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17/08/2016

Porto Alegre, 17 de agosto de 2016 .                                               Ano 10- N° 2.333

 

  gDT 

Os preços dos lácteos no leilão da Fonterra dessa sexta-feira subiram fortemente. No geral, o incremento foi de 12,7%, em dólares norte-americanos, mas também subiram incríveis 11,9% em dólar kiwi. O principal produto do evento, o leite em pó integral (WMP), subiu 18,9%, chegando a US$ 2.695/tonelada e este é o maior valor desde outubro de 2015.

É bom lembrar, no entanto, que em fevereiro o WMP chegou ao preço extremamente baixo de US$ 1.890/tonelada, de modo que o preço atual representa reajuste de 40% no ano. Os preços da manteiga e do queijo também subiram consideravelmente. Esses preços ocorreram mesmo com o aumento de volumes, o maior desde agosto de 2015. Dois fatos podem ser observados depois dos ganhos de hoje: primeiro que os preços das commodities em geral entram em um ciclo de aumentos; e segundo que o volume de leite na União Europeia atingiu o pico, e deve começar a cair a partir de agora. E o volume de leite existente nos Estados Unidos não representa ameaça real. A elevação de hoje é a primeira evidência concreta a fortalecer as previsões de analistas que prevêem pagamento de NZ$ 6/kgMS aos produtores na temporada 2016/17. Isto representará uma recuperação significativa no nível de pagamento de 2015/16 que foi de NZ$ 4,25/kgMS. (interest.co.nz - Tradução livre: Terra Viva)

 

 
Consumo de longa vida 'desafia' alta dos preços

A despeito da forte alta dos preços no mercado doméstico, o consumo de leite longa vida deve voltar a crescer este ano a uma taxa de 2%, mesmo nível registrado em 2015. Segundo estimativa da Associação Brasileira de Leite Longa Vida (ABLV), as vendas devem alcançar 6,86 bilhões de litros este ano. Em 2015, foram 6,73 bilhões de litros.

De acordo com Cesar Helou, presidente ABLV, o consumo de longa vida no Brasil vem crescendo graças ao avanço do produto sobre outras categorias, como o leite pasteurizado e o informal. Isso já aconteceu em 2015 e está ocorrendo também neste ano. Ele considera, de todo modo, que a crise econômica no país não fez com que o consumidor deixasse de tomar leite. "Por mais que exista uma crise, o consumidor não para de beber leite. Ele troca para uma marca mais barata, mas continua a consumir".


 
Ao mesmo tempo em que o consumo de leite longa vida deve crescer de forma modesta, abaixo dos níveis vistos em anos anteriores, a expectativa é que o faturamento do setor no país avance expressivos 15%, depois de ter alcançado R$ 15,3 bilhões no ano passado. "Conseguimos repassar a inflação, e a oferta apertada de leite também contribuiu para os repasses aos preços", explica Helou.

E os repasses da alta da matéria-prima para o produto final foram de fato expressivos. Conforme levantamento do MilkPoint, consultoria especializada em lácteos, entre janeiro e julho deste ano os preços do leite longa vida no varejo da cidade de São Paulo subiram 57,9% em termos nominais. Em valores deflacionados, a alta foi de 51,8%.

Mas já há sinais de alguma mudança no mercado de leite, tanto no que diz respeito à oferta quanto aos preços. Segundo o presidente da ABLV, as vendas de longa vida melhoraram nos últimos 15 dias, com as promoções realizadas do varejo.

A oferta também dá sinais de melhora com a safra de leite do Sul do país - que, apesar de não ser maior do que a de 2015, "está boa", de acordo com Helou. Outro indício de que a disponibilidade de matéria-prima começa a melhorar, diz, é a queda dos preços no mercado spot de leite (negociações entre empresas).

Na avaliação do presidente da ABLV, se os preços ao produtor de leite se mantiverem firmes, estimulando o investimento em alimentação do rebanho pelos pecuaristas, a produção do país recuará cerca de 3% este ano. Mas se as cotações caírem, a produção pode ter retração de 5%. De acordo com levantamento do IBGE, no primeiro trimestre do ano a aquisição de leite no Brasil caiu 4,5%, para 5,86 bilhões de litros.

