Porto Alegre, 08 de setembro de 2015 Ano 9 - N° 2.101
A balança comercial de produtos lácteos teve um déficit de 1.900 toneladas em agosto, aumento de 39% no déficit em relação a julho. No entanto, em dólares, a balança continuou a apresentar superávit de cerca de 4 milhões de dólares em agosto. As importações sofreram uma queda de 5,4%, em valor (de US$ 35,7 milhões para US$ 33,8 milhões), o que também ocorreu com as exportações, que caíram 14,4% esse mês (de US$44,9 milhões para US$38,4 milhões).
Tabela 1 - Balança comercial de lácteos - agosto de 2015.
Nas importações, houve queda expressiva do volume importado de leite em pó integral: -39%, saindo de quase 5.000 toneladas em julho para pouco mais de 3.000 toneladas em agosto. Já o leite em pó desnatado teve aumento de 11,5% no volume importado, chegando a, aproximadamente, 2 mil toneladas. No agregado, as importações de leite em pó caíram cerca de 26% em relação a julho.
Os queijos foram os produtos com maior valor importado em agosto (US$ 10,3 milhões, alta de 15,5% sobre julho), com destaque para as importações de queijo muçarela que apresentaram alta de 39% sobre julho, chegando a 1.300 toneladas.
As importações de leite em pó, tanto integral quanto desnatado, tiveram origem majoritariamente do Uruguai (58,9%), seguido por Argentina (41,1%). Neste mês, as importações provenientes do Uruguai e da Argentina se mantiveram estáveis se comparadas ao mês anterior. (A matéria é da Equipe MilkPoint, a partir de dados do MDIC)
Gráfico 1 - Origem das importações de leite em pó brasileiras.
O Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SisbiPoa) foi tema do debate realizado ontem pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado, durante a Expointer. Este foi o 10˚ encontro do ciclo de debates iniciado em março deste ano. A senadora Ana Amélia Lemos, que preside a comissão, relatou que a ministra Kátia Abreu criou um grupo de trabalho para definir os mecanismos para aperfeiçoamento do sistema e que a ideia é garantir que não haja prejuízos aos pequenos municípios, que não têm condições de contratar fiscais.
Conforme Leandro Feijó, da Anffa Sindical, o estudo propõe "um sistema nacional, inclusivo, com legislação abrangente e seguida pelos três níveis de inspeção - federal, estadual e municipal". O debate contou com uma rápida participação da ministra Kátia Abreu, que salientou que nada será feito em prejuízo da saúde do brasileiro. A ministra também falou que a inspeção constante será feita só nas empresas de abate. Aquelas com menos riscos receberão menos visitas da inspeção. Durante o encontro, a Famurs entregou à ministra um documento com reivindicações. O presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, defendeu a unificação das inspeções para ampliar mercado. (Correio do Povo)
Governo retira urgência de projeto que limita benefícios fiscais a agroindústrias no RS
O governo gaúcho decidiu, no fim da tarde dessa sexta-feira, retirar o regime de urgência, na Assembleia Legislativa, para a votação do projeto de lei que restringe benefícios fiscais à agroindústria (PL 214/2015), um dos que compõe o pacote de ajuste fiscal. Para os exercícios de 2016, 2017 e 2018, a matéria prevê que cadeias como as da carne e do leite tenham os valores limitados até o patamar de 70% do montante originalmente concedido em 2015. Com a medida, o Piratini espera arrecadar, anualmente, R$ 300 milhões a mais em ICMS.
O objetivo é de que a medida sirva como uma espécie de moeda de troca para que a bancada do Partido Progressista (PP) apoie a aprovação, em plenário, dos projetos elevando os impostos para outros setores, como os de bebidas, combustíveis e TV a cabo. O corte de benefícios fiscais desagrada também a bancada do PSB, ligada a pequenos e médios produtores de leite. A retirada do regime de urgência permite que o projeto seja discutido sem pressa, e eventualmente, modificado.
No fim de agosto, ao deixar uma reunião da base aliada com o governador José Ivo Sartori, o deputado federal Jerônimo Goergen (PP) indicou que a sigla se dispunha a negociar o apoio ao projeto de ICMS caso o Piratini altere o PL 214. Conforme o parlamentar, a diminuição dos chamados créditos presumidos é mais danosa que o aumento de imposto.
Entidades como a Asgav, o Sindilat e a Fetag temiam demissões e o fechamento de empresas até o fim do ano, em caso de aprovação do projeto sem modificações. (Fonte:Rádio Guaíba)
Expointer: ministra anuncia R$ 86,8 mi para impulsionar setor de lácteos no RS
O governo federal vai liberar R$ 86,6 milhões para impulsionar o setor de lácteos no Rio Grande do Sul, anunciou nesta sexta-feira (04.09) a ministra Kátia Abreu (Agricultura, Pecuária e Abastecimento), durante a inauguração oficial da Expointer 2015, em Esteio (RS). A medida, destacou ela, vai beneficiar 18 mil propriedades rurais de 132 municípios gaúchos.
O recurso faz parte do Programa de Melhoria da Competitividade do Setor de Lácteos Brasileiro, elaborado pelo Mapa, e atenderá as safras de 2015/2016 e 2017/2018. Em todo o país, o ministério vai contemplar 80 mil propriedades nos principais estados produtores de leite: RS, Santa Catarina, Goiás, Minas Gerais e Paraná.
O programa tem o objetivo de melhorar a qualidade do leite produzido nessas propriedades e aumentar a renda dos produtores, a fim de que migrem das classes D e E para a classe C, ampliando a classe média rural.
"Nosso robusto programa voltado à qualidade do leite prepara os produtores não só para cuidar da saúde dos consumidores brasileiros, mas também para que outros países, como a China e a Rússia, recebam nossos produtos lácteos com a confiança de que cumprimos com a nossa fiscalização sanitária", afirmou a ministra, na inauguração oficial da feira de exposição agropecuária, uma das maiores da América Latina.
Entre as ações previstas, estão o melhoramento genético do rebanho, a erradicação da brucelose e da tuberculose, a capacitação técnica e extensão rural, a ampliação das exportações e o apoio ao cooperativismo e ao associativismo, objetivando corrigir imperfeições de mercado.
De acordo com Kátia Abreu, o Mapa e suas instituições cuidam para que o alimento brasileiro seja saudável. "Queremos uma classe média robusta para que a agricultura seja feita por agricultores. A mais nobre função dos produtores é fornecer alimento saudável e seguro para as donas e os donos de casa", ressaltou a ministra. (MAPA)