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Porto Alegre, 28 de maio de 2018                                              Ano 12 - N° 2.744

 

MPs são publicadas, mas cargas seguem retidas no RS
 
Apesar das Medidas Provisórias (MPs) publicadas ainda na noite de domingo (27/5) pelo presidente Michel Temer com concessões aos caminhoneiros, diversas cargas seguem retidas nas estradas do Rio Grande do Sul, entre elas caminhões tanque de leite cru e insumos para as indústrias. Diante da grave situação, o Conselho Paritário de Produtores e Indústrias (Conseleite/RS) e seus associados manifestam sua consternação com a continuidade dos bloqueios de cargas.

Apesar do acordo que prevê retomada do transporte de produtos, pouco se viu de efetivo na manhã desta segunda-feira (28/5), o que torna crítica a situação financeira de 65 mil famílias que vivem do leite no Rio Grande do Sul. A cada dia, perde-se cerca de 8 milhões de litros de leite, o que é fonte de sustento para 300 mil pessoas sem contar o efeito cascata da falta desses recursos nas economias municipais.

O Conseleite alerta que a demora na retomada da produção industrial e da coleta de leite no campo pode levar ao colapso financeiro centenas de tambos gaúchos que já enfrentavam, desde antes da greve, a pior rentabilidade da atividade em anos. Consciente de seu papel pelo desenvolvimento do setor lácteo e de todo o Rio Grande do Sul, o Conseleite conclama os líderes do movimento grevista e os próprios caminhoneiros a se solidarizem com o setor, viabilizando a chegada, o mais rápido possível, de insumos aos laticínios para que, tão logo as plantas fabris estejam reabastecidas, a captação de leite possa ser retomada a pleno. 

 
Pedrinho Signori, presidente do Conseleite e da Fetag

Alexandre Guerra, presidente do Sindilat

Jorge Rodrigues, coordenador da Comissão de Leite da Farsul

Sergio Luiz Feltraco, diretor executivo da Fecoagro (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
 
Prejuízos milionários
A imagem da foto sintetiza a situação da maior parte das indústrias de leite no Estado. As máquinas estão paradas, sem operar. E não é apenas pela dificuldade de recolher leite nas propriedades. Faltam outros materiais, como embalagens e produtos químicos para a limpeza das instalações. Ao mesmo tempo, os estoques estão abarrotados. Isso significa que, mesmo com a normalização da coleta, só será possível retomar o processamento quando essa carga for despachada. - Enquanto não houver uma solução sistêmica, não conseguiremos captar o leite que está nas propriedades. 
 
A primeira necessidade hoje é tirar estoques de dentro das fábricas. As ações pontuais de liberação são meramente paliativas - afirma Guilherme Portella, diretor de Comunicação Externa, Assuntos Regulatórios e Corporativos da Lactalis do Brasil. Na Cooperativa Santa Clara (foto), a linha de leite UHT segue sem atividade. O volume que precisa ser descartado começa a aumentar. Estimativa do Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados (Sindilat-RS), com base na quantidade que deixou de ser recolhida, é de que 32 milhões de litros de leite foram perdidos. - É muito leite fora, muito prejuízo. Cada dia piora, quem tinha condições de segurar a produção, não consegue fazer isso por cinco, seis dias - lamenta Carlos Joel da Silva, presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag-RS). Há regiões em que os produtores foram para a frente das indústrias, na tentativa desesperada de conseguir entregar o leite. Mas com outros insumos em falta, nem isso viabiliza a operação. (Zero Hora)
 
 
Rentabilidade negativa nas fazendas

Rentabilidade/AR - Segundo cálculos do Departamento de Economia do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA) divulgados pelo Observatório da Cadeia Láctea Argentina (OCLA), a rentabilidade média ponderada de todas as regiões leiteira foi em fevereiro, março, e abril passados, -0,1%, -0,2%, e -03%, respectivamente, contra 2,4%, 2,5% e 3%, nos mesmos meses de 2017.

Segundo o boletim do INTA, o custo de produção de leite é de 6,27 pesos (média ponderada) para abril de 2018, e o preço pago ao produtor ao nível nacional segundo a agroindústria foi de 6,12 pesos por litro. Deve-se levar em consideração que as condições das forragens, soja e milho não são as ideias na Argentina e no Uruguai, e logicamente impacta diretamente no aumento dos custos. No entanto, a produção de leite continua crescendo em abril, totalizando 776 milhões de litros.

A produção de leite no Brasil diminuiu, em parte devido ao fechamento de pequenas e médias propriedades, principalmente me decorrência de preços baixo do leite e também pela elevação dos custos de produção. No Chile, a produção de leite, não é suficiente para atender as necessidades das indústrias. Consequentemente a importação de lácteos está crescendo, principalmente a procedente dos Estados Unidos, e deve aumentar no segundo trimestre. As importações dos Estados Unidos para o Chile não estão sujeitas a tarifas alfandegárias, graças ao Acordo de Livre Comércio Transpacífico (TPP). Os preços de exportação do leite em pó desnatado aumentaram ligeiramente na América do Sul, permanecendo, significativamente,  mais altos do que os valores da Europa e da Oceania. (ON24 - Tradução Livre: www.terraviva.com.br)

Perspectivas do mercado lácteo - América do Sul - Relatório 21/2018 de 24 de maio de 2018

Leite/América do Sul - A produção nas fazendas está entre estável e aumentando na Argentina, com o clima sendo mais favorável e um melhor conforto animal. 
A produção de janeiro a abril de 2018 subiu 9,38%, de acordo com informações governamentais, quando comparada com o mesmo período de 2017. Ao contrário do que ocorreu no ano passado, a oferta de leite cru é mais do que suficiente para atender as necessidades da indústria. Mesmo com crescimento da oferta de leite cru, os preços também estão elevados incentivando os produtores a manterem a produção em alta. O mercado para a matéria gorda continua firme, mesmo com melhoria da oferta. No Uruguai a produção vem melhorando continuamente, dentro dos padrões sazonais de outono, atendendo adequadamente as necessidades das indústrias. A maior parte do creme já está comprometida para atender contratos já firmados. Assim, várias indústrias estão tendo dificuldades em encontrar manteiga no mercado spot. No entanto, existe boa movimentação na fabricação de queijo e empacotamento de leite fluido.

