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08/02/2017

Porto Alegre, 08 de fevereiro de 2017.                                               Ano 11- N° 2.439

 

  Recém-criado o Conselho Empresarial Brasil-¬Argentina 

O presidente Mauricio Macri mal havia terminado o almoço em sua homenagem no Palácio do Itamaraty ¬ bacalhau com crosta de broa, linguiça e azeitonas como principal e batatas ao murro de acompanhamento ¬ quando avistou um conhecido dos seus tempos de prefeito de Buenos Aires. "Ei, Ricardo, não vai faltar cimento na Argentina, vai?", questionou. O alvo da brincadeira era Ricardo Lima, presidente da Intercement, que chefiou durante anos a Loma Negra na década passada. Controlada pela brasileira Camargo Corrêa, a empresa é líder no mercado local de cimento e uma das marcas mais fortes do país vizinho. Lima, que deixou o comando da Loma Negra em 2010, circula com desenvoltura nos meios políticos e empresariais da Argentina. Essa experiência o tornou a escolha ideal do setor privado para presidir a seção brasileira do recém¬criado Conselho Empresarial Brasil-¬Argentina, o Sembrar, que inicia suas atividades neste semestre.

A ideia é ocupar o vazio deixado pelo Grupo Brasil, que reunia companhias brasileiras com negócios no sócio do Mercosul e perdeu sua relevância nos últimos anos. Agora, tal como o Conselho Empresarial Brasil¬-Estados Unidos (Cebeu), o Sembrar juntará a iniciativa privada dos dois lados para aproximar posições em temas como comércio e investimentos. Lima já tem viagem prevista nas próximas semanas para definir com o presidente da União Industrial Argentina (UIA), Adrián Kauffmann, as prioridades do novo conselho. A expectativa é fazer uma primeira reunião plenária em meados do ano, com empresários de ambos os países, em Buenos Aires. Não apenas companhias, mas federações estaduais e associações empresariais, devem fazer parte do Sembrar. 

O agronegócio também vai ter representantes. "As coisas mudaram de maneira positiva de um ano e meio para cá", diz a gerente de política comercial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Constanza Negri. Sinal disso é o estancamento na queda de participação de produtos brasileiros no total das importações argentinas. O Brasil vinha perdendo espaço no mercado de manufaturados para a China. De 2014 para 2016, a participação subiu de 22% para 25%, segundo a consultoria Abeceb. Em pesquisa com multinacionais, a CNI detectou nove medidas desejadas pelo setor privado para aumentar os negócios na Argentina. A celebração de um acordo de investimentos, a ampliação do acordo para evitar a bitributação e a restituição ágil de créditos fiscais do IVA no país vizinho são os pontos mais mencionados. (Valor Econômico)

 

 
USDA: lucro líquido do setor agropecuário nos EUA deve cair 8,7% em 2017

O lucro do setor que engloba lavouras e a produção pecuária nos Estados Unidos deve recuar 8,7% em 2017, o quarto ano consecutivo de queda, de acordo com estimativa do Departamento de Agricultura do país (USDA). O lucro líquido deve somar US$ 62,3 bilhões em 2017, metade do recorde de US$ 123 bilhões registrado em 2013.

A estimativa evidencia a desaceleração cada vez mais acentuada da economia agrícola, resultado de quatro anos de safras volumosas de milho e soja. No ano passado, produtores nos EUA colheram volumes recorde dos dois grãos: 15,2 bilhões de bushels (386 milhões de toneladas) de milho e 4,3 bilhões de bushels (117 milhões de t) de soja.

A receita com lavouras deve diminuir 0,5% ante 2016, refletindo a queda dos preços de importantes commodities, com exceção da soja e do algodão, disse o USDA. Os futuros de soja acumulam ganho de quase 4% em 2017, com a forte demanda externa pelo grão produzido nos EUA. Já as receitas com trigo devem cair mais de 16% no ano, com preços mais baixos e fraca demanda. Já a receita da pecuária deve aumentar levemente em 2017, com a melhora dos preços de lácteos e de ovos. Segundo o governo, preços de carne vermelha e de peru devem recuar, enquanto os de carne de frango devem se manter estáveis.  (As informações são do Dow Jones Newswires, publicadas no jornal O Estado de São Paulo)

 
Preços/UE

A LTO acaba de publicar o preço médio do leite na União Europeia (UE), recebido pelos produtores em dezembro passado. Este preço subiu para 32,09 €/100 kg, [R$ 1,10/litro], o que representa incremento de 1,23 €/100 kg quando comparado com o mês anterior e 2,91 €/100 kg em comparação com dezembro de 2015 (+10%). Uma vez encerrado dezembro, a LTO calculou o preço médio na UE em 2016, chegando a 27,91 €/100 kg, [R$ 0,96/litro], o que representa 2,77 €/100 kg menos que em 2015 (-9%). Este preço de 2016 é o mais baixo registrado nos últimos 7 anos. Além de baixo, o preço do leite em 2016 foi caracterizado por elevada volatilidade. Os preços chegaram a níveis baixíssimos no verão para voltarem a crescer no final do ano. 

