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08/03/2018

Porto Alegre, 08 de março de 2018                                              Ano 12 - N° 2.690

   Sindilat pede PEP do leite para ministro Blairo Maggi

Para enfrentar a crise que vem reduzindo o preço do leite no mercado interno, o Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat) pediu ao ministro da Agricultura, Blairo Maggi, a adoção de  Prêmio para Escoamento de Produto (PEP) para o leite em pó. A reivindicação foi entregue nesta quinta-feira (8/3) pelo vice-presidente do Sindilat, Caio Vianna, em mãos a Maggi, durante a Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque (RS). Segundo Vianna, a ferramenta permite ao governo retirar do mercado lotes expressivos de leite com investimento bem inferior a outras modalidades. Isso porque no PEP o governo subsidia apenas o frete da carga, o que a torna competitiva sem a necessidade de realizar a aquisição integral do produto.

O ofício do Sindilat solicita PEP para 50 mil toneladas com o prêmio de R$ 2 mil por tonelada. O objetivo é garantir que as empresas e cooperativas do Brasil consigam comercializar seus produtos em igualdade de condições e competitividade em relação a cargas vindas de outros países do Mercosul onde o custo de produção é menor. Com isso, espera-se assegurar preço e renda e atingir o valor de R$ 13,94 o quilo do leite em pó estabelecido pela resolução nº 80 de 13/11/2017 da Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 Crédito: Alexandre Farina

GT da Proteína Animal - Leite debate ações de valorização do setor na Expodireto

Ocorreu na tarde de quarta-feira (7/3), durante a Expodireto Cotrijal, em Não-me-toque, mais uma reunião do Grupo de Trabalho da Proteína Animal - Leite, na casa da Ocergs na feira. Participaram do encontro diversos representantes do setor, entre eles o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, e o secretário executivo da entidade, Darlan Palharini. Na ocasião, os presentes definiram que será feita uma força-tarefa para elaborar campanha que valorize a produção gaúcha de lácteos. 

Durante a conversa, Guerra sugeriu a criação de um projeto estadual que siga os mesmos moldes do programa Leite Saudável, do governo federal, que presta assistência técnica aos produtores para melhorar qualidade e produtividade. Por meio desta iniciativa local, será possível estimular a competitividade da produção e ampliar as exportações. "Precisamos de um projeto neste sentido para estimular o produtor e tirar a pressão do mercado", disse Guerra. Auditor-fiscal da superintendência do Ministério da Agricultura no Rio Grande do Sul (Mapa/RS), Roberto Schroeder gostou da ideia. "Somos parceiros na superintendência para fazer este contato lá em Brasília", afirmou. 

Como medida para fomentar o setor, Palharini sugeriu a instituição de um prêmio para empresas exportadoras. "As compras governamentais não podem parar. Mas precisamos conduzir, via deputados e senadores, a criação de um prêmio exportação entre os cinco ou seis estados brasileiros que são os principais produtores e têm condições de participar", disse.

Na reunião, também estavam presentes representantes da Fetag, Emater, Ocergs, Famurs, Embrapa e IGL, além de BRDE. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
Crédito: Bruna Karpinski 

Importações lácteas seguem abaixo de 2017

Os dados mais recentes da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) mostram que em fevereiro, o Brasil aumentou o volume de leite importado, internalizando 81,6 milhões de litros em equivalente leite, 24,5% mais leite do que em janeiro, mas ainda 38,8% menos do que em fevereiro de 2017 (observe o gráfico 1). 

Gráfico 1. Volume importado em equivalente leite e variação em relação ao mesmo mês do ano anterior. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados da AliceWeb. 
 

Mesmo com o aumento de quase 25% nas importações, os gastos totais aumentaram "apenas" 8,6%, ficando em US$ 33,2 milhões em fevereiro, contra US$ 30,6 milhões em janeiro, mostrando que o valor por litro importado sofreu uma considerável queda. Esta queda pode ser justificada pelo aumento na participação do leite em pó desnatado nas importações, um produto que ainda está bastante desvalorizado no mercado internacional.

