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06/04/2018

Porto Alegre, 06 de abril de 2018                                              Ano 12 - N° 2.709

 

    Multinacionais reforçam concorrência em leites especiais

A concorrência no mercado de leites especiais, que reúne produtos zero lactose ou com maior teor de proteínas, cresceu recentemente. Vivian Leite, diretora de marketing da Tetra Pak, disse que a categoria zero lactose triplicou de tamanho em volume de vendas entre 2015 e 2017. E passou de um concorrente para 20. O mercado de leite com mais proteínas passou de um (Verde Campo, da Coca-Cola) para três competidores (Itambé e Nestlé, com Molico), entre 2016 e 2017. "E a tendência é de expansão", disse Vivian.

A Nestlé, que já competia em leites especiais com as marcas Ninho, Nescau, Molico e Nestlé, lançou neste ano um creme de leite zero lactose. E desenvolve leites orgânicos, segundo Fabiana Fairbanks, diretora da unidade de bebidas da Nestlé. Em 2017, a companhia ampliou a oferta de produtos zero lactose e com mais proteínas. "Essas categorias têm um crescimento maior do que as linhas regulares", afirmou Fabiana.

Pedro Massa, diretor de novos negócios da Coca-Cola Brasil, disse que, neste ano, vai ampliar para todo o Brasil e a América Latina a distribuição de produtos lançados em 2017. As linhas criadas pela Verde Campo, controlada pela Coca-Cola, incluem o Shake Natural Whey (com proteína de soro de leite), um leite longa vida com a marca LacFree e uma linha de achocolatados com a marca Minilac.

De acordo a Euromonitor International, as vendas de leite zero lactose cresceram 14,5% em volume em 2017, para 101,2 milhões de litros. Para o período de 2017 a 2022, a consultoria prevê um crescimento médio anual de 5,5%. As vendas do leite enriquecido cresceram 1,9% em volume em 2017, para 50,6 milhões. Até 2022, a previsão é que cresça, em média, 2,4% ao ano. (As informações são do jornal Valor Econômico)
 
 
Processo de compra do brasileiro é cada vez mais interativo e inteligente

A Kantar Worldpanel, líder mundial em painéis de consumo, apresenta um novo estudo realizado para a Associação Brasileira de Supermercados e divulgado durante a 52ª Convenção ABRAS. O evento traz dados do setor supermercadista do País e aponta hábitos e tendências de consumo para este ano. 

De acordo com Christine Pereira, diretora comercial da empresa, as informações mostram como a vida cada vez mais conectada, com excesso de informações, e a busca por simplificação no dia a dia, bem como o bolso apertado, estão transformando a forma de comprar do consumidor brasileiro.

Pelo segundo ano consecutivo, os gastos das famílias superam a renda. Em 2017, metade dos lares brasileiros gastou acima da renda. O ano de 2015 foi o pior ponto para o consumo domiciliar de alimentos, bebidas, higiene pessoal e limpeza. Em 2016 e 2017, houve lenta recuperação, mas ainda insuficiente para retornar aos patamares de 2014.

Uma das mudanças estabelecidas é que o processo de comprar é cada vez menos linear, mais interativo e mais multimeio, já que o mundo conectado propicia uma enorme gama de pontos de contato do consumidor com aquilo que pretende adquirir: além das tradicionais visitas aos pontos de venda, o comprador trava contato com posts e fotos nas redes sociais, vídeos, compartilhamento de links, depoimentos e compras on-line, entre outras possibilidades virtuais.

Com essa multiplicidade de possibilidades a que têm acesso, os shoppers visitam mais canais de compra. Em 2017, eles compraram em sete canais diferentes – foram cinco em 2013 –, porém, o valor gasto em cada um deles é cada vez menor, inclusive nos canais que ganham clientes.

De acordo com o levantamento da Kantar Worldpanel, nesse cenário nacional de tênue recuperação econômica, os shoppers estão fazendo escolhas mais inteligentes, em busca de eficiência e economia. Então, têm valorizado as moedas “dinheiro” e “tempo”. Assim, embora haja uma frequência menor de ida dos shoppers aos pontos de venda, eles levam mais produtos a cada visita, incluindo itens de categorias práticas e simples: em 2017, o pão industrializado e a batata congelada foram parar em mais de 1 milhão de novos lares brasileiros. 

Para economizar, os brasileiros cada vez mais recorrem ao atacarejo (atacadistas que vendem produtos ao consumidor final), visando pagar mais barato, sobretudo em itens de limpeza, commodities e mercearia salgada. Em 2017, esse canal de compra aumentou a penetração em 1,3 ponto percentual, crescendo 12% no volume comercializado. Também houve grande aumento na procura por produtos em promoção e de embalagens de menor desembolso ou econômicas: o volume comprado de detergente em pó de dois quilos aumentou 33%, enquanto o da manteiga de 500 gramas subiu 28%.