Apesar da melhoria da oferta de matéria-prima para os laticínios, César Helou avalia que as importações de lácteos vão continuar. "A oferta já está mais equilibrada à demanda, mas os preços do leite importado incentivam a aquisição no exterior", diz o dirigente. Enquanto o preço ao produtor brasileiro supera os US$ 0,50 por litro, no Uruguai equivale a US$ 0,26, observa.

O presidente da ABLV não chega a comemorar o avanço esperado para as vendas de longa vida este ano, mas admite que "no momento que o Brasil vive, não se pode reclamar de crescimento de 2% no consumo".

Mas o setor quer mais do que avançar sobre outras categorias de leite. "O brasileiro precisa aumentar o consumo", afirma Helou. Por isso, a entidade, que reúne 34 empresas e comemora 22 anos, está lançando hoje uma iniciativa para destacar os benefícios do leite. "Existe uma concorrência com a indústria de suco e outras bebidas. Não cabe tanta bebida no estômago do consumidor".

A campanha, cujo mote é "Leite faz seu tipo", inclui plataforma digital com conteúdos informativos sobre leite, página no Facebook e monitoramento de redes sociais. "O objetivo é acabar com certos preconceitos em relação ao leite", diz Helou. Os conteúdos, baseados em informações de instituições como Embrapa e Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), visam a esclarecer mitos sobre o leite, segundo a ABLV. Tratarão, ainda, de questões sobre nutrição, saúde, receitas e outros. (As informações são do jornal Valor Econômico)

 
 
Conab vai leiloar mais 50 mil toneladas de milho para "testar" mercado

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) anunciou hoje que fará mais um leilão para vender estoques de milho, na próxima terça-feira, 23. Serão ofertados mais 50 mil toneladas do cereal, numa estratégia do governo para medir a real demanda do mercado, disse ao jornal Valor Econômico o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller. 

O leilão será voltado exclusivamente para produtores rurais, criadores de aves e suínos de todo país. Num primeiro lote, serão disponibilizadas 9,497 mil toneladas, e no segundo, mais 40,502 mil toneladas.

Além dos produtores, a indústria de carne de frango vêm tendo suas margens pressionadas pela cotação interna do milho no Brasil. Empresas como a JBS e a BRF já vêm importando milho de outros países, como Argentina e Paraguai, desde o início do ano passado, para tentar amenizar o impacto da disparada dos preços do milho. "Estamos fazendo mais um leilão para avaliar se realmente está faltando milho no mercado, para medir isso, porque no leilão passado vimos que não tem falta", afirmou Geller.

Na semana passada, foram negociadas apenas 32% das primeiras 50 mil toneladas de milho ofertadas pela Conab. A baixa procura pelos estoques públicos do produto causou surpresa na Pasta da Agricultura, que resolveu lançar mais um leilão a título de "teste", disse Geller. "O resultado do leilão passado quer dizer que ainda tem milho no mercado", concluiu o secretário.

Geller também lembrou que no próximo dia 1º de setembro a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) deve se reunir para decidir se autoriza a importação de milho transgênico dos Estados Unidos, a pedido da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), entidade que reúne as principais empresas de carne de frango e carne suína do país. A ideia da indústria é aproveitar o período de isenção do imposto de importação para trazer milho americano, que vai até 19 de novembro. Em abril, a Câmara do Comércio Exterior (Camex) zerou essa tarifa de importação para até 1 milhão de toneladas. (As informações são do jornal Valor Econômico)

  

Exportação de sêmen de gado leiteiro em expansão
A exportação de sêmen de gado leiteiro dobrou no Brasil nos últimos dois anos. Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia) e referem-se ao comparativo entre o 1º semestre de 2014, quando foram exportadas mais de 42 mil doses, com o mesmo período deste ano (84,6 mil doses). Só no último ano, a expansão é de 32%. A pesquisa indica que o estado que mais investiu em genética de gado leiteiro foi Minas Gerais, com 32% de vendas, seguido do Rio Grande do Sul, com 16%. Ao contrário do movimento registrado na exportação, a pesquisa revelou queda de 41% na importação de sêmen no último semestre. Foram 1.127.760 doses importadas nos primeiros seis meses de 2016 frente ao mesmo período de 2015, quando foram importadas 1.917.997 doses. Na produção, que representa a totalidade da coleta e industrialização de sêmen realizado pelas centrais produtoras para estoque, o total produzido de sêmen no 1º semestre de 2016 foi de 355 mil doses. Também representa uma retração, já que no mesmo período de 2015, foram produzidas 530 mil. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
 

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