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16/05/2025

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 16 de maio de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.393


Sindilat/RS transforma produção do concurso leiteiro em gesto solidário

O tradicional banho de leite, além de celebrar os vencedores do Concurso Leiteiro na Fenasul Expoleite 2025, também foi marcado por um gesto de solidariedade. O Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS) destinou 1.020 litros de leite — volume equivalente à produção registrada durante o concurso — para a Prefeitura Municipal de Esteio, que fará a distribuição entre entidades de assistência social do município.

“Com este gesto, reafirmamos o compromisso da indústria láctea gaúcha com a retomada da produção neste período desafiador, reforçando nossa responsabilidade social e o papel do setor na reconstrução da economia local”, destacou o presidente do Sindilat/RS, Guilherme Portella. O dirigente participou da cerimônia ao lado dos produtores premiados, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS).

Foto: Isabele Klein
Texto: Jardine Comunicação


Milk Pro Summit: o futuro da pecuária leiteira 

Mais de 430 pessoas — entre os maiores produtores do país, líderes do agro e especialistas internacionais — estiveram reunidas nos dias 15 e 16 de maio no Resort Bourbon, em Atibaia (SP), para a primeira edição do Milk Pro Summit.

No primeiro dia, logo pela manhã, o evento deixou claro por que já é considerado o novo centro da inovação e eficiência leiteira. O Painel 1 reuniu gigantes do setor para discutir as tendências que estão moldando o mercado global: Torsten Hemme, referência mundial em lácteos, Alejandro Galetto, especialista em economia agrária, Laura Gastaldi, com longa trajetória no INTA argentino, Valter Galan, diretor da MilkPoint Ventures, e Rafael Junqueira, diretor da Lactalis Brasil & Uruguai, trouxeram dados estratégicos sobre as principais transformações da cadeia láctea

A manhã ainda contou com uma participação virtual de Tamara Klink — navegadora, escritora e Forbes Under 30 — que falou sobre coragem, propósito e reinvenção diante de desafios.

Durante os intervalos e nos momentos de interação ainda aconteceram conexões estratégicas, troca de experiências e insights valiosos entre os principais nomes do setor
À tarde, os Painéis 2 e 3 assumem o palco, com foco na inovação, digitalização e inteligência artificial aplicada à produção leiteira e na visão afiada de três produtores globais que transformaram gestão, estratégia e mentalidade em resultados de alto impacto.

O Milk Pro Summit já se firma como um dos principais fóruns estratégicos do leite no Brasil, onde tecnologia, inovação, gestão e liderança se encontram com as experiências reais de quem está na linha de frente da produção em um ambiente de networking intenso. (Milkpoint editado pelo Sindilat)

EMATER/RS: Informativo Conjuntural 1867 de 15 de maio de 2025

BOVINOCULTURA DE LEITE

As chuvas do período devem melhorar significativamente a produção de leite, considerando a evolução no desenvolvimento das pastagens de aveia e azevém já estabelecidas em razão do restabelecimento da umidade no solo e da possibilidade de aplicação de fertilizantes. Além disso, há expectativa de retomada da semeadura das pastagens de inverno, que estavam atrasadas devido à estiagem.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, a reserva de silagem dos produtores que investiram mais em volumoso foi severamente comprometida pela escassez de chuvas no primeiro trimestre do ano, gerando maior dependência de suplementação com ração. 

Na de Caxias do Sul, a condição corporal dos bovinos leiteiros se manteve satisfatória, sem restrições alimentares significativas durante o período. 

Na de Frederico Westphalen, o retorno das chuvas e as temperaturas mais amenas estimularam o rebrote e o desenvolvimento das forrageiras, além de proporcionar melhor conforto térmico aos animais. 

Na de Ijuí, a produção de leite se mantém estável, e já há sinais de aumento no volume ordenhado. A sanidade dos rebanhos é considerada adequada. Há baixa incidência de carrapatos. 

Na de Passo Fundo, a produção leiteira está estável, assim como o escore corporal dos animais.

Na de Porto Alegre, segue o controle de carrapatos. Continuam as infestações de bernes e moscas. Os agricultores estão em fase de realização da declaração anual do rebanho aos órgãos oficiais. 

Na de Santa Maria, o tempo mais ameno tem beneficiado o conforto térmico dos animais. Entretanto, há pouca disponibilidade de pastagem em decorrência da escassez de chuvas durante o outono, mas essa situação começa a se reverter com as precipitações mais intensas do período. 

Já na de Santa Rosa, observa-se uma tendência de aumento na produção de leite em relação à semana anterior. As condições climáticas elevaram o conforto dos animais, incentivando o consumo de alimentos conservados e resultando em maior produção diária nas propriedades. 

Por fim, na de Soledade, os rebanhos leiteiros continuam sendo alimentados com ração e alto volume de silagem, além de outros volumosos, buscando garantir uma dieta equilibrada para a manutenção da produtividade. (Emater adaptado pelo Sindilat)

 

Jogo Rápido
Impacto do pasto na qualidade do leite em tempos de seca
Uma pesquisa publicada na edição de maio de 2025 do Journal of Dairy Science revela os impactos da crise climática na produção de leite e queijo, e aponta estratégias eficazes para reduzir esses efeitos. O estudo, liderado por Matthieu Bouchon e desenvolvido por pesquisadores do INRAE, da Universidade Clermont Auvergne, da AgroParisTech e da Universidade Claude Bernard Lyon 1, analisou como a escassez de pastagem durante as secas de verão — cada vez mais frequentes — afeta o desempenho dos animais e a qualidade dos produtos lácteos. O experimento foi realizado na região do Maciço Central, na França, uma área semi-montanhosa frequentemente afetada por estiagens. Ao longo de 19 semanas, os pesquisadores acompanharam 40 vacas leiteiras das raças Prim’Holstein e Montbéliarde, divididas em quatro grupos com dietas distintas: dois com alimentação baseada principalmente em pasto e dois com silagem de milho, sendo que metade de cada sistema passou por uma simulação de escassez de forragem, como ocorre em períodos de seca severa. Os resultados mostram que reduzir parcialmente o pasto no sistema tradicional de pastagens não compromete a produção de leite, melhora a eficiência alimentar e reduz a emissão de metano por litro de leite. Além disso, o leite e o queijo produzidos nesse sistema apresentaram melhor qualidade sensorial: queijos mais amarelos, macios e com sabor mais pronunciado — características valorizadas pelo consumidor. Já a retirada completa do pasto no sistema baseado em milho manteve a produção de leite, mas reduziu a eficiência alimentar e piorou a qualidade do queijo, que ficou mais pálido, menos saboroso e com menor presença de microrganismos benéficos. Os autores concluem que, frente à intensificação das mudanças climáticas, é essencial adotar estratégias de adaptação nos sistemas de produção leiteira. Manter o acesso ao pasto, mesmo que parcial, mostrou-se crucial para preservar a qualidade do leite e do queijo, além de contribuir para um sistema mais eficiente e ambientalmente sustentável. Complementar a alimentação de vacas com forragens conservadas, sem abandonar totalmente o pasto, pode ser a chave para enfrentar os desafios climáticos que já impactam o campo. As informações são do Journal of Dairy Science, traduzidas pela equipe MilkPoint


 
 
 

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