O estudo da Kantar Worldpanel aponta também que houve maior procura pelas farmácias e supermercados de vizinhança, um indicador de que os consumidores têm preferido comprar em estabelecimentos perto de casa ou do trabalho, por comodidade e simplificação do dia a dia. (As informações são da Kantar Worldpanel)

Em 5 Estados, total de inativos supera quadro de servidores na ativa

Em alguns Estados brasileiros, o número de servidores inativos inscritos no Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) supera o de servidores ativos. Esse cenário pode se ampliar nos próximos anos, o que, além das implicações financeiras para os governos regionais, também impõe desafios administrativos, já que a situação fiscal complicada de muitos deles pode ser uma barreira à reposição ou renovação do quadro de servidores. Em 2016, dado consolidado mais recente, cinco Estados tinham mais servidores inativos que ativos no RPPS, de acordo com o mais recente Anuário Estatístico da Previdência Social. Segundo as Declarações de Informações Previdenciárias e Repasses (DIPR), repassadas pelos Estados à Secretaria da Previdência do Ministério da Fazenda esse número subiu para sete Estados em 2017. Os dados da DIPR ainda têm que ser harmonizados pela secretaria, mas são um indicativo de que o quadro se agrava. O anuário de 2016 informa que outros nove Estados têm quase tantos servidores inativos quanto ativos. Nas demais 13 unidades da federação, o cenário é mais tranquilo. A situação mais dramática é a do Rio Grande do Sul, onde o número de inativos ultrapassa em 74,5% o dos funcionários que estão na ativa. Em Minas Gerais, a proporção de inativos é 47% maior; no Rio de Janeiro, 17,5%; em Santa Catarina, 2,2%; na Paraíba, 0,1%. No Ceará, Pernambuco, Bahia, Alagoas, Piauí, Sergipe, Goiás, Espírito Santo e São Paulo, a relação entre ativos e inativos caminha para um empate. 

Os Estados com situação mais confortável são os ex-territórios federais (Amapá, Roraima), em que os inativos migraram para a União quando viraram Estados, e o Rio Grande do Norte. O crescimento do número de inativos e as regras de aposentadoria do RPPS, em alguns casos mais favoráveis que as do Regime Geral da Previdência Social (RGPS), geram um déficit crescente na previdência dos Estados, o que, para alguns deles, tornou-se um peso considerável. No Rio Grande do Sul, por exemplo, o déficit vem numa escala crescente há dez anos e em 2017 chegou a R$ 10,5 bilhões, o equivalente a 30% da receita corrente líquida (RCL) do Estado. Somado, o déficit dos Estados apurado pelas DIPRs chegou a R$ 79,6 bilhões em 2016, segundo o Boletim de Finanças dos Entes Subnacionais divulgado em dezembro de 2017 pelo Tesouro Nacional. Segundo o boletim, as despesas com pessoal ativo e inativo dos Estados subiram de 53% para 59,5% da receita corrente líquida entre 2010 e 2016. O teto para despesa total de pessoal estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) é de 60% da RCL. Nesse avanço do gasto com pessoal equivalente a 6,5 pontos da receita, os aposentados e pensionistas responderam por alta de 3,7 pontos, e os ativos por 2,8 pontos.

As despesas previdenciárias, que em 2010 eram inferiores aos investimentos, tornaram-se aproximadamente o dobro deles em 2016. Os gastos com previdência saíram de 10,6% para 14,3%, enquanto os investimentos caíram de 14,2% para 7,5% da RCL no período. As receitas mantiveram-se praticamente estáveis como proporção do PIB (de 9% para 9,2%). Os Estados também têm servidores no Regime Geral de Previdência Social (RGPS), mas neste caso o déficit é contabilizado na conta geral do regime. No Rio Grande do Sul, desde agosto de 2015 o número de servidores ativos no RPPS é menor do que o de inativos, segundo Luiz Antônio Bins, secretárioadjunto da Fazenda do Estado. Segundo ele, há carência de funcionários em várias áreas do serviço público, por causa do comprometimento da receita com os gastos de pessoal e dos limites da LRF. "Diante da situação financeira extrema, há muitas limitações em nomear novos servidores. É a realidade de um Estado que há muitos anos vem gastando mais do que arrecada e que já esgotou as fontes extraordinárias para cobrir seus déficits." Segundo o secretário-adjunto, há carências em áreas importantes, como segurança pública, e em atividades-meio. Ele cita o caso dos auditores-fiscais, equipe que hoje é metade do previsto em lei. "Esse é o momento de a sociedade discutir o Estado e a sua capacidade de prestar serviços, redefinindo prioridades", afirma. Para Bins, o grande desequilíbrio entre o número de servidores ativos e inativos no Rio Grande do Sul é resultado de uma "opção histórica". "O Estado optou no passado pela qualidade dos serviços públicos e se estruturou para tanto, porém sem adotar medidas necessárias para suprir, no futuro, os custos previdenciários e a manutenção dos serviços para a sociedade", diz o secretário. 

