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16/09/2015

 

 


 

Porto Alegre, 16 de setembro de 2015                                                 Ano 9 - N° 2.107

 

  Doações a hospitais marcam o Dia Estadual do Leite

Para auxiliar no enfrentamento da crise que assola os hospitais públicos gaúchos, o Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat) realizou, nesta quarta-feira (16/9), em comemoração ao Dia Estadual do Leite, doação de 24 mil litros de leite para dois importantes centros de atendimento: o Hospital de Caridade de Ijuí (HCI) e Hospital Centenário, de São Leopoldo. Cada um receberá mil litros mensais durante 12 meses.

A entrega foi oficializada em solenidades marcadas pela emoção e sentimento de gratidão. Para o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, que começou o dia entregando a doação ao presidente da Fundação Hospital Centenário de São Leopoldo, Gilso Gotardo, é uma honra poder ajudar entidades que, assim como o sindicato, trabalham em prol do bem-estar da sociedade. "Fazemos essa doação para contribuir com a qualidade de vida dos pacientes e porque sabemos das necessidades dessas instituições", salientou.

Gotardo pontuou que a doação expõe uma preocupação efetiva do Sindilat não só com o hospital, mas com a saúde do Estado como um todo. "Mais do que um valor financeiro, esse gesto mostra a participação da sociedade". Segundo ele, os 12 mil litros de leite doados representam um terço no consumo anual do hospital. "É extremamente significativo e gratificante", enfatizou.

Em Ijuí, a primeira carga de mil litros foi entregue já na tarde desta quarta-feira ao Hospital de Caridade, volume que reponde por 36% do consumo total da instituição. Segundo o diretor-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, que foi até o município para participar do ato solene, a ação busca valorizar o Interior do Rio Grande do Sul.  "As indústrias gaúchas estão no Interior do Estado, assim como os produtores. Então, nada mais justo do que, no Dia do Leite, realizar uma ação para essas comunidades", frisou Palharini.  

O presidente do Hospital de Caridade de Ijuí, Cláudio Matte Martins, agradeceu entusiasmado pela parceria. "Os 245 hospitais ligados à Federação das Santas Casas do RS passam por profunda dificuldade financeira por falta de repasses. A responsabilidade social de entidades representativas da cadeia produtiva gaúcha, como o Sindilat, nos traz a garantia de que, unidos, somos mais. Faremos uma economia de R$ 24 mil a partir dessa doação de leite. Os 120 municípios da área de abrangência do HCI agradecem de coração", disse. 
 
 
Mais entregas na Capital

As doações do Sindilat em comemoração ao Dia Estadual do Leite também incluíram o Instituto do Câncer Infantil (ICI), de Porto Alegre, e a Fundação de Proteção Especial (FPE), contemplados com 500 litros de leite cada. Ao lado do presidente Alexandre Guerra em encontro no final da manhã, a gerente institucional do ICI, Valéria Foletto, ressaltou que a falta do alimento é uma das principais dificuldades da instituição, custeada integralmente pela colaboração da comunidade e da iniciativa privada. "Por mês, 120 famílias recebem nossas cestas básicas. São duas a três caixas de leite por cesta. E não é sempre que conseguimos suprir essa necessidade", ressaltou.  

Presidente Alexandre Guerra com presidente da Fundação Hospital Centenário de São Leopoldo, Gilso Gotardo, e equipe de nutricionistas
Crédito: Prefeitura de São Leopoldo


Darlan Palharini em entrega ao presidente do Hospital de Caridade de Ijuí, Cláudio Matte Martins
Crédito: Allan Fonseca


Alexandre Guerra em entrega à gerente institucional do ICI, Valéria Foletto
Crédito:Cristina Kehl
 
 
 
Leite sobe no exterior e Brasil fica competitivo
Os preços dos lácteos no mercado internacional voltaram a um patamar que, com a valorização do dólar sobre o real, começam a deixar o produto brasileiro novamente competitivo na exportação. Ontem, no terceiro pregão realizado depois que a cooperativa neozelandesa Fonterra anunciou que reduziria sua oferta de lácteos nos leilões quinzenais da plataforma Global Dairy Trade (GDT), os preços tiveram forte, alta mais vez. 
 
O leite em pó integral subiu 20,6% sobre o leilão anterior, para um preço médio de US$ 2.495 por tonelada, enquanto o leite em pó desnatado teve alta de 17%, para um preço médio de US$ 1.992, conforme dados divulgados pela plataforma. Os preços negociados no leilão são referência para o mercado internacional de lácteos. 
 
 
Desde que a redução da oferta pela Fonterra foi anunciada, a cotação do leite em pó integral subiu 56,9% e a do desnatado, 40,38% no leilão da plataforma online. A Fonterra, maior exportadora de lácteos do mundo, anunciou, em 13 de agosto, que reduziria sua oferta nos leilões, numa tentativa de conter a queda contínua dos preços, que haviam atingido baixas históricas. 
 
