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22/05/2025

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 22 de maio de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.397


Novas regras para rotulagem de bebidas e compostos lácteos

Mapa define novas regras de rotulagem para produtos lácteos em 2025. Veja o que muda nos rótulos de bebidas e compostos lácteos e como isso impacta o consumidor.

A partir do segundo semestre de 2025, novas exigências para rotulagem de bebidas lácteas e compostos lácteos entrarão em vigor, conforme determinação do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). O objetivo é garantir mais transparência ao consumidor e reforçar o controle de qualidade desses produtos no mercado.

A partir de 26 de agosto de 2025, os rótulos de compostos lácteos deverão informar, de forma destacada, a frase: “composto lácteo não é leite em pó”. Já a partir de 3 de setembro de 2025, as bebidas lácteas precisarão exibir, também em destaque no painel principal da embalagem, a frase: “bebida láctea não é iogurte”.

Essas mudanças visam evitar confusões na escolha dos produtos pelos consumidores e garantir que as diferenças entre leite em pó, iogurte, bebida láctea e composto lácteo fiquem mais claras no ponto de venda.

Novas regras para rotular bebidas lácteas
Para bebidas lácteas de cor branca não fermentadas, o rótulo deve informar: “este produto não é leite”.

Para bebidas lácteas fermentadas, independentemente da cor, deve constar: “este produto não é iogurte”.

Criada a categoria “bebida láctea ultrapasteurizada”, para produtos com tratamento térmico semelhante ao UHT, mas envasados em condições não assépticas, que precisam ser mantidos refrigerados a 10ºC (diferente das bebidas UHT, armazenadas em temperatura ambiente).

O leite deixa de ser ingrediente obrigatório nas formulações das bebidas lácteas. Se o leite não for o ingrediente predominante ou estiver ausente, o rótulo deve indicar o ingrediente principal, como: “bebida láctea de soro de leite” ou “bebida láctea fermentada de soro de leite”

A indicação da quantidade ou presença de soro de leite não será mais obrigatória.
A adição individual de amido ou gelatina fica limitada a 1% da composição total da bebida láctea.

O uso de água será permitido apenas para reconstituir ingredientes em pó.

A substituição da gordura láctea por óleo vegetal está proibida, exceto quando usada para enriquecimento nutricional, devendo o rótulo conter a informação: “CONTÉM ÓLEO VEGETAL”.

Defesa do consumidor reforça importância de atenção aos rótulos de produtos lácteos
Entidades de defesa do consumidor orientam os compradores a redobrarem a atenção na hora das compras, especialmente com as novas exigências para a rotulagem de produtos lácteos no Brasil. É fundamental ler cuidadosamente os rótulos, verificar a data de validade, conferir a lista de ingredientes, o peso líquido e sempre solicitar a nota fiscal.

Essas práticas garantem o direito do consumidor, facilitam possíveis reclamações e promovem um consumo mais consciente e seguro. As novas regras de rotulagem para bebidas lácteas e compostos lácteos são vistas como um avanço importante para a transparência nas informações e a proteção do público no mercado de produtos lácteos no Brasil.

As informações são do Tribuna de Minas, adaptadas pela equipe MilkPoint


Embrapa e LFDA/RS inauguram dois laboratórios para avanço da pesquisa e inovação em leite

Com um investimento na ordem de R$ 10 milhões, a Embrapa Clima Temperado e o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária do Rio Grande do Sul (LFDA/RS) inauguram, no dia 30 de maio, às 9h, o Laboratório de Campo do Leite (Labcampo) e o Laboratório de Pesquisa e Análises em Cromatografia Avançada (Labcromato), que representam um novo patamar em inovação nas pesquisas voltadas à eficiência dos sistemas de produção, à segurança alimentar e do alimento e à sustentabilidade na pecuária leiteira. A agenda contará com a presença da presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, e do chefe-geral da Unidade de Pesquisas, em Pelotas, Waldyr Stumpf Jr., e do coordenador do LFDA/RS, Fabiano Barreto. 