Segundo ele, o governo tem realizado concursos e nomeado servidores em áreas prioritárias, como a segurança pública, mas muitas vezes suprindo apenas vagas deixadas pela aposentadoria. As mudanças previdenciárias que estavam ao alcance do Estado já foram implementadas, afirma Bins. "Ainda em 2015, foi aprovada a adoção da aposentadoria complementar, que passou a vigorar em agosto de 2016. No ano passado, houve um aumento da alíquota de contribuição para 14%." Em Minas Gerais, os servidores têm sido repostos em áreas prioritárias como segurança e educação, segundo o secretário de Planejamento e Gestão, Helvécio Magalhães. Houve uma reforma administrativa em 2016, que, segundo ele, racionalizou processos, mas ainda não foi suficiente para resolver o problema. "Minas tem mais inativos que em outros Estados por causa de escolhas feitas no passado, como redução de carga horária, que demandou mais servidores, e ainda tem sob sua tutela os anos iniciais do ensino fundamental. Temos uma rede muito grande de escolas, muitos servidores", diz Magalhães. Segundo ele, a política do governo estadual tem sido a de não elevar o número de servidores e apenas repor o necessário, além de substituir contratos de trabalho precários. 

O sistema previdenciário mineiro teve déficit de R$ 16 bilhões em 2017 e a estimativa para este ano é de R$ 18 bilhões, de um orçamento total de R$ 92 bilhões, o mesmo do ano passado. "É quase o que se gasta em saúde e educação em Minas Gerais", afirma. Sem alterações no sistema, avalia Magalhães, num futuro próximo os municípios estarão na mesma situação. "É urgente discutir essa questão que, entre outras coisas, tem inviabilizado os investimentos públicos no país." Em Goiás, onde a relação entre ativos e inativos aproxima-se do empate, a alíquota de contribuição dos servidores subiu de 11% para 14,25% e a patronal aumentou para 28,5%. Joaquim Mesquita, secretário do Planejamento do Estado, diz que a iniciativa resolve apenas parte do problema. O déficit do RPPS goiano foi de R$ 2,27 bilhões em 2017, o dobro do de 2014, de R$ 1,08 bilhão.

O secretário dá um exemplo com base na folha de pagamento do Estado de fevereiro. O gasto previdenciário do mês foi de R$ 337 milhões. Deste total R$ 71 milhões foram cobertos pelas contribuições dos servidores e R$ 115 milhões pela contribuição patronal. Sobraram R$ 174 milhões de déficit, coberto pelo tesouro estadual. Mesquita também atribui a opções feita anos atrás o problema existente hoje. "Até 1996, não havia contribuição do servidor para a previdência. Quando passou a existir, era de 6%", diz. Hoje, a solução passa por mudanças estruturais, que passam pelo Congresso. "Os entes têm pouca margem para lidar com a questão", afirma Mesquita. Assim, como outros Estados, Goiás tem dado prioridade à contratação de servidores em áreas essenciais, como segurança pública e educação. "Estamos tentando otimizar as demais atividades.” (Valor Econômico)

 
 
 


Nova data do Fórum Itinerante do Leite será divulgada em breve 
O 6º Fórum Itinerante do Leite, previsto para ser realizado na Sociedade Educacional Três de Maio (Setrem), no município de Três de Maio (RS), terá data divulgada em breve pelo Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat). O evento deve reunir representantes da cadeia leiteira para debater os desafios da mão de obra no setor ainda neste primeiro semestre. Na ocasião, também serão realizados painéis e oficinas. "É sempre um evento que traz informações essenciais para construir o futuro do setor lácteo gaúcho", ressaltou o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini. O Fórum Itinerante conta com o apoio do Ministério da Agricultura (Mapa), Emater, Secretaria da Agricultura (Seapi), Prefeitura de Três de Maio, Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa), Setrem e Sistema Farsul. Também apoiam a iniciativa Senai, Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag), APL Leite da Fronteira Noroeste e Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs). (Assessoria de Imprensa Sindilat)

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