No Brasil, a chuva voltou nos principais estados produtores de leite, dificultando a produção em muitas fazendas. No entanto, esta humidade está beneficiando a qualidade das pastagens e o milho da segunda safra. De um modo geral, no entanto, a oferta de leite cru está menor do que as necessidades de processamento, exceto para o leite fluido e queijo. As importações brasileiras de lácteos dos países vizinhos voltaram a subir. (Usda - Tradução Livre: Terra Viva)

 
 
 

França reduz suas importações de leite em 45% devido ao programa 'Made in France'
Os consumidores franceses preferem leite que vem da França. Essa preferência permitiu que entre 2015 e 2017, as importações de leite na França caíssem 45%. Este intervalo de tempo é o período em que a rotulagem da origem do leite esteve em vigor, como mostrou a Syndilait, que é uma organização profissional que reúne a maioria dos fabricantes de leite na França. O "Made in France" é um ativo para o leite fluido. Para 8 em cada 10 franceses, a origem francesa é garantia de qualidade, segundo uma pesquisa realizada pela organização francesa, CNIEL em 2017. O logótipo "Leite recolhido e embalado na França" foi lançado em 2014. Atualmente está presente em mais de 60% das garrafas e caixas comercializadas na França. A Syndilait argumentou que o preço mínimo pelo qual um litro de leite deveria ser vendido seria de 1 euro (US$ 1,17), valor que permitiria que a cadeia de produção fosse reavaliada e isso não causaria tanta surpresa ao consumidor como alguns querem fazer crer. (As informações são do Agrodigital, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

O Sindicato da Indústria de Laticínios do Estado do RS (Sindilat) vem a público relatar situação de calamidade vivenciada neste final de semana nas principais bacias leiteiras do Rio Grande do Sul motivada pela intransigência das lideranças do movimento grevista. Apesar de entender as motivações que levaram à paralisação, a indústria critica recentes declarações de lideranças do movimento grevista que atribuem a responsabilidade pelos prejuízos aos laticínios. No entroncamento entre Ijuí e Cruz Alta, os grevistas estão liberando os caminhões, mas a flexibilização ocorre apenas na região Noroeste, onde está 20% da produção do RS.

O Sindilat informa que 32 milhões de litros de leite cru foram perdidos entre quinta-feira e este domingo, um prejuízo de R$ 40 milhões nas economias municipais. Desabastecidas de insumos e embalagens, as indústrias precisam de auxílio para poder retomar a produção o mais breve possível e, só depois disso, voltar a captar leite na íntegra no campo. É inadmissível que o movimento grevista não se sensibilize com a realidade dos produtores de leite nem com o impacto ambiental que o descarte indevido dessa produção pode trazer.

Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

O Sindicato da Indústria de Laticínios do Estado do RS (Sindilat) informa aos produtores gaúchos que, apesar da liberação pontual de cargas de leite cru em algumas rodovias do Rio Grande do Sul (Posto 44 no entroncamento entre Ijuí e Carazinho e da região de Santa Rosa), as indústrias enfrentam severas dificuldades para receber e processar a produção, parte dela já estragada dentro dos caminhões que ficaram retidos por dias nas barreiras. O trânsito de caminhões-tanque segue interrompido em toda a região de Carazinho, Victor Graeff, Passo Fundo, Soledade, entre outros. Alguns associados ainda registram falta de embalagens e insumos industriais para viabilizar o processamento. O avanço da greve e seus reflexos no abastecimento comprometem, inclusive, a oferta de combustível aos próprios caminhões. Na região Noroeste do RS, onde situa-se importante bacia leiteira gaúcha, os estoques de diesel devem durar apenas até este domingo (27/5).

A expectativa é que, assim que for anunciado o fim da greve dos caminhoneiros, o processo possa ser restabelecido entre dois e cinco dias, de acordo com a situação de desabastecimento enfrentada por cada parque fabril. Outra questão a ser levada em conta é que as áreas de expedição, câmaras frigoríficas e estoques dos laticínios estão abarrotados de produtos, o que torna qualquer processo produtivo adicional inviável antes de liberação dessas cargas.

Desta forma, o Sindilat e seus associados vêm a público alertar sobre a necessidade de uma posição urgente por parte do governo para alinhar acordo com as lideranças de movimento grevista pela liberação não só dos caminhões de leite cru, como também de insumos industriais e cargas de produtos acabados.

Porto Alegre, 26 de maio de 2018

Alexandre Guerra, presidente do Sindilat

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil 

 
 

Porto Alegre, 25 de maio de 2018                                              Ano 12 - N° 2.743

 

NOTA OFICIAL SINDILAT
Sem cumprimento de liminares nem acordo em Brasília, coleta de leite cru para no RS

O Sindicato da Indústria de Laticínios do Estado do RS (Sindilat) lamenta a falta de coerência em fazer cumprir as decisões liminares obtidas na Justiça para a liberação das cargas de leite cru retidas em manifestação de caminhoneiros. Apesar dos esforços das empresas associadas para que seus caminhões chegassem aos 65 mil produtores gaúchos para coletar a produção diária e, mesmo de posse das liminares, poucos avanços foram obtidos. A falta de sensibilidade do comando de greve penaliza milhares de famílias que tiram sustento de tambos onde é impossível desligar as máquinas.

