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03/01/2018

Porto Alegre, 03 de janeiro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.647

 

  Incerteza quanto a oferta provoca aumento no primeiro GDT do ano

O primeiro leilão GDT (Global Dairy Trade) do ano, realizado nesta terça-feira (02/01), teve a maior alta no índice do preço médio desde junho, de 2,2% ante o último leilão, com o preço médio das negociações ficando em US$3.124/tonelada. 

Neste leilão, o destaque positivo foi para os leites em pó, principais responsáveis pela elevação no preço médio - de 4,2% no integral (que fechou a US$2.886/tonelada) e de 1,6% no desnatado (que teve preço médio de US$1.699/tonelada). 

Entre as quedas, o leitelho em pó caiu 7,3% e fechou a US$1.866/tonelada, além dos queijos, com redução de 2,1%, fechando a US$3.317/tonelada, o menor valor desde outubro de 2016.

De forma geral, essa recuperação nos preços tem muito a ver com as incertezas climáticas na Nova Zelândia. O país continua sofrendo com baixos níveis de chuva, e neste leilão, a Fonterra restringiu ainda mais a oferta de lácteos, disponibilizando 25.710 toneladas, 3.882 toneladas a menos do que a quantia negociada no leilão anterior. Também com receios quanto à falta de produto, a demanda se mostrou interessada, adquirindo 25.400 toneladas, 99% do volume disponibilizado. 

Os volumes ainda estão acima do que eram negociados há um ano - resultado das expectativas de uma safra maior - mas as incertezas quanto às chuvas vêm restringindo a oferta e a diferença vem caindo acentuadamente, especialmente no último mês.

Dessa forma, os preços futuros do leite em pó integral tiveram forte valorização em todos os contratos, atingindo mais de 5% de alta nos contratos mais longínquos, em um momento de forte especulação por conta dos receios climáticos apresentados. (GDT/Milkpoint)

Renovada a confiança no mercado doméstico

Após quase três anos deprimido pela mais grave recessão econômica da história do Brasil, o mercado doméstico voltará a sorrir para o campo em 2018. A retomada do crescimento já começou a ter reflexos positivos sobre o consumo de produtos de maior valor agregado, como carnes, e a expectativa é que essa tendência se consolide e devolva às vendas internas a importância que tiveram para o avanço do agronegócio nacional da segunda metade da década passada até 2014.


 
No estudo "Perspectivas para o agronegócio brasileiro - 2018", assinado pelos analistas Adolfo Fontes, Andres Padilla, Andy Duff, Fernando Gomes, Guilheme Morya, Matheus Almeida, Maurício Oreng, Renato Rasmussen (hoje na FCStone) e Victo Ikeda, o banco holandês Rabobank apresenta dados e projeções que, entre outros aspectos, confirmam esse cenário. E mostram que esse maior otimismo em relação à demanda interna não se restringe às carnes e, consequentemente aos grãos, básicos para a fabricação de rações. Produtores de etanol, café, algodão e leite, além de companhias de insumos, também têm motivos para renovar suas apostas no Brasil.

"É claro que há muita incerteza, mas a atividade econômica está reagindo de forma positiva no país", diz Mauricio Oreng, que é o economista-chefe do Rabobank no país. No estudo, a instituição destaca que "um cenário político e eleitoral que indique a continuidade de uma política econômica sólida, com foco na responsabilidade fiscal e em reformas estruturais, poderá contribuir para uma recuperação mais rápida". E ressalva que a postergação da reforma da Previdência para depois das eleições poderá adiar a retomada dos investimentos e, claro, prejudicar a conjuntura como um todo.

Poucas cadeias produtivas esperam tanto por uma maré mais favorável quanto a de proteínas animais. Além da retração do consumo doméstico, marcante entre 2015 e o começo do terceiro trimestre de 2017, o segmento sofreu no ano passado com a Operação Carne Fraca e a delação dos irmãos Batista, controladores da gigante JBS, mas o horizonte agora é promissor. "A cadeia de proteína animal reage muito rapidamente à economia, e são positivas as projeções para o consumo interno em 2018", afirma Adolfo Fontes.

Nos cálculos do analista, se nada atrapalhar demais a retomada da economia o potencial de recuperação do consumo de carne bovina no país é de 4 quilos per capita nos próximos dois anos. Como para as exportações Fontes projeta volatilidade elevada em um ambiente de riscos de restrições no mercado internacional, a confirmação dessa tendência será ainda mais importante para os frigoríficos. Para as carnes de frango e suína, as previsões também apontam um mercado doméstico mais pujante.

Essa pujança, realça Victor Ikeda, será fundamental para enxugar um pouco os fartos estoques de milho depois da colheita recorde do ano passado - o grão é o principal componente das rações de aves e suínos - e terá reflexos positivos também no mercado de soja. Mas, ainda assim, a oferta desses que são os principais grãos cultivados no país seguirá ampla, uma vez que a safra 2017/18 tende a ser também robusta, e, para absorvê-la, será preciso que as perspectivas de aquecimento da demanda no exterior em consequência da aceleração do crescimento econômico mundial se confirmem.

Levando em consideração que esse horizonte de fato prevaleça, Matheus Almeida prevê que a área plantada de soja, sobretudo - e com a ajuda do aumento da mistura de biodiesel no diesel -, continuará a aumentar na temporada que começará a ser semeada no terceiro trimestre e puxará a demanda por insumos como fertilizantes e defensivos. Para os defensivos, a tendência poderá acelerar a redução de estoques, que permaneceram em patamares particularmente altos em 2017 e prejudicaram os resultados das companhias do ramo.

