Pular para o conteúdo

13/10/2015

         

 
 


 

Porto Alegre, 13 de outubro de 2015                                                 Ano 9 - N° 2.125

 

Balança comercial: mesmo com dólar em alta, importações de leite em pó cresceram em setembro
A balança comercial de produtos lácteos teve um déficit de 1.800 toneladas em setembro, queda de 7,4% no déficit em relação a agosto. No entanto, em dólares, a balança comercial de lácteos apresentou superávit e, inclusive, teve aumento de 60% no saldo positivo. O superávit que havia sido de US$4,6 milhões em agosto, subiu para US$ 7,4 milhões em setembro. 

Tabela 1 - Balança comercial de lácteos - Setembro de 2015.

(MilkPoint)

Novamente, o maior volume das exportações foi de leite em pó integral, com cerca de 5.600 toneladas exportadas a um preço médio de US$5.761/ton, com quase todo o volume destinado ao mercado venezuelano.

Houve um crescimento expressivo nas importações de leite em pó em setembro: na soma dos volumes importados de leite em pó integral e desnatado, o crescimento foi de 53,7%, saindo de cerca de 5 mil toneladas em agosto para, aproximadamente, 7.700 toneladas em setembro. As importações de leite em pó, tanto integral quanto desnatado, tiveram origem majoritariamente do Uruguai (57,3%), seguido por Argentina (42,7%). Desde julho deste ano, Uruguai e Argentina tem mantido praticamente as mesmas participações nas importações brasileiras de leite em pó. A redução nas importações de queijos aliviaram o aumento nas importações de leite em pó: de agosto para setembro, o volume importado foi 42,4% menor, saindo de 2.700 toneladas para pouco mais de 1.500 toneladas importadas em setembro. Analisando as quantidades em equivalente-leite (a quantidade de leite utilizada para a fabricação de cada produto), a quantidade importada foi de 86,2 milhões de litros em setembro, alta de 9,9% em relação a agosto. Na mesma direção, as exportações em equivalente-leite tiveram alta de 7,4%, totalizando 65,7 milhões de litros. De janeiro a setembro deste ano, o déficit acumulado da balança comercial de lácteos em equivalente-leite é de cerca de 396,2 milhões de litros, mais do que o dobro do déficit apresentado ao longo do ano inteiro de 2014, que foi de 159 milhões de litros. O gráfico 2 a seguir apresenta este cenário, mostrando o histórico mensal do saldo da balança de lácteos 2014 x 2015.(Fonte: Milk Point)

MP que muda lei trabalhista deve ser votada na Câmara

A Câmara dos Deputados e o Senado Federal pautaram para esta semana quatro projetos com impacto econômico que têm alta ou muito alta probabilidade de se tornarem leis nos próximos 180 dias, segundo levantamento do grupo Estudos Legislativos e Análise Política do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap/Ello) para o Valor Política. Os principais destaques estão na Câmara, que analisa três propostas, sendo duas medidas provisórias (MPs) com chance de aprovação muito alta. A primeira (MP 680/2015) institui o Programa de Proteção ao Emprego (PPE). A medida permite a redução da jornada de trabalho em até 30%, com redução proporcional do salário pago pelo empregador. A segunda proposta (MP 678/2015) amplia o Regime Diferenciado de Contratações (RDC) para ações no âmbito da segurança pública. O terceiro projeto (PL 6953/2002) diz respeito à proteção e à defesa do usuário dos serviços públicos. No Senado, outro projeto que tem chance alta de ser aprovado, de acordo com o Cebrap/Ello, é a Lei de Responsabilidade das Estatais, que estabelece regras de governança e indicação de integrantes para os conselhos administrativo e fiscal. Ao todo, 36 projetos com relevância econômica estão na pauta de votação em plenário ou em caráter terminativo nas comissões (quando não precisam passar pela análise do plenário). A projeção sobre o potencial de estas matérias virarem leis foi feita com base em modelo estatístico que considera o histórico de votações do Legislativo desde 1988. As comissões do Senado marcaram cinco audiências públicas para debater temas economicamente relevantes. Entre os destaques está a ida do prefeito do Rio, Eduardo Paes, nesta terça-feira, à Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI), que debate o papel da inteligência na segurança dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016. Também na terça a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) discute o impacto das propostas sobre os contratos de terceirização em audiência com representantes da Confederação Nacional da Industria (CNI), Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC); Força Sindical e Central Única dos Trabalhadores (CUT); entre outros. Na quarta-feira, a Comissão de Serviços de Infraestrutura debate o processo de outorga para o uso do espaço físico sobre águas públicas, a cobrança sobre os atuais e futuros portos e as limitações aos investimentos em portos. Entre os convidados estão o diretor ¬geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Mário Povia. As comissões da Câmara dos Deputados marcaram 13 audiências públicas para debater temas economicamente relevantes. Entre os destaques está a convocação, pela CPI da Petrobras, do presidente da estatal, Aldemir Bendine, para audiência pública na quarta-feira. Nesta terça, a CPI dos Fundos de Pensão ouve o presidente da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp) José Ribeiro Pena Neto. Na quinta-feira, está prevista a participação do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, no debate sobre a autorregularão do mercado de capitais brasileiro, na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio (CDEIC). No mesmo dia, a Comissão de Viação e Transportes discute a elevação da participação do capital estrangeiro com direito a voto das empresas de transporte aéreo. Entre os debatedores está o ministro-¬chefe da Secretaria de Aviação Civil, Eliseu Padilha. Na quarta, a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, vai à Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural para debate sobre o custo das sementes de milho, soja e outros produtos agrícolas. Na quinta, a Comissão de Educação debate o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência, desenvolvido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). O Decisão Legislativa é um serviço exclusivo, desenvolvido em parceria com o grupo Estudos Legislativos e Análise Política do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap/Ello), para acompanhar o processo decisório no Congresso Nacional sobre temas relevantes para a economia.(Fonte: Valor Economico)