O Sindilat estima prejuízo de R$ 10 milhões por dia com a perda da produção estocadas nas propriedades. O valor não representa impacto apenas aos produtores e à indústria. A soma deixa de se reverter em poder de compra no varejo do Interior do Estado e em impostos para mais de 90% dos municípios gaúchos.

O sindicato e seus associados entendem as causas que motivam a greve. No entanto, o Sindilat e as indústrias por ele representadas exigem uma rápida solução do governo para o caso sob pena de levar o setor, que enfrenta uma das piores crises de sua história, ao colapso financeiro e ameaçar os 300 mil empregos por ele gerados. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
NOTA ABERTA À POPULAÇÃO - FUNDESA

O Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa) respeita a realização do movimento dos caminhoneiros. Entretanto, vem relatar a grave situação que vem ocorrendo nos últimos dias no setor de produção de proteína animal no Rio Grande do Sul. A paralisação nas rodovias já provoca sérios problemas de alimentação de aves e suínos nas granjas. Não há milho e farelo de soja para a produção de ração, e nem mesmo é possível o transporte do alimento até às propriedades com animais alojados.

Entre as graves consequências da severa restrição alimentar estão o canibalismo, a falta de desenvolvimento dos animais e a mortalidade. A desnutrição dos animais alojados afeta diretamente o bem-estar animal e coloca em risco a sanidade, já que sem nutrição a imunidade cai, abrindo portas para enfermidades. Além disso, o correto descarte de resíduos de produção está impossibilitado, e pode provocar impacto ambiental. Na produção de leite já está ocorrendo descarte, pois não há o recolhimento e transporte do produto para industrialização.

O setor de proteína animal, que tanto contribui para a alimentação da população brasileira, a retomada econômica do país e com o desempenho da balança comercial, enfrenta no Rio Grande do Sul perdas diárias de receitasó nos setores de aves de mais de R$ 20 milhões, e de suínos de R$ 14 milhões.

As entidades integrantes do Fundesa pedem a abertura de diálogo e a sensibilidade das lideranças do movimento dos caminhoneiros no sentido de permitir o escoamento de milho e farelo de soja para as fábricas de ração, e da ração em direção às propriedades, bem como o transporte de cargas vivas entre unidades produtivas do sistema integrado. (Fundesa)

 
Brasil recebe da OIE certificado de livre de aftosa

O Brasil recebeu ontem da Organização Mundial da Saúde (OIE) o certificado que considera o país livre da febre aftosa com vacinação. O documento foi entregue pela diretora-geral da OIE, Monique Eloit, para o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, em cerimônia na sede da OIE, em Paris. Em comunicado, Monique afirmou que a certificação foi aprovada na terça-feira pela Assembleia Mundial dos Delegados da OIE, que confirmaram o Brasil como uma zona ampliada livre da doença que acomete principalmente os rebanhos bovinos. O documento cita apenas 24 Estados e o Distrito Federal como unidades da Federação que receberam o reconhecimento sanitário. 

 
Mas o ministro Blairo Maggi esclareceu ao Valor que Santa Catarina - único Estado do país que tem o status de livre de febre aftosa sem vacinação - e Rio Grande do Sul já haviam sido certificados anteriormente pela OIE. "Finalmente recebemos nosso certificado de país livre de febre aftosa. Parabéns aos pecuaristas, servidores do Mapa [Ministério da Agricultura], governo federal, governos estaduais e aos milhares de anônimos que trabalharam nos últimos 60 anos ou mais para essa conquista. Parabéns Brasil", afirmou Blairo. O ministro disse que, com o certificado, os frigoríficos brasileiros terão mais chances de exportar para mercados mais rigorosos. Segundo ele, um desses casos é a China, que pode comprar carnes com osso e miúdos. A intenção do Ministério da Agricultura é, a partir de agora, buscar o status de livre de aftosa sem vacinação na OIE. Pelo cronograma da Pasta, esse status deverá ser obtido em 2023. (Valor Econômico) 
 
ELES NÃO PODEM DESLIGAR OS ANIMAIS

O desabastecimento nas cidades é a face mais evidente dos efeitos da mobilização dos caminhoneiros. Mas os prejuízos se multiplicam, em diversos segmentos. Ontem, agricultores do Rio Grande do Sul tiveram de colocar fora leite armazenado nas propriedades. Segundo o Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Estado (Sindilat-RS), cerca de 10 milhões de litros de leite deixaram de ser recolhidos, 80% do volume habitualmente coletado por dia.

Na propriedade familiar de Adriane Bertoldo, em Nova Bassano, 3 mil litros de leite tiveram de ser descartados depois de dois dias sem recolhimento do produto por parte da empresa para a qual fornece.

- Nosso resfriador tem capacidade para 3 mil litros. Quando encheu, nos obrigamos a colocar fora - lamenta a produtora, que tem 45 vacas holandesas, que somam produção diária de 1,5 mil litros.

Diariamente, os produtores ficam à espera de informações sobre se será ou não possível recolher o leite:

- Dependemos do caminhão para buscar a produção. E não é só o prejuízo do que a gente joga fora, tem mais a ração, a luz, várias coisas que se somam aos custos.

A produtora sofre duplamente com a paralisação. Além do leite, produz suínos. Os frigoríficos, igualmente afetados, não têm conseguido buscar os animais. Hoje, as empresas de aves e de suínos do Estado ficarão paradas.

- Ainda não dá para calcular o prejuízo, mas é grande e real - diz Rogério Kerber, diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do RS.

