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15/07/2025

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 15 de julho de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.436


Com demanda global crescente, Milk Summit Brazil aposta na força do leite gaúcho e projeta futuro do setor

Em um cenário global de aumento do consumo de alimentos, especialmente em países populosos como China e Índia, o setor lácteo se vê diante de uma oportunidade de expansão. Durante a apresentação oficial da programação do Milk Summit Brazil 2025, o superintendente do SENAR-RS, Eduardo Condorelli, destacou que, apesar das incertezas econômicas e flutuações nos custos de produção, o grande ativo do agronegócio nos próximos 50 anos será a existência de clientes em abundância. Nesta seara, o Brasil, com sua grande capacidade produtiva, está no caminho para atender a demanda. “Se tem uma coisa que não vai nos faltar é gente querendo consumir. O mundo vai precisar de leite, e poucos países têm condições de produzir como nós”, afirmou.

No Dia Nacional do Produtor de Leite (12/07), o especialista Valter Galan, sócio do MilkPoint Mercado, destacou o novo perfil da produção nacional que vem entregando mais produtos no mercado. Neste ano, a produção deve continuar crescendo em ritmo consistente: alta de 4% no segundo trimestre e 5% no terceiro. “O futuro passa por profissionalização, uso de dados, ganhos de escala e valorização de quem está na base: o produtor. Em eventos como este, conseguimos provocar reflexões e estimular decisões que impactam toda a cadeia”, destacou. 

No encontro realizado no Auditório do Sicredi das Culturas, em Ijuí (RS), o coordenador do Milk Summit, Darlan Palharini, destacou que dar protagonismo ao leite do Rio Grande do Sul está entre os objetivos. “A escolha de Ijuí como sede da primeira edição reconhece a importância desta região produtora. E o evento já tem edição prevista para 2026, o que reforça o propósito de consolidá-lo como um espaço permanente de construção de políticas públicas para o setor”, afirmou.

O Milk Summit acontecerá nos dias 14 e 15 de outubro. A programação está dividida em quatro eixos temáticos: competitividade, consumo, sustentabilidade e inovação. As inscrições estão abertas no link. 

O evento é uma realização da Impulsa Ijuí, Suport D’ Leite, Emater/RS, Prefeitura Municipal de Ijuí e da Secretária da Agricultura do RS, conta com o apoio do Ministério da Agricultura e do Senar, com o patrocínio de Sebrae, Fecoagro, Launer Química, Tetra Pak, Cooperativa Sicoob, Cooperativa Sicredi, Laboratório Base e Feuser representações comerciais. 

Créditos das imagens: Portinário Agência

PROGRAMAÇÃO OFICIAL

Terça-feira, 14/10/2025 – 1º dia | Competitividade e Consumo
Tema: Competitividade e Consumo

Manhã
8h: Recepção com milkbreak
8h30min – 9h: Abertura oficial
Darlan Palharini (Coordenador)
Andrei Cossetin (Prefeito de Ijuí)
José Cléber Dias de Souza (MAPA/RS)
Edivilson Brum (Secretário Agricultura RS)
9h – 11h: 1º Ciclo de Palestras
Edivilson Brum (Políticas Públicas)
Glauco Carvalho (Competitividade – Embrapa)
11h – 12h: Mesa de debates

Tarde
12h – 14h: Almoço com os palestrantes
14h – 16h: 2º Ciclo de Palestras
Gustavo Minasi (Tetra Pak – Consumo)
Rogério Kerber (FUNDESA – Sanidade e biossegurança)
Diana Jank (Letti – Consumo)
Jaime Eduardo Ries (Emater/RS)
Representantes da CCGL e Lactalis
16h – 17h: Milkbreak e networking

Quarta-feira, 15/10/2025 – 2º dia | Sustentabilidade e Inovação
Tema: Sustentabilidade e Inovação

Manhã
8h: Recepção com milkbreak
8h30min – 11h: 3º Ciclo de Palestras
Paulo Martins (Embrapa – Inovação)
Marcelo Carvalho (Milkpoint – Inovação)
Vivian Guerreiro (Tetra Pak – Meio Ambiente)
11h – 12h: Mesa de debates

Tarde
12h – 14h: Almoço com os palestrantes
14h – 16h: 4º Ciclo de Palestras
Márcio Madalena (Seapi – Rastreabilidade)
Três maiores produtores gaúchos (Top 100 Milkpoint)
Três principais do Prêmio Referência Leiteira RS
Três representantes da Santa Clara, RAR e Deale
16h – 17h: Milkbreak e networking


Nota de Conjuntura - Mercado de Leite e Derivados - Julho de 2025

O cenário internacional segue marcado por volatilidade. O leite em pó integral acumulou queda de quase 12% nos últimos quatro leilões do Global Dairy Trade (GDT), refletindo um ambiente internacional de maior oferta e uma demanda relativamente mais fraca. Nos grandes exportadores mundiais a produção de leite segue em expansão, o que tem colocado uma pressão baixista nos preços.