Nos leites em pó, as importações foram incentivadas pela recuperação gradual da demanda final e pela queda de captação no campo. No desnatado, sua desvalorização internacional também ajudou, e 2,9 mil toneladas foram importadas, 82,1% a mais do que em janeiro. Mesmo assim, no acumulado de 2018 (jan-fev), as importações de leite em pó desnatado estão 37,5% abaixo em relação ao mesmo período de 2017. O leite em pó integral teve um aumento de 15% no seu volume importado em fevereiro, chegando em 3,4 mil toneladas. Contudo, no acumulado de 2018, o volume ainda segue 64% inferior ao mesmo período do ano passado.

As importações das gorduras lácteas (manteiga 82% de gordura + óleo butírico de manteiga) também foram relevantes, incentivadas pelos altos preços praticados no mercado interno e a escassez de matéria-prima no Brasil. Assim, 472 toneladas foram importadas em fevereiro, volume 27% superior em relação a janeiro e 57% em relação a fevereiro de 2017.

Se as importações se recuperaram, as exportações permaneceram praticamente estáveis. Em fevereiro, o Brasil embarcou 12,2 milhões de litros de leite equivalentes, 1,7 milhão a mais do que em janeiro, e 53% menos do que em fevereiro de 2017. Assim, o saldo negativo da balança comercial de lácteos voltou a crescer a, ficando negativo em 69 milhões de litros em fevereiro, como mostra o gráfico 02.

Gráfico 2. Saldo mensal da balança comercial brasileira de lácteos. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados da AliceWeb. 

 

Abaixo, uma tabela detalhando os principais produtos negociados na balança comercial. (Milkpoint)

Tabela 1. Balança comercial láctea em fevereiro de 2018.

Dez áreas vão concentrar o serviço de fiscalização de produtos de origem animal

Foi publicada no Diário Oficial desta quarta-feira (7) a Portaria nº 266, definindo dez áreas de abrangência dos Serviços de Fiscalização e Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sipoa), que antes eram atribuídos a cada Superintendência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento nos estados e no Distrito Federal.

"É um compromisso que o Ministério da Agricultura assumiu desde o ano passado para diminuir ou extinguir qualquer possibilidade de interferência política na fiscalização de sanidade, de saúde animal. A medida vem nessa direção para que a gente deixe totalmente blindado esse processo", disse o ministro Blairo Maggi.

"O país foi dividido em dez regiões diferentes e, a cada uma delas, um número de frigoríficos ficará subordinado. O titular da unidade terá a responsabilidade de conversar diretamente com os fiscais e com o público privado que demanda os serviços", explicou. Maggi observou ainda que, assim, reclamações chegarão ao Sipoa para que imediatamente atue e resolva os problemas. O ministro adiantou que ainda será publicado um novo regimento interno do ministério, organizando as cadeias de comando e controle.

"A autonomia política das superintendências permanecerá, porque a vigilância animal ou vegetal não vai mudar e pressupõe ações conjuntas entre o Mapa e as unidades federativas", segundo o secretário de Defesa Agropecuária, Luis Rangel.
A modernização do Serviço de Inspeção Federal, de acordo com o ministro, ainda será complementada por projeto de lei ou medida provisória, submetido ao Congresso Nacional, assunto que, disse, já ter sido tratado com o presidente Michel Temer. (As informações são do Mapa)

Mercado/UE
O preço dos produtos lácteos em janeiro e fevereiro registraram pequenas mudanças apesar de certa volatilidade no mercado futuro. Não houve grandes alterações em relação à produção de leite, mas, segundo a AHDB os operadores estão voltando ao mercado. O preço médio da manteiga na UE aumentou 1,5% entre janeiro e fevereiro, subindo uma semana atrás da outra. Os preços estão se mantendo firmes apesar da produção de leite crescente. Os compradores, que antes estavam indecisos, voltaram ao mercado buscando assegurar abastecimento, possivelmente para evitar um forte aumento de preços mais na frente. A cotação do leite em pó desnatado (SMP) mantém a tendência de baixa, já que os estoques estão abundantes. O leite em pó integral (WMP) caiu no início do mês, mas, se recuperou em seguida. Existe aumento da demanda pela indústria de alimentos e as exportações continuam fortes. O preço do soro de leite subiu na primeira metade de fevereiro e depois ficaram estáveis. O valor médio de queijos caiu em fevereiro, apesar de ser um período em que normalmente sobem. (Agrodigital - Tradução livre: Terra Viva)

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