Levantamento feito ontem contabilizava que, a cada dia de paralisação, 22 milhões de frangos, 150 mil suínos e 90 mil bovinos deixam de ser abatidos, só nas unidades com inspeção federal. Em nota, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) afirmou que ainda não havia ocorrido a liberação de cargas vivas em "vários pontos de parada do movimento de greve nas estradas". Há relatos de animais que estão há mais de 50 horas sem alimentação.

Em desabafo feito por meio de uma rede social, um produtor de leite do Estado afirmou:
- Vocês (caminhoneiros) desligam a chave dos caminhões, não têm mais gasto com nada. Eu não tenho como desligar as vacas. (Zero Hora) 

 

PRODUTO NÃO FICARÁ MAIS CARO
Uma das principais indústrias do Estado, a CCGL, com sede em Cruz Alta, no Noroeste, pode processar até 1,7 milhão de litros de leite, mas ontem trabalhava com 20% da capacidade. Hoje, poderá parar por completo. - A oferta estava estabilizada. Vendíamos o que produzíamos. Alguns pontos de venda ficarão sem o produto - avalia Caio Vianna, presidente da CCGL. O dirigente afirma que o consumidor final não será onerado. Na Cooperativa Santa Clara, de Carlos Barbosa, na Serra, o volume de leite recolhido era suficiente apenas para 12 horas de trabalho. A Lactalis estava com 90% da captação comprometida. - A tendência é de desabastecimento, sim - afirma Guilherme Portella, diretor de Comunicação Externa, Assuntos Regulatórios e Corporativos da Lactalis do Brasil. (Zero Hora)
 

O Sindicato da Indústria de Laticínios do Estado do RS (Sindilat) lamenta a falta de coerência em fazer cumprir as decisões liminares obtidas na Justiça para a liberação das cargas de leite cru retidas em manifestação de caminhoneiros. Apesar dos esforços das empresas associadas para que seus caminhões chegassem aos 65 mil produtores gaúchos para coletar a produção diária e, mesmo de posse das liminares, poucos avanços foram obtidos. A falta de sensibilidade do comando de greve penaliza milhares de famílias que tiram sustento de tambos onde é impossível desligar as máquinas.

O Sindilat estima prejuízo de R$ 10 milhões por dia com a perda da produção estocadas nas propriedades. O valor não representa impacto apenas aos produtores e à indústria. A soma deixa de se reverter em poder de compra no varejo do Interior do Estado e em impostos para mais de 90% dos municípios gaúchos.

O sindicato e seus associados entendem as causas que motivam a greve. No entanto, o Sindilat e as indústrias por ele representadas exigem uma rápida solução do governo para o caso sob pena de levar o setor, que enfrenta uma das piores crises de sua história, ao colapso financeiro e ameaçar os 300 mil empregos por ele gerados.

Alexandre Guerra, presidente do Sindilat

Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil 

O Sindicato da Indústrias de Laticínios do RS(Sindilat) informa que mais de 80% da captação de leite do Rio Grande do Sul está comprometida nesta quinta-feira (24/5). Segundo levantamento realizado com associados nesta manhã, várias empresas suspenderam integralmente a ação de caminhões nas diferentes rotas e aqueles que ainda estão operando o fazem com dificuldades e sob ameaça. Todos os dias, em condições normais, são captados 12,6 milhões de litros de cru de 65 mil propriedades rurais do Rio Grande do Sul.

Compreendendo as complicações e o prejuízo que a interrupção desse serviço traz aos produtores e à indústria, o Sindilat ingressou com ações na Justiça Estadual para desbloqueio das rodovias interditadas em movimento de caminhoneiros desde a segunda-feira (21/5). Ontem (23/5), a Justiça determinou a liberação de cargas de empresas associadas ao Sindilat em Cruz Alta e Ijuí. Soma-se ao movimento, liminar obtida nesta quinta-feira (24/5) pela Advocacia Geral da União (AGU) que permite a livre circulação nos estados do RS, SC e PR. Até este momento, o cumprimento das decisões judiciais para liberação dos caminhões ocorre de forma lenta e insuficiente para repor o fluxo de coleta no campo. O Sindilat recomenda a seus associados que, de posse das decisões acima citadas, solicitem a liberação das cargas retidas em diferentes rodovias.

As empresas associadas ao Sindilat ainda informam que estão com seus setores de expedição lotados de produtos e já há registro de falta de insumos para atender ao processo industrial, o que indica que, se a manifestação prosseguir, as linhas de produção também serão desativas integralmente.

O Sindilat e as indústrias associadas informam que, tão logo o transporte seja normalizado, a coleta no campo e o abastecimento dos centros urbanos serão retomados.

Foto: Adriano Machado/Reuters

 
 

Porto Alegre, 24 de maio de 2018                                              Ano 12 - N° 2.742

 

