garante renda durante os 12 meses do ano. Isso traz mais segurança ao produtor, especialmente em um momento em que a diversificação da propriedade é fundamental para enfrentar os desafios econômicos e climáticos”, completou.
O impacto esperado para a economia local é expressivo. A unidade deve gerar entre 80 e 100 empregos diretos, fortalecendo a cadeia de valor do leite e ampliando as oportunidades de trabalho na região. A expectativa é de que mais de 72 milhões de litros sejam processados já no primeiro ano de operação.
O prefeito de Hulha Negra, Fernando Campani, também participou da cerimônia e destacou o alcance social do projeto. Segundo ele, a chegada da CCGL não apenas impulsiona a economia, mas também abre espaço para a inclusão de jovens agricultores, incentivando a profissionalização da atividade leiteira na região da Campanha.
Além da inauguração, a CCGL anunciou a expansão do projeto Assis Brasil, iniciativa voltada ao fortalecimento da produção de leite no Rio Grande do Sul, com foco especial na região da Campanha. A proposta busca ampliar a escala produtiva, garantir renda ao produtor e expandir o alcance internacional do leite gaúcho.
“Nossa meta é viabilizar a atividade para os produtores e assegurar que o leite produzido aqui possa chegar em qualquer lugar do mundo, transformado em leite em pó com durabilidade de até um ano”, concluiu Vianna.
A nova planta em Hulha Negra representa, portanto, não apenas um marco de investimento e tecnologia, mas também um movimento estratégico para consolidar o leite como vetor de desenvolvimento regional.
Em meio a desafios como custos logísticos, instabilidade climática e pressão por maior competitividade, a iniciativa reforça a importância da cooperação e da inovação no setor lácteo gaúcho.
*Adaptado para eDairyNews, com informações de O jornal que Bagé gosta de ler
Santa Clara leva 10 lançamentos para a ExpoAgas em Porto Alegre
A Cooperativa Santa Clara marcará presença na ExpoAgas 2025, em Porto Alegre, com a apresentação de dez novos produtos, ampliando sua linha de lácteos e fortalecendo sua atuação em diferentes segmentos do mercado. Entre os destaques estão três novos sabores da linha de bebidas proteicas Pro — Pistache, Café com Caramelo e Chocolate Branco — que se somam aos já consolidados sucessos da categoria.
O anúncio foi feito pela própria cooperativa e divulgado pela Estação FM em 18 de agosto, um dia antes da abertura oficial da feira, que acontece entre 19 e 21 de agosto, no Centro de Eventos da Fiergs, na capital gaúcha.
Diversificação do portfólio
Além das bebidas, a Santa Clara apresenta o Queijo de Coalho Zero Lactose, o Queijo Grana em duas versões, além de soluções versáteis para o dia a dia como Creme Chantilly, Creme Culinário, Burrata de Búfala em balde e o Requeijão Cremoso Light 400g.Essas novidades se somam a um portfólio já consolidado, que inclui queijos premiados e reconhecidos pelo público, produtos do frigorífico, derivados lácteos tradicionais e itens voltados ao segmento Food Service, reforçando a estratégia de atender tanto o consumidor final quanto profissionais da gastronomia e redes de alimentação.
Estratégia de mercado
De acordo com Tomás André Zilli, gerente nacional de vendas da Santa Clara, a presença na feira é estratégica para ampliar a visibilidade da marca e gerar novas oportunidades de negócio.
“Nossa expectativa é de ampliar negócios estratégicos, fortalecer a presença da marca no ponto de venda, firmar novas parcerias e reforçar a relação com clientes de longa data. A feira é uma vitrine que movimenta centenas de milhões em negócios, e queremos que os lançamentos da Santa Clara sejam um dos destaques para os visitantes”, afirmou.
O executivo destacou ainda que os lançamentos foram desenvolvidos para consumidores que buscam praticidade, sabor e nutrição, além de contemplar categorias estratégicas como o Food Service.
“Lançaremos durante a feira dez novos produtos, incluindo três sabores inéditos da linha Pro. Também teremos novidades em outras categorias, reforçando a diversidade e a capacidade de inovação da Santa Clara”, acrescentou.
Jogo Rápido
Recuperação muscular: leite com achocolatado ganha destaque
Pesquisa indica que leite com cacau ajuda a repor energia e proteínas no pós-treino, sendo opção econômica e eficaz em comparação a isotônicos tradicionais. Um estudo recente conduzido por pesquisadores da University of Texas reacende o debate sobre a melhor estratégia nutricional para recuperação muscular após o exercício. Segundo os autores, a combinação simples de leite, cacau e carboidratos — facilmente reproduzida com achocolatado e leite integral ou desnatado — apresenta um perfil nutricional que favorece a reposição de glicogênio, a síntese proteica e a reidratação, muitas vezes de forma mais completa que isotônicos comerciais “gourmet”. De acordo com os pesquisadores, o chamado “combo” leite + cacau + carboidrato entrega três elementos-chave para a recuperação pós-treino: reposição eficiente de glicogênio muscular graças à presença de carboidratos; fornecimento de aminoácidos essenciais (provenientes das proteínas do leite) necessários para a reparação e crescimento muscular; uma relação equilibrada entre carboidrato e proteína, apontada em diversos estudos como ideal para síntese proteica pós-exercício. Além disso, o leite contribui para a reidratação, oferecendo não só água, mas também eletrólitos e nutrientes que auxiliam na recuperação do organismo. Em contraste, os pesquisadores ressaltam que muitos isotônicos populares concentram-se em fornecer glicose e sódio — e, por vezes, corantes e açúcares adicionais — sem aportar os aminoácidos e a proporção proteica indicada para otimizar a síntese muscular. Os autores não afirmam que isotônicos sejam inúteis: em situações de esforço prolongado e alta perda de eletrólitos — como provas de longa duração em clima quente — bebidas isotônicas bem formuladas permanecem úteis. Entretanto, para sessões de treino típicas de resistência moderada ou de força, a alternativa econômica e saborosa do leite com achocolatado pode ser suficiente e até preferível para acelerar a recuperação e promover ganhos musculares. Especialistas em nutrição esportiva ouvidos pela reportagem reforçam que a escolha ideal depende de fatores individuais — intensidade e duração do exercício, objetivos, tolerâncias alimentares e composição corporal. Ainda assim, a recomendação prática é clara: priorizar alimentos e bebidas que ofereçam nutrientes funcionais (proteínas, carboidratos de qualidade e eletrólitos) em vez de focar apenas em marketing e embalagens atraentes. Conclusão: para quem busca uma solução simples, econômica e respaldada por evidências para recuperar-se após o treino, a mistura de leite com achocolatado aparece como opção válida — potencialmente mais eficaz que alguns isotônicos da moda — sem dispensar orientação profissional quando houver demandas específicas de desempenho ou saúde. Milkpoint