Porto Alegre, 15 de agosto de 2025 Ano 19 - N° 4.459
Ordenha robotizada em pastagem integrada eleva a produção leiteira
Projeto pioneiro da Embrapa em São Carlos (SP) une ordenha robotizada e sistema ILPF, reduzindo mão de obra e elevando qualidade e rentabilidade.
A ordenha robotizada aplicada em sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) está transformando a produção leiteira no Brasil.
Desde 2021, a Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos (SP), conduz um projeto inédito no país que combina inovação tecnológica, bem-estar animal e ganhos econômicos no manejo a pasto com árvores.
De acordo com André Novo, chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa, Marco Aurélio Bergamaschi, chefe Administrativo, e a pesquisadora Teresa Alves, a iniciativa busca reduzir a dependência de mão de obra, ampliar a escala produtiva e aumentar a eficiência, adaptando uma tecnologia tradicionalmente usada em sistemas confinados para o ambiente ILPF.
Desafios para adaptar o robô ao pasto
A instalação exigiu planejamento detalhado para garantir que vacas, robô e infraestrutura funcionassem de forma integrada.
Foi preciso definir o posicionamento do equipamento, criar corredores de acesso e áreas de sombra. “Essa adaptação foi inédita no Brasil, pois exigiu repensar toda a logística de circulação das vacas”, explica Novo.
O custo inicial elevado e a necessidade de uma infraestrutura específica também representaram desafios. Além disso, houve a adaptação comportamental dos animais e da equipe.
Na ordenha robotizada, as vacas se dirigem voluntariamente ao equipamento, atraídas por incentivos como ração e água. O treinamento começou com o robô desligado, até que, em cerca de um mês, todo o rebanho passou a se ordenhar de forma autônoma.
Para os funcionários, o novo método exigiu capacitação e mudança de mentalidade, migrando de um processo manual e rígido para um modelo automatizado e mais flexível.
Benefícios técnicos e operacionais
O sistema robotizado permite controle rigoroso da produção e da saúde do rebanho, registrando dados como volume produzido por quarto da glândula mamária, tempo de ordenha, frequência de visitas e qualidade do leite, incluindo a contagem de células somáticas — indicador-chave no combate à mastite.
Segundo Teresa Alves, essas informações possibilitam decisões precisas, como ajustes na dieta, avaliação de eficiência reprodutiva e identificação de animais de baixo desempenho. Isso facilita o descarte e a reposição por novilhas mais produtivas.
Outro diferencial é o respeito ao ritmo natural do animal. Cada vaca é ordenhada quando deseja, e cada quarto da glândula mamária recebe tratamento individualizado, evitando sobre ordenha e favorecendo a saúde do úbere.
O sistema também separa automaticamente o leite de animais em tratamento ou recém-paridos, elevando a segurança alimentar e a qualidade do produto final.
Impactos na mão de obra e bem-estar
Para Marco Bergamaschi, a automatização libera os funcionários para outras atividades e reduz o esforço físico exigido pela ordenha manual. “A mudança melhora o bem-estar dos trabalhadores e otimiza o uso do tempo na propriedade”, afirma.
A flexibilidade de horários também é um ganho, já que a ordenha robotizada elimina a necessidade de horários fixos, permitindo maior organização das rotinas da fazenda.
Viabilidade econômica e retorno
O alto custo inicial ainda é o principal entrave para a adoção em larga escala. Para auxiliar os produtores, a Embrapa desenvolveu uma planilha que calcula o retorno do investimento com base em dados específicos de cada propriedade.
Segundo André Novo, apesar do investimento significativo, os benefícios incluem redução de gastos com mão de obra, menor incidência de mastite, aumento do valor do leite no mercado e prolongamento da vida produtiva das vacas. “O retorno financeiro ocorre, em média, entre seis e dez anos, dependendo da escala e do manejo”, explica.
Um modelo para o futuro
O projeto da Embrapa Pecuária Sudeste demonstra que a tecnologia pode ser aliada do sistema de produção a pasto no Brasil, conciliando produtividade, sustentabilidade e bem-estar animal.
A ordenha robotizada em pastagem integrada pode se tornar um modelo de referência para produtores que buscam eficiência e qualidade, especialmente em regiões onde o custo de mão de obra e as demandas de mercado exigem soluções inovadoras.
*Adaptado para eDairyNews, com informações de O Presente Rural e dados complementares da Embrapa.
BOVINOCULTURA DE LEITE
A produção de leite manteve-se estável na maioria das regiões, e a condição corporal dos animais ficou, em geral, adequada. A qualidade do leite permaneceu dentro dos parâmetros exigidos, apesar de ocorrências de mastite, problemas de casco e sujidades nos úberes. O uso de suplementação alimentar, incluindo ração, silagem e outros alimentos conservados, foi frequente na maior parte das regiões. As condições climáticas impactaram o manejo e o conforto dos animais em função do excesso de umidade e de barro. Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, as pastagens contribuíram para o incremento de proteína na dieta das matrizes, e foi possível a redução desse nutriente nas rações fornecidas. As condições climáticas colaboraram para o conforto dos animais. A Contagem de Células Somáticas (CCS) e a Contagem Bacteriana Total (CBT) apresentaram valores adequados. Na de Caxias do Sul, a produção e os aspectos nutricionais ficaram estáveis e adequados. Contudo, houve problemas de casco e de sujidades nos úberes devido à umidade e ao barro. A qualidade do leite foi afetada, mas permaneceu dentro dos parâmetros exigidos.Na de Santa Maria, o escore corporal dos animais está abaixo do ideal, apesar da complementação alimentar com ração e silagem de milho.
