Pular para o conteúdo

08/01/2018

Porto Alegre, 08 de janeiro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.650

 

Novos projetos na área de bem-estar animal devem marcar 2018

Em 2018 a Coordenação de Boas Práticas e Bem Estar Animal (BEA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), vai expandir suas atividades com a contratação de profissionais, por intermédio de acordo com o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA). 

Um dos contratados, pelo período de 12 meses, graduado em Direito, com conhecimentos em agropecuária, deverá elaborar estudos sobre a legislação em boas práticas e BEA no Brasil e em países com tradição agropecuária. Outro dará continuidade ao projeto de bem-estar na suinocultura, desenvolvendo material didático específico, promovendo capacitações e sensibilizações junto a cadeia produtiva e varejistas.

Para este mês, está prevista a publicação de edital de contratação de equipes para projetos na bovinocultura leiteira e de corte, e também na ovinocaprinocultura. As informações são da chefe da Divisão de Bem-estar Animal e Equideocultura da coordenação do BEA, auditora fiscal federal agropecuária, Liziè Pereira Buss.

Também serão editados materiais didáticos para condutores de veículos de transporte de animais vivos: suínos (projeto parceria com Embrapa Suínos e Aves), bovinos e aves (BEA Consultoria - contratação IICA) para outubro/2017.

No segundo semestre está prevista a abertura de dois novos editais para elaboração de material e treinamento em boas práticas no transporte e abate humanitário e boas práticas na aquicultura e abate humanitário de peixes. E terão continuidade atividades de sensibilização e capacitação da mão de obra em parceria com Embrapa, Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS) e associações estaduais de criadores de suínos para boas práticas e bem-estar na suinocultura. 

Na Embrapa Suínos e Aves e associações estaduais de produtores, o foco será nos avicultores com trabalhos em plantéis de postura, com divulgação das boas práticas para minimizar a dor e o estresse nos animais e a implantação de sistemas alternativos de alojamento dos plantéis.

Em todas as ações de sensibilização e capacitação dos trabalhadores será reforçada a importância da prevenção e combate à resistência aos antimicrobianos e também o vínculo entre saúde humana, animal e ambiental (conceito da saúde única). (As informações são do Mapa)

Importações caem 32% em 2017

O fechamento dos números da balança comercial láctea confirma queda no volume, em equivalente leite, importado pelo Brasil em 2017. Foram cerca de 1,28 bilhão de litros importados, volume 32% menor que em 2016. Somente analisando o mês de dezembro, o Brasil importou 76,8 milhões de litros de equivalente leite, volume estável em relação a novembro, mas 47,5% menor que no mesmo mês de 2016. 

Segundo estimativas da equipe do MilkPoint Mercado, o volume importado em 2017 representou cerca de 5,3% da produção total formal de leite no país. Trata-se de um considerável recuo depois do pico de volume de importações em 2016 (quando foram importados 1,9 bilhão de litros, cerca de 8,2% da produção formal daquele ano - observe, no gráfico 1, a evolução das importações em equivalente leite e sua participação % sobre a produção formal).

Gráfico 1. Importação anual de leite no Brasil e % do volume importado sobre a produção formal. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados da AliceWeb e do IBGE (2017 estimativa).
 

Desta forma, o crescimento da produção brasileira em 2017, associado ao enfraquecimento do consumo e à queda nos preços internos, foram determinantes para a queda no volume importado. Entretanto, vale destacar o aumento do preço em US$/litro do produto importado. Em 2017, o preço médio do litro de equivalente leite foi de US$ 0,44, 26% maior do que US$ 0,35 em 2016. Sendo assim, mesmo com queda de 32,3% no volume importado, o Brasil gastou "apenas" 14,7% a menos em 2017 (US$ 561,9 milhões) do que em 2016 (US$ 658,4 milhões) na importação de lácteos. No gráfico 2, mostramos a evolução do valor em US$/litro do produto importado. 

Gráfico 2. Gastos nas importações lácteas em US$/Litro. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados da AliceWeb.

 
Quando à origem do leite importado, a Argentina retomou a liderança entre os maiores fornecedores brasileiros, respondendo por 51% do volume comprado pelo Brasil, aumento de 7,2 pontos percentuais em relação a 2016. Enquanto isso, o Uruguai tomou o caminho oposto, e diminuiu sua participação em 8,8 pontos percentuais em 2017, tendo sido responsável, em 2017, por 36,8% do volume de compras lácteas brasileiras (observe o gráfico 3). 

Gráfico 3. Participação nas origens dos lácteos importados pelo Brasil. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados da AliceWeb.

 

Nas exportações, em 2017 o Brasil retornou a níveis que não ocorriam desde 2011, com 38,6 mil toneladas foram exportadas, o segundo menor volume desde 2001. Na comparação anual, a queda de 31,2% é a mais acentuada desde 2011. Mesmo assim, o saldo da balança comercial de lácteos voltou a retrair-se em 2017, voltando aos níveis de 2010 e 2011, graças às fortes quedas nas importações, como mostra o gráfico 4. 

Gráfico 4. Saldo da balança comercial de lácteos no Brasil. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados da AliceWeb. 

 

Na tabela abaixo, é possível acompanhar de forma detalhada a balança comercial dos principais produtos lácteos do Brasil no último mês. (MilkPoint)

Tabela 1. Exportações e importações por categoria de produto. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado a partir dos dados da AliceWeb. 

 

Comissão aprova restrição à importação de leite produzido sem proteção ao meio ambiente

Restrição importação de leite - A Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 9044/17, dos deputados Evair Vieira de Melo (PV-ES), Sergio Souza (PMDB-PR) e Zé Silva (SD-MG), que obriga a adoção de restrição para importar leite in natura, em pó e soro de leite em pó de país que não observe normas e padrões de proteção ao meio ambiente compatíveis com a legislação brasileira.

As restrições serão adotadas pela Câmara de Comércio Exterior (Camex), ligada à Presidência da República. O texto inclui a obrigatoriedade no Código Florestal (Lei 12.651/12), que já permite a adoção desse tipo de medida pela Camex quando houver desrespeito ao meio ambiente na produção no exterior.

Para o relator na comissão, deputado Covatti Filho (PP-RS), a proteção à natureza estabelecida na legislação não poderá ser usada como vantagem por concorrentes do leite brasileiro. "Há ainda outras razões para se aprovar a medida proposta. Como incentivar a ampliação das normas que garantem a efetiva proteção ao meio ambiente", disse.

Tramitação
A proposta tramita em caráter conclusivo e ainda será analisada pelas comissões de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. ÍNTEGRA DA PROPOSTA: PL-9044/2017 (Agência Câmara)

STATUS BRASILEIRO
Enquanto alguns Estados trabalham para avançar no seu status sanitário, o Brasil espera receber neste ano o reconhecimento de zona livre da febre aftosa com vacinação. A certificação é esperada para maio, quando é realizada a reunião da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). No ano passado, o Ministério da Agricultura criou comitê para preparar ações para alcançar esse objetivo. (Zero Hora)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *