Porto Alegre, 03 de fevereiro de 2017. Ano 11- N° 2.436
A redução da oferta de leite em algumas regiões do país fez os preços da matéria-¬prima ao produtor brasileiro ficarem praticamente estáveis em janeiro, diferentemente do que costuma ocorrer nessa época do ano. De acordo com levantamento da Scot Consultoria, o preço médio do leite ¬ que foi entregue aos laticínios em dezembro passado ¬ teve ligeira queda de 0,2% sobre o mês anterior, e ficou em R$ 1,102 por litro. Acompanhamento do Cepea/Esalq também mostrou leve recuo, de 0,15%, no preço médio no mês, para R$ 1,1885 por litro. Entre as bacias leiteiras onde a produção diminuiu estão o Sul do país ¬ um movimento já esperado. Mas também houve queda no Sudeste, onde normalmente o auge da produção acontece em janeiro. "Este ano, o pico foi em dezembro", explicou Rafael Ribeiro, analista da Scot Consultoria.
O secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Eumar Novacki, embarca nesta quarta-feira (1°) para a Rússia, onde participa de mais uma rodada de negociação para ampliar o comércio entre os dois países. O primeiro compromisso será na sexta-feira (3), quando Novacki se reunirá com o vice-ministro de Agricultura da Rússia, Evgeny Gromyko.
No mesmo dia, o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Luis Eduardo Rangel, mantém encontro com o chefe do Serviço Federal de Supervisão Veterinária e Fitossanitária (Rosselkhoznadzor) da Rússia, Sergey Dankvert, para discutir sobre a legislação dos dois países.
A Rússia é um país com quase 150 milhões de habitantes e um PIB (Produto Interno Bruto) de cerca de U$ 1,3 trilhão. De acordo com dados do Mapa, o agronegócio representa 92% do total das exportações para o país asiático. Em 2015, as carnes - bovina, suína e aves - somaram 60% do total das exportações do setor para os russos.
Na oportunidade, Novacki ainda discutiu com os russos a abertura do mercado para mel, frutas, ovos, lácteos e rações para animais de pequeno porte (pets). Por sua vez, os russos pretendem aumentar as exportações de pescados e trigo para o Brasil. (As informações são do Mapa)
Leite em pó/MG
Além da tendência de recuperação dos preços no mercado interno, a alta na cotação do leite em pó no exterior pode contribuir para que Minas Gerais retome as exportações do produto e mantenha a oferta ajustada à demanda.
Em janeiro, de acordo com o analista de agronegócios da Faemg, Wallisson Lara Fonseca, foi verificado incremento de 68,1% nos preços do leite em pó, na comparação com igual período do ano passado, com a tonelada negociada a US$ 3,2 mil. "Com os preços atuais do mercado externo e a taxa cambial em torno de R$ 3,20, as exportações são favorecidas. Este mesmo cenário torna a importação de leite inviável, o que também é positivo para a cadeia produtiva". A expectativa de consumo bem ajustado à demanda também foi sentida no mercado spot (negociação entre as empresas). Nas últimas quinzenas foi verificada alta de 4% nos preços do leite, que foi negociado a R$ 1,36. "O preço praticado no mercado spot mostra a tendência de valorização, que deve chegar aos produtores".
Consumidor
Fonterra
A gigante de lácteos da Nova Zelândia, Fonterra, entrou para o mercado de mussarela no Brasil com o individual Quick Frozen (IQF). Desembarcou na pizzaria mais antiga de São Paulo, a Cantina Castelões. O gerente de serviços de alimentos da Fonterra, o brasileiro Hugo Melo, disse que o potencial do mercado é enorme. Ele disse que a mussarela IQF economizará o tempo dos pizzaiolos, dinheiro, custos da mão de obra e reduzirá o desperdício.
Nova fábrica
A Fonterra anunciou recentemente que está investindo NZ$240 milhões em uma nova fábrica para atender à crescente demanda - o maior investimento em serviços de alimentação na história da indústria de lácteos da Nova Zelândia. Isso permitirá que a empresa dobre a capacidade de produção de mussarela, que é feita em um dia, ao invés dos habituais dois a três meses dos processos convencionais. Ela será inaugurada em setembro de 2018. Uma vez concluída, a fábrica de Clandeboye da Fonterra passará a ser a maior produtora de mussarela natural no Hemisfério Sul. A mussarela IQF é resultado de uma tecnologia desenvolvida pelo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Fonterra com apoio da Cadeia de Transformação de Valor Agregado (Transforming the Dairy Value Chain) - um programa de Parceria Público Privada (PGP) entre o Ministério da Indústria da Nova Zelândia, a Fonterra e, o DairyNZ. (Dairy Reporter - Tradução Livre: Terra Viva)