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16/09/2016

Porto Alegre, 16 de setembro de 2016 .                                               Ano 10- N° 2.353

 

Balança comercial de lácteos: déficit chega a quase 1 bilhão de litros em 2016

A balança comercial de lácteos teve um déficit de 19 mil toneladas em julho, redução de 3,2% sobre o déficit apresentado no mês anterior. Em valores, o déficit da balança de lácteos foi de US$46 milhões.

Tabela 1. Exportações e importações por categoria de produto.

 

As exportações apresentaram alta de aproximadamente 60% em volume e de 7% em valor. Em agosto, foram exportadas 6,3 mil toneladas de produtos lácteos, contra 4 mil toneladas em julho. Na comparação com agosto de 2015, houve uma queda de 22% das exportações.    

As importações apresentaram elevação de 7,2% no seu volume em relação a junho. Houve importação de 12,2 mil toneladas de leite em pó integral em agosto (-9,6% em relação a julho); 4,4 mil toneladas de leite em pó desnatado (+91% x julho); 3,5 mil toneladas de soro de leite (+23,1% x julho) e 2,5 mil toneladas de queijo muçarela (+20,4% x julho). 

As importações de leite em pó tiveram origem no Uruguai, que enviou para o Brasil 10,9 mil toneladas no mês de agosto e a Argentina, que enviou 4,7 mil toneladas de leite em pó para o Brasil e cerca de mil toneladas tiveram origem nos Estados Unidos. (MilkPoint)

 
 
Perspectivas do mercado lácteo - Europa

 

Do final de agosto ao princípio de setembro a captação de leite pelas indústrias da Alemanha foram menores que o esperado. A queda extra foi atribuída ao calor do final do verão. Na França a recepção ficou dentro das expectativas. Na semana passada foram divulgados os últimos detalhes sobre o incentivo à redução da produção de leite, bem como ampliando o período de compras dos estoques de intervenção do leite em pó desnatado e prorrogando o prazo de armazenagem privada. O total de recursos para o programa de redução da produção foi de 150 milhões de Euros. Os produtores que quiserem receber os recursos de outubro a dezembro de 2016, deverão fazer a solicitação até o meio dia, horário de Bruxelas, do dia 21 de setembro de 2016. O objetivo é reduzir em 1,1 milhões de toneladas a produção de leite. A ajuda foi fixada em 14 euros por cada 100 kg de leite não produzido em comparação com a produção passada. 

O volume de redução mínimo que permitirá receber a ajuda é de 1.500 kg. E, o volume máximo será de 50% do volume do período de referência escolhido. (Por exemplo, 50% do leite produzido pelo agricultor entre outubro e dezembro de 2015). Já para participar do recurso excepcional de 350 milhões de euros que visa apoiar os produtores de leite e carne, o Estado Membro deverá submeter à Comissão Europeia, até o dia 30 de novembro, os projetos para utilização do financiamento. Os países que tiverem seus projetos aprovados poderão receber até 100% do financiamento. O regulamento para as ajudas prorrogou também as compras para os estoques de intervenção de 30 de setembro, para 31 de dezembro de 2016. Em 2017, as compras irão iniciar em 1º de janeiro, encerrando em 30 de setembro. (Usda - Tradução Livre: Terra Viva) 

 

Perspectivas do mercado lácteo - Oceania

Os preços de feno na Austrália ficaram elevados, com os baixos estoques e a demanda inconsistente. A precipitação recente tem sido dentro da média, mas as fortes chuvas dos últimos meses ajudaram a recompor os níveis dos reservatórios, reduzindo os gastos com água dos produtores que fazem irrigação.