No mercado interno, o rendimento real do trabalho e a taxa de ocupação vêm registrando expansão, favorecendo a massa salarial total da economia. Entretanto, o poder de compra segue limitado pela inflação relativamente mais alta e pelas taxas de juros elevadas, que inibem o consumo e aumentam o endividamento das famílias. Dados do varejo indicam aumento no valor total das vendas, mas com redução no volume físico, sinalizando um ajuste no comportamento de compra. Análises da Abras apontam crescimento no consumo de iogurtes. Para os demais derivados lácteos, no geral, houve menor frequência de compra, o que sugere estratégias de adaptação às pressões de custo de vida e combustíveis, com compras menos frequentes e em maior volume por ocasião.

As importações de lácteos vêm se mantendo em patamar mais elevado, com volume total 1,07 bilhão de litros no primeiro semestre de 2025, volume equivalente ao do mesmo período do ano passado. A valorização cambial, o diferencial de preços favorável ao produto importado e os preços médios pagos ao produtor brasileiro  – ainda superiores aos praticados na Argentina e no Uruguai – sustentam a competitividade dos lácteos estrangeiros. Dessa forma, o spread do produto nacional em relação ao importado tende a manter o volume de importação ainda elevado.

O custo de produção do leite acumula alta de cerca de 9% em 2025, puxado principalmente pelos custos de minerais, energia/combustível e mão de obra. Em contrapartida, a recente redução nos preços dos concentrados, como milho e soja, pode aliviar parcialmente a pressão sobre os custos nos próximos meses. A relação de troca entre preço do leite e custo de produção foi mais favorável para a pecuária de leite no acumulado de janeiro a maio de 2025 em comparação a 2024. A boa safra de grãos e desaceleração no custo de volumoso foram importantes neste contexto.

No campo macroeconômico, o ambiente permanece desafiador. A manutenção de juros elevados dificulta a expansão do consumo e agrava o endividamento das famílias. As projeções indicam um crescimento mais moderado do PIB, em torno de 2,2% em 2025. Apesar disso, o mercado de trabalho segue com bons indicadores e com aumento real da massa de salários. Politicamente, persistem as tensões entre Executivo e Legislativo em torno do aumento da arrecadação para viabilizar maior expansão de gastos públicos, o que eleva as incertezas e impacta a confiança do mercado, afetando câmbio e juros. A expectativa de juros ainda elevados em 2026, próximos de 12,5%, reforça a necessidade de ajustes adicionais nos rumos da economia brasileira e nas reformas.

No mercado de leite, o segundo semestre inicia carregado de incertezas, mas com tendência negativa para os preços. A produção brasileira de leite vem crescendo em ritmo forte e manutenção de volumes elevados de importação tende a pressionar negativamente os preços. Dessa forma, a ajuda para cotações mais firmes vai depender do consumo. A necessidade de substituir importações em cima de uma maior competitividade em preços se configuram como desafio central.

Nesse contexto, o monitoramento contínuo das tendências internacionais e, incluindo variações nos preços globais, políticas comerciais e flutuações cambiais, é fundamental para balizar decisões estratégicas e proteger a competitividade do setor. Ao mesmo tempo, a análise atenta das condições macroeconômicas domésticas, como evolução da taxa de juros, nível de endividamento das famílias e comportamento do consumo, permitirá identificar oportunidades e antecipar possíveis retrações no mercado.

Fonte: Resumo das informações discutidas na reunião de conjuntura da equipe do Centro de Inteligência do Leite, realizada em 08/07/2025

Autores: Manuela Sampaio Lana, Alziro Vasconcelos Carneiro, Glauco Rodrigues Carvalho, Kennya Beatriz Siqueira, , Luiz Antônio Aguiar de Oliveira, Marcos Cicarini Hott, Ricardo Guimarães Andrade, Walter Magalhães Júnior *
*Pesquisadores e analistas da Embrapa Gado de Leite

GDT - Global Dairy Trade

Fonte: GDT editado pelo Sindilat


Jogo Rápido
MILHO/CEPEA: Avanço de colheita recorde e demanda fraca mantém preços em queda
Os preços do milho seguem em queda no mercado doméstico, apontam levantamentos do Cepea. Segundo o Centro de Pesquisas, o avanço da colheita da segunda safra, que deve ter produção recorde, e a retração compradora são os fatores que pressionam os valores Além disso, a demanda externa também enfraquecida reforça o movimento de queda no preço interno do cereal. Em seu 10º levantamento de safra, a Conab apontou aumento na produção total de milho no Brasil. O reajuste positivo em julho – tanto em relação ao relatório de junho/25 quanto ao de julho/24 – se deve às maiores produções esperadas para as primeira e segunda safras, conforme explicam pesquisadores do Cepea. No agregado, a Conab estima 131,97 milhões de toneladas de milho na temporada 2024/25, consolidando o crescimento de 14,3% frente ao ano anterior (2023/24) e a maior colheita da história.  (CEPEA via Terra Viva)


 
 
 

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