Porto Alegre, 19 de maio de 2025 Ano 19 - N° 4.394
CCGL investe na inovação agropecuária
Com 25 cooperativas associadas, mais de 170 mil produtores integrados e um faturamento que ultrapassou os R$ 2 bilhões em 2024, a CCGL (Cooperativa Central Gaúcha Ltda) se consolida como uma das maiores forças do cooperativismo agroindustrial do Sul do Brasil. Fundada em 1976, a cooperativa atua em diversas frentes — da industrialização do leite e operação logística portuária à pesquisa e desenvolvimento de tecnologias aplicadas no campo, por meio da Rede Técnica Cooperativa (RTC).
À frente dessa engrenagem está Caio Vianna, engenheiro agrônomo, produtor rural, presidente da CCGL e da Cotrijuc, e referência em gestão cooperativa e agroindustrial no Brasil. Vianna tem conduzido a central em uma trajetória de modernização, crescimento sustentável e posicionamento estratégico dentro e fora do País. Ele é também um dos principais articuladores da 3ª Jornada Técnica da RTC, que acontece de 28 a 30 de maio, em Gramado (RS), e traz como tema "O futuro do agro já chegou. Vamos juntos?". O evento reunirá nomes como o Prêmio Nobel da Paz Rattan Lal e o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, para discutir inovação, sustentabilidade e produtividade com foco na força transformadora do cooperativismo.
Empresas & Negócios - Quantos cooperados fazem parte atualmente da CCGL e em quantos municípios a cooperativa está presente?
Caio Vianna - A CCGL completa meio século de história em 2026. São 25 cooperativas singulares associadas e mais de 170 mil produtores integrados, distribuídos em praticamente todas as regiões produtoras do Rio Grande do Sul. Nossa base é ampla e diversificada, o que fortalece o modelo de intercooperação. Ao longo das últimas décadas, a CCGL ampliou sua atuação, passando da industrialização de leite para a operação portuária — com os terminais Termasa e Tergrasa — e o desenvolvimento tecnológico por meio da RTC, com sede em Cruz Alta (RS). Essa estrutura permite atender de forma descentralizada e eficaz as demandas dos produtores em campo, conectando pesquisa, assistência técnica e gestão.
E&N - Qual foi o faturamento da cooperativa em 2024 e quais são as projeções para 2025?
Vianna - Alcançamos, em 2024, o maior faturamento da nossa história: uma receita bruta superior a R$ 2 bilhões. Esse resultado expressivo reflete uma gestão profissional, com foco em excelência e compromisso com o cooperado. Tivemos também recorde na distribuição de dividendos: foram R$ 14,4 milhões em 2024, referentes ao exercício anterior, e agora, em 2025, esse valor dobrou, chegando a R$ 28 milhões. Isso representa mais que números — é o retorno direto para quem está na base, incentivando novos investimentos e reforçando o vínculo entre a produção e a cooperativa. Nossa expectativa para 2025 é manter esse crescimento sustentável, com base na eficiência operacional e no fortalecimento das cadeias produtivas.
E&N - A CCGL tem planos de expansão? Há novos investimentos em infraestrutura, tecnologia ou ampliação da base de cooperados?
Vianna - Sim, e com intensidade. Entendemos que para seguir competitivo é preciso inovar continuamente. Um dos projetos mais relevantes é o SmartCoop, plataforma desenvolvida pela FecoAgro/RS, que revoluciona o acompanhamento técnico das lavouras. Ela reúne dados agronômicos, clima, manejo e gestão em tempo real, integrando cooperativas, técnicos e produtores. No campo da infraestrutura, estamos investindo R$ 550 milhões na reconstrução do terminal Termasa, no Porto de Rio Grande, que sofreu grandes danos nas enchentes de 2024. A planta de leite em Cruz Alta, com capacidade para processar 3,4 milhões de litros por dia, é uma das mais modernas da América Latina e ainda tem margem para crescimento. Também estamos expandindo nossa presença internacional, com exportações para América Latina, África e Ásia — e a China entrou recentemente nesse mapa.
E&N - A CCGL vem promovendo um projeto para reforçar o sentimento de pertencimento dos cooperados. Como essa estratégia tem impactado o engajamento e os resultados da cooperativa?