Mais de 80% da captação de leite do RS está comprometida
O Sindicato da Indústrias de Laticínios do RS (Sindilat) informa que mais de 80% da captação de leite do Rio Grande do Sul está comprometida nesta quinta-feira (24/5). Segundo levantamento realizado com associados nesta manhã, várias empresas suspenderam integralmente a ação de caminhões nas diferentes rotas e aqueles que ainda estão operando o fazem com dificuldades e sob ameaça. Todos os dias, em condições normais, são captados 12,6 milhões de litros de cru de 65 mil propriedades rurais do Rio Grande do Sul.
Compreendendo as complicações e o prejuízo que a interrupção desse serviço traz aos produtores e à indústria, o Sindilat ingressou com ações na Justiça Estadual para desbloqueio das rodovias interditadas em movimento de caminhoneiros desde a segunda-feira (21/5). Ontem (23/5), a Justiça determinou a liberação de cargas de empresas associadas ao Sindilat em Cruz Alta e Ijuí. Soma-se ao movimento, liminar obtida nesta quinta-feira (24/5) pela Advocacia Geral da União (AGU) que permite a livre circulação nos estados do RS, SC e PR. Até este momento, o cumprimento das decisões judiciais para liberação dos caminhões ocorre de forma lenta e insuficiente para repor o fluxo de coleta no campo. O Sindilat recomenda a seus associados que, de posse das decisões acima citadas, solicitem a liberação das cargas retidas em diferentes rodovias.
As empresas associadas ao Sindilat ainda informam que estão com seus setores de expedição lotados de produtos e já há registro de falta de insumos para atender ao processo industrial, o que indica que, se a manifestação prosseguir, as linhas de produção também serão desativas integralmente. 
O Sindilat e as indústrias associadas informam que, tão logo o transporte seja normalizado, a coleta no campo e o abastecimento dos centros urbanos serão retomados. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
Produtores do País descartam milhões de litros de leite

Leite jogado fora - Produtores de leite de todo o País sentem os efeitos da greve dos caminhoneiros e veem milhões de litros serem descartados. Na região de Passos, no Sul de Minas Gerais, mais de 500 mil litros já foram jogados fora porque, com a falta de transporte o produto se perde em pouco tempo e não há como utilizá-lo. Nas proximidades, caminhões seguem parados em mais de 20 rodovias, porém, os protestos afetam também outras regiões do Estado, caso do Sudoeste Mineiro, onde 150 mil litros serão descartados nesta quinta-feira, 24.

Segundo a Associação dos Produtores de Leite, a situação gera "sentimentos de tristeza, indignação e revolta com nossos governantes". A entidade explicou em nota que o alimento será descartado como chorume nas fazendas, "enquanto tantas pessoas necessitam dele, pois somos proibidos de doá-lo sem que seja pasteurizado".

Para piorar, além de jogar o leite fora, produtores dizem que o risco é grande de começar a faltar ração para os animais. Em outros Estados, o problema também é sentido. No Rio Grande do Sul, o Sindicato da Indústria de Laticínios estima que 4 milhões de litros já deixaram de ser captados devido ao movimento dos caminhoneiros.

No Mato Grosso do Sul, que soma 24 mil produtores, a falta de transporte também ocorre e eles dizem que começarão a descartar o produto. No Estado são mais de 30 pontos de bloqueios nas rodovias.

Armazenamento
No Paraná, o Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados (Sindileite) informou que o leite é jogado fora pelo produtor "por não ter como estocar em suas propriedades". E que diversas agroindústrias suspenderam as atividades e não estão recebendo o produto in natura. Já no Rio de Janeiro, a Cooperativa Agropecuária de Barra Mansa esclareceu que "com muito ressentimento e dor no coração", os produtores serão obrigados a descartar mais de 130 mil litros de leite por dia "que centenas de pessoas envolvidas labutaram para produzir". (DCI)

RECURSOS PARA DAR PASSAGEM À PRODUÇÃO

As liminares que vêm sendo obtidas por segmentos ligados à produção agropecuária tentam dar algum respiro ao estrangulamento provocado pela greve dos caminhoneiros. Ainda que reconheçam a legitimidade das ações, setores como o de leite e de proteína animal estão sendo paralisados pela iniciativa. Ontem, mais empresas comunicaram a interrupção das atividades (veja balanço nacional acima).

O Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do RS (Sindilat-RS) obteve duas liminares para a liberação dos caminhões: uma nas rodovias federais de Cruz Alta, abrangendo as BRs 158, 386 e 285, e outra na comarca de Ijuí, para rodovias estaduais. Ainda assim, a percepção era de que houve piora no cenário.

Também ontem, a JBS conseguiu liminar na 1ª Vara Cível de Montenegro, que determina a liberação do acesso à unidade da empresa no município, na rótula da RS-240 com a BR-470. A medida se restringe a caminhões da marca e aos limites da comarca. (Zero Hora)

Espanha - Um novo decreto para controle do leite

Controle sanitário/Espanha -  O Ministério da Agricultura da Espanha (Mapama) prepara um novo decreto para regular os controles sanitários do leite. Uma das novidades da proposta é realizar a análise do leite pelos transportadores, na hora da coleta nas fazendas. 

Atualmente o transportador só coleta a amostra e envia para um laboratório. Para a Federação Rural Galega (Fruga), esta nova norma pode colocar em risco as pequenas propriedades. Para que o transportador faça a análise antes de colocar o leite no caminhão, cada coleta levará muito mais tempo, cerca de 30 minutos em cada unidade de coleta. Isto implicará em não completar toda a rota atual, e poderá levar às indústrias a deixarem de captar em pequenas explorações, ou de difícil acesso, para que se possa cumprir toda a rota. Além do mais haverá aumento dos custos e os agricultores temem que a indústria repasse esse aumento através da redução do preço do leite, que já é baixo. A Galícia tem mais 7.900 produtores de leite, a maior parte familiar e pulverizadas pela região. (Agrodigital - Tradução Livre: www.terraviva.com.br)
 

LEITE/CEPEA: Preços do UHT e muçarela sobem em sete dias
Lácteos - As cotações dos produtos lácteos reagiram levemente nessa última semana. Entre 13 e 19 de maio, o preço de leite UHT registrou alta de 0,33% frente à semana anterior, fechando com média de R$ 2,38/litro. Segundo colaboradores do Cepea, esse aumento é necessário para cobrir os custos, principalmente devido ao encarecimento da matéria-prima no campo. O queijo muçarela, por sua vez, se valorizou 3,25% no mesmo período de comparação, fechando a R$ 16,94/kg. Isso se deve à menor produção e limitação da matéria-prima. (Cepea)

