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31/03/2017

 

Porto Alegre, 31 de março de 2017.                                               Ano 11- N° 2.471

 

Sindilat participa de reunião com Senai sobre tecnologias voltadas à indústria

O secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, esteve presente em encontro técnico com o Instituto Senai de Tecnologia de Alimentos e Bebidas, nesta quinta-feira (30/03). Na ocasião, foram apresentadas soluções em tecnologias que são ofertadas para a indústria de alimentos e como elas podem ser aplicadas na qualificação dos produtos de origem animal. Para Palharini, a iniciativa poderia prever programas voltados ao setor lácteo como forma de incentivar os laticínios no aperfeiçoamento de seus processos. O encontro foi organizado pelo Conselho da Agroindústria da Fiergs e também contou com a presença de representantes da Secretaria de Agricultura, Famurs, Asgav, Sips e Sicadergs.

O programa Brasil Mais Produtivo foi o destaque da apresentação. A iniciativa consiste em fornecer consultoria para empresas industriais de pequeno e médio porte em todo o Brasil, com objetivo de aumentar em pelo menos 20% a produtividade. Cada projeto é subsidiado pelo Governo Federal em R$ 15 mil e as empresas devem desembolsar R$ 3 mil. O programa é coordenado pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços e executado em parceria com o Senai, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
 
Pecuaristas produzem leite com ecologia

A preocupação da população em ter a alimentação cada vez mais saudável tem provocado modificações que vão da indústria ao campo. Atentos à necessidade suprir a demanda dos consumidores, os produtores têm procurado se adaptar. A produção leiteira não foge a essa regra. Pensando nesse nicho de mercado, produtores familiares de Periquito, no Vale do Rio Doce, começarão a produzir leite agroecológico - ou orgânico -, sem fertilizantes químicos e agrotóxicos na plantação que serve de alimento ao gado. A expectativa dos envolvidos com o projeto é dobrar a produção de leite nas propriedades que estão inseridas do experimento inicial.

Além da não utilização de agrotóxicos, o gado também passará a ser tratado com uso de medicamentos homeopáticos. A metodologia adotada pela Acoal (Associação de Cooperação Agrícola do Assentamento Liberdade), onde está sendo feito o experimento, é conhecida por Pastoreio Racional Voisin (PRV). Inicialmente, a entidade pretende estruturar quatro propriedades que serão usadas como modelo. Ao todo, 33 associados participam do projeto, que já conseguiu recursos de R$ 178 mil da Fundação Banco do Brasil. No entanto, a produção do leite agroecológico exige mudanças profundas na forma de pensar a produção. A técnica PRV, por exemplo, divide a área de pastagens em pequenas partes que vão sendo revezadas pelo gado para evitar o desgaste do terreno. Essa medida também permite que o gado tenha alimento todo o tempo, mas sem prejudicar o crescimento da grama e, assim, evitando que o produtor recorra a outro tipo de alimentação. E mais: ainda é possível que os animais tenham o cardápio, digamos assim, mais variado com a diversificação de vegetais. Isso traz ganho de nutrição e saúde.
 
Se para os animais é bom, para os produtores também há ganhos, já que a expectativa é de que haja redução de 70% nos custos com remédios e ração. A intenção é que a alimentação seja toda natural. A secretária-geral da Acoal, Vânia Maria de Oliveira, espera que o volume de produção tenha um salto com esse novo manejo. "As técnicas vão trazer melhor condição de produzir o leite e mais economia. Estamos trabalhando com a meta de quase dobrar a produção em dois anos, que em janeiro foi de 30 mil litros", disse.  Apesar disso, o assessor técnico da Secretaria de Agricultura do estado, Feliciano Oliveira, chama a atenção para os cuidados que envolvem todas as etapas da produção. Ele conta que é necessário que o produtor se assegure, mesmo diante de eventuais dificuldades. Ele cita como exemplo a eventualidade de alguma doença afetar o rebanho. "O produtor, mesmo em casos mais sérios como uma mastite (processo inflamatório que atinge a glândula mamária das vacas), não pode usar remédios que são comumente utilizados. Ele deve sempre optar pelo tratamento homeopático. Caso contrário, o produto dele perde essa característica de orgânico", conta.
 
O assessor técnico ressalta que o planejamento é necessário para garantir que a produção consiga ser escoada. "É importante que tudo seja muito bem pensado e que exista um planejamento de médio e longo prazo. O modo de produção exige, inclusive, que tenham alguma marca sinalizando interesse, e a coleta, por exemplo, deve ser feita de outra forma, com outros cuidados". A atenção dos consumidores à necessidade de alimentos mais saudáveis já tem provocado mudanças na forma de produção. De acordo com Feliciano Oliveira, mesmo as propriedades não dedicadas à produção agroecológica já têm adotado técnicas mais saudáveis, digamos assim. "A cada dia, mais os consumidores estão preocupados com a qualidade do leite. Existe atualmente uma vigilância maior em termos de orientação, em termos de medicação em animais que estejam em produção", afirmou.
 