Nobel de Economia premia análise de pobreza e consumo

Angus Deaton, economista britânico da Universidade de Princeton, nos EUA, é o vencedor do Nobel de Economia deste ano por seu trabalho pioneiro sobre o que determina a pobreza e como as pessoas tomam decisões de consumo. A Real Academia Sueca de Ciências disse que Deaton foi premiado "por sua análise sobre o consumo, a pobreza e a prosperidade". "Sua pesquisa mostra fôlego impressionante em suas abordagens: teoria básica; métodos estatísticos para teste de teorias; conhecimento aprofundado sobre a qualidade dos dados existentes; e amplo trabalho sobre a produção de novos tipos de dados." Deaton ingressa no grupo seleto de acadêmicos que venceram sozinhos o prêmio de 8 milhões de coroas suecas (US$ 980 mil). A obra de Deaton emprega técnicas estatísticas inovadoras para a compreensão do que motiva as pessoas em seus hábitos de consumo e como os governos podem melhorar o estímulo ao desenvolvimento econômico. Ele liderou o uso de dados microeconômicos mais precisos para entender o que ocorre numa economia como um todo, questionando hipóteses conhecidas e ajudando a resolver paradoxos aparentes na relação entre o consumo e a renda. "Os cientistas frequentemente torcem o nariz [para o Nobel de Economia] por não considerá¬lo científico", diz John Muellbauer, economista da Universidade de Oxford que já trabalhou com Deaton. "Esta é uma exceção, pois se trata de economia do mais alto nível, baseada em evidências." Por exemplo, junto com Muellbauer, Deaton compilou um sistema de equações que ajuda a entender como decisões do consumidor em relação a bens diferentes interagem. Isso é essencial para governos planejarem mudanças de políticas, como o corte de imposto sobre valor agregado de alguns produtos, uma vez que essas decisões têm efeitos variados sobre diferentes grupos de consumidores, dependendo do que eles compram. Ele construiu seu trabalho analisando a ligação entre consumo e renda abordada pelos vencedores do Nobel Franco Modigliani e Milton Friedman, para entender como mudanças na renda motivam mudanças no consumo. Ele alertou contra o uso de dados agregados para a economia como um todo para justificar decisões de política econômica importantes e expôs como é essencial entender o que acontece a diferentes grupos de consumidores, dependendo de suas idades ou níveis de renda. Orazio Attanasio, economista do University College, de Londres, disse: "Deaton é uma das poucas pessoas que entendem a fundo o comportamento de consumo, dos indivíduos e ao longo do tempo". Deaton defende a importância da formação de grandes conjuntos de dados sobre padrões de consumo para que se possa entender as determinantes da pobreza. Ao contrário do que se supunha, ele mostrou que o aumento da renda da população leva a uma melhor ingestão de alimentos. Como resultado, há pouca razão empírica para orientar programas de ajuda em direção apenas aos alimentos, em vez do crescimento da economia, conforme algumas agências recomendam.(Fonte: Valor Economico)
 
Lácteos: oferta global deve ser mais apertada no 1º semestre de 2016
Recuo das cotações estão freando produção, enquanto a demanda aumenta O Rabobank avaliou nesta semana que os fundamentos no mercado de lácteos devem apresentar mudanças a partir do primeiro semestre de 2016. Apesar do superávit atual, o banco espera "um estreitamento do mercado, uma vez que os preços baixos na Nova Zelândia e o recuo das cotações internacionais frearam a produção de leite, enquanto a demanda aumenta, em virtude justamente, dos preços mais baixos", afirmou o estrategista global de laticínios do Rabobank, Tim Hunt. Ele alerta que o fenômeno climático El Niño aumenta as chances de tempo desfavorável em importantes regiões produtoras. Em contrapartida, o fim das cotas da União Europeia e a desvalorização do euro podem levar a um aumento maior que o esperado na oferta. Hunt alerta também que "os riscos atualmente são exacerbados pela fraqueza da economia mundial, com a possível volatilidade dos mercados financeiros". Em compensação, o economista Tobin Gorey, do Commonwealth Bank of Australia, alerta que o mercado deve pelo menos esperar para avaliar os níveis de produção, já que, segundo ele, ainda não há notícias de queda. Segundo Gorey, a redução da produção é "apenas conceitual" até o momento e a "queda na safra da Nova Zelândia depende do abate de vacas e do declínio sazonal". (Fonte: Canal Rural)
 

 

    

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *