
Sindilat participa do julgamento Ideas for Milk da Embrapa

Sindilat
Porto Alegre, 28 de novembro de 2016 . Ano 10- N° 2.399
A preocupação com a sanidade do rebanho é uma prioridade para o pecuarista Adelar Riva, de Teutônia. A propriedade dele, localizada em Linha Frank, é uma das 800 que contam com a certificação de área livre de brucelose e tuberculose no Estado. A condição foi obtida em 2010 e mantida desde então graças ao investimento do produtor, que calcula ter gasto R$ 6 mil com a realização dos testes de tuberculose no rebanho das raças Holandês e Jersey, durante o ano passado. "Vale a pena porque isso te dá uma segurança maior. Tenho a certeza de que o gado está bem", observa Riva, que produz em média 2 mil litros por dia, com 75 vacas em lactação.
Mudanças a caminho
Para o assessor de Política Agrícola da Fetag, Márcio Langer, um dos entraves que ainda impactam no PNCEBT é o número de veterinários habilitados (hoje são 678), considerado insuficiente para atender um rebanho de 1,1 milhão de cabeças na pecuária de leite. Quanto à bonificação, a estratégia é vista como um estí-mulo. "O que gostaríamos é que todas as indústrias entrassem nessa política para que pudéssemos sanear o mais rápido possível o nosso plantel", observa. Outra reivindicação dos produtores de leite diz respeito à indenização paga pelo Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa). A Fetag entende que os valores, que variam de R$ 1 mil a R$ 2 mil por animal destinado ao abate sanitário, estão defasados. A correção foi proposta na última reunião do Conselho Técnico Operacional para Pecuária de Leite e deve ser analisada no próximo encontro do conselho deliberativo do órgão. Outras mudanças estão em estudo. Segundo o diretor executivo do Sindilat, Darlan Palharini, que também integra o conselho técnico, estão previstas mudanças nas faixas de indenizações, que hoje são quatro. No caso de propriedades "condenadas" devido à prevalência de tuberculose, o Fundesa garante um auxílio chamado risco-alimentar, que hoje tem a duração de três meses. Conforme Palharini, o prazo deve ser ampliado. "A ideia é ficar a critério do fiscal", explica.
Brucelose tem dados estáveis
Associada normalmente à pecuária de corte, a brucelose bovina é uma doença infecto-contagiosa que provoca perdas diretas devido a diversas manifestações, como aborto, baixos índices reprodutivos, aumento do intervalo entre partos, nascimentos prematuros, esterilidade e baixa produção de leite. Além disso, por se tratar de uma zoonose, também pode infectar o homem. O estudo de prevalência da enfermidade, também publicado recentemente, aponta para um índice de 0,98% de animais positivos e 3,54% de focos. Ao contrário da tuberculose, a brucelose já havia sido alvo de um estudo com abrangência estadual, em 2004. Na comparação com aquele ano, os nú- meros coletados no último inquérito apresentaram-se estáveis. O estudo avaliou a eficácia da vacinação aplicada no Rio Grande do Sul. Segundo Ana Groff, da Seapi, a imunização do rebanho foi alavancada depois que, em 2006, o Estado vinculou a emissão da Guia de Trânsito Animal (GTA) à vacinação contra a brucelose. Embora possa ser prevenida por meio da vacina, a brucelose não tem cura, de modo que os animais infectados são obrigatoriamente sacrificados. (Correio do Povo)
Publicação Embrapa
"A pecuária de leite no Brasil: cenários e avanços tecnológicos" - esse é o título do mais recente livro da Embrapa sobre o agronegócio do leite no país. A publicação faz uma grande radiografia do setor, abordando o cenário atual e futuro da cadeia produtiva do leite, as tecnologias disponíveis e as inovações que a pesquisa agropecuária reserva para a atividade.
Duarte Vilela, um dos editores da obra, diz que o objetivo foi fazer um grande apanhado de informações de interesse do setor leiteiro nacional, que permitisse projetar o agronegócio do leite para os próximos dez anos. "Por meio dos artigos, escritos por 78 especialistas do setor, buscamos apresentar em três partes a conjuntura da atividade, as tecnologias disponíveis e os avanços da ciência para o setor nas áreas de nanotecnologia, engenharia genética e tecnologia da informação", afirma.
