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28/12/2015

 

         

Porto Alegre, 28 de dezembro de 2015                                                 Ano 9 - N° 2.175

 

  Piá implanta projeto com equipamento alemão pela qualidade do leite

Na busca pela máxima qualidade de sua matéria prima, em outubro deste ano a Cooperativa Piá iniciou o projeto interno "Coleta Automática de Leite", que consiste na coleta de leite dos seus cooperados através da medição eletrônica do volume do produto, da coleta automática de amostras e da informatização dos dados da rota via GPS-R.

Utilizando um equipamento com tecnologia de ponta da empresa alemã Bartec, que tem atuação mundial, a Cooperativa vem conduzindo este projeto em um caminhão que coleta leite de uma das suas rotas.

O presidente da Piá, Gilberto Kny, destaca que essa tecnologia já é utilizada em toda a Europa e também em países como Argentina e Uruguai. "Estamos realizando investimentos neste projeto, pois queremos estar alinhados e modernizados com os processos mundiais que garantem a qualidade no leite", afirma.

Instalado ente a cabine do veículo e o tanque rodoviário, a tecnologia deste equipamento tem possibilitado muitos ganhos em performance e também no controle de qualidade, quando comparado com o processo tradicional de coleta de leite nas propriedades.

Na medição eletrônica, além da precisão, ganha destaque a melhora nos aspectos rotineiros da coleta, como a não interferência humana e a não interferência do nivelamento do resfriador e da régua de leitura.

A coleta automática das amostras proporciona uma maior confiabilidade, tanto na amostragem quanto no manuseio. A amostragem é feita eletronicamente de maneira proporcional ao volume coletado, ou seja, representa do início da coleta até o fim, independentemente do volume do produtor.

O manuseio destas amostras acontece por processo mecânico, sem a participação do motorista. O sistema procede de forma automática, acondicionando-as numa geladeira específica, lacrada, com acesso permitido somente pelos funcionários do laboratório do laticínio. "A única pessoa com permissão para abrir o equipamento e retirar as amostras é o técnico do laboratório. É ele que faz todas as análises e, através dos resultados, monitora a qualidade do leite", explica o gerente dos postos de resfriamento da Piá, Everton Carbone, que completa: "É um processo seguro onde a Cooperativa consegue ter uma gestão mais eficaz".

A informatização dos dados se dá através da transmissão via GPS-R, podendo já ocorrer logo após a coleta, ainda na propriedade do produtor.  O sistema permite trabalhar com informações de volume coletado, temperatura do leite, horário de coleta, identificação do produtor através de coordenadas geográficas, itinerário da rota - ponto de localização e distâncias, frequência de coleta, entre outros fatores.

Para Kny, outro ponto positivo da "Coleta Automática de Leite", além da precisão da litragem e das amostras individuais e idôneas que fazem justiça a qualidade do produtor e não permitem desvio ou fraude, é a agilidade. "Se antes o transportador necessitava de seis a sete horas para fazer a coleta na rota, certamente ele vai diminuir esse tempo em 20%, pois não precisa mais anotar os dados. Ele só precisa manusear a máquina que fará todo o trabalho com automatização e precisão".

Segundo o engenheiro agrônomo da Cooperativa, Cristiano Spohr, os transportadores têm demonstrado boa aceitação à tecnologia, pois ela melhorou a credibilidade e a transparência na relação com o produtor.

Todas as informações captadas possibilitam a geração de relatórios de inconsistência. "A partir do uso desta tecnologia, temos um histórico do produtor e um controle maior da rota e dos processos que estão sendo realizados. É um grande ganho, pois estamos agindo preventivamente para obter a qualidade do leite, o que, por consequência, confere maior segurança alimentar para nossos clientes", finaliza Carbone. (Cooperativa Piá)
 
 
 
 
Novo modelo de inspeção pode ser adotado em 2016

A adoção de um novo sistema de inspeção dos produtos de origem animal deve ser tornar realidade no Estado a partir do próximo ano. A perspectiva foi divulgada pelo secretário estadual da Agricultura, Pecuária e Irrigação, Ernani Polo, na tarde de quarta-feira, durante coletiva de imprensa realizada na sede do órgão. Depois de fazer um balanço das ações e projeções sobre a safra 2015/2016, Polo comentou que, ao longo deste ano, a pasta já se articulou para esse processo. "Tem uma outra questão que trabalhamos silenciosamente durante o ano e que está em fase de publicação de decreto, que é a criação de um Conselho Gestor de Modernização do Serviço de Inspeção de Origem Animal", declarou já no final do encontro com os jornalistas. 