Essa situação é confirmada pelo pecuarista Eduardo Furbino, de 69 anos, que tem uma propriedade em Açucena, Vale do Rio Doce. De acordo com Furbino, mesmo sem estar oficialmente dentro do meio de produção agroecológico, tanto ele quanto outros produtores de leite da região têm se preocupado em ter a produção mais criteriosa quanto ao manejo mais sadio. "A gente sempre opta por tratamento com medicamentos homeopáticos. Temos muito cuidado com o uso de antibióticos. Se for inevitável, a vaca fica de quarentena para não contaminar o leite", afirmou. O produtor conta, contudo, que os produtores não estão adaptados para atender a todas as exigências. "Para ser totalmente dentro desse tipo de produção agroecológica a gente tem que mudar toda a produção. A gente já usa alimentação mais natural, sempre com pastagem, o que já deixa nosso leite mais saudável", revela.
 
RANKING 
 Minas Gerais é o estado com a maior produção de leite do país. Sozinho, responde por 26,1% de todo o leite brasileiro. Em 2015, foram produzidos 9,1 milhões de litros. O Paraná, que está na segunda posição, tem 13,3% de participação no mercado com a produção medida de 4,6 milhões de litros da bebida. Ainda sobre Minas Gerais, a expectativa dos técnicos da Secretaria de Estado da Agricultura é de que a produção em 2017 seja de 9,5 milhões de litros. O Sul de Minas é a maior região produtora do estado, respondendo por 17,1%. Na segunda colocação está a Região Central (15,9%), seguida bem de perto pelo Alto Paranaíba (15,7%). Na sequência vêm o Centro-Oeste de Minas, que responde por 11%, e o Triângulo, com 10,6%. Especificamente sobre o leite agroecológico ou orgânico não há dados sobre a produção no estado. Enquanto isso...

...PIB de R$ 204,4 bi em Minas Gerais
O PIB (Produto Interno Bruto) do agronegócio mineiro fechou 2016 com alta de 8,2% em relação a 2015, alcançando o valor bruto de R$ 204,43 bilhões (a preços de dezembro). O estado respondeu por 13,8% do PIB do agronegócio brasileiro. Os dados fazem parte do levantamento elaborado pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da Esalq/USP, e foi analisado pela seapa (Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais) em parceria com a Faemg e o Senar/MG. O PIB do agronegócio mineiro representa a soma das riquezas do setor de quatro grupos: produção básica (setor primário), que respondeu por 37,8% do montante; setor de serviços (30,8%), indústria (25,7%), e de insumos (5,7%). Em relação ao segmento primário, a agricultura teve um peso maior na composição do PIB mineiro. Do valor total obtido estima-se que R$ 113,30 bilhões (55,4%) sejam resultantes desse segmento e 44,6% obtidos pela pecuária, somando R$ 91,13 bilhões. Na avaliação do secretário de Agricultura, Pedro Leitão, o agronegócio contribuiu para que a retração da economia não fosse ainda maior. "O PIB nacional apresentou recuo de 3,6%, além da queda no nível de emprego e, mais uma vez, o campo assume a sua responsabilidade na geração de emprego e renda do país." (Agrolink) 

Por que a filantropia da Emater importa

- Foi a Emater que colocou uma profissão na minha vida. Ela é tudo para o pequeno agricultor.

Foi com esse depoimento, do produtor Antonio Carlotto, de São José do Sul, que se dimensionou o caráter social do trabalho desenvolvido pela Emater no Estado na cerimônia formal em que se confirmou a validação do certificado de entidade beneficente de assistência social por mais três anos. O ato, realizado ontem no Palácio Piratini, e que contou com a presença do ministro do Desenvolvimento Social e Agrário, Osmar Terra, foi mera formalidade - o governo federal já havia garantido a renovação da filantropia, como havia adiantado a coluna.

Mas são histórias como a de Carlotto que reforçam o motivo pelo qual a Emater precisa manter a filantropia. Ele era diarista e procurou a instituição porque estava em dificuldades financeiras. Os técnicos apresentaram a ele um projeto de produção de orgânicos. O trabalho, iniciado em 2013, hoje está rendendo frutos. Além do morango, que é o carro-chefe, o agricultor produz também verduras e legumes vendidos em diferentes canais: para a merenda escolar, na vizinhança e em feiras. No ano passado, 222 mil famílias foram amparadas pela Emater em 493 municípios em que está presente.