Também foi observado que quanto maior o preço pago por uma empresa, menor a volatilidade. Assim por exemplo, as empresas que registraram os maiores preços médios em 2016, como a italiana Granarolo (36,83 €/100 kg, [R$ 1,26/litro]), a finlandesa Valio (34,53 €/100 kg, [R$ 1,18/litro]), a francesa Danone (31,57 €/100 kg, [R$1,08/litro], em Pas de Calais) e a também francesa Sodiaal (30,29 €/100 kg, [R$ 1,04/litro], em Pas de Calais), foram as que menos apresentaram volatilidade durante o ano. 

Por outro lado, os preços pagos pela alemã DMK (fusão das cooperativas Humana e Nordmilch) e a holandesa (DOC Kass, filial da DMK) não somente registraram os menores valores, como também foram as que apresentaram maior variação. Os preços médios em 2016 foram 24,21 €/100 kg, [R$ 0,83/litro], e 23,96 €/100 kg, [R$ 0,82/litro], respectivamente. Também as duas empresas foram as que pagaram o menor valor no meio do ano 20,25 €/100 kg, [R$ 0,69/litro] e em dezembro o preço chegou a 30 €/100 kg, [R$ 1,03/litro], ou seja, uma volatilidade de quase 10 €/100 kg. (Agrodigital - Tradução Livre: Terra Viva)

Uruguai 

Para todos os produtores do mundo 2016 foi um ano mais que difícil. A produção caiu em quase todas as partes. Os chineses não compravam fazendo uso de seus estoques. Brasileiros e venezuelanos não comprava, ou não pagavam no caso da Venezuela, pressionados pela crise em suas economias. 

No caso do Uruguai a queda foi grave. A indústria captou 1.773 milhões de litros no ano passado. Um desempenho de destaque se for levado em consideração os poucos hectares utilizados pelo setor leiteiro Uruguai. Mas, foram 1.974 milhões de litros em 2015, e mais de 2.000 milhões em 2013 e 2014. Pode se dizer que 2016 foi um pesadelo nos oito primeiros meses. Os preços não paravam de cair e no Uruguai o excesso de chuvas tornava quase impossível as pastagens, aumentando custos e problemas sanitários. Mas, além do efeito climático, a profunda queda de mais de 10% é mais grave, pelo terceiro ano consecutivo de queda na produção. E a aguda redução afeta o faturamento das fazendas, porque o preço pago também foi menor. 

Dessa forma o faturamento caiu 13% em dólares, e baixo também, nominalmente, em pesos. Os produtores que faturaram US$ 840 milhões por sua produção de leite em 2013 e US$ 850 milhões em 2014, aterrissaram em US$ 500 milhões no ano passado. Uma parte suportou apertando o cinto, outra se converteu em dívida necessária para continuar funcionando. E quando a recuperação começou, subiu a luz elétrica e o diesel, significando outro golpe. A venda de queijos a preços altos para a Venezuela acabou entrando em colapso e as incertezas no Brasil no início de 2016 gerou dúvidas em relação ao leite em pó e os queijos uruguaios, que poderiam vir a engrossar os elevados estoques. O setor começa 2017 com perspectivas melhores, mas, como uma caravela depois de uma tempestade. Velas rotas e precisando de financiamento para melhorar as estruturas e recuperar a produção, que por enquanto segue com muita cautela. (El Observador - Tradução livre: Terra Viva)

Produção/UE

A captação de leite nos países da União Europeia (UE) caiu 3,7% interanual em novembro passado, constituindo o sexto mês consecutivo de queda, segundo o último boletim do Observatório do Mercado Lácteo da UE. Em termos absolutos, as indústrias do bloco receberam 440 mil toneladas menos que em novembro de 2015. Nos primeiros 11 meses de 2016 a captação caiu 0,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. No último trimestre de 2016, a Comissão Europeia aprovou um plano de incentivos para reduzir a oferta de leite, estabelecendo bonificações para os produtores que reduzissem o volume. A isso se somaram as compras de intervenção de leite em pó desnatado para evitar maior queda nos preços do leite. (Fonte: Agrodigital - Tradução Livre: Terra Viva )

 

Preço mínimo
Pequenos e médios produtores de leite no Brasil poderão ser beneficiados com a garantia de preço mínimo. É o que estabelece um projeto aprovado pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado (CRA). O projeto em discussão no Senado (PLC 215/2015) autoriza o governo federal a incluir o leite na Política de Garantia de Preços Mínimos. Isto ajudaria pequenos e médios produtores em várias regiões do país, especialmente nos períodos de safra, quando o valor do produto normalmente sofre uma queda acentuada. A senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), relatora do projeto, já estava diretamente envolvida com a questão desde que era ministra da Agricultura. (Reportagem de Floriano Filho, da Rádio Senado)
 

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