O documento já está redigido e, segundo o próprio secretário, deve ser publicado nos próximos dias (até o fim do ano). "No ano que vem, começamos a discutir um novo modelo para o Estado", afirmou. Polo projeta que essas discussões serão encerradas ainda em 2016, que pode ser o ano que marcará a adoção de novos processos. De acordo com Polo, o conselho gestor será integrado por representantes da Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi), da Assembleia Legislativa do Estado, do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul (CRMV/RS), da Farsul, da Fetag, da Fetraf e do Fundesa. As discussões sobre a adoção de um modelo de inspeção que seja menos oneroso para o Estado vem se desenrolando no Rio Grande do Sul mais acentuadamente no segundo semestre deste ano. O próprio secretário visitou o modelo de Santa Catarina, o mais debatido entre representantes do setor agropecuário gaúcho, e que é caracterizado pela chamada inspeção privada - sistema em que o poder público credencia empresas e habilita médicos profissionais para a realização da inspeção, assim os servidores públicos dedicam-se apenas à fiscalização. 

O modelo catarinense foi o primeiro do tipo adotado no País e está em vigência há cinco anos. "Nós olhamos os modelos de Santa Catarina, do Paraná, do Mato Grosso e do Espirito Santo, que também estão implantando", confirmou, ressalvando que pretende que o conselho gestor desenvolva um procedimento adequado à realidade gaúcha. "Nós queremos conhecer as experiências para definir um modelo bom, que seja confiável e seguro e que não seja uma trava para o desenvolvimento do setor", afirmou. Polo corrigiu o termo difundido sobre a mudança e detalhou como deve ser o modelo adotado pelo Estado. "Não é inspeção privada, nem terceirizada e nem privatizada. É uma inspeção delegada", definiu. O secretário esclareceu que médicos veterinários deverão prestar serviços por meio de empresas. "Esses profissionais são treinados e credenciados pelo poder público, e o próprio Estado fica com o controle da fiscalização e a prerrogativa de excluir o médico veterinário ou a empresa prestadora do serviço quando não fizer o trabalho adequado."

Ressaltando que a qualidade dos produtos é uma responsabilidade das empresas, o secretário diagnosticou que é inviável ao Estado ampliar os quadros da inspeção e da fiscalização. "Vamos discutir isso de uma forma muito madura para que a gente possa avançar e desenvolver um modelo em que o Estado seja um facilitador de procedimentos, com responsabilidade, ações efetivas e fiscalização mais eficaz, que é um papel indelegável." Polo também confirmou a projeção de que a safra deste ano será menor do que a última, com perspectiva de ficar entre 29 milhões e 30 milhões de toneladas de grãos. (Jornal do Comércio)


O que vai bater à porta

No balanço de final de ano, a Secretaria da Agricultura apontou metas para 2016

1 Susaf: o sistema regulamentado em 2013 com o objetivo de facilitar a venda de produtos de agroindústrias familiares fora do município de origem demorou a engrenar. Dois anos depois, 11 municípios têm a habilitação no início do ano eram apenas cinco. A meta é chegar ao final de 2016 com a lista ampliada para 50. Os kits Susaf, destinados a 42 cidades (credenciadas ou em processo avançado) devem chegar até a primeira quinzena de janeiro.

2 PPCI do parque: interditado devido à ausência de um Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndios (PCCI) global, o parque Assis Brasil, em Esteio, onde é realizada a Expointer, foi liberado pouco antes da feira começar neste ano. Uma empresa foi contratada para fazer a elaboração do plano. Havia quatro fases diferentes a serem executadas. O contrato emergencial feito deverá ter um aditivo em janeiro, para que as melhorias solicitadas pelos bombeiros possam ser executadas. A liberação dada em 2015 tem validade de um ano.

3 Leite: sendo aprovado na Assembleia na próxima semana, a lei que regulamenta, entre outras coisas, a atividade do transportador tem previsão de sair do papel até o final de março há prazo de 90 dias após a publicação para a regulamentação. As multas previstas irão variar de R$ 700 a R$ 310 mil, conforme decreto em elaboração por técnicos.