Com 23 capítulos distribuídos em 436 páginas, trata-se de uma obra de conteúdo bastante eclético. Daí o pesquisador e assessor da presidência da Embrapa, Eliseu Alves, na apresentação do livro, afirmar que esse se destina a um público vasto, que inclui pesquisadores, agricultores e agroindustriais, exportadores e consumidores. Trata-se também de um material de grande importância para os formuladores de políticas públicas para o agronegócio do leite, que ainda discorre sobre a importância da pesquisa agropecuária na geração do conhecimento e de tecnologias para a sociedade.
A pecuária de leite no Brasil: cenários e avanços tecnológicos representa uma parceria inédita, do ponto de vista editorial, de duas unidades da Embrapa: Embrapa Gado de Leite, com sede em Minas Gerais, e Embrapa Pecuária Sudeste, com sede no estado de São Paulo. O empreendimento contou com o patrocínio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Os interessados podem adquirir exemplares na Embrapa Pecuária Sudeste, por meio do telefone (16) 3411-5600 ou Embrapa Informação Tecnológica, (61) 3448-4236. (Jornal Agora MS)
Uruguai dará início à rastreabilidade de medicamentos pecuários em dezembro
O ministro da Pecuária, Agricultura e Pesca (MGAP), Tabaré Aguerre, anunciou que em dezembro começará a funcionar o sistema Vigía, que fará a rastreabilidade pecuária dos medicamentos. Em uma primeira instância, estará vinculada ao combate do carrapato, mas, no futuro, será aplicada a outros controles, como o uso de antibióticos.
Ele também adiantou que promoverão as normas que estabelecem a gravidade de qualquer omissão que ponha em risco o status sanitário do país, o que implicará responsabilidades empresariais individuais. Por exemplo, em alguns países, na guia de propriedade de trânsito de gado, inclui-se uma declaração jurada dos produtores que não usou determinados produtos e o Uruguai está nesse caminho, disse Aguerre. Aguerre disse que o país tem todas as condições para fazer um controle desse tipo ao registrar todos os produtores e laboratórios específicos veterinários. Adiantou que está pronta a aplicação e que, nesta semana, estará pronta a normativa e espera "que se ponha em prática em dezembro".
Depois da avaliação dos veterinários oficiais e privados sobre a atividade cumprida nessa primeira etapa, na qual foram proferidas 36 palestras em todo o país, com participação de 1.100 produtores, Aguerre destacou que o iceberg é o carrapato e o que aflorou foi a ponta do iceberg, ao fazer referência aos resíduos do produto etion (antiparasitário organofosforado) em carnes - o que permitiu encarar a situação mais a fundo, como a inocuidade dos alimentos. Disse que o problema são as perdas pelo carrapato nos gados e também a inocuidade dos alimentos, que se vê alterada com resíduos que eram utilizados para combater essa doença, em alusão aos contêineres com carne rechaçados nos Estados Unidos.
Aguerre ressaltou que utilizará a sangria de 50% dos abates bovinos para que se faça uma busca por casos de brucelose em fêmeas e gerar um novo mapeamento da presença de carrapato a nível de todo o país. Aguerre também disse que o Ministério projeta fazer uma certificação de produtos e de processos de produção com base no registro dos eventos sanitários que permitem a rastreabilidade. (As informações são do El Observador, traduzidas pela Equipe MilkPoint)
Porto Alegre, 25 de novembro de 2016 . Ano 10- N° 2.398
Um tipo de confinamento que aumenta o bem-estar animal e já utilizado em países de clima temperado está sendo avaliado para as condições brasileiras. A técnica tem chamado a atenção de pecuaristas do País de olho nos resultados ligados ao manejo do rebanho, ao aumento da produtividade e à saúde dos animais. O que está por trás deles é um nome estrangeiro, que vem sendo falado cada vez mais no setor produtivo nacional: "Compost Barn", que pode ser traduzido livremente como "Estábulo de Composto".