Com recursos do Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio do Fundo de Defesa de Direitos Difusos (FDD), as novas instalações consolidam o Programa Leite Seguro e constituem uma infraestrutura robusta e moderna para atender aos desafios científicos e tecnológicos da cadeia produtiva do leite. As duas novas estruturas que serão inauguradas se integram ao Sistema de Pesquisa e Desenvolvimento em Pecuária Leiteira (Sispel), atuando como um centro de excelência na construção e execução de uma agenda para o desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação na cadeia produtiva do leite regional e nacional.

O chefe-geral Waldyr Stumpf Jr. fala que a inauguração das novas estruturas para o leite somada ao que já existe na Unidade de Pesquisas, em Pelotas - o Laboratório de Qualidade do Leite - a torna uma referência nacional em pesquisa e inovação em leite. “Nos tornamos uma referência em pesquisa científica em leite ao entregar produtos qualificados para comunidade e oportunizar um espaço para prestar serviços de maneira a ampliar as análises feitas pelo LFDA. Nós conseguiremos fazer análises mais precisas de análises que não se faziam anteriormente. Será possível ‘casar’ os trabalhos de campo e comportamento animal com a composição do leite”, destacou. Ele ainda enfatizou que no ato inaugural também será feito anúncio da instalação do “Hub de Inovação do Leite” ao trazer parceiros como universidades e institutos federais e iniciativa privada para trabalhar em projetos de pesquisa e desenvolvimento para os sistemas de produção de leite.

Conforme o coordenador do LFDA/RS, Fabiano Barreto, as duas estruturas laboratoriais que serão entregues no âmbito do Programa leite Seguro são fundamentais para ampliação do conhecimento e desenvolvimento de pesquisa aplicada, garantindo a Embrapa Clima Temperado uma integração em duas frentes tanto da parte de experimentação animal, com foco em nutrição e em outras áreas, como em componentes de química analítica, dando a instituição possibilidades de diversificação da pesquisa em leite, não somente nestas áreas. “Isso dará um dinamismo na pesquisa e permitirá uma integração com demandas recebidas pelo Ministério da Agricultura, criando um sinergismo entre as instituições, o que é extremamente necessário para atendimento do volume de demandas que chegam para a defesa agropecuária”, disse.

Fortalecimento do Sispel
As novas estruturas fortalecem e agregam valor científico e tecnológico ao Sistema de Pesquisa e Desenvolvimento em Pecuária Leiteira (Sispel), que completa 30 anos, em 2026, e representa uma das infra estruturas mais completas e avançadas do País para a pesquisa pública voltada à cadeia produtiva do leite.

Este Sistema está localizado na Estação Experimental Terras Baixas (ETB) da Embrapa Clima Temperado, no Capão do Leão (RS). Ele foi concebido para ser um centro de excelência regional, com foco nos principais desafios e tendências da produção leiteira. Atualmente, conta com rebanho leiteiro da raça Jersey, estrutura de manejo animal com sistema Free Stall, galpões, silos, sala de ordenha, área de recria (Certon) e cerca de 100 hectares de pastagens com cultivares desenvolvidas pela Embrapa.

A estrutura abriga pesquisas e inovações em áreas como: Leite de Baixo Carbono, Nutrição de Precisão, Integração Lavoura-Pecuária (ILP), Sistemas Resilientes e Sustentáveis, Bioeficiência na Agropecuária, Sanidade Animal e Biosseguridade, Qualidade e Segurança do Leite e Produtos Funcionais e Nutracêuticos.

As novas infraestruturas
A ampliação do Laboratório de Qualidade do Leite (Lableite), a partir da criação do Labcromato, traz ao cenário científico nacional uma estrutura analítica de última geração — como os espectrômetros LC-Q-TOF e LC-MS/MS —, ampliando a capacidade da Embrapa para atuar com pesquisa e análises em Cromatografia Avançada.