4 Programa de carne: a ociosidade dos frigoríficos de carne bovina no Estado e as constantes reclamações da indústria da falta de matéria-prima alimentam a ideia de lançar um programa de reestruturação da pecuária gaúcha para 2016. O objetivo, explica Fernando Groff, assessor técnico especial da secretaria, é evitar a oscilação existente do número de animais para engorda dentro do Estado. No momento, está ainda em fase embrionária a partir de discussões com a Associação Brasileira de Indústrias Exportadoras de Carne e em paralelo à proposta de rastreabilidade debatida pela Federação da Agricultura do Estado. (Zero Hora)


Mapa divulga regras para isenção de PIS/Cofins a laticínios

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou na última quarta-feira (23) instrução normativa que estabelece os procedimentos a serem adotados por agroindústrias leiteiras interessadas em utilizar créditos presumidos do PIS/Cofins. O benefício fiscal, previsto no Programa Leite Saudável, será concedido a laticínios que apresentarem projetos de assistência técnica e melhoria da qualidade de produtos lácteos.

Em vigor desde 1º de outubro, o Programa Leite Saudável garante que as agroindústrias recuperem 50% da contribuição de 9,25% do PIS/Cofins incidente sobre a venda do leite in natura. Para serem beneficiados, os estabelecimentos devem destinar 5% desses recursos a projetos de investimento nos moldes estabelecidos pela Instrução Normativa 45, publicada na quarta. O Leite Saudável prevê que esses projetos de assistência técnica tenham foco em gestão agropecuária, boas práticas e melhoria da produtividade do rebanho leiteiro, além de melhoramento genético e educação sanitária.

Nos quase três meses de vigência do programa, mais de 100 projetos já foram enviados ao Mapa, num total de R$ 89,8 milhões contabilizados na forma de créditos presumidos de PIS/Cofins. Esses documentos serão analisados pelos técnicos e, caso se enquadrem no padrão estabelecido pela instrução normativa, poderão se habilitar a receber o benefício.

Procedimentos
A fim de padronizar os procedimentos para habilitação, análise e acompanhamento dos projetos, o Mapa instituiu um formulário modelo, que deve ser preenchido pelos laticínios e entregue a qualquer Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SFA). O formato do formulário e a relação de documentos exigidos podem ser acessados aqui. 

A agroindústria receberá uma habilitação provisória no momento em que protocolar o formulário automaticamente. Esse projeto será posteriormente analisado e fiscalizado pela SFA, que notificará a empresa na hipótese de haver alguma irregularidade. Neste caso, o interessado terá no máximo 30 dias para realizar as devidas adequações. Em seguida, a superintendência emitirá um parecer técnico conclusivo e encaminhará à Secretaria do Produtor Rural e Cooperativismo do Mapa para aprovação. O Mapa, por sua vez, publicará a decisão final no Diário Oficial da União. Caso o projeto seja aprovado, a empresa deve, no prazo máximo de 30 dias, requerer a habilitação definitiva à Receita Federal do Brasil.

As superintendências realização a fiscalização da execução do projeto, por intermédio da avaliação dos relatórios e, sempre que a área técnica julgar necessária, por auditorias in loco. (As informações são do Mapa)


Laticínios deram suporte aos produtores em dificuldade

Dedicado há 34 anos à atividade leiteira, Ingo Weber, da região de Tapera, sempre teve interesse em trabalhar no sistema cooperativo. "Na cooperativa, temos força, técnicos, conseguimos negociar a produção", conta sobre o desejo que conseguiu realizar há um ano e meio, quando se associou à Cooperativa Santa Clara. Ele lembra que antes, quando entregava o leite para uma empresa do ramo, era obrigado a aceitar o preço que ofereciam. Weber já projeta expansão da produção, fruto do contexto mais favorável que encontrou como cooperado. "Entregamos 22 mil litros, mas nosso objetivo é chegar 35 mil em três meses." 

Aos 80 anos, o presidente da Cooperativa Santa Clara, Rogério Bruno Sauthier, é uma das pessoas que mais conhece o modelo cooperativista no Estado. "Como todas as empresas estão em evolução, as cooperativas prosperam da mesma forma. Quem aprimora sua gestão vai subsistir e crescer", avalia. "É um sistema bom, valoriza as pessoas, não só o capital." 

Neste ano, as cooperativas gaúchas do setor mostraram também o impacto social que promovem. No primeiro trimestre de 2015, quando o Estado enfrentava a crise de pagamento envolvendo as indústrias, 7 mil propriedades estavam fora da atividade por falta de pagamento. Nesse mesmo período, as cooperativas incluíram 3.310 famílias de produtores ao sistema, segundo a Ocergs. (Jornal do Comércio)

 
O Ministério da Agricultura estima que em 2016 a agropecuária brasileira deverá crescer de 1,5 a 2%. O desempenhé semelhante ao resultado de 2015, quando o setor teve expansão de 2%, na comparação com o ano anterior. Os ganhos de produtividade e a abertura de novas áreas agrícolas no país são apontados como responsáveis pelo crescimento. (Zero Hora)
 

 

    

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