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07/08/2025

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 07 de agosto de 2025                                                        Ano 19 - N° 4.453


Balança comercial de lácteos apresenta recuos em julho
 
Déficit da balança de lácteos chegou a 166,4 mi de litros em julho. Exportações crescem 8%, mas seguem modestas frente às importações, que voltaram a subir. Saiba mais!
 
O saldo da balança comercial de lácteos apresentou recuo no mês de julho. Com um total de -166,4 milhões de litros em equivalente-leite, uma queda de 15,4 milhões de litros em relação ao mês anterior.
 
Gráfico 1. Saldo mensal da balança comercial brasileira de lácteos – equivalente leite.
 
 
Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT.
 
Em julho, as exportações de lácteos somaram 5,4 milhões de litros em equivalente-leite, apresentando uma avanço de 8% em relação ao mês anterior, mas um recuo de 24,2% em relação ao mesmo mês do ano passado. Apesar do crescimento percentual mensal parecer alto, os volumes de importações seguem em patamares baixos.
 
Destaques para Exportações de lácteos – Julho:
 
● Leite condensado: Aumento de aproximadamente 405 toneladas. Variação de +97% em relação a junho
● Cremes de leite: Aumento de aproximadamente 182 toneladas.  Variação de +41% em relação ao mês anterior
● Leites em pó: Queda de aproximadamente 50 toneladas. Variação de -59% em relação a junho
 
Gráfico 2. Exportações em equivalente-leite.
 
 
Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT.
 
As importações totalizaram 171,8 milhões de litros em equivalente-leite em julho, aumento mensal de 10,1%, próximo ao valor registrado em maio deste ano. Em relação a julho de 2024, a redução foi de aproximadamente 30%.
 
Importações de lácteos – Julho:
 
● Leite em pó desnatado: Aumento de aproximadamente 1.300 toneladas. Variação de +15% em relação ao mês anterior
● Soro de leite: Aumento de aproximadamente 266 toneladas. Variação de +21,2%
● Leite em Pó integral: Queda de 4%. Aproximadamente -330 toneladas
 
 
Gráfico 3. Importações em equivalente-leite.
 
 
Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT.
 
As tabelas 1 e 2 mostram as principais movimentações do comércio internacional de lácteos nos meses de julho e junho de 2025.
 
Tabela 1. Balança comercial de lácteos em julho de 2025
 
 
Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados COMEXSTAT. 
 
Tabela 2. Balança comercial de lácteos em junho de 2025
 
 
Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados COMEXSTAT. 
 
O que podemos esperar para os próximos meses?
Os preços no mercado internacional, que vinham registrando quedas, passaram a indicar sinais de estabilidade nas últimas semanas — movimento evidenciado no 385º leilão do GDT, que apontou inclusive alta nos valores dos leites em pó. Esse cenário de preços mais firmes pode limitar as importações. Ainda assim, os preços do leite em pó oriundo do Mercosul continuam mais competitivos no mercado brasileiro. A expectativa de uma oferta elevada nos próximos meses, especialmente na Argentina e no Uruguai — principais parceiros comerciais do Brasil —, pode voltar a exercer pressão sobre os preços. Nesse contexto, o câmbio surge como fator decisivo: o dólar, oscilando próximo aos R$5,50, continua favorecendo as importações.
 
As informações são do Milkpoint 

Consumo global de laticínios deve disparar até 2035

Crescimento populacional e aumento da renda devem impulsionar a demanda por laticínios, com destaque para queijo, manteiga e leite em pó nos países em desenvolvimento.Os produtos lácteos são componentes-chave das dietas dos consumidores em todo o mundo. Espera-se que o aumento da renda e da população impulsione ainda mais o crescimento do consumo de produtos lácteos na próxima década.Como o consumo global de laticínios vai mudar

Gráfico 1. Consumo de produtos lácteos frescos e processados (ano-calendário)

Embora o processamento aumente a vida útil do leite, a maior parte dos laticínios é consumida na forma de produtos frescos, como leite líquido e iogurte (incluindo os fermentados e pasteurizados). Nos países em desenvolvimento, espera-se que o consumo per capita de produtos lácteos frescos aumente em 18%, enquanto nos países desenvolvidos se prevê uma pequena queda de 1% per capita.

O consumo per capita de produtos lácteos processados deve crescer tanto em países em desenvolvimento (+16%) quanto em países desenvolvidos (+6%).

Globalmente, espera-se que o queijo apresente o maior crescimento per capita entre os produtos lácteos processados, com 13% nos países em desenvolvimento e 8% nos desenvolvidos ao longo da próxima década. Manteiga, leite em pó integral (LPI) e leite em pó desnatado (LPD) também devem registrar aumentos significativos no consumo per capita em nível global.
 