Mas não é apenas a cadeia formada por grãos e carnes que deverá encontrar no mercado doméstico uma fonte de melhores negócios neste ano. No segmento sucroalcooleiro, pontua análise de Andy Duff, também estão depositadas no país as
melhores expectativas. Em tempos de pouca esperança de recuperação dos preços internacionais do açúcar, são os incentivos do ano passado às vendas de etanol que animam os usineiros, que ganharam na aprovação do programa RenovaBio, já no fim de dezembro, um novo fator de estímulo.

Guilherme Morya concorda que o crescimento da economia brasileira é igualmente bem-vindo no mercado de café, cujo consumo resistiu no país mesmo durante a recessão, e Andrés Padilla observa que a retomada é muito aguardada no segmento de lácteos, onde o consumo de itens de maior valor agregado não teve a mesma sorte e registrou quedas. Agora, os sinais sugerem que haverá recuperação. (As informações são do jornal Valor Econômico)

Leite/AR 

Com nova retração dos preços internacionais, cerca de US$ 2.700/tonelada (depois do recorde de quase US$ 6.000/tonelada na década), o setor lácteo argentino enfrenta outro fim de ano com seus indicadores em franco retrocesso. Desde a produção, passado pela quantidade de fazendas leiteiras, ou o número de vacas, todos os dados mostram que é uma das atividades mais emblemáticas do país, que não reage, e completa uma década de estagnação, mesmo possuindo a Argentina uma das condições agroecológicas mais perfeitas para realizar um crescimento notável. De fato, existe uma diferença entre o que vem ocorrendo com os principais concorrentes, incluindo os vizinhos Uruguai e Brasil, todos crescendo. Mesmo contando com a debilidade nas cotações dos grãos (principais insumos da produção de leite), as fazendas continuam perdendo produtividade e eficiência, afetada pelas condições climáticas adversas nas últimas três temporadas, com inundações nas principais bacias leiteiras. Isto, somado às condições gerais da economia para qualquer empresa, quer dizer, taxas de juros elevados para créditos, custos crescentes, pressão tributária, e encargos trabalhistas, fizeram com que o volume de 2017 atinja 9 bilhões de litros de leite, depois de ter produzido 10 e 11 bilhões, 10 anos atrás, ou seja, quase 2 bilhões menos.

O dado mais significativo, no entanto, é a quantidade de vacas de leite (holandesas) que, caiu 18%, de 2,1 milhões em 2006, quando começava a crise no setor, para 1,72 milhões. De fato, esse encolhimento foi responsável pelo aumento das exportações de carne para a China. Segundo o portal valorsoja "os principais frigoríficos exportadores relatam que no último ano houve substancial crescimento no abate de vacas holandesas procedentes de fazendas que saíam da atividade, e descarte de rebanhos leiteiros". Informações oficiais apontam que entre maio de 2016 e maio de 2017, houve o fechamento de 340 fazendas de leite. A interrupção dos dados estatísticos impede fazer um bom diagnóstico com dados exatos e completos. São menos de 11.000 unidades leiteiras, das 11.320 existentes no fianl de 2015, e das mais de 30.000 que existiam no final da década de oitenta. Para Manuel Ocampo, da APL (Associação dos Produtores de Leite), entre as causas da crise figuram: "não ter aproveitado o pico das cotações internacionais ocorrido 10 anos atrás (diante das sucessivas intervenções estatais); o aumento do salário médio industrial que passou de US$ 400 para cerca de US$ 3.000-4.000 (com encargos incluídos), o que enfraqueceu as fábricas, e também a volatilidade do mercado internacional, sem contar com as ferramentas que possuem em outros países para atender situações extremas, como os mercados de futuros, distintas organizações de produtores, ou subvenções estratégicas, entre outras", explica.

A decisão ficar entre a Argentina, querer, ou não, exportar leite. Se a resposta for sim, é preciso contar com um tipo de câmbio competitivo e não "extremamente" baixo como os utilizados agora por alguns operadores do setor. Também é necessário um preço do leite ao produtor que cubra os investimentos e os custos, o que atualmente, estaria em torno de 7 pesos por litro, pelo 30% maior do que o que recebem os produtores. E, para isto, também a indústria precisa ser muito mais eficiente, alinhada com parâmetros de produtividade industrial. Atualmente existem 1.100 empresas (para 9 bilhões de litros), e 38 delas absorvem 85% do leite total produzido (Serenísima capta 14%, e e a primeira. A segunda, a Saputo, capta 12%, e a Williner que capta 6% fica em terceiro lugar). E, naturalmente, além dos impostos, o custo das tarifas ganha destaque, especialmente combustível e gás, utilizados nas fazendas e fábricas, que ultrapassa os custos dos Estados Unidos. Daí a pergunta: Tem chances o setor lácteo argentino? A resposta imediata é: SIM. Mas, é preciso definir o objetivo. E, neste caso, diz Ocampo, é preciso dizer "não aos sistemas perversos, e não aos impostos cobrados", e que implicam em concorrência desleal que desequilibra a cadeia. (La Opinion - Tradução livre: Terra Viva)
  

Italac estreia nova campanha
Protagonizado pelo casal de atores Taís Araújo e Lázaro Ramos, o novo filme gravado na fábrica matriz, em Corumbaíba-GO, apresenta a dimensão e modernidade de uma das unidades fabris da Italac. A campanha tem o mote "Lá em casa tem" e destaca a Italac como a marca de lácteos mais consumida do Brasil. A atuação dos atores sublima de forma transparente o controle de qualidade e a alta tecnologia de todo o processo produtivo mostrando como o leite e os derivados são produzidos. O leite UHT Integral foi o produto escolhido para representar o tipo de produto mais conhecido da marca Italac. (Revista Balde Branco)

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