Vianna - Em abril de 2025, lançamos o projeto "Aqui, o produtor é dono", uma websérie que apresenta histórias reais dos nossos cooperados. A proposta é valorizar quem faz o dia a dia da cooperativa, mostrar que, de fato, são os produtores que movem essa engrenagem. O engajamento nas redes tem sido muito positivo, mas, mais do que visibilidade, isso fortalece a identidade e o pertencimento. O produtor que se sente dono participa mais, compartilha decisões e investe com mais segurança. Essa relação de confiança e transparência é a base do nosso modelo de gestão.
E&N - Como a CCGL avalia o atual cenário do cooperativismo agropecuário no Rio Grande do Sul e no Brasil?
Vianna - O Rio Grande do Sul é o berço do cooperativismo brasileiro e isso nos dá uma responsabilidade histórica. Apesar dos desafios recentes, especialmente climáticos, o modelo cooperativista tem mostrado resiliência e capacidade de adaptação. A CCGL é um exemplo disso: nos reinventamos, incorporamos tecnologia, aumentamos a eficiência e continuamos entregando valor ao produtor. O cooperativismo é, antes de tudo, um modelo de desenvolvimento coletivo. E isso tem muito valor num cenário que exige sustentabilidade, inclusão e inovação.
E&N - Na prática, o que muda para um produtor ao se tornar um cooperado? Quais são os principais benefícios?
Vianna - A principal mudança é sair do isolamento. O cooperado tem acesso a assistência técnica, tecnologia de ponta, crédito, comercialização estruturada e, sobretudo, à força do coletivo. No caso do leite, isso é ainda mais visível: os preços pagos são justos e transparentes, baseados em parâmetros técnicos e de mercado. E o resultado da operação retorna para ele, como sócio. Além disso, ele participa das decisões. Isso dá previsibilidade, reduz riscos e cria um ambiente mais saudável para investir e crescer.
E&N - O modelo cooperativo segue sendo competitivo frente a outros modelos de negócio no agro?
Vianna - Sem dúvida. Hoje, as cooperativas são administradas com o mesmo nível de profissionalismo das grandes empresas privadas, mas com uma grande diferença: o foco está no associado. A governança é sólida, os resultados são compartilhados e a visão de longo prazo é parte da cultura. Além disso, o modelo tem como base a educação, a inovação e o desenvolvimento local. Isso torna o cooperativismo não só competitivo, mas estratégico para o futuro do agro.
E&N - A Jornada Técnica da RTC deveria ter ocorrido em 2023, mas foi adiada pela enchente. Como a CCGL lidou com os impactos daquele evento?
Vianna - Foi uma decisão difícil, mas necessária. A Jornada já estava com as inscrições quase esgotadas quando o Estado foi duramente atingido pelas enchentes. Cancelamos imediatamente, em solidariedade aos produtores e comunidades afetadas. Assumimos o compromisso de atuar na linha de frente do apoio humanitário, com doações de leite em pó, água potável, mantimentos e logística para atender as regiões isoladas. E mesmo em áreas com acesso comprometido, mantivemos a coleta de leite — porque o compromisso com o produtor é diário. Essa resposta rápida só foi possível porque temos uma base cooperativa forte e organizada.
E&N - O evento traz nomes de peso como o Prêmio Nobel da Paz Rattan Lal e o ex-ministro Roberto Rodrigues. O que a CCGL busca ao trazer esse tipo de debate ao setor agropecuário?
Vianna - A Jornada Técnica da RTC é muito mais que um encontro técnico. É um espaço de provocação e construção de futuro. Trazer nomes como Rattan Lal, referência mundial em solos e sustentabilidade, e Roberto Rodrigues, um ícone do agro brasileiro, mostra que queremos pensar o agro além da porteira. Nossa intenção é conectar os produtores com as grandes tendências globais — agricultura regenerativa, inovação digital, segurança alimentar. O cooperativismo tem um papel-chave nisso. É com conhecimento, cooperação e visão de longo prazo que vamos garantir um futuro sustentável para o campo e para a sociedade. (Jornal do Comércio)
Santa Clara cresce com a diversificação de negócios
Uma forma de queijo de 15 quilos e uma manteiga de dois quilos foram o resultado do processamento de 152,8 litros de leite recebidos de 32 produtores no primeiro dia de funcionamento, em 1912, da atual Cooperativa Santa Clara, com sede em Carlos Barbosa. Dentre os 32 fundadores, 18 tinham sobrenomes italianos. Um ano antes, 17 agricultores haviam criado a Latteria Santa Chiara para onde destinavam as sobras de leite da produção própria. "Este grupo proveniente da Itália já conhecia o cooperativismo e a importância do trabalho integrado. Isto foi essencial para o êxito do negócio", destaca Alexandre Guerra, diretor administrativo e financeiro.