Trata-se de uma alternativa aos sistemas de produção de leite em confinamento denominados free stall, no qual as vacas ficam retidas em baias de poucos metros quadrados, ou tie stall, em que os animais são criados, também em baias individuais, presos a correntes. O Compost Barn tem por característica deixar os animais livres no estábulo. Embora continue confinada, a vaca circula à vontade, interagindo com as outras, o que possibilita que ela exercite seus instintos sociais com o grupo e apresente cio com mais facilidade, o que melhora os índices reprodutivos.
Esse sistema de produção chegou ao País em 2011, sendo adotado em países como Estados Unidos, Canadá, Holanda e Israel desde meados de 1980. Cerca de 300 produtores brasileiros já optaram pelo Compost Barn, seja adaptando antigos free stalls, seja construindo um novo sistema. Mas ainda há poucas informações da pesquisa agropecuária nacional sobre sua adaptabilidade às condições do País. Para suprir esta lacuna, a Embrapa Gado de Leite (MG) vem realizando, desde 2014, um estudo sobre o uso do Compost Barn. "Por ser uma tecnologia importada de países com clima temperado é necessário que verifiquemos sua adaptabilidade às condições tropicais", diz o pesquisador Alessandro Guimarães, que está à frente dos trabalhos. A analista Letícia Mendonça, que integra a equipe da Embrapa Gado de Leite responsável pelos estudos, informa que três propriedades em Minas Gerais que adotam o sistema estão sendo acompanhadas. Nos laboratórios da Embrapa de da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) são realizadas análises sobre a qualidade do leite e a microbiologia dos compostos orgânicos utilizados nas camas.
A principal característica do Compost Barn é a utilização de uma "cama" orgânica cobrindo todo o estábulo. Em função dessa característica, vários outros aspectos de engenharia agronômica foram modificados em comparação aos sistemas de confinamento tradicionais. As baias, com suas camas de areia ou de borracha, por exemplo, foram abolidas. Em vez do concreto, que prejudica o casco dos bovinos, o piso do estábulo é formado por material orgânico que pode ser serragem e casca de amendoim, ou outro material orgânico que seja de baixo custo e de fácil disponibilidade para o produtor.
Cama vira adubo
A cama fica em contato com o solo, com uma altura entre 20cm e 50cm. As vacas defecam e urinam no material, dando início ao processo denominado "compostagem", que controla a decomposição de materiais orgânicos. No caso do Compost Barn, os residuos depositados pela vaca passam por uma semi compostagem aeróbica (em contato com o ar). Para que isso ocorra de forma efetiva, a cama deve estar sempre seca e passar por uma constante aeração, o que é feito por meio de ventiladores e com a escarificação duas vezes ao dia (revolvimento do material com tratores e enxadas mecânicas). O composto é removido e substituído de tempos em tempos. Dependendo do manejo, a cama pode ficar até um ano sendo utilizada no estábulo. Ao substituir por um novo composto, o material velho pode ser vendido como adubo orgânico ou utilizado na propriedade para fertilizar o solo, o que dá ao processo um importante apelo ambiental.
Viabilidade ainda precisa ser testada
No entanto, os pesquisadores ainda são cautelosos em relação ao sistema. "Precisamos aprofundar os estudos para dar respostas sólidas aos produtores no que diz respeito à viabilidade econômica, com relação aos custos de implantação e manutenção do sistema. Também é preciso ampliar o conhecimento sobre a microbiologia da cama, a incidência de mastite e a qualidade do leite", pondera Guimarães. Atrás dessas respostas, a Embrapa Gado de Leite realizou no dia 17 de novembro um workshop sobre o tema em que reuniu pesquisadores, professores, médicos-veterinários e produtores. O público, mais de duzentos participantes para um evento que pretendia se restrito a estudiosos do tema, surpreendeu positivamente a organização, o que prova a grande curiosidade do setor acerca do Compost Barn.
Apesar de o rigor científico ter focado o debate nas desvantagens do sistema, como o alto investimento inicial e o demorado retorno do capital investido, o ânimo permanece grande. Até porque, segundo o pecuarista argentino Cristian Chiavassa, que proferiu palestra durante o workshop, o custo de implantação do sistema de Compost Barn pode ser 50% mais barato do que um free stall. A expectativa é que o sistema pronto custe algo em torno de R$ 4.500,00 por vaca.