A estrutura moderna do Labcromato terá possibilidade de realizar análises de resíduos e contaminantes em leite e derivados, além de outras matrizes (grãos, carne,vinhos, água, efluentes); avaliação de compostos nutracêuticos e medicinais; pesquisa com medicamentos veterinários e vegetais; validação de kits rápidos utilizados pela indústria láctea; desenvolvimento de produtos e metodologias inovadoras; apoio à sanidade animal, com foco em protocolos terapêuticos e resistência antimicrobiana.

O Labcampo dispõe de instalações físicas com modelos de alojamento tipo Compost Barn e Free Stall para execução de pesquisas com animais; instalação para a execução de trabalhos experimentais de alta precisão em nutrição, reprodução, saúde, cria e recria e comportamento animal; sala de ordenha; sala do leite; e espaço para capacitação e atualização tecnológica de profissionais, produtores e estudantes. 

As instalações do Labcampo propiciam um nível adequado de conforto animal e condições técnicas para a realização de pesquisas multidisciplinares e inovadoras para o desenvolvimento dos sistemas de pecuária de leite em clima temperado. A estrutura também conta com uma sala de capacitação, fortalecendo as ações de transferência de tecnologia e de intercâmbio de conhecimentos e a profissionalização do setor.

No Labcampo será possível realizar análises de resíduos e contaminantes em leite e derivados, além de outras matrizes (grãos, carne,vinhos, água, efluentes); avaliação de compostos nutracêuticos e medicinais; pesquisa com medicamentos veterinários e vegetais; validação de kits rápidos utilizados pela indústria láctea; desenvolvimento de produtos e metodologias inovadoras; apoio à sanidade animal, com foco em protocolos terapêuticos e resistência antimicrobiana.

A pesquisadora Maira Zanella, responsável pelo Programa Leite Seguro, fala que o Labcampo representa uma ampliação e uma qualificação da infraestrutura de pesquisa para os sistemas de produção de leite. Segundo ela, a partir dessa ampliação novas linhas de pesquisa poderão ser desenvolvidas como a comparação entre os sistemas de produção utilizando do compost bar o free stall associados à produção leiteira a pasto, como também a possibilidade de indicadores de eficiência desses sistemas. “Teremos a condição de qualificar os experimentos de nutrição de precisão, a partir dos coxos eletrônicos já instalados, e também haverá a possibilidade de ampliar pesquisas em sustentabilidade ambiental, ao leite de baixo carbono, ao uso dos efluentes nos sistemas de produção leiteira, a pegada hídrica, bem estar animal. Serão várias áreas que poderão ser qualificadas e ampliadas na pesquisa para a cadeia produtiva do leite”, explicou.  Zanela destacou ainda a importância da criação de um espaço para capacitação de técnicos e produtores para que essas tecnologias desenvolvidas possam chegar mais facilmente ao campo, aproximando a pesquisa da atividade leiteira.(Embrapa Clima Temperado)

EMBRAPA CILEITE: Nota de Conjuntura - Mercado de Leite e Derivados - Maio de 2025

O cenário brasileiro para o mercado de leite e derivados registrou uma ligeira piora ao longo de abril e maio de 2025, refletindo a desaceleração da demanda interna. A inflação mais elevada e ligeira piora nos indicadores do mercado de trabalho, somado ao maior endividamento das famílias, têm freado o consumo. Após três anos consecutivos de crescimento do PIB acima de 3% ao ano, as projeções para 2025 indicam algo próximo de 2%. Portanto, o ambiente macroeconômico está um pouco pior.

Esse movimento tem levado a uma queda nos preços dos derivados lácteos no atacado e, consequentemente, recuo nos preços pagos aos produtores, mesmo em plena entressafra. A situação é agravada por margens reduzidas para a indústria de laticínios nos principais derivados lácteos: leite UHT, leite em pó e queijo muçarela.