 
 

Porto Alegre, 23 de maio de 2018                                              Ano 12 - N° 2.741

 

A Fonterra eleva o preço atual do leite, e prevê preço maior para a próxima temporada
Preços/NZ - Em uma série de anúncios a Fonterra eleva os preços do leite para a temporada atual, corta os dividendos, e inicia a safra 2018/2019 com valores bem acima da previsão dos analistas, NZ$ 7,00. As informações representam uma boa notícia para os preços, mas, revelam um baixo desempenho operacional da Fonterra. 
A cooperativa vive uma situação paradoxal em que o aumento no preço do leite aumenta seus custos de insumos e coloca a performance sob pressão. Mesmo assim, questionamentos deverão ser feitos sobre o seu nível de desempenho financeiro neste ano. Para a atual temporada o preço do leite é estimado em NZ$ 6,75/kgMS, representando aumento em relação à previsão anterior que era de NZ$ 6,55/kgMS. No entanto, os dividendos saíram de NZ$ 0,40 para algo entre NZ$ 0,15 e NZ$ 0,20 - possivelmente, menos da metade do pago no ano passado.

A projeção dos dividendos já havia sido cortada dois meses atrás, depois que a Fonterra precisou dar baixa em NZ$ 405 milhões referente ao desastroso investimento na Beingmate na China. Agora a previsão é de mais corte. O presidente John Wilson disse que o preço mais alto do leite pressiona os ganhos da Fonterra em um ano desafiador devido ao pagamento da Danone e o comprometimento do investimento da Beingmate.

"Como resultado estamos revisando nossa previsão de lucro por ação que havia sido estabelecido entre 25-30 centavos, reduzindo para o intervalo de 15-20 centavos por ação. Para nossos acionistas e cotistas a previsão de lucro é decepcionante. No entanto, o pagamento total previsto aumenta para NZ$ 6,90 a NZ$ 6,95/kgMS, o que representa o terceiro melhor pagamento da década".

 

Wilson disse que os preços elevados do leite refletem a oferta global e o cenário da demanda que continua a ser positiva para os agricultores. "os preços globais dos lácteos estão subindo desde o início da temporada. A cotação do leite em pó integral (WMP) está particularmente firme dado o continuado crescimento da demanda pela China e através da Ásia".

Ele disse que a captação de leite pela Fonterra na Nova Zelândia aumentou para 1.500 milhões de kgMS, ficando acima da previsão de 1.480 milhões de kgMS feita no meio da temporada, em decorrência das melhores condições de produção em março e abril, depois de atravessar uma primavera e um verão desafiadores.

A nova temporada 
Para o novo período, como relatado antes, a previsão do preço do leite é de NZ$ 7,00/kgMS para a temporada 2018/2019. Isso é consideravelmente maior do que o esperado pelos economistas. (interest.co.nz - Tradução livre: www.terraviva.com.br)

 
 
Elas voltaram à casa do consumidor

Retomada do consumo - Foram quase três anos abrindo mão de categorias para ajustar o orçamento. Mas, desde meados do ano passado, a crise vem sendo superada e o antigo padrão de consumo, aos poucos, tem sido retomado. Entre os produtos que estão voltando aos lares que haviam deixado de consumi-los, estão manteiga, batata congelada, requeijão, azeite e pão industrializado. 

É o que mostra pesquisa da Kantar Worldpanel, com dados de novembro de 2016 a novembro de 2017. O levantamento também aponta que essa melhora ocorreu tanto na cesta nacional quanto na região que inclui os Estados de Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro. O melhor resultado coube à batata congelada: alta de 32,8% em volume na cesta Brasil. Voltaram a adquirir a categoria 1,5 milhão de lares. As batatas também apresentaram alta em volume de 18,1% em Minas Gerais e Espírito Santo e de 34,7% na Grande RJ.
O retorno dessas categorias aos lares é fruto principalmente da queda da inflação e da melhora no índice de emprego. Segundo avaliação da Kantar, esses fatores contribuem para o consumidor comprar mais. Além disso, o brasileiro está mais otimista com a situação econômica do País. A retomada naturalmente começa com os itens mais básicos e com maior presença no dia a dia dos domicílios. Os cinco produtos que se destacaram no estudo compõem as refeições, inclusive o café da manhã, que também passou a ser realizado em casa para reduzir gastos. O motivo é que, em um determinado momento, a situação apertou e esses produtos foram substituídos por versões similares e mais baratas, perdendo penetração.
 

Caso a economia siga em ascensão, aos poucos, o carrinho de compras do brasileiro ficará mais cheio. A expectativa é de que, depois dos itens de mercearia, será a vez de higiene e beleza, perecíveis e bebidas. O avanço, porém deverá ocorrer de maneira mais lenta, uma vez que esses produtos sofreram mais com a alta no preço e alguns não são tão essenciais, como avalia a Kantar. O estudo também aponta que outras categorias apresentaram crescimento no ano passado. Entre elas, estão massa fresca, adoçante, água mineral, escova dental e shampoo. Outro movimento observado é a recuperação de marcas de maior valor agregado, que foram alvo de trade down nos últimos anos.