 

O preço das vacas de descartes continua forte, bem como o preço do leite, que está atrelado à redução do tamanho dos rebanhos como forma de reduzir custos. As previsões para um futuro próximo são de uma primavera quente e úmida, na maior parte da Austrália. O esforço de muitos agricultores para mudar de processadores que estão pagando com atraso, tem sido infrutífero. A verdade é que a maioria das principais indústrias de laticínios da Austrália estão trabalhando no limite da capacidade instalada, não havendo espaço para um volume adicional de leite. O pacote de centenas de milhares de dólares anunciados pelo governo para emprestar, ainda não chegou aos produtores de leite. Os recursos são distribuídos aos governos estaduais, que nem sempre apresentam com eficiência e rapidez na liberação. Muitos produtores de leite de Victoria, Austrália do Sul e Tasmânia aguardam a ajuda do pacote. O GlobalDairyTrade (GDT) nº 171 na Nova Zelândia, teve preços médios variando de 2,0% a 15,4%, entre as categorias e períodos, em relação ao evento anterior. Isto significa elevação significativa dos preços nos últimos GDT, muito mais rápida e significativa do que o previsto por analistas do mercado. A magnitude dos recentes aumentos de preços eleva, significativamente o número de fabricantes aguardando moderação no curto prazo, na medida em que os mercados fizerem o balanço da situação atual dos lácteos na Nova Zelândia, e, no mundo. (Usda - Tradução Livre: Terra Viva)

 

Grupos lácteos no mundo inteiro contra nova política protecionista no Canadá

Organizações do setor lácteo dos Estados Unidos, Austrália, União Europeia, México e Nova Zelândia emitiram uma carta conjunta aos seus respectivos governos do comércio e da agricultura, expressando indignação sobre as ações recentes do Canadá para intensificar suas restrições proibitivas sobre o comércio de laticínios. Os grupos dizem que as políticas, cada vez mais protecionistas, do Canadá violam "as obrigações do comércio internacional, resistem a perspectiva de desvio do comércio com os impactos da depreciação dos preços globais e entram em conflito com os princípios do livre mercado, comércio justo e transparente." Os grupos norte-americanos, incluindo a Federação Nacional de Produtores de Leite, o Conselho de Exportação de Lácteos dos Estados Unidos e a Associação Internacional de Laticínios, opõem-se ao "Agreement in Principle", acordo fechado recentemente entre produtores e processadores de lácteos do Canadá. O acordo, que está passando por finalização e avaliação no Canadá, forneceria incentivo para substituir ingredientes lácteos importados por ingredientes lácteos canadenses e iria, injustamente, subsidiar as exportações de produtos lácteos canadenses. 

Se for ratificado, o acordo entraria em vigor 01 de novembro de 2016. Além das três organizações norte-americanas subscreveram a carta: o Conselho de Indústria Láctea Australiana, a Associação Europeia de Laticínios, a Associação Europeia de Produtos de Soro de leite, a Associação Europeia de Comércio Lácteo, a Câmara Nacional Mexicana de Leite Industrial e a Associação de Empresas de lácteos da Nova Zelândia. Cada uma das organizações lácteas pediu ao governo de seus respectivos países, para contestarem o acordo junto à Organização Mundial do Comércio (OMC). Na carta enviada em conjunto aoo representante de Comércio dos EUA, Michael Froman e outras autoridades de comércio do governo, as organizações lácteas afirmaram que o "Agreement in Principle" violaria as obrigações comerciais do Canadá no âmbito da OMC e no Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA). Disseram também que prejudicaria a intenção dos acordos pendentes Trans-Pacific Partnership (TPP) e Acordo da União Europeia -Canada Comprehensive Economic and Trade Agreement (CETA).

"O desrespeito contínuo do Canadá pelas disposições em seus pactos com seus parceiros comerciais é inaceitável", disse Connie Tipton, presidente e CEO da Associação Internacional de Laticínios. "Essas políticas protecionistas estão em conflito direto com os princípios do livre mercado e comércio justo,em que acordos de comércio, como TPP, visam promover." "A situação no comércio de lácteos com o Canadá tem ido de mal a pior este ano e agora o Canadá está planejando estratégias mais sérias sobre esse terrível histórico", disse Jim Mulhern, presidente e CEO da Federação Nacional de Produtores de Leite. "Basta, o Canadá precisa parar de fugir de seus compromissos e sustentar-se até o fim dos acordos já negociados." "Durante anos os exportadores dos EUA têm suportado o peso de uma procissão contínua de novas ferramentas na política canadense, destinadas a reduzir importações de produtos lácteos", disse Tom Suber, presidente da o Conselho de Exportação de Lácteos dos Estados Unidos. "O TPP incluiu novos recursos para mover-se em direção a um comércio mais aberto, expandindo o acesso ao mercado em comparação com o status quo; mas o Canadá tem feito o seu melhor para minar o acesso de longa data existente antes que este acordo seja fechado."(Usdec - Tradução Livre: Terra Viva)