Se pelo lado da demanda houve ligeira desaceleração, pelo lado da oferta o crescimento tem sido robusto. A produção de leite inspecionado no Brasil apresentou aumento de 3,1% no primeiro trimestre, fechando com nove trimestres seguidos de alta. Se ajustado pelo número de dias, considerando que o ano passado foi bissexto, o crescimento da produção diária no primeiro trimestre de 2025 atingiu 4,25%, em relação ao mesmo período do ano passado. O melhor ambiente de rentabilidade nos últimos três anos acabou estimulando a oferta e, mesmo com importações mais elevadas, a rentabilidade foi sustentada por uma melhor demanda.

Neste contexto de oferta crescendo e demanda mais fraca, o cenário de preços ao produtor teve ligeira piora, mas ainda em um patamar que permite uma boa remuneração para fazendas eficientes e bem gerenciadas. Para os próximos meses, é importante acompanhar três indicadores que irão ajudar a monitorar este mercado.

Preços internacionais: O mercado internacional está com preços mais firmes, com baixo crescimento da produção mundial. A União Europeia, por exemplo, está com produção recuando neste início de 2025. Da mesma forma, a China também tem apresentado produção mais fraca, com importações subindo novamente. Os preços de leite em pó integral, no último leilão GDT, atingiram US$ 4.300 por tonelada. Caso estes preços se mantenham mais altos, espera-se uma maior sustentação nos preços também no mercado brasileiro, já que reduz a competitividade das importações.

Importações: Nos últimos anos, as importações passaram a representar uma parcela significativa da oferta doméstica, chegando a 9% do leite inspecionado. O volume importado de leite equivalente nos meses de março, abril e início de maio, indica um pequeno recuo. O cenário não é de queda acentuada, mas alguma desaceleração poderá ocorrer, sustentada por um relativo encarecimento dos custos e melhoria da demanda na Argentina e recuo nos preços no mercado brasileiro.

Demanda interna: Este é o principal driver para os preços no mercado de leite brasileiro, já que não somos exportadores. Ainda que o cenário de consumo das famílias seja pior em 2025, algumas medidas fiscais de expansão de gastos do governo e de créditos, a exemplo do crédito consignado para trabalhadores CLT do setor privado, podem ajudar na demanda.

Portanto, estes três indicadores serão relevantes no monitoramento do cenário de preços para os próximos meses, colocando as cotações para o segundo semestre de 2025 mais próximas de 2023 ou de 2024 (Figura 1). Para os produtores de leite, no entanto, é importante uma atenção especial aos seus custos e à gestão da propriedade. Afinal, trata-se de variáveis sob controle direto do produtor e observa-se que fazendas bem gerenciadas têm apresentado uma boa competitividade, mesmo em comparações internacionais. 

Resumo das informações discutidas na reunião de conjuntura da equipe do Centro de Inteligência do Leite, realizada em 15 de maio de 2025. Autores*: Glauco R. Carvalho, Alziro V. Carneiro, Kennya B. Siqueira, Lorildo A. Stock, Luiz A. Aguiar de Oliveira, Marcos C. Hott, Samuel José de M. Oliveira e Walter Coelho P. M. Júnior. *Pesquisadores e analistas da Embrapa Gado de Leite.


Jogo Rápido
VBP da Agropecuária deve crescer 13,1% em 2025
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) divulgou a estimativa do Valor Bruto da Produção (VBP) da agropecuária em 2025, que deve atingir R$ 1,53 trilhão. O valor representa um crescimento de 13,1% em relação ao registrado em 2024. O VBP previsto para a agricultura é de R$ 1,0 trilhão, com destaque para a soja (+10,1%), milho (+35,4%), café arábica e o robusta, com altas estimadas no VBP de 63,7% e 93,4%, respectivamente. Já o faturamento da pecuária será de R$ 520,4 bilhões. Dentro do subgrupo, os destaques de alta são os ovos (+22,9%) e a carne bovina (19,5%). O VBP corresponde ao faturamento bruto dentro dos estabelecimentos rurais, considerando as produções agrícolas e pecuárias, com base na média dos preços reais (IGP-DI) recebidos pelos produtores de todo o país. (Terra Viva)


 
 
 

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