O desafio daqui para a frente é o varejo se adequar a essa nova rodada de mudanças para ampliar a frequência de compras nas lojas. De acordo com especialistas, enxugar o sortimento é essencial a fim de aumentar o espaço de versões com maior giro. Mas, apesar das mudanças, alguns hábitos poderão ser mantidos pelo shopper, como a preferência pelas embalagens menores e econômicas e a busca por promoções. Um cuidado importante é adotar ações que elevam o tíquete médio, mas não comprometem a margem. Afinal, o setor já sofreu muito com os anos de crise. Agora é hora de focar a rentabilidade. (Supermercado moderno)
 

 
Argentina - A primeira fazenda-fábrica robotizada está sendo construída em Córdoba

Produção/AR - Os irmãos Gastón e Martín Brito estão convencidos de que a produção de leite é um bom negócio. Por isto estão investindo na construção de uma estabelecimento que produzirá leite e queijos. Com a particularidade de que as tarefas de ordenha serão realizadas por dois robôs trazidos da Suécia. Trata-se da primeira fazenda-fábrica robotizada do país. Está localizada na Rodovida Nacional 35, no acesso à Coronel Moldes, no departamento do Río Cuarto. No prédio de cinco hectares, onde funcionava até 1980 a cooperativa láctea La Sara - depois foi instalada uma wiskeria, fechada há vários anos - foram erguidos dois currais para abrigar as vacas, a sala de ordenha de última geração, a queijaria e o ponto de vendas. Somente na compra dos dois robôs, que já estão na fazenda, a empresa familiar investirá US$ 300 mil dólares. "Estimamos que em quatro meses poderemos iniciar a produção", disse a La Voz Gastón Brito. Os irmãos possuem experiência de 10 anos da área de leite. "Partimos do zero em uma fazenda arrendada, que estava a ponto de ser fechada", lembrou. 

A experiência profissional em leite, adquirida por Martín na Califórnia (Estados Unidos), os ajudou na adoção de tecnologias intensivas de produção de leite, como o uso de currais e de bem-estar animal. Ainda que já existam algumas fazendas no país com ordenhas automatizadas através de robot, La Inesidta será o primeiro estabelecimento que integrará os diversos elos da produção primária, com a fabricação de lácteos e a comercialização direta. Uma câmara fria na cidade de Córdoba ajudará na logística de distribuição para os varejistas. "O objetivo do robô é gerar matéria prima de qualidade controlada, que ajudará na rastreabilidade do ambiente para a elaboração de produtos, com a importância de fazê-lo sem frete. O círculo se encerra no próprio canal comercial", explicou Gastón. Os robôs terão como tarefa, ordenhar pelo menos duas vezes ao dia, um total de 130 vacas, algumas das quais produzem até 70 litros de leite diariamente. Enquanto aguardam a construções das novas instalações, e os novos currais, a poucos quilômetros dali o plantel produz leite que é entregue a indústrias locais.
Modelo produtivo

Com uma produção que gira em torno de 5.800 litros diários, a empresa irá elaborar queijos curados e meia cura, que serão comercializados com a marca Sol Argentino. "É em homenagem ao nosso bisavô, que foi o fundador do partido bonaerense de Benito Juárez, e onde foi estabelecida a estância pioneira, com o nome Sol Argentino, que hoje é patrimônio cultural. Para os empreendedores, o modelo que está sendo instalado em Coronel Moldes é uma unidade econômica que pode ser transportada para outras empresas médias dedicadas à produção de leite. Gastón e Martín estão convencidos de que não será necessário ter mil hectares para dar este passo, e que uma área de cinco hectares é suficiente para, de forma intensiva, e com tecnologia, fechar todo o ciclo produtivo, entre a produção primária e a agregação de valor na origem. (La Voz - Tradução livre: www.terraviva.com.br)
 
 

PELA METADE
Esperançosa de que o frio conseguisse ampliar o consumo, ajudando a diluir a crise causada pelo recuo nos preços, a indústria de laticínios estima que metade dos 12,6 milhões de litros de leite captados diariamente deixem de ser recolhidos hoje, se a greve dos caminhoneiros persistir.- Se não conseguirmos transportar o produto que está nos postos de resfriamento, não temos como recolher leite na casa dos produtores - afirma Alexandre Guerra, presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do RS (Sindilat-RS). Há caminhões parados com leite cru nas estradas, situação que preocupa, porque o transporte tem de ser feito dentro de 48 horas, da propriedade até a indústria. Depois, a qualidade fica comprometida e o produto poderá ter de ser descartado. Também há veículos com produtos processados impedidos de circular. Outra preocupação é com o fornecimento de insumos, que também poderá ser afetado. - Entendemos que o pleito é legítimo, mas infelizmente o setor lácteo vem sofrendo há tempo - lamenta o presidente do Sindilat.  (Zero Hora)

 
 

Porto Alegre, 22 de maio de 2018                                              Ano 12 - N° 2.740

 

Laticínios não garantem captação e vão à Justiça por trânsito de caminhões
Com o agravamento da retenção de cargas nas estradas gaúchas na tarde desta terça-feira (22/5), o Sindicato da Indústrias de Laticínios do RS (Sindilat) informa que parte de seus associados poderá interromper a captação de leite de produtores em diferentes regiões do Rio Grande do Sul. A impossibilidade de coleta decorre de bloqueios ocasionados por manifestação de caminhoneiros que pedem redução do preço do diesel. Todos os dias, são captados 12,6 milhões de litros de cru de 65 mil propriedades rurais do Rio Grande do Sul.

Apesar de compreender a legitimidade da manifestação e se solidarizar com o movimento dos caminhoneiros, o Sindilat ingressará na tarde de hoje com ação judicial para garantir o livre trânsito dos caminhões que transportam leite cru. O pedido está embasado no artigo 5, inciso XV, da Constituição Federal que prevê o direito à livre locomoção e circulação no território nacional. Também pontua o artigo 170 do texto constitucional, que garante o livre exercício da atividade econômica. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
 

 
UHT se valoriza 22,8% de janeiro a abril

Leite UHT - Por conta da menor oferta no campo, os preços do leite longa vida (UHT) e do queijo muçarela registraram a terceira alta consecutiva em abril. No acumulado do ano, estes derivados se valorizaram 22,8% e 9%, respectivamente, na negociação entre indústria e atacado do estado de São Paulo (valores reais, deflacionados pelos IPCA de abril/18).