Marca própria 

Fabricantes de bens de consumo de pequeno e médio porte estão remando na contramão da crise econômica. Diante da demanda por itens de marca própria, em geral mais baratos, essas empresas têm elevado vendas produzindo para grandes varejistas. "Esse tipo de produto ganha força em momentos de instabilidade econômica, conforme visto em países que passaram por crises e incorporaram as marcas próprias com o objetivo de desenvolver o consumo. Aqui deve ocorrer algo semelhante", diz o analista Kantar Worldpanel, Tiago Oliveira. Ele avalia que a oportunidade de ganhos pode ser ainda maior se considerar que apenas 1% das vendas no mercado brasileiro corresponde a produtos de marca própria. Na Europa, essa participação supera 30%.

Os supermercados da Espanha, por exemplo, vendem de alimentos e bebidas a produtos de higiene e beleza. Segundo Oliveira, as marcas próprias hoje representam 38% das vendas naquele país, um amadurecimento obtido depois de uma crise econômica. A presidente da Associação Brasileira de Marcas Próprias e Terceirização (Abmapro), Neide Montesano, vê muitas oportunidades para o segmento em função do momento econômico brasileiro, uma vez que o consumidor está mais disposto a testar novas marcas visando reduzir despesas. "Historicamente no mundo, em momento de crise, a marca própria se beneficia. Estamos muito otimistas", afirma ela.

De olho nesse movimento, a fabricante paulista de laticínios Salute apostou nos acordos com grandes redes de supermercados para alcançar um maior número de consumidores, conta o diretor da empresa, Marcelo Duarte. Hoje, a empresa produz iogurtes das marcas Carrefour, Dia% e Walmart. "Na crise, o que determina o consumo é preço, então o varejo tem buscado cada vez mais diversificar as opções de marcas próprias disponíveis. Temos demanda desde os itens mais simples até os mais elaborados, como iogurte grego", revelou o executivo em entrevista ao DCI. Segundo ele, a fabricação de itens de marca própria representou 60% do faturamento da empresa no último ano. O segmento de atuação da Salute é um dos mais promissores, na avaliação do analista da Kantar. Oliveira explica que se trata de um segmento muito concentrado ainda em marcas já tradicionais, o que pode surgir como uma chance competitiva para os produtos de marca própria, em geral, mais baratos. "Nesse aspecto, o mercado ainda pode evoluir mais", espera.

O executivo da Salute observa que essa também pode ser uma possibilidade de as empresas menores competirem com as gigantes sem grandes aportes. "Colocar um produto no mercado exige força de venda, o que nem sempre ocorre no lançamento de uma marca devido aos custos. Mas com as chamadas marcas próprias [para terceiros] garantimos maior pulverização, espaço na gôndola e volumes nas entregas", reforça o gerente comercial da Casa Maní, Marcelo Costa. A empresa de alimentos produz fécula de mandioca ou tapioca e barrinha de cereal. Atualmente, 55% do faturamento da empresa vêm dos produtos de marca própria. "Nossa meta é chegar a 60% até o fim do ano e, depois, avaliar se aumentaremos essa porcentagem". 

Sem revelar valores exatos, Costa afirma que a demanda subiu. "Nesse aspecto, a crise impulsionou nossos negócios e deve continuar assim, mesmo com a recuperação econômica".
Tiago Oliveira vê outras oportunidades no estágio "ainda embrionário" em termos de importância das marcas próprias no Brasil. "É um mercado com muito espaço para expansão. Para a indústria, significa uma excelente oportunidade de ganhar escala na produção e diluir o custo fixo da fabricação de seus produtos". Na visão do gerente da Casa Maní há muitas vantagens financeiras em produzir marcas próprias para terceiros. "Valeria a pena continuar avançando nesse mercado por tratar-se de uma operação mais simples e com garantia de receitas".

