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08/08/2016

Porto Alegre, 08 de agosto de 2016 .                                               Ano 10- N° 2.326

 

Sindilat responde questionamentos da Anvisa sobre lactose
 
O Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat) encaminhou na sexta-feira (05/08) resposta aos questionamentos feitos pela Anvisa sobre a presença de lactose nos produtos lácteos. As informações tiveram como base uma solicitação da Anvisa em função da regulamentação da lei nº 13.305, de 2016, que visa a identificação nos rótulos da quantidade dessa substância nos alimentos embalados. 

Segundo a consultora de qualidade do Sindilat, Letícia de Albuquerque Vieira, a intenção da Anvisa é saber quais os critérios que as empresas utilizam para denominar produtos como sendo com 'redução de lactose', 'baixa lactose' e 'zero lactose'. "Fizemos a pesquisa junto aos nossos associados, além de contarmos com o auxílio das especialistas Neila Richards, da UFSM, Vanessa Silveira, da Setrem, e Georgia de Castro, da Vivanutri, para encaminharmos as respostas. Além disso, informamos a legislação utilizada para cada denominação ligada à lactose", informou a consultora. 

Após a sanção da lei pelo presidente interino, Michel Temer, a Anvisa iniciou o trabalho de levantar as referências internacionais e científicas, para, com essas informações, elaborar uma minuta, que deverá ser concluída ainda neste mês. Ao todo, foram três os questionamentos feitos pela Anvisa às empresas, além dos critérios utilizados para declarar os produtos como sendo 'sem lactose', 'baixo teor' e 'reduzido teor' nos rótulos; foram questionados os processos tecnológicos usados para a redução da lactose; e os métodos de análise para quantificar o teor de lactose restante nos alimentos.(Assessoria de Imprensa Sindilat) 

Oferta doméstica limitada faz importação de lácteos crescer 

A menor disponibilidade de leite no mercado doméstico em decorrência da queda na produção este ano no Brasil continua a estimular as importações de lácteos. De janeiro a julho, as compras desses produtos no exterior alcançaram 130,3 mil toneladas, quase 70% acima de igual período de 2015, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex/Mdic) compilados pela Viva Lácteos, associação que reúne empresas do segmento. O valor das importações no período subiu 31% na comparação, para US$ 330,7 milhões (ver gráfico). Já as exportações brasileiras de lácteos de janeiro a julho totalizaram US$ 75,7 milhões, praticamente a metade do mesmo intervalo do ano passado. Com isso, o déficit da balança de lácteos brasileira atingiu US$ 255 milhões. Em todo ano passado, o déficit foi de US$ 100 milhões. A persistente retração da oferta de leite no Brasil explica o aumento das importações, de acordo com Valter Galan, analista da consultoria especializada MilkPoint. 

A estimativa da consultoria é que a oferta da matéria¬prima tenha recuado 7% entre janeiro e julho deste ano na comparação com o mesmo período de 2015. De acordo com levantamento do IBGE, no primeiro trimestre do ano a aquisição de leite no Brasil caiu 4,5%, para 5,86 bilhões de litros. Galan calcula que as importações representaram 7,3% da disponibilidade total de leite no país nos primeiros sete meses de 2016, ante 4,3% no mesmo intervalo do ano passado. O analista observa que a redução na oferta elevou os preços ao produtor nacional e tornou as importações mais competitivas. "As importações visam a atender um 'gap' na oferta", diz. Citando dados do Cepea/Esalq para o preço ao produtor em julho passado, ele calcula que a cotação ao produtor hoje no Brasil é equivalente a US$ 0,46 por litro (considerando um dólar de R$ 3,25). O preço ao produtor no Uruguai equivale a US$ 0,26; na Argentina, a US$ 0,30. Não à toa, o Brasil vem ganhando importância como cliente dos lácteos do Uruguai, que exporta 70% de sua produção do segmento. 

Em 2015, o Brasil já foi o maior importador, com 28% do total embarcado pelos uruguaios, superando a Venezuela, que comprou 21% do total, de acordo com o Instituto Nacional do Leite (Inale), do Uruguai. O cenário persiste este ano. "Os uruguaios perderam a Venezuela, para quem vendiam bastante, [lácteos] porque havia dificuldade para receber", observa Galan. De acordo com os últimos dados disponíveis do Inale, o Uruguai exportou 115,5 mil toneladas de lácteos no primeiro semestre deste ano, e mais da metade ¬ 66,3 mil toneladas ¬ teve como destino o mercado brasileiro. Embora as importações desde Uruguai e Argentina venham crescendo, Gustavo Beduschi, assessor técnico da Viva Lácteos, observa que os dois fornecedores de lácteos também enfrentam restrições na oferta de leite em decorrência de problemas climáticos e da alta dos grãos. "A produção no período de safra [neste semestre] deve ser menor que no mesmo período de 2015". Galan, da MilkPoint, acredita que o ritmo de importações de lácteos deve se manter para atender o mercado interno. 

 

Mas pondera que a alta dos preços do leite no Brasil pode ser um estímulo à produção neste semestre, o que daria um alívio à situação da oferta. Beduschi concorda que as importações vão continuar, e aponta incertezas em relação ao desempenho do mercado brasileiro. Uma delas é como a produção vai reagir no Sudeste com a chegada do período de chuvas (safra), e outra é o comportamento da demanda doméstica. No atual cenário ¬ de preços baixos no mercado internacional e elevados no Brasil ¬, as exportações brasileiras de lácteos perdem competitividade. Mas Gustavo Beduschi reitera que as empresas do setor seguem se preparando para estar aptas a exportar "quando o mercado virar". O setor aguarda missões para habilitação de plantas para exportar lácteos ao Panamá, à Bolívia e ao Chile. Além disso, o processo da habilitação de oito unidades para exportação de lácteos à China também está em curso. (Valor Econômico) 

Preço do leite pesa nas compras

O leite vem ocupando o ingrato posto que já foi do arroz e do feijão no bolso dos brasileiros: é um dos alimentos que mais têm apresentado aumento de preço nos últimos meses. Mesmo em Estados produtores, como o Rio Grande do Sul, o custo anda batendo recordes. No mês passado, o litro do leite longa vida ficou 19,75% mais caro em Porto Alegre, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor da UFRGS (Iepe). O leite de caixinha, que representa 70% das vendas nas gôndolas gaúchas, tem saído por uma média de R$ 3,66.

E pensar que, em janeiro, o mesmo produto era vendido por R$ 2,23. Desde julho do ano passado, o aumento acumulado no preço do leite é de 56%, conforme levantamento da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) - percentual muito superior ao da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor da UFRGS (IPC-Iepe), que, entre julho do ano passado e junho deste ano (os dados de julho de 2016 ainda não foram divulgados), ficou em 11,76%. Como é uma importante matéria-prima, esse aumento nos preços não vem sozinho. Quando o leite encarece, uma série de produtos acaba também pesando mais no bolso: derivados como manteiga, margarina, queijos e iogurtes surfam na mesma onda. E se muitos desses itens podem ser racionados ou substituídos, a tarefa não é tão fácil com o leite. Outras fontes de cálcio, como leite vegetal, leite de soja e vegetais escuros, ou são ainda mais caros, ou não contêm, em pequenas doses, a mesma quantidade de nutrientes. A boa notícia é que, após uma série de aumentos de custo, pode ser que o preço do longa vida comece a cair nesta semana. Agosto é o mês em que a produção volta a crescer, após a entressafra que começa em abril. O presidente da Agas, Antônio Cesa Longo, estima uma queda de 10% no preço.

- O consumidor logo vai poder ver leite em promoção. A redução no preço deve ser maior nestas primeiras semanas, mas depois deve manter uma queda média de 5%, se o clima contribuir.

Conforme Longo, o leite, apesar de mais caro, não apresentou grande queda nas vendas porque é um item essencial em qualquer carrinho de compras. Mas outros produtos, como cosméticos, acabam deixados de lado quando o consumidor passa no supermercado e pesa o quanto pode gastar. Lembrando que a cada ano o preço do leite costuma aumentar entre abril e agosto, o presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado (Sindilat) não é tão otimista quanto à previsão de queda nas próximas semanas. Ele explica que, mesmo que a oferta aumente, como se espera, a produção brasileira de leite recuou muito. A aquisição de leite cru feita pelos laticínios foi de 5,86 bilhões de litros entre janeiro e março - 6,8% menor em relação ao quarto trimestre do ano passado, e 4,5% abaixo da registrada no primeiro trimestre de 2015. 

CLIMA E CUSTOS EXPLICAM DISPARADA
A explicação para o encarecimento do leite e de seus derivados passa por clima desfavorável e aumento de custo da ração animal, que têm reflexo direto na oferta.

- O fator climático prejudicou a produção. Há 20 anos não se via uma queda assim. A tendência é de queda nos preços, sim, mas não em ritmo tão acelerado quanto se viu em anos anteriores - avalia Alexandre Guerra, do Sindilat.

Mesmo pagando quase R$ 4 pelo litro de leite, o consumidor gaúcho não é tão afetado pelo problema quanto os moradores de Mato Grosso, por exemplo, onde o litro do longa vida chega a R$ 6,30, segundo o Sindilat-MT, e o quilo da moçarela, a quase R$ 50. Mais caro do que o quilo do filé mignon e da picanha naquele Estado, que, em julho, custavam em média R$ 36. (Zero Hora)

Argentina e Brasil iniciam parceria estratégica
 
O ministro Blairo Maggi (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) se reuniu com o colega argentino, Ricardo Buryaile, em Buenos Aires, para discutir uma extensa pauta de interesses do Brasil e da Argentina no setor do agronegócio. Eles concluíram que os dois países devem se unir para liderar o Mercosul e ampliar o espaço comercial no mundo.  Também falaram sobre o aumento do comércio entre os dois mercados de produtos como citros, trigo, abacate, ovos férteis, mel, produtos lácteos e biotecnologia. Após almoço de trabalho da delegação do Brasil com os representantes do Ministério de Agroindústria daquele país, na última quinta feira, Blairo Maggi fez uma apresentação sobre a conjuntura da agricultura brasileira a um grupo de empresários brasileiros e argentinos. O ministro disse também que Brasil e Argentina são parceiros estratégicos, embora reconheça que existam algumas competições regionais, mas que devem ser tratadas de forma transparente e tranquila. Segundo Maggi, os dois países são grandes exportadores mundiais de alimentos e terão mais força nas negociações internacionais se atuarem de forma conjunta e coordenada. 