Denominada inicialmente como Cooperativa de Laticínios União Colonial, a Santa Clara, que ganhou este nome em 1977, tem 4,8 mil famílias associadas. Nas três plantas industriais a capacidade de processamento anual é de 25 milhões de litros de leite, coletados em 153 municípios gaúchos. A operação, com unidades em Carlos Barbosa, Casca e Getúlio Vargas, responde por 53% do faturamento. Ainda tem dois frigoríficos de suínos, cozinha industrial, 30 unidades varejistas, dentre supermercados e lojas agropecuárias, duas fábricas de rações e sete centrais de distribuição em vários estados. No total, são 73 unidades de negócios e 2.679 funcionários.
Foto: Cooperativa Santa Clara/Divulgação/JC
A partir de 1975, na busca pela diversificação e ampliação de áreas de atuação, a Santa Clara iniciou um processo de incorporação de outras cooperativas. As primeiras, com foco em leite e trigo, eram de Carlos Barbosa. As seguintes estavam localizadas em Veranópolis, Cotiporã, Paraí, Casca e São Vendelino.
O mais recente movimento envolveu a compra de frigorífico em Vila Lângaro, com capacidade para o abate de 600 suínos por dia. Com a aquisição, a Santa Clara amplia a presença no setor, somando dois frigoríficos e sete suinoculturas: uma em Carlos Barbosa, uma no Alto Jacuí e cinco no Alto Uruguai. De acordo com Guerra, a cooperativa tem como regra em seu planejamento estratégico investir em torno de R$ 30 milhões anuais, sendo dois terços próprios, em melhorias de processos produtivos, varejo, ampliação, modernização e desenvolvimento de novos produtos.
A região Sul e os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso são os principais mercados consumidores dos produtos da Santa Clara, que têm no varejo, compreendendo supermercados, padarias e outros, o principal canal de venda. Hotéis, restaurantes e lojas especializadas também são abastecidos. No total, são mais de 22 mil clientes ativos.
O portfólio tem mais de quase 400 produtos entre laticínios, frigorífico, doces e sucos, dos quais em torno de 50 tipos de queijos. Guerra recorda que, em 1909, o imigrante e associado Fausto Breda voltou à Itália para aprender a fazer queijo. De lá trouxe a receita para um queijo colonial, ainda parte do portfólio atual.
Guerra salienta que a Santa Clara é a mais antiga cooperativa do segmento lácteo em atividades no Brasil e a segunda maior em captação de leite no estado. Como ações pioneiras no setor e no mercado cita a técnica de adoção da inseminação artificial, pagamento do leite pela qualidade e não só pelo volume, certificação ISO 9000, elaboração do primeiro queijo com microrganismos probióticos e o uso de ordenha automatizada por um associado seu.
A cooperativa tem trabalhado a responsabilidade social por meio do projeto social Plantando o Bem, com palestras, peças teatrais, encontros e concursos em escolas sobre ecologia, sustentabilidade e alimentação saudável, além de colaborar com o Banco de Alimentos de Porto Alegre. Em termos ambientais tem como meta reduzir em 30% a emissão dos gases estufa até 2030, além de investir em energia fotovoltaica. Uniformes de trabalhadores recolhidos após determinado tempo de uso são transformados em cobertores e doados a entidades assistenciais. (Jornal do Comércio)
Milk Pro Future
Uma viagem imersiva ao futuro do leite, com inovação, sustentabilidade e propósito.. Tudo isso presente em cada estação dessa jornada transformadora que foi o Milk Pro Summit
Nos dias 15 e 16 de maio eu e pouco mais de 400 jovens — de todas as idades — deixamos o presente para viver uma experiência inédita: fomos visitar o futuro. Ou melhor, alguns futuros prováveis.
Laura Gastaldi, Torsten Hemme, Valter Galan e Rafael Junqueira nos receberam na primeira estação do futuro. Disseram que o mundo do leite brasileiro mudou. Lá no futuro, há menos empresas, menos produtores, mas mais produção. Isso aconteceu por meio de duas palavrinhas: eficiência e produtividade. A produção por hectare, por mão de obra e por vaca aumentou. E, mais que isso, nos tornamos mais competitivos também pela forma como enfrentamos os desafios ambientais, sociais e de governança.