Demografia e crescimento econômico são os principais impulsionadores
A população mundial deverá atingir 8,7 bilhões até 2033, em comparação com 8 bilhões em 2023. Em países de baixa renda, o crescimento populacional será um dos principais motores do aumento da demanda por laticínios (OCDE/FAO). 

Nos países em desenvolvimento, o aumento da renda é um fator mais influente do que nos países desenvolvidos na condução do consumo de laticínios. Globalmente, o crescimento econômico deverá se estabilizar em uma taxa média de 3,0% ao ano na próxima década, enquanto as economias em desenvolvimento devem crescer mais rapidamente. Níveis mais altos de renda estão correlacionados ao aumento da demanda por alimentos de maior valor e dietas mais ocidentais, incluindo produtos lácteos. A Ásia continuará a apresentar o crescimento mais forte na demanda por laticínios, mas o Oriente Médio e a África também devem experimentar um crescimento robusto.

Os laticínios continuarão a ser um componente essencial — e cada vez mais importante — da dieta dos consumidores, e a demanda tende a superar a produção em muitas regiões exportadoras. Segundo a IFCN, ao longo da próxima década, até 2035, a autossuficiência da Europa em laticínios cairá de 115% para 110%, com a demanda superando a oferta até 2030.

Mudanças nas preferências dos consumidores
Laticínios frescos: O consumo mundial per capita de produtos lácteos frescos deve crescer 11% na próxima década, impulsionado principalmente pela Índia e pelo Paquistão, devido ao crescimento da renda e da população. Enquanto isso, a demanda per capita por leite líquido, em particular, está em queda na Europa e na América do Norte.
 
Laticínios processados: O total de produtos lácteos processados deve apresentar forte crescimento tanto em países desenvolvidos quanto em desenvolvimento. Índia e Paquistão também são responsáveis pela maior parte do crescimento previsto no consumo de sólidos do leite, embora sejam em grande parte autossuficientes em suprimento de laticínios.
Os avanços globais na infraestrutura de processamento e logística vão acelerar esse crescimento. O consumo na China e no sudeste asiático ainda é muito menor do que na UE e América do Norte, o que abre espaço para crescimento, especialmente nos setores de food service e lanches. O consumo de queijo está fortemente relacionado à renda e, atualmente, a maior parte é consumida na Europa e América do Norte, onde se prevê aumento em ambas as regiões.

A demanda por manteiga vem se recuperando na América do Norte e sudeste asiático, embora seu uso seja, em sua maioria, como ingrediente. O crescimento significativo do consumo per capita de manteiga virá dos países em desenvolvimento, onde é considerada um produto mais luxuoso. No entanto, o consumo per capita de manteiga na UE deve se estabilizar ao longo da próxima década, devido à crescente preferência dos consumidores por dietas com menor teor de gordura. Contudo, essa tendência pode ser contrariada pelo interesse crescente em alimentos menos ultraprocessados.

A popularização dos medicamentos para emagrecimento com GLP-1 em países ocidentais pode impactar a demanda por laticínios com alto teor de gordura, ao mesmo tempo em que abre oportunidades para produtos com alto teor de proteína e baixo teor de gordura, como pós proteicos, iogurtes e leite.

O setor de manufatura continuará a dominar o uso de  leite em pó integral e leite em pó desnatado, especialmente para nutrição infantil e geriátrica, bem como como alternativa aos laticínios frescos. À medida que os mercados em desenvolvimento amadurecem e se tornam mais economicamente poderosos, a transição de pós lácteos com gordura vegetal (mais baratos) para leite em pó integral e outros produtos com gordura láctea pode aumentar a competição por essas gorduras com os mercados já estabelecidos, pressionando os preços.

A demanda global por proteína continuará crescendo, com as tendências de saúde e bem-estar impulsionando a demanda por soro de leite (whey) e produtos à base de whey.

As informações são do Agriculture and Horticulture Development Board (AHDB), traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint

Exportações de lácteos do Uruguai crescem 9% no 1º semestre 

Exportações de lácteos do Uruguai cresceram 9% em valor no 1º semestre de 2025, impulsionadas por melhores preços internacionais e foco em produtos premium.

As exportações de lácteos do Uruguai registraram um crescimento de 9% em valor no primeiro semestre de 2025, segundo dados divulgados pela consultoria Blasina y Asociados com base em informações das Aduanas.

Este resultado reflete uma recuperação do mercado internacional de lácteos e destaca a importância crescente dos produtos com maior valor agregado.

Leite em pó puxa alta no valor exportado
O principal responsável por esse avanço foi o leite em pó, que segue como carro-chefe nas exportações uruguaias. Com demanda aquecida especialmente em mercados estratégicos como China e Brasil, o produto respondeu por uma fatia significativa da receita total gerada pelo setor.

Apesar da volatilidade que caracteriza esses dois mercados, o desempenho do leite em pó confirma sua relevância para a balança comercial do setor lácteo.

Queijos ganham protagonismo e agregam valor
Os queijos aparecem em segundo lugar como destaque na pauta exportadora. A diversidade de tipos, formatos e usos permite aos exportadores maior estabilidade frente às oscilações do mercado de commodities.

Esse comportamento mais resiliente dos queijos favorece margens mais atrativas e consolida o produto como uma alternativa estratégica para diversificação.

Crescimento em valor, mas não em volume
Apesar dos bons resultados em valor, nem todos os indicadores são positivos. Alguns segmentos, como os produtos classificados como “confidenciais” — entre eles, lactose e caseína —, além de outros derivados, registraram queda em volume.

Isso demonstra que o avanço não foi uniforme e levanta a necessidade de ajustes estratégicos para garantir competitividade em toda a gama de produtos.

Exportações mês a mês: 2025 supera 2024 em início de ano
De acordo com o gráfico elaborado pela ByA com base em dados aduaneiros, as exportações de lácteos uruguaios em 2025 iniciaram o ano com desempenho superior a 2024.

Em janeiro, os embarques somaram cerca de US$ 78 milhões, acima do mesmo mês do ano anterior.

Embora fevereiro tenha mostrado leve queda, os meses seguintes mantiveram uma trajetória de recuperação, com destaque para junho, quando as exportações superaram novamente os US$ 70 milhões.

Essa recuperação parcial mostra que, além da valorização dos preços, houve esforços para manter ou aumentar o volume exportado de produtos-chave.

Ainda assim, o desempenho anual dependerá do comportamento dos mercados internacionais no segundo semestre.

Abertura de mercados e eficiência são essenciais
Especialistas consultados reforçam que, para manter a trajetória positiva, a indústria láctea uruguaia precisa continuar investindo em eficiência produtiva e na diversificação da oferta.

A abertura de novos mercados e a consolidação de parcerias comerciais com países como México, Argélia e países do Sudeste Asiático podem ser determinantes.

Além disso, o acompanhamento contínuo das tendências de consumo global — como a preferência por produtos com origem rastreável, naturais e com propriedades funcionais — poderá orientar o desenvolvimento de produtos de maior valor agregado e abrir novas frentes comerciais.

Perspectivas para o segundo semestre
Com o segundo semestre em andamento, as expectativas giram em torno da manutenção da demanda nos principais destinos.

Brasil, que continua sendo um dos maiores importadores de leite em pó uruguaio, pode enfrentar oscilações em função da produção interna e do câmbio.

Já a China, apesar de ter reduzido parte de suas compras em anos anteriores, segue como um mercado estratégico.

O desafio, portanto, será aproveitar as janelas de oportunidade mantendo competitividade e qualidade. Para isso, o papel dos acordos comerciais e das certificações sanitárias será cada vez mais relevante.

*Adaptado para eDairyNews BR, com informações de eDairyNews ES


Jogo Rápido

Leite destaca a Expointer como palco da superação do Rio Grande do Sul durante lançamento em Brasília
O atual momento que passa o Brasil, o endividamento dos produtores e a grandeza da Expointer como o maior palco do agronegócio gaúcho foram temas em destaque durante o lançamento inédito da 48ª Expointer em Brasília, nesta quarta-feira (6/8), na sede da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O evento contou com a presença do governador Eduardo Leite, do secretário da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, Edivilson Brum, e de diversas lideranças políticas, reunindo cerca de 200 pessoas. "Estamos lançando a Expointer, pela primeira vez, em Brasília, no coração político do país, para mostrar a força do agro gaúcho e chamar a atenção do governo federal e do Congresso para a necessidade de medidas concretas de apoio aos nossos produtores. Depois de uma sequência de estiagens e das enchentes de 2024, que tanto impactaram o setor, esta feira simboliza a capacidade de reação do Rio Grande e será um palco de diálogo para defender quem empreende e gera riqueza no campo", afirmou Leite. "Mesmo diante de todos os desafios, temos uma grande expectativa para esta edição da Expointer. No ano passado, superamos obstáculos e alcançamos resultados históricos; agora, com mais de 450 expositores da agricultura familiar e um volume de negócios que deve ultrapassar R$ 8 bilhões, a feira será novamente um motor de ânimo para os gaúchos e uma vitrine para lembrar ao Brasil que apoiar a nossa produção rural é investir no desenvolvimento de todo o país", acrescentou o governador. Lançada pela primeira vez fora do Estado - nesta terça-feira (5/8) ocorreu em São Paulo -, a Expointer ocorre de 30 de agosto a 7 de setembro no Parque Estadual de Exposições Assis Brasil, em Esteio. Considerada a maior feira agropecuária a céu aberto da América Latina, a Expointer reúne milhares de pessoas em nove dias de evento. Em 2024, fechou com R$ 8,1 bilhões em negócios. (As informações são da Secom editadas pelo Sindilat/RS)


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