Na de Ijuí, houve um leve aumento da produção, mas o volume total ficou inferior ao mesmo período do ano passado. Apesar da ocorrência de doenças, como mastites em alguns animais, a qualidade do leite atendeu aos parâmetros de qualidade exigidos.
Na de Passo Fundo, as áreas com maior oferta de pastagem, e de mais qualidade, foram destinadas às vacas em lactação e, posteriormente, às vacas secas e novilhas. O escore corporal está adequado, e a produção de leite estável, assim como na de Erechim.
Já na de Porto Alegre, a umidade remanescente no solo prejudicou os manejos dos animais, elevando o risco de mastites e de impacto negativo na CCS.
Na de Pelotas, o rebanho está em época de parição. Há registros de produtores que desejam ampliar ou de ingressar na atividade leiteira. Os animais apresentam estado corporal apropriado. Em Pelotas, em Pedro Osório e em São Lourenço do Sul, a produção aumentou.
Em Herval, os produtores realizaram melhorias nas instalações e renovação de plantel. Alguns municípios registraram limitações no período, como falta de energia elétrica, em Morro Redondo; excesso de umidade e de barro, em Pedro Osório e em Rio Grande; adubação deficitária, em Piratini; e oferta superior à demanda, em Turuçu.
Na de Santa Rosa, onde o rebanho conta com mais de 140 mil animais, a produção
manteve-se estável. Contudo, a atividade enfrenta desafios devido à falta de sucessão rural. (As informações são da Emater/RS, editadas pelo Sindilat/RS)
BOLETIM INTEGRADO AGROMETEOROLÓGICO Nº 33/2025 – SEAPI
A última semana permaneceu com temperaturas baixas no RS. Na quinta (7) e sexta-feira (8), a presença de um cavado (região de baixa pressão alongada) e o deslocamento de uma frente no oceano mantiveram a nebulosidade em todo Estado com pancadas isoladas de chuva em diversas regiões.
O desenvolvimento das pastagens de inverno variou entre as regiões, com bom avanço em áreas mais drenadas e atraso onde persistiram manejo inadequado de lotação, baixas temperaturas e precipitações recorrentes. Nessas condições, houve menor oferta de forragem e foi necessário manter pastejos controlados. Os campos nativos ainda enfrentam limitações, mas em algumas regiões, já iniciaram a rebrota. Seguiram os preparos das áreas para a semeadura de milho destinado à silagem e às forrageiras anuais de verão.
Na bovinocultura de leite, nas regiões com recorrência de precipitações, o excesso de umidade e de barro afetaram o manejo e o conforto dos animais, aumentando problemas de casco, mastites e sujidades nos úberes. A produção de leite manteve-se estável, com qualidade dentro dos padrões. A alimentação foi complementada com ração e silagem. O escore corporal dos animais foi, em geral, adequado, com exceções pontuais.
Os próximos dias terão o retorno da chuva ao RS. Na sexta-feira (15), o tempo seco, com variação de nuvens e aumento da temperatura predominará em todas as regiões. No sábado (16) e domingo (17), o tempo firme com grande amplitude térmica vai predominar na maioria das regiões, e somente na Zona Sul a intensificação dos ventos em níveis baixos da atmosfera manterá a nebulosidade e a possibilidade de pancadas de chuva.
Na segunda-feira (18), o tempo seco seguirá predominando e as temperaturas elevadas, com valores das máximas superiores a 25°C em diversas regiões. Entre a terça (19) e quarta-feira (20), o deslocamento de uma nova frente fria provocará chuva em todo Estado, com possibilidade de temporais isolados.Os totais esperados deverão variar entre 5 e 10 mm na maioria das regiões e somente na Zona Sul e Campanha os volumes deverão superar 20 mm e alcançar 30 mm na Fronteira Oeste. (As informações são da Seapi/RS, editadas pelo Sindilat/RS)
Jogo Rápido
RAR Agro & Indústria é premiada no 53º Prêmio Exportação RS
Pelo sétimo ano consecutivo, a Rasip Agro, unidade de negócios da RAR Agro & Indústria, foi reconhecida como Destaque Setorial – Agro no 53º Prêmio Exportação RS, promovido pela ADVB/RS. A cerimônia, realizada na última quinta-feira (14), na Casa NTX, em Porto Alegre, reuniu empresas que representam a excelência da produção gaúcha no cenário internacional. Associada ao Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do RS (Sindilat), a RAR Agro & Indústria leva há mais de 46 anos a qualidade de seus produtos a mercados estratégicos no Brasil e no exterior, mantendo o compromisso com a inovação, a sustentabilidade e o respeito à sua origem. O reconhecimento é fruto do trabalho de uma equipe comprometida e da confiança de parceiros e clientes. Para a organização do Prêmio, a conquista reflete a resiliência e a força das empresas gaúchas, que, mesmo após os desafios impostos pela enchente de 2024, movimentaram US$ 21,9 bilhões em exportações no último ano. A lista completa dos vencedores do 53º Prêmio Exportação RS está disponível no site da ADVB/RS: https://advbrs.com (As informações são de GZH e RAR, editadas pelo Sindilat/RS)