"Nós somos parceiros e podemos andar juntos mundo afora fazendo o enfrentamento no mercado mundial", afirmou Blairo Maggi. Na avaliação do ministro, os dois países devem liderar as negociações entre o Mercosul e a União Europeia, que se arrastam há anos, sem um avanço concreto. 

Buryaile concorda com a posição de Maggi. O ministro argentino acrescentou que Brasil e Argentina são sócios estratégicos e a união dos dois países é uma necessidade. Ele destacou ainda que essa foi a primeira vez, nos últimos três anos, que um ministro da Agricultura brasileiro foi ao país para uma visita oficial. De acordo com o ministro argentino, as questões fitossanitárias entre os dois países devem ser colocadas de forma clara. Ele rejeitou o uso de barreiras sanitárias para impedir a exportação de produtos agropecuários quando a questão é apenas política. Blairo Maggi disse que Brasil e Argentina deve ter uma relação clara, transparente e honesta. "Aquilo que pudermos aceitar um do outro, vamos dizer sim. O que não podemos aceitar, vamos dizer não. Tenho defendido muito essa postura política no Brasil. "  Os dois ministros devem se encontrar mais uma vez ainda este mês. Buryaile vai estar na abertura da Expointer, no próximo dia 29, no município de Esteio, no Rio Grande do Sul.  (com informações do MAPA) (Diário do Comércio)

Exportações de lácteos da UE devem crescer 30% neste ano

No mercado de lácteos frescos (incluindo leite UHT), a produção da União Europeia (UE) pode se estabilizar em 2016 porque a tendência de queda no consumo é compensada pelas fortes exportações, que deverão ficar 30% acima dos níveis do ano anterior. Desenvolvimentos similares são esperados em 2017, embora possivelmente com menor crescimento nas exportações (+15%).  Esse crescimento nas exportações é direcionado pela demanda chinesa por leite UHT, cujas importações quase dobraram. A UE forneceu quase 70% dessas importações durante os primeiros quatro meses do ano. Durante esse período, a China absorveu mais de 40% das exportações da UE. Em 2012, essa participação foi de menos de 12%. As exportações cresceram também fortemente para Bielorrússia, de quase nada nos anos anteriores para 12% das exportações da UE em 2016. A Bielorrússia importa leite a granel.

A orientação dos consumidores em direção a mais manteiga e queijos em sua dieta é confirmada na Europa e globalmente, especialmente nos Estados Unidos. Isso explica notavelmente o aumento de 50% nas importações de manteiga dos Estados Unidos durante os primeiros quatro meses do ano e o baixo nível das exportações. Em contraste, as exportações da UE aumentaram 33% durante o mesmo período, especialmente para Oriente Médio, Estados Unidos, Marrocos e Japão. Assim, os preços da manteiga da UE permaneceram bem acima do nível do preço de intervenção. Em 2016, a produção total de manteiga deverá aumentar em mais de 3%. As exportações de manteiga e óleo de manteiga deverão aumentar em quase 30% pelo segundo ano consecutivo e alcançar 230.000 toneladas. O consumo per capita deve continuar seu crescimento anual, embora os estoques privados devam declinar levemente até o final do ano. Em 2017, o mercado de manteiga deverá seguir tendências similares, mas a um ritmo mais lento.

Em 2016, a produção de queijos deverá crescer 1,6%, direcionada pelas fortes exportações (+9%) e sustentada pelo consumo doméstico (+1,2%). O aumento das exportações, especialmente ao Japão, Coreia do Sul e Arábia Saudita, está tão forte, +14% até abril, que o total das exportações em 2016 deverá se igualar aos níveis de antes do embargo russo (quando a Rússia absorvia 30% das exportações da UE). Em 2017, um aumento de 1,2% na produção poderá ocorrer, principalmente direcionado pelo uso doméstico, enquanto o crescimento das exportações poderá desacelerar para 2%. (Informações são da Comissão Europeia, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 
Um leite enriquecido que ajuda a combater o colesterol
O teste foi feito por pesquisadores do interior de São Paulo*. Primeiro, eles criaram três rações diferentes utilizando óleo de girassol, selênio e vitamina E. Em seguida, verificaram o efeito de cada uma das bebidas produzidas pelos animais em um grupo de 100 idosos. O resultado: os três leites enriquecidos se mostraram benéficos. Mas, segundo Karina Pfrimer, nutricionista e pesquisadora da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, o leite que contava com todos os ingredientes foi o mais poderoso. Para ter ideia, os voluntários que consumiram essa versão viram a taxa de colesterol cair 6,4% - mudança já significativa em termos de proteção cardiovascular. Tudo isso sem notar diferenças no sabor do alimento. *Pesquisa finalista do Prêmio SAÚDE 2015. (M de Mulher) 
 

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