De acordo com as pesquisas diárias realizadas pela equipe do Cepea com o apoio financeiro da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras), o UHT foi negociado a R$ 2,40/litro no atacado paulista em abril, avanço de 4% frente ao mês anterior. Para o queijo muçarela, o preço médio foi de R$ 15,71/kg, elevação de 4,6% na comparação com março. Nas pesquisas realizadas quinzenalmente, além do UHT e da muçarela, a manteiga e o leite pasteurizado também se valorizaram entre março e abril. Os aumentos foram de 1,8% e 0,5%, respectivamente, com médias de R$ 24,07/kg e R$ 2,12/litro, em valores reais. O movimento de valorização, contudo, perdeu força a partir da segunda quinzena de abril devido à maior necessidade de adotar promoções para escoar estoques e assegurar liquidez. Segundo agentes consultados pelo Cepea, a demanda por lácteos está mais firme do que a observada no mesmo período do ano passado. No entanto, a capacidade do consumidor em absorver altas ainda está fragilizada. O momento é bastante delicado para a indústria, que tem dificuldades em realizar o repasse da valorização da matéria- -prima para o consumidor final e, assim, garantir margem. Para o próximo mês, agentes esperam que possa haver queda de preços por conta da baixa demanda, principalmente no caso do leite UHT. (Cepea)

 

 
 
Campanha Got Jobs? "A produção de leite cria emprego, exportar cria mais ainda"
Campanha/EUA - A campanha lançada na segunda-feira ao nível nacional destaca os aspectos econômicos: "A produção de leite cria emprego, exportar cria mais ainda". Esta nova campanha publicitária e também disponível no portal mostra que a indústria de laticínios dos Estados Unidos cria perto de 3 milhões de empregos, gera um impacto econômico de US$ 628 bilhões, e contribui com 1% do Produto Interno Bruto (PIB). Em uma coletiva de imprensa, o Conselho de Exportação de Lácteos dos Estados Unidos (USDEC), a Associação Internacional de Alimentos Lácteos (IDFA), e a Federação Nacional dos Produtores de Leite (NMPF) enfatizaram os dados revelados na Campanha "Got Jobs?".

O esforço conjunto apresenta um logotipo que lembra o icônico anúncio "Got Milk?", mas com a mensagem diferente: "Leite cria empregos, e as exportações criam mais ainda". O portal GotDairyJobs.org mostra fatos concretos e rostos reais de pessoas que trabalham granças ao leite. Os recursos ajudam a indústria de laticínios, a mídia e outros a conta a história do impacto econômico dos lácteos que tem abrangência nacional, e existe em praticamente todos os estados. A fonte de grande parte dos dados vem do Dairy Delivers, o programa do IDFA que mostra o impacto econômico da cadeia láctea. (USDEC - Tradução Livre: Terra Viva)

 
 

EUA - A produção de leite subiu 0,6% em abril
Produção/EUA - A produção de leite nos Estados Unidos no mês de abril totalizou 18,4 bilhões de pounds, [8,08 bilhões de litros], aumento de 0,6% em relação a abril de 2017. A produtividade animal atingiu a média de 1.961 pounds, [861/litros/vaca], em abril, 9 pounds, [4 litros], acima da média de abril de 2017. O número de vacas de leite nas fazendas dos Estados Unidos, em abril de 2018, era de 9,4 milhões de cabeças, 8.000 cabeças a mais que em abril de 2017, mas, 2.000 a menos do que em março de 2018. A produção de leite nos 23 Estados Maiores Produtores de leite dos Estados Unidos, em abril, subiu 0,7%, e totalizou 17,3 bilhões de pounds, [7.596 milhões de litros]. A produção de março, revisada chegou a 17,8 bilhões de pounds, aumento de 1,4% em relação a março de 2017. A revisão de março reduziu em 9 milhões de pounds, ou 0,1% a estimativa feita um mês antes. A produção média por vaca nos 23 Estados Maiores Produtores foi de 1.982 pounds, [870/litros/vaca], em abril, 10 pounds a mais que em abril de 2017. Esta é a maior produtividade animal para um mês de abril nos 23 Estados, desde o início da série, em 2003. (Dairy Herd - Tradução livre: www.terraviva.com.br)
 

O Sindicato da Indústrias de Laticínios do RS (Sindilat) vem a público solicitar uma rápida resposta do governo ao pleito dos caminhoneiros que realizam manifestação nas estradas gaúchas e de todo o Brasil pela redução do preço do óleo diesel. O ato está represando cargas de produtos perecíveis da cadeia produtiva nas vias gaúchas e já compromete a atividade fabril nesta terça-feira (22/5).

Sem a liberação dos veículos, os laticínios gaúchos ficam impossibilitados de realizar a captação de 12,6 milhões de litros de cru em 65 mil propriedades rurais do Rio Grande do Sul. O leite é um produto vivo e sujeito a rígidas normas de captação. Se os veículos não chegarem às propriedades dentro do prazo, os produtores terão sua produção descartada, um prejuízo gigantesco para um setor que vive momento de dificuldade ímpar em sua história.

O Sindilat compreende a legitimidade da manifestação e se solidarizam com o movimento dos caminhoneiros, mas, em caráter emergencial, solicita que o governo e as autoridades competentes negociem com os manifestantes a flexibilização para o livre trânsito de caminhões de leite carregados ou não, até porque estes estão devidamente identificados para essa finalidade conforme prevê a Lei do Leite.

Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil