Porto Alegre, 21 de julho de 2025 Ano 19 - N° 4.440
O Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal do estado realizou na manhã da última sexta-feira uma reunião sobre o artigo 19 da Instrução Normativa número 10/2017. O documento, que trata do Programa Nacional de Controle e Erradicação de Brucelose e Tuberculose prevê a entrega de leite em laticínios somente aos produtores que comunicarem ao Ministério da Agricultura a vacinação do rebanho leiteiro contra a brucelose.A vacinação é obrigatória para fêmeas entre três e oito meses. Desta forma, o produtor tem que ir até à inspetoria para realizar a comunicação da vacinação, conforme os nascimentos.
Para o presidente do Fundo, Rogério Kerber "é mais um desafio para a sanidade trazer agilidade para essa comunicação e, para isso, acreditamos que a digitalização deste processo possa contribuir. O presidente do Conselho Técnico Operacional da Pecuária Leiteira do Fundesa, Marcos Tang, disse que a agilização deste procedimento é fundamental para que todos os produtores possam cumprir a medida sem atrasos.
O Rio Grande do Sul tem em torno de 40 mil produtores de leite. Uma nova reunião para trazer encaminhamentos sobre o tema já foi agendada para o dia 29 de julho. (Fonte: Fundesa)
Indústrias apostam no queijo para crescer
Uma sequência de fusões, aquisições e anúncios de expansões na indústria de lácteos no primeiro semestre do ano evidenciou uma transformação que ocorre no setor. Com o consumo de leite fluido praticamente estagnado no país e as margens baixas na categoria, o queijo tornou-se aposta de algumas empresas pelo maior valor agregado e a demanda crescente.
“Isso não é uMa coisa que está acontecendo só no Brasil. Já vemos isso acontecendo em outros países há algum tempo”, observa a pesquisadora do Centro de Inteligência do Leite da Embrapa, Kennya Siqueira. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Lácteos Longa Vida (ABLV) citados pela pesquisadora, houve alta de 4% no volume de leite destinado à produção de queijo no Brasil em 2024 — na média dos dez anos anteriores, o avanço fora de 1,5%.
Alguns dos principais negócios anunciados nos últimos meses foram a compra da gaúcha Deale pela Scala e a estreia da catarinense Aurora Alimentos, no mercado de queijos nobres com a aquisição da Gran Mestri, de Guaraciaba (SC). Segundo a Aurora, a aquisição vai gerar uma receita adicional da ordem de R$ 230 milhões ao ano. O plano é agregar valor ao leite que recebe das cooperativas filiadas, ampliando a produção de queijos finos da Gran Mestri. A cooperativa ainda vai produzir queijo ralado e manteiga com a marca Aurora.
No Nordeste do país, a líder regional Alvoar já anunciou que expandirá sua produção, o que inclui possíveis fusões e aquisições. Além disso, o Laticínio São Vicente, com operação consolidada no segmento de queijos mofados, recebeu aporte da Persa Investments em maio. O grupo é controlador da Só Leite Brasil (SLBR), empresa com captação de 11 milhões de litros de leite por mês, mas com pouca participação no mercado de queijos.
Segundo o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Queijo (ABIQ), Fabio Scarcelli, o maior interesse da indústria pela produção de queijo acompanha o potencial desse mercado no país. Com um consumo per capita anual de sete quilos, as vendas têm crescido cerca de 3% ao ano. A meta do setor, afirma Scarcelli, é que o consumo por habitante chegue a 10 quilos ao ano até 2030. (MilkPoint)
Associados do Sindilat/RS têm 10% de desconto no Fórum MilkPoint Mercado e no Interleite Brasil 2025
Os associados do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS) têm 10% de desconto garantido para aquisição de ingressos nos dois principais eventos da cadeia leiteira brasileira: o Fórum MilkPoint Mercado e o Interleite Brasil 2025, que acontecem em Goiânia (GO) nos dias 19, 20 e 21 de agosto.
O Fórum MilkPoint Mercado, com o tema “Transformações e Novas Oportunidades no Leite Brasileiro”, será realizado no dia 19 de agosto, em formato híbrido (presencial e on-line). O evento reunirá os principais agentes do setor para debater as mudanças no ambiente de negócios e as perspectivas para o mercado lácteo nacional, diante de um cenário marcado pela acirrada concorrência entre indústrias e pressão sobre as margens de comercialização. Serão 17 palestrantes ao longo do dia, com certificado emitido pela MilkPoint e material disponível para download.
Já o Interleite Brasil 2025, que ocorre nos dias 20 e 21 de agosto, será exclusivamente presencial. Com o tema “Como fazer mais produtores participarem do futuro do leite no Brasil?”, o evento tem como objetivo discutir formas de integrar tecnologia, gestão eficiente e produtividade na atividade leiteira. A programação trará reflexões sobre como otimizar o uso do tempo, implementar ferramentas digitais e tornar a produção mais rentável.
Conforme o secretário-executivo do Sindilat/RS, Darlan Palharini, a participação contribui para a qualificação dos profissionais e para o fortalecimento da cadeia produtiva. “Esses eventos possibilitam a discussão de questões estratégicas para o desenvolvimento e a modernização da cadeia leiteira, aproximando os diversos segmentos do setor na busca por alternativas e caminhos em comum”, destacou.
Os ingressos estão disponíveis em lotes limitados e podem ser adquiridos com desconto exclusivo de 10% para associados do Sindilat/RS, CLICANDO AQUI.
Jogo Rápido
Ocergs e ONU estabelecem parceria
O Sistema Ocergs e a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido) assinaram, ontem, um protocolo de intenções para o financiamento de projetos no Rio Grande do Sul voltados a áreas como descarbonização, energias renováveis, desenvolvimento e agricultura sustentáveis e biofertilizantes. A Ocergs buscava parcerias internacionais para ações nessas áreas desde a enchente de 2024. O ato,na sede da Ocergs, em Porto Alegre, teve a presença do diretor-geral da Unido, Gunther Beger, do presidente da entidade, Darci Hartmann, e do superintendente da Ocergs, Mario de Conto. “Temos uma expertise muito grande, então vemos este projeto como algo promissor para o futuro”, comentou Hartmann. A intenção é que projetos possam ser inscritos para a eventual busca de financiamentos com recursos compatíveis. “O próprio pessoal da Unido ficou muito surpreso e entusiasmado em entender este modelo do Rio Grande do Sul, porque, para eles, faz muito mais sentido trabalhar com cooperativas e federações, às quais eles conseguem ver o valor na ponta do produtor. Discutimos com a Rede Técnica Cooperativa, e vimos grandes oportunidades de troca de ideias”, salientou de Conto. A Unido, que atua no Brasil como um braço da ONU, tem interesse em projetos que contribuam para a adaptação às mudanças climáticas. “Há muito a ser feito. Estou feliz por termos o Sistema Ocergs como parceiro”, destacou Beger. (Correio do Povo)