A redução da oferta no leilão pela Fonterra continua sendo a principal razão para a alta das cotações, afirmou Valter Galan, analista da consultoria especializada em lácteos MilkPoint. Mas também há sinais de que a menor oferta no leilão também atraiu compradores de volta, disse. Segundo dados da plataforma GDT, foram vendidas ontem 36.050 toneladas de produtos lácteos e houve 186 participantes, o maior número desde setembro de 2014. 
 
Galan observou que apenas os fundamentos atuais do mercado não justificariam uma alta tão forte. "A produção [de leite] no mundo continua a subir, inclusive na Nova Zelândia, e a China continua com estoques elevados". Ele acrescentou que Argélia e México entraram no mercado comprando, mas esse movimento não compensaria a redução dos volumes da China. 
 
Ao patamar de US$ 2.500 por tonelada, alcançados no leilão de ontem, e com o dólar na casa dos R$ 3,95, as exportações de leite em pó a partir de algumas regiões do Brasil ficariam viáveis. "Hoje, o custo do leite para ser competitivo na exportação tem de ser R$ 0,94 por litro. Em algumas regiões, do Rio Grande do Sul, o leite está em R$ 0,88 o litro nos negócios do spot", indicou. 
 
"Provavelmente, não vamos exportar muito, mas se a alta no leilão GDT se traduzir em tendência de mercado, o Brasil ficará competitivo para exportar", disse. 
 
De acordo com Rafael Ribeiro, analista da Scot, com um câmbio a R$ 3,90, a exportação já é viável. Ele informou que os preços do leite em pó no mercado interno variam hoje entre R$ 9,00 e R$ 11 por quilo no atacado. Com a cotação registrada no leilão e um dólar de R$ 3,85, o preço na exportação seria equivalente a R$ 9,60 por quilo. Ribeiro acredita que os preços internacionais devem seguir firmes, com o ajuste da oferta. "Mas não vejo o leite voltando aos níveis de US$ 5 mil", disse. Esse patamar foi registrado no fim de 2013. 
 
O Brasil começa a recuperar a competitividade, mas no mês passado a exportação de lácteos voltou a crescer. O volume alcançou 8,241 mil toneladas, 22,8% mais do que em agosto de 2014. Outra vez, a Venezuela foi a responsável pelo avanço. A J&F, controladora da Vigor e da JBS, embarcou em torno de 6 mil toneladas de leite em pó ao país, por cerca de US$ 5.800 por tonelada. (Valor Econômico) 
 
 
Fonterra mantém sua previsão de produção de leite

A cooperativa neozelandesa, Fonterra, manteve sua previsão de volume de produção de leite para a estação de 2015-16, em 1,589 bilhão de quilos de sólidos do leite (18,9 bilhões de quilos de leite), que é 2-3% menor do que a quantidade captada na estação anterior.

O diretor de assuntos cooperativos da Fonterra, Miles Hurrell, disse que apesar de a Fonterra ter previsto um declínio de 2-3% nos volumes, há evidências de que os produtores estejam reduzindo sua produção, o que poderia levar a uma diminuição na previsão de produção à medida que a estação avança.

"Os produtores estão respondendo à menor previsão do preço do leite retornando para práticas agrícolas mais tradicionais. Eles estão reduzindo o uso de suplementos nutricionais e reduzindo as taxas de lotação por hectare à medida que se concentram na utilização de pastagem. Dados do mercado de várias fontes independentes mostram que as vacas estão sendo abatidas a taxas maiores do que na estação anterior, enquanto muitos de nossos produtores também estão informando que esperam reduções significativas no volume com relação ao ano anterior. Além disso, atualmente nossa captação diária média de leite está menor do que no mesmo período do ano anterior".

"Entretanto, ainda está no começo da estação e qualquer previsão nesse ponto é muito dependente das condições climáticas, que até agora estão ruins para a produção. Dadas esses fatores variáveis, decidimos manter nossa atual previsão de volume produzido nesse estágio inicial da estação". (As informações são da Fonterra)
 

Farsul divulga índices de inflação do agronegócio de agosto
Os preços pagos aos produtores obtiveram uma alta de 4,45% no mês de agosto. Este é o segundo mês consecutivo com resultado positivo, o que garantiu que o Índice de Inflação da Receita dos Produtores (IIPR) superasse o IPCA no acumulado do ano. Enquanto o IIPR chegou a 7,44%, o IPCA registrou 7,06% e o IPCA Alimentos, 7,30%. Desde 2012 este fato não acontecia. Os dados estão no relatório divulgado pela Assessoria Econômica do Sistema Farsul relativo ao mês de agosto de 2015. (Farsul)
 
 

 

    

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