Mas como chegamos a esse novo patamar? As respostas estavam nos futuros prováveis que visitaríamos em cada estação da viagem...
Na estação seguinte, conhecemos a vaca do futuro. Francisco Rodriguez nos apresentou a vaca tropical: uma versão geneticamente evoluída, com menor impacto ambiental. Rogério Carvalho Souza mostrou como intervir no segundo cérebro da vaca, o rúmen, para reduzir seu impacto e aumentar sua produtividade. E também como os sensores ajudarão cada vez mais a entender o comportamento e as reações desse ser complexo e inteligente que tanto amamos.
Nosso querido brasileiro que vive na Argentina, Cristian Chiavassa, nos ensinou a conversar com o ChatGPT e outras IAs, para que elas nos respondam realmente o que queremos saber. E colocou em xeque a forma atual de aprender. Precisamos saber um pouco sobre tudo, como hoje? Ou devemos descobrir o necessário conforme a necessidade de conhecimento surge?
Na estação seguinte, paramos para conhecer a fazenda do futuro. Marcos Epp demonstrou que buscar eficiência e produtividade dá retorno — com resultados que até a turma da Faria Lima precisa conhecer. José Garcia Pretto nos mostrou que a ordenhadeira do futuro pensa, sente e interage com a vaca, com o leite e com o produtor.
Maria Antonieta Guazelli e Ad van Velde — híbridos de produtores e líderes setoriais do futuro — mostraram que tudo o que vimos sobre a vaca e a fazenda do futuro era verdade. Mas era apenas a materialização do que já havia acontecido fora da porteira. O produtor do futuro cuida de seu negócio, mas também interage com outros produtores, participa da formulação de políticas públicas, da criação de leis e das regras do mercado. Ele se organiza institucionalmente. Afinal, o leite do futuro continua sendo um assunto de Estado. E, para atuar, é preciso cooperação. No futuro, uma andorinha ainda não faz verão... Lembrei-me desse ditado antigo — e ainda tão atual.
Na estação seguinte Diana Jank encontrou um jeito de tornar fácil o difícil. Fez como nossas mães e avós: contou historinhas simples, encantadoras, e nos guiou por diversos lugares do mundo do futuro, com paisagens lindas, vacas e pessoas felizes. Tudo natural, embalado em marcas.
Sim, as marcas do futuro não são mais produtos a serem comprados. São entidades com identidade! Cada uma tem sua trajetória, personalidade e propósito. Não são apenas consumidas — criam vínculos emocionais. Afinal, como já cantavam os Titãs há quarenta anos: "A gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte... a gente quer a vida!"
Depois, nos levaram a uma sala de cinema. Opa! A viagem no tempo incluiu um momento de diversão?
Visitamos um mundo sem vacas. Um mundo imaginário, não natural. Um mundo impossível. Afinal, Noé, em sua sabedoria, colocou vacas na Arca diante do dilúvio iminente.
Como Diana, o filme também contou historinhas — muitas! Com visões diferentes sobre esse ser mais parecido conosco do que imaginamos. Um ser sociável, que elege líderes, que é sensível e tem humor, que se comunica, reage ao que vive, sente amor e ódio, busca prazer e... pensa! Um ser que leva nove meses para se formar no ventre da mãe. Um ser complexo, que produz um alimento também complexo: o leite — sinônimo de vida.
O filme mostrou o valor da vaca para a vida humana, inclusive entre tribos primitivas que vivem hoje como há quatro mil anos. Visitamos o passado remoto e o presente, em diferentes regiões do mundo, compreendendo o que é esse ser em cada tempo e lugar. Também conhecemos a legítima visão vegana — sem filtros ou rancores. Jovens que cresceram com fraldas descartáveis, não recicláveis, mas são honestos e verdadeiros no que acreditam, baseando-se nas histórias que ouvem.
O filme também trouxe ciência. E aprendemos a fazer contas. Vaca é mesmo um animal de baixa conversão alimentar? Descobri que não. Saí convencido: o mundo precisa mais de vacas do que de humanos. Melhor, então, que estejamos juntos.
Fora da sala, além da Diana, estavam Michelle Michael e Brandon Whitworth — os produtores do filme. Uma raridade ouvir os criadores falando sobre a criatura. Fizeram um filme para quem não conhece vacas. Afinal, elas não estão em zoológicos nem safáris... O mundo urbano não sabe o que é uma vaca. E lá também estava Bruno Girão, talvez o executivo do setor lácteo que mais busca novas experiências em outros mundos terrenos.
