Porto Alegre, 14 de maio de 2025 Ano 19 - N° 4.391
Dados preliminares do IBGE indicam crescimento da captação de leite no primeiro trimestre
Captação formal de leite no Brasil tem alta de 4,3% na média diária frente a 2024, segundo dados preliminares do IBGE. Confira!
Segundo dados preliminares da Pesquisa Trimestral do Leite do IBGE, a captação formal de leite no Brasil totalizou 6,48 bilhões de litros no primeiro trimestre de 2025. O volume representa um crescimento de 4,3% na captação média diária em relação ao mesmo período de 2024.
Vale destacar que 2024 foi ano bissexto, o que significa que fevereiro teve um dia a mais. Com isso, ao considerarmos o volume total captado, o aumento em relação ao primeiro trimestre de 2024 foi de 3,1%.
Esse é o maior volume registrado para um primeiro trimestre nos últimos quatro anos. Na série histórica iniciada em 1997, o total captado no 1º trimestre de 2025 ficou abaixo apenas do registrado no mesmo período de 2021.
Desempenho mensal
Tabela 1. Captação total mensal de leite no Brasil (Prévia)
Tabela 2. Captação média diária de leite no Brasil (Prévia)
Fonte: IBGE - elaborado pelo MilkPoint Mercado
A continuidade do crescimento na captação de leite reflete uma conjuntura mais favorável para o produtor brasileiro, com melhora significativa da rentabilidade nos últimos trimestres. O indicador Receita Menos Custo da Alimentação (RMCA), por exemplo, alcançou seus maiores patamares no segundo semestre de 2024 e, até o momento, segue acima da média histórica.
Gráfico 2. Receita Menos Custo da Alimentação (RMCA)
Dados deflacionados pelo IGP-DI
Fonte: MilkPoint Mercado, a partir de dados do CEPEA e da SEAB/PR
Com a rentabilidade ainda em níveis positivos no início de 2025, a expectativa é que a produção brasileira de leite permaneça em trajetória de crescimento em relação a 2024.
(Observação: os dados apresentados referem-se à prévia divulgada pelo IBGE. A publicação definitiva, prevista para o próximo mês, poderá sofrer revisões.)
MILKPOINT
Embrapa lança curso online e gratuito "Produção de Leite de Qualidade na Agricultura Familiar"
Essa capacitação tem como objetivo capacitar técnicos de extensão rural e assistência técnica para oferecerem um atendimento mais eficiente e eficaz aos produtores familiares de leite. Com isso, os produtores poderão adotar tecnologias específicas às suas realidades locais, promovendo o aumento da produtividade agropecuária, a proteção ambiental, a melhoria das condições de trabalho e aumento da renda obtida pela sua propriedade.
Essa capacitação é resultado de uma parceria entre a Embrapa e o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA).
Atenção: Você terá acesso ao curso por 60 dias a partir da data de inscrição.
Mais informações: cnpgl.ead@embrapa.br
● Reconhecer a importância econômica e social da atividade leiteira, bem como iniciar essa atividade e identificar os principais fatores que interferem na produção de leite
● Identificar o diagnóstico e planejamento da propriedade leiteira e identificar os registros importantes para o gerenciamento técnico e econômico e identificar o mercado e venda do leite
● Definir a seleção de raças leiteiras, cruzamentos adequados ao Semiárido, critérios na compra de animais, melhoramento genético e escolha de touros para acasalamento
● Escolher as forrageiras para pastejo e corte, preparo do solo, controle de plantas daninhas, plantio e manejo de pastagens, além de silagem de milho, sorgo e BRS Capiaçu
● Preparar o alimento concentrado, incluir opções de volumosos e concentrados para o Semiárido, considerando a qualidade e quantidade de água.
● Ajustar a dieta dos animais por categoria, e saber usar concentrados prontos e/ou misturados na propriedade, bem como utilizar milho reidratado
● Identificar as principais doenças, saber como prevenir, identificar e controlá-las. Usar sempre um calendário de vacinação, bem como colher carrapato para teste de sensibilidade no seu controle e controlar as doenças parasitárias
● Aplicar as técnicas de reprodução, seja monta natural, inseminação artificial, além de métodos como IATF, transferência de embriões (TE) e fertilização in vitro (FIV), de acordo com a condição corporal do animal, para ajudar no manejo reprodutivo ficando atentos às principais doenças da reprodução
● Usar as diversas práticas, que podem auxiliar no manejo geral da propriedade leiteira
● Identificar na produção de leite os principais pontos que levam ao aumento de renda na propriedade familiar
Para ser considerado concluinte e emitir um certificado, é preciso obter 60% dos pontos no conjunto de atividades obrigatórias preencher a avaliação de satisfação e enquete inicial.
● Encerramento
Investimento: Gratuito
Carga Horária: 30Horas
Público-alvo: Agentes e técnicos da Assistência Técnicos Extensão Rural que trabalham na agricultura familiar.
Tipo de capacitação: Com tutoria
Período de inscrição: Oferta contínua
Período de realização: 60 dias a contar da data de inscrição.