- O certificado representa a força de trabalho mantida. Se precisássemos começar a pagar os tributos, teríamos de reduzir o quadro de pessoal - afirma Clair Kuhn, presidente da Emater.

O benefício isenta a necessidade da contribuição patronal que, se tivesse de ser desembolsada, representaria, no caso da Emater, cerca de R$ 40 milhões ao ano. Daqui a três anos, o certificado precisará ser renovado novamente. Decreto de maio de 2014, determina prazo de três anos para entidades que tenham receita bruta anual superior a R$ 1 milhão. Para aquelas com renda igual ou inferior a R$ 1 milhão, o período é maior, de cinco anos.

- A Emater presta um serviço imensurável. Tem importância, é um trabalho social porque tira as pessoas da pobreza - garante Terra.

Segundo o ministro, houve um avanço na criação de um conceito de assistência social no campo a partir do caso gaúcho, que poderá ser aplicado para órgãos de outros Estados. (Zero Hora) 

Perspectivas do mercado lácteo - América do Sul - Relatório 13/2017

Leite/América do Sul - Na Argentina, as condições favoráveis de seca prevaleceram em bacias leiteiras, como na província de Buenos, Córdoba, e Santa Fe. O clima ensolarado de outono nas áreas acima beneficiou o crescimento do milho e da soja no final da estação, ajudando a aliviar a umidade de muitas fazendas leiteiras.  Assim, em contraste com as semanas anteriores, a produção de leite melhorou. Com uma das principais cooperativas de laticínios fechando algumas fábricas por problemas financeiros, existe incertezas em relação ao futuro da indústria de laticínios da Argentina. No momento, o volume de leite é suficiente para o processamento de queijos, mas, não é adequando para a produção de leite em pó. A demanda por produtos à base de cremes como manteiga, doce de leite e leite condensado está melhorando com a aproximação dos feriados de outono. No entanto, a oferta de cremes está sazonalmente fraca. Assim, as bonificações para a matéria gorda permanecem elevadas. De acordo com as últimas informações do Ministério da Agricultura, em 2016, a produção de leite na Argentina totalizou 9.895 milhões de litros, 1.418 milhões de litros menos em relação ao ano anterior, ou -13%. No Uruguai a produção de leite melhorou ligeiramente, já que as temperaturas neste início de outono estão ficando mais confortáveis para o rebanho leiteiro. O percentual de matéria gorda e proteína permanece estável. A demanda de cremes para manteiga e produção de doce de leite continua forte, e o mercado em alta. De acordo com o Instituto Nacional do Leite (INALE), em fevereiro o volume de leite enviado das fazendas para as fábricas atingiu 112,3 milhões de litros, 23,5% menos que no mês anterior, e 2,3% menor que um ano atrás. 

No acumulado do ano, janeiro e fevereiro, os embarques de lácteos totalizaram 259,3 milhões de litros, queda de 1,8% em relação ao mesmo período de 2016. No Brasil, a produção de leite está muito variável, dependendo da região e condições meteorológicas mistas, em todo o país. Em algumas bacias leiteiras a produtividade animal permanece baixa diante dos efeitos prolongados da seca, que diminuem a qualidade e disponibilidade dos pastos, e plantas forrageiras. De um modo geral, a oferta de leite está bem abaixo das necessidades das indústrias. Os pedidos de leite fluido/UHT dos diversos segmentos do mercado, privado ou público, continuam fortes. Os fabricantes de queijos continuam relatando redução da produção, e elevados estoques. Consequentemente, a oferta de soro de leite é baixa, mas, a demanda é estável. (Usda - Tradução Livre: Terra Viva)

 

 

Cobrança é legal, diz STF
Em decisão tomada ontem, por 6 votos a 5, o Supremo Tribunal Federal (STF) manteve a validade da cobrança da contribuição ao Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural) sobre a receita bruta da produção dos empregadores rurais. Parte do valor arrecadado com o Funrural é usada pelo governo para financiar os benefícios previdenciários dos trabalhadores rurais, como auxílio doença e aposentadoria. O Supremo julgou um recurso do governo federal contra decisão proferida pela Justiça Federal, que considerou a cobrança ilegal. A controvérsia foi provocada por uma lei que entrou em vigor em 2001. O texto trouxe nova regulamentação para a contribuição ao fundo e reproduziu trechos de normas semelhantes, que foram declaradas inconstitucionais pelo Supremo. No entendimento dos ministros que formaram a maioria, houve uma emenda constitucional posterior ao julgamento que autorizou a cobrança. A decisão terá impacto em 15 mil processos que estavam suspensos em todo o Judiciário e aguardavam a manifestação da Corte. (Correio do Povo) 
 
 

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