Lembro bem quando, em 2016, no Interleite, lançamos o Ideas For Milk. Um silêncio geral. Senti que não me comuniquei bem. Ninguém entendeu. Eis que Bruno, da plateia, pede um microfone indisponível para dizer o quanto aquilo era importante. Foi o primeiro a entender o que viria com o Ideas For Milk. E ontem, contou como os veganos tentaram impedir a participação do IFC como sócio. Sem mágoas, sem rancores. Com reflexão.
Na estação seguinte, vimos soluções possíveis para as dores atuais. A primeira, da gestão, foi tratada por Alexandre Pedroso: como transformar a infinidade de dados gerados pelas fazendas em valor para a tomada de decisão? A segunda, sobre o mercado de carbono, foi abordada por Martha Baker e Laurent Micol: como alcançar o leite net zero e gerar receita com serviços ambientais?
A terceira dor: a desorganização das relações na frágil cadeia produtiva, foi tratada por Marcelo Carvalho. E a quarta: o capital escasso e caro — problema crescente numa atividade cada vez mais intensiva — foi debatida por Jacques Gontijo e Henrique Americano. Para mostrar que todas essas dores têm remédio, veio Diogo Vriesman, produtor do futuro, contar sua história vivida com a simplicidade dos sábios.
Durante a viagem no tempo, tivemos duas companhias inspiradoras. Uma foi Tamara Klink — que eu não conhecia, mas da qual virei fã instantâneo. Quero saber tudo o que pensa e faz. Eu, que me achava especialista em estratégia, agora a sigo. A outra foi Miguel Cavalcanti, que falou de gente, gente, gente. Conheci um novo Miguel. Em tempos de economia circular, encontrei um Miguel reciclado, regenerado — um Miguel do futuro. Quero me regenerar também, Miguel! Quero estar com você no futuro!
Ao longo dos meus quase 63 anos, vivi apenas três experiências que me fizeram não querer voltar para casa: Bonito (MS), Barcelona e... a viagem futurista do Milk Pro Summit. Saí de lá impactado. Queria escrever uma crônica. Não consegui — ficou um diário de bordo. Sem contar as conversas nos intervalos com os passageiros. Cada uma, uma aula. Falei pouco para aprender muito. E ainda não sei bem o que aprendi.
Mas ficou na mente a frase arrebatadora da jovem-madura Diana: “Se pensarmos apenas em mercado de nicho, orgânico, regenerativo e com alto valor agregado, a gente não alimenta o mundo. Mas, se pensarmos apenas em eficiência, não alimentamos a alma.”
Parabéns, Marcelo, pela coragem de ser disruptivo. Parabéns a esse time jovem e competente do MilkPoint. Parabéns às empresas que apostaram nesse projeto único: Alltech, De Laval, MSD, Alvoar, Italac, Lactalis, Piracanjuba, Porto Alegre e Verde Campo. Parabéns à Frísia, à Abraleite, ao Sindilat/RS e ao Sindileite/SP.
Agora que conhecemos os futuros prováveis, cada viajante está comprometido em ajudar a construí-los, com as lições que trouxe da viagem. O tempo dirá se seremos bem-sucedidos. (Paulo do Carmo Martins para Milkpoint)
Jogo Rápido
FENASUL EXPOLEITE: Evento atraiu 150 mil visitantes
A edição 2025 da Fenasul Expoleite foi encerrada ontem, em Esteio, sob o brilho dos campeões da pista do Parque de Exposições Assis Brasil, mas também com dificuldades enfrentadas pelos produtores rurais. A mais recente está relacionada à confirmação de foco de gripe aviária em uma granja comercial em Montenegro. A ocorrência da patologia acarretou a retirada antecipada, por medida de segurança sanitária, das aves ornamentais que participavam do evento. A ausência, entretanto, não reduziu o entusiasmo dos visitantes com a feira de outono, que atraiu, de acordo com os organizadores, 150 mil visitantes nos cinco dias de realização. Representando o governo do Estado, o secretário adjunto da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, Márcio Madalena, afirmou que a Fenasul Expoleite se consolida como o grande evento agropecuário do primeiro semestre no Rio Grande do Sul. (Correio do Povo)