Unidade Gestora: Embrapa Gado de Leite
Unidades Parceiras: Embrapa Semiárido
Grupo Piracanjuba anuncia 1ª fábrica no Nordeste, com aquisição da Natulact
Unidade está localizada em Sergipe e tem foco na produção de queijos e derivados
Goiânia, 14 de maio de 2025 - O Grupo Piracanjuba anuncia a aquisição da Santa Barbara Indústria e Comércio de Bens e Laticínios Ltda (Natulact), indústria de queijos e derivados, com mais de 30 anos de fundação, situada no município de Nossa Senhora da Glória, no Estado de Sergipe. Com a transação, a companhia goiana terá sua primeira unidade fabril na Região Nordeste, ampliando para oito o número de indústrias hoje em operação. As outras sete estão localizadas no Centro-Oeste, Sul e Sudeste do país.
A aquisição da Natulact foi motivada pelo interesse do Grupo em ampliar sua cobertura de atuação nacional. Pesaram na decisão fatores como a sinergia entre as empresas e a posição geográfica estratégica da indústria, que está localizada em uma das maiores bacias leiteiras do Nordeste.
“Será a primeira fábrica do Grupo Piracanjuba no Nordeste, reforçando a expansão da companhia na região, pois nos tornaremos mais competitivos”, destaca o presidente do Grupo Piracanjuba, Luiz Claudio Lorenzo.
A Natulact está instalada a cerca de 115 quilômetros da capital Aracaju, em um município com pouco mais de 41,2 mil habitantes, segundo Censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No portfólio da marca estão queijos dos tipos muçarela, coalho, prato, minas frescal, além de manteiga, requeijão e soro de leite em pó.
O foco inicial do Grupo será a manutenção da linha de queijos existentes, mantendo os demais itens. “Para o futuro, a expectativa é ampliar continuamente o portfólio e a capacidade produtiva da planta”, informa o presidente da companhia.
O contrato de aquisição da Natulact prevê a totalidade de controle da indústria para o Grupo Piracanjuba. “De imediato, a produção começa com a marca Natulact e, gradualmente, passará a ser aplicada a marca Piracanjuba”, explica Luiz Claudio.
A transação ainda irá passar pelas aprovações do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O objetivo é manter todos os empregos diretos gerados pela fábrica, hoje em torno de 260, a maioria em funções fabris, além dos fornecedores de leite, que serão visitados um a um.
Jogo Rápido
Argentina: exportações de lácteos caem e consumo interno segue fraco
A evolução das exportações de lácteos na Argentina mostra de forma clara que eliminar impostos sobre exportações não é suficiente para impulsionar as vendas externas de qualquer produto. De acordo com dados divulgados pelo OCLA (Observatório da Cadeia Láctea Argentina), em março houve uma queda de 16,% no volume exportado e de 17,% no faturamento, aprofundando a retração registrada no primeiro trimestre do ano: queda de 8,5% na quantidade embarcada e de 7,6% na receita em dólares.A queda nas exportações em março ocorreu mesmo com o preço médio de exportação, em pesos, sendo 25,7% maior que em março de 2024. No entanto, esse aumento ficou bem abaixo da inflação de custos no setor. No mesmo período, o IPC Lácteos (preço ao consumidor) subiu 43,3%, o IPIM Lácteos (preço ao produtor) aumentou 49,5% e o preço médio pago aos produtores (SIGLeA) teve alta de 36,6%. Isso mostra que o setor exportador foi o que menos conseguiu repassar aumentos — reflexo da forte desvalorização cambial em termos reais. Em 2024, o setor lácteo argentino se beneficiou de um valor do dólar que permitia competir no mercado global e obter lucro com exportações. Mas esse cenário começou a se perder a partir do meio do ano passado. Desde o final do governo de Alberto Fernández, o setor deixou de pagar retenciones (impostos sobre exportações) para colocar seus produtos no mercado mundial. Isso foi impulsionado por medidas que melhorava o câmbio para exportação. Depois veio a desvalorização do peso no início da gestão de Javier Milei, o que impulsionou temporariamente as exportações, que chegaram a representar 34% da oferta total de leite em fevereiro. No entanto, com o passar dos meses, a inflação superou com folga a desvalorização, e assim como ocorreu em outros setores agropecuários — como a carne bovina —, o setor lácteo perdeu competitividade no mercado internacional. O OCLA explicou que, até novembro de 2023, as exportações de lácteos representavam 20% da produção total da Argentina. Com o impulso cambial, esse índice subiu para 33,2% em janeiro de 2024 e alcançou 38,6% em fevereiro. No entanto, a partir de março começou a cair: 29,4% em março, 22,0% em maio, 19,7% em junho, 19% em agosto e novas quedas em dezembro. Entre janeiro e março de 2025, as exportações até se mantiveram em um patamar elevado comparado à média histórica, mas ficaram abaixo dos níveis registrados no mesmo período de 2024. A esses problemas se soma a dificuldade de vender no mercado interno. Apesar do discurso do governo argentino de que eliminou os “piores impostos”, a inflação continua alta e os salários seguem perdendo poder de compra. “De 70% a 80% da produção precisa ser colocada no mercado interno, mas o poder aquisitivo está bastante deteriorado pela inflação, o que gerou uma queda de mais de 19% no consumo doméstico total nos três primeiros meses de 2025 em relação ao mesmo período do ano anterior”, alertou o OCLA. As informações são do Bichos de Campo, traduzidas pela equipe MilkPoint