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O potencial do Estado para intensificar sua produção leiteira através de um melhor manejo dos cultivos de inverno foi debatido em encontro na manhã desta quinta-feira (18) na sede do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat). O evento foi ministrado pelo chefe-geral da Embrapa Trigo, Jorge Lemainski, e teve como tema “Cereais de inverno na produção de leite: artesania do manejo num agro de oportunidades”.

Durante a reunião - que contou com representantes das empresas Santa Clara, Italac, Deale, Languiru, Latvida, Stefanello, Sooro Renner, Friolack, Coopar, CCGL e Kiformaggio - Lemainski disse que a alimentação dos animais é a base na pirâmide produtiva. Por isso, uma das principais formas de fazer com que a atividade leiteira cresça, com segurança, é pensar na produção e no fornecimento de alimentos de qualidade e a custos competitivos, a exemplo de pastagens melhoradas combinado com reserva de alimento conservado por um ano, a exemplo da silagem e pre-secado. Os cereais de inverno oferecem esta condição de modo competitivo. Trigo para pastejo, triticale e cevada forrageira são excelentes soluções tecnológicas para um leite ainda melhor com menor custo.

“Isso é uma questão de manejo”, diz Lemainski. “Ainda temos muito o que progredir nisso. Manejar significa ter capacidade, conhecimento, habilidade. É diferente de tecnologia, que pode ser resumida como informação. Manejo do conhecimento é algo que todo produtor deve ter dentro de si, para a melhor tomada de decisão ”.

O chefe-geral da Embrapa Trigo destacou duas principais formas de garantir uma alimentação ainda melhor para os animais: a silagem e o cultivo de cevada no período de entressafra. Esse último garante não apenas uma produção leiteira maior, mas também um leite mais sustentável e que preserva a saúde do solo.

Para Lemainski, o setor lácteo deve almejar ser cada vez mais competitivo se quiser aumentar sua produtividade e rentabilidade. “Temos que enxergar o Rio Grande do Sul como uma única propriedade. O setor cresceu bastante nos últimos anos, mas ainda tem muito espaço para melhorar”, defende.

O secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, salienta que esse encontro foi muito importante para o setor e trouxe ensinamentos nos mais diversos âmbitos. “Foram apresentados cenários muito práticos e que já vêm sendo trabalhados no aumento da produção leiteira com menor custo e maior sustentabilidade”, afirma. 

Foto em destaque: Pedro Hameister

A Embrapa Gado de Leite lançou nesta sexta-feira (13/8) o livro “Na era do consumidor – uma visão do mercado lácteo brasileiro”. A obra reúne 23 artigos de 30 autores publicados em veículos de comunicação especializados na cadeia produtiva do leite. O lançamento oficial ocorreu em live no canal no Youtube da entidade, a qual pode ser acessada através do link: https://www.youtube.com/watch?v=axVO0V0eRs4.

Dividida em cinco seções, a publicação traz um panorama sobre o consumo de lácteos no Brasil e as mudanças causadas a partir da pandemia de Covid-19 no setor, além de apresentar reflexões do mercado consumidor em relação às redes sociais. "O livro é de extrema importância para o setor lácteo uma vez que reúne informações extremamente importantes para o seu desenvolvimento", afirmou Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat). A obra conta com editoria técnica da pesquisadora da Embrapa Kennya Beatriz Siqueira.

Os artigos foram publicados originalmente no portal Milkpoint e nas revistas Indústria de Laticínios, Leite Integral e Balde Branco entre 2019 e 2021. Acesse o livro aqui: https://bit.ly/37DkvMn.

Com informações da Embrapa

A Embrapa Gado de Leite está mapeando o comportamento do consumidor brasileiro de leite e derivados durante a pandemia de Covid-19. A pesquisa pode ser respondida via questionário online em apenas cinco minutos, até dia 24/10. A instituição assegura o sigilo total das informações coletadas. Para participar, CLIQUE AQUI.

Foto em destaque: Kwangmooza/ iStock

Os cuidados que o produtor de leite precisa ter na propriedade para afastar a possibilidade de contaminação por coronavírus foram tema de live promovida na manhã desta segunda-feira (29/6) pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Reunindo um time de especialistas da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul (Seapdr) e da Embrapa, o debate remoto elencou dicas importantes que o produtor deve adotar – ou redobrar – para que a doença não chegue aos proprietários e colaboradores das propriedades rurais e, assim, não comprometa a produção e os resultados financeiros.

O Webinar 'Covid-19: o que o produtor precisa saber' deu um foco importante na biosseguridade na cadeia da bovinocultura de leite na rotina do transporte – uma das mais sensíveis do processo, uma vez que o caminhão de coleta passa por diversas propriedades. De acordo com Rogério Dereti, pesquisador da Embrapa Gado de Leite, diante do cenário é essencial que o produtor adote mudanças de hábitos, reforçando que a atividade leiteira em si, já exige uma série de regras e boas práticas de produção que contemplam parte das recomendações das autoridades de saúde. “Não é algo fácil de se fazer no cotidiano e, no caso dos transportadores, que mantêm diversos contatos ao longo do dia, é recomendável que mantenha a distância de dois metros dos indivíduos que atuam na propriedade, bem como faça uso sempre do álcool em gel 70%", afirma Dereti.

Guilherme Nunes de Souza, também pesquisador da Embrapa Gado de Leite, lembra que o momento de coleta do leite do resfriador também merece atenção especial. “O ideal é o que o próprio transportador encaixe a mangueira no equipamento e, após isso, faça a higiene do registro com álcool”, explica Nunes. Segundo ele, os produtores ainda devem manter a tampa do registro no local adequado, uma vez que isso ajuda na manutenção da qualidade e assepsia de todo o processo. Em outra frente da rotina da propriedade, Dereti sugere que as tarefas na fazenda sejam bem divididas para evitar que diferentes pessoas tenham contato com equipamentos e superfícies – ação que facilita a contaminação pela Covid-19. “Na sala de ordenha, por exemplo, em uma propriedade com quatro conjuntos de ordenha, não é preciso mais de uma pessoa para fazer o serviço. Essa é a proporção ideal neste momento de cuidados extremos”, afirmou Dereti.

Na rotina que não depende de fatores externos, as famílias devem restringir o acesso/visitas de pessoas que não sejam fundamentais para dar andamento à atividade leiteira. No caso da entrega de insumos feita por pessoas de fora, sempre manter a distância recomendada de dois metros e, depois, higienizar as superfícies que tenham sido tocadas pelo visitante. Em outros casos de pessoas da família do produtor que mantenha atividades fora da fazenda, é altamente recomendável manter o distanciamento, além da rotina que se faz necessária a todos nos dias atuais: troca de roupas e assepsia total quando chegar em casa.

A pesquisadora da Secretaria da Agricultura do Estado Laura Lopes de Almeida reforçou a importância dessas medidas preventivas dentro da propriedade, uma vez que 80% das pessoas contaminadas por coronavírus são assintomáticas, ou seja, não apresentam sintomas. Isso significa que os sintomas físicos não podem ser unicamente considerados na hora de manter proximidade com as pessoas. “Dois metros é a distância ideal, além do uso permanente de máscaras quando em contato com pessoas de fora, higiene das mãos e das superfícies regularmente são as armas que temos para enfrentar esta guerra”, pontuou Laura, coautora de um guia organizado pela Embrapa Clima Temperado, que traz orientações aos produtores de leite e como tomar medidas de precaução para evitar a contaminação pelo novo coronavírus.