Planejamento
Apesar da forte demanda, a presidente da Abmapro, Neide Montesano, aponta que as indústrias deverão se preparar para manter o nível de atividade no pós-crise com investimentos em mix de produtos e inovação. "É necessário ter diversidade. Ir além do básico. Neste mercado, é preciso pensar que caso uma indústria não faça determinado produto de marca própria, a concorrente fará e ocupará aquele espaço." De acordo com o analista da Kantar, as empresas que se destacam nesse segmento têm investido "em inovação, extensão de linhas e, principalmente, relação custo-benefício".

No entanto, ele pondera que não basta entregar qualidade com custo-benefício e contar com apoio do varejo se a fabricante não consegue entregar em grande quantidade. "A ruptura é sempre um dos maiores entraves para a demanda e compromete a fidelização desses produtos", acrescenta. A diretora da LençoBrás, Alejandra Orenstein, conta que foi observando esses fatores e pesquisando tendências de consumo no mercado internacional que a empresa expandiu sua produção de e lenços umedecidos para o segmento de marcas próprias. "Aproveitamos esse momento para fidelizar nossa marca no mercado. A proposta é aliar inovação, qualidade e pontualidade no ponto de venda". Para ela com investimentos em inovação é possível concorrer em igualdade com as marcas líderes de mercado. "Quando ocorre a percepção da qualidade, vemos que as marcas próprias são capazes de competir em igualdade. É isso que impulsiona nossos negócios na categoria", afirma Alejandra. Costa, gerente da Casa Maní, comenta ainda que o varejista sempre vai procurar um fornecedor que já tem uma linha de produção pronta para atender as demandas dos consumidores, sobretudo em momentos em que grandes investimentos podem estar em um segundo plano. "É mais uma oportunidade de ter presença na gôndola", finaliza ele. (DCI)

 

General Mills tem planos para revigorar a categoria de iogurtes em 2017
A General Mills propôs uma estratégia global - baseada nos sucessos anteriores em suas outras categorias de produtos - para revigorar a categoria de iogurtes, que tem um valor estimado de US$ 8 bilhões somente nos Estados Unidos.Falando durante a Global Consumer Staples Conference, da Barclays, o presidente e diretor operacional da General Mills, Jeff Harmening, disse que a divisão de iogurtes da companhia nos Estados Unidos continua direcionando mais da metade do declínio de suas vendas varejistas nos Estados Unidos. A General Mills antecipa que o declínio nas vendas de iogurtes nos Estados Unidos continuará no próximo ano, mas o nível reduzirá até o final do ano fiscal de 2017. Para combater o declínio esperado nas vendas de iogurtes no mercado americano, Harmening disse que a companhia aplicará os mesmos princípios que usou para seus produtos de cereais aos seus produtos como iogurtes gregos e Yoplait - que direcionaram o declínio nas vendas de iogurtes no varejo americano. Do total das vendas líquidas da General Mills de US$ 17,6 bilhões no ano passado, os iogurtes foram responsáveis por 16%, com US$ 2,8 bilhões. "Precisamos melhorar nossos portfólio nos Estados Unidos melhorando nossos produtos gregos, reduzindo nossa dependência do light e estabelecendo bases nos segmentos de rápido crescimento de orgânicos e bebidas". A General Mills disse que renovará todo seu portfólio de iogurte para crianças com mudança nas embalagens e reformação de suas receitas. Nos próximos meses, a companhia também lançará uma linha reformulada dos produtos Greek 100 com quase 40% mais proteína, enquanto ainda manterá a contagem de 100 calorias e nove gramas de açúcar. Os iogurtes originais Yoplait passarão por uma mudança nas embalagens na segunda metade do próximo ano fiscal. (Dairy Reporter)
 

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