Ainda há outras desvantagens enumeradas pelos especialistas como despesas com o material orgânico utilizado na cama que, caso o produtor não o tenha próximo à propriedade, pode ser elevada; a dificuldade de manejo do composto, que exige a escarificação diária; a concentração de bactérias na cama, que ainda desperta dúvidas entre especialistas; o aumento dos custos com energia elétrica, para manter uma boa ventilação no estábulo, etc. No entanto, o meio ambiente agradece devido a menor quantidade de dejetos depositados na natureza (grande problema nos sistemas free stall e tie stall) e a sua utilização como adubo. E as vacas respondem positivamente com o aumento na produção de leite, menos problemas de casco, melhoria do índice reprodutivo. (Informações sobre o Compost Barn podem ser obtidas na Embrapa Gado de Leite, pelos e-mails leticia.mendonça@embrapa.br ou alessandro.guimaraes@embrapa.br). (Embrapa)
O preço de referência projetado para o leite no mercado gaúcho em novembro deve ficar em R$ 0,9362, redução de 1,49% em relação a outubro, quando o valor consolidado ficou em R$ 0,9504. Os dados foram divulgados pelo Conseleite em reunião nesta quinta-feira (24/11), durante o Avisulat, em Porto Alegre (RS). Apesar do avanço da safra em outros estados do Brasil, a queda foi mais sutil este mês em relação aos anteriores. “A alta registrada no meio deste ano decorrente de uma entressafra severa não se mostrou sustentável, foi uma bolha, um bônus que o mercado deu ao setor. Agora, veio a queda do preço ao consumidor que foi repassada ao produtor e coloca o leite novamente na sua normalidade”, salientou o professor da UPF Eduardo Belisário Finamore. Apesar da queda, a maioria dos preços dos produtos lácteos está acima dos valores praticados em novembro de 2015, com exceção do leite UHT.
O presidente do Sindilat e do Conseleite, Alexandre Guerra, alertou que o setor vive um momento difícil, onde as indústrias operam sem margem, algumas até no negativo. “No mercado, os preços já pararam de cair, o que sinaliza uma retomada importante para atender à expectativa da indústria e dos produtores nos próximos meses”.
Porto Alegre, 24 de novembro de 2016 . Ano 10- N° 2.397
O preço de referência projetado para o leite no mercado gaúcho em novembro deve ficar em R$ 0,9362, redução de 1,49% em relação a outubro, quando o valor consolidado ficou em R$ 0,9504. Os dados foram divulgados pelo Conseleite em reunião nesta quinta-feira (24/11), durante o Avisulat, em Porto Alegre (RS). Apesar do avanço da safra em outros estados do Brasil, a queda foi mais sutil este mês em relação aos anteriores. "A alta registrada no meio deste ano decorrente de uma entressafra severa não se mostrou sustentável, foi uma bolha, um bônus que o mercado deu ao setor. Agora, veio a queda do preço ao consumidor que foi repassada ao produtor e coloca o leite novamente na sua normalidade", salientou o professor da UPF Eduardo Belisário Finamore. Apesar da queda, a maioria dos preços dos produtos lácteos está acima dos valores praticados em novembro de 2015, com exceção do leite UHT.
O presidente do Sindilat e do Conseleite, Alexandre Guerra, alertou que o setor vive um momento difícil, onde as indústrias operam sem margem, algumas até no negativo. "No mercado, os preços já pararam de cair, o que sinaliza uma retomada importante para atender à expectativa da indústria e dos produtores nos próximos meses". (Assessoria de Imprensa Sindilat)
Tabela 1: Valores Finais da Matéria-Prima (Leite) de Referência1, em R$ - Outubro de 2016.
Matéria-prima |
Valores Finais Outubro / 16 |
I - Maior valor de referência |
1,0929 |
II - Preço de referência |
0,9504 |
III - Menor valor de referência |
0,8553 |
(1) Valor para o leite posto na plataforma do laticínio com Funrural incluso (preço bruto - o frete é custo do produtor)
Tabela 2: Valores Projetados da Matéria-Prima (Leite) de Referência1, em R$ - Novembro de 2016.
Matéria-prima |
Novembro /16 * |
I - Maior valor de referência |
1,0766 |
II - Preço de referência |
0,9362 |
III - Menor valor de referência |
0,8426 |
(1) Valor para o leite posto na plataforma do laticínio com Funrural incluso (preço bruto - o frete é custo do produtor)
O secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, lançou oficialmente o livro "O Rio Grande do Sul e a Lei do Leite", que traz o compilado dos projetos levantados durante o 1º Fórum do Leite, realizado no primeiro semestre, em Ijuí. Ao lado do presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, e dos colegas que contribuíram com a publicação, ele ressaltou os avanços propostos durante os debates com vista à melhoria constante da produção. "Em Ijuí, tivemos o avanço da sanção da Lei do Leite. Em Santa Maria, foi o momento de debater a necessidade de se buscar resultados e colocar em xeque as atividades desenvolvidas, rever nossos conceitos", salientou Palharini. Emocionada, a professora da Inijuí Denize Fraga agradeceu a parceria do Sindilat na publicação da obra e ressaltou que os textos devem ser essenciais para construir uma produção voltada à excelência. O livro reúne 13 artigos técnicos.
O lançamento ocorreu durante a 3ª edição do evento, realizada durante o Avisulat, nesta quinta-feira (24/11), em Porto Alegre. O 4º Fórum Itinerante do Leite também já tem destino certo. Em 2017, o ciclo de palestras começará sua agenda por Palmeira das Missões. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
Os avanços obtidos pelo programa Leitec, desenvolvido pelo Senar para levar Tecnologia aos tambos, foram apresentados com muito bom humor durante o 3º Fórum Itinerante do Leite, no Avisulat. Para ilustrar os benefícios do projeto na vida do campo, foi apresentada a histórica do Tambo Lajeado, localizado no interior de Alegrete. Trabalhando com criação a pasto, a propriedade de Nelson Abreu tem 27 vacas em lactação. Assessorado pelos inspetores do Senar, o tambo superou dificuldades, reduziu custos e trouxe os filhos Angélica e Gilberto de volta à propriedade. A jovem de 24 anos pegou o microfone para expor as mazelas da atividade e arrancou gargalhadas da plateia. Com muito bom humor, ela salientou questões crucias para uma sucessão rural bem sucedida, a exemplo de divisão de tarefas, comprometimento e investimento. Angélica garantiu que a atividade se tornou lucrativa, o que garante o carro 0Km à família. "Há 15 anos atuamos na produção de leite, mas só há cinco deixamos de ser burros e permitirmos que a assistência técnica entrasse na propriedade", pontuou ela, citando que lida com suas vacas pelo nome o que, garante, rende mais no tanque no final do dia. "Tenho orgulho e bato no peito para dizer que produzo comida, e comida de qualidade", completou, contando que chegou a ir trabalhar na cidade, mas, vendo o pai doente, resolveu voltar para o tambo. "O que aprendemos é que temos que ter poucos animais, mas bons. Estamos trabalhando com novilhas de ponta em campo nativo. Estamos conseguindo melhorar a adubação do solo com a ajuda dos técnicos para que não falte comida", relatou Nelson.
Avaliando o resultado do encontro, o coordenador de programas especiais do Senar, Alexandre Prado, lembrou que foi um momento rico de interação. "O envolvimento familiar é o futuro da propriedade. A gente vê de cara a permanência do jovem no campo e que o setor vai poder se manter". (Assessoria de Imprensa Sindilat)
Gestão eficiente é segredo de sucesso dos tambos gaúchos
Durante o fórum, produtores contaram sua experiência a campo. Histórias como a de Claudemar Fagundes, de 32 anos. Casado e pai de dois filhos, ele começou a investir no leite em substituição ao tabaco na propriedade de 3,8 hectares localizada no município de Palmitinho. Com a assistência da Emater nos últimos anos, conta ele, a produção por vaca dia saltou de 11,9 litros, em 2009, para 19 litros. Avanço conquistado com muito trabalho, planejamento e apoio de consórcio de produtores para uso de maquinários mais pesados.
Aumento de produtividade que também se refletiu em ganho de 96% na produção anual. Em 2014, a captação era de 43 mil litros, em 2015, saltou para 61 mil litros e, em 2016, chegou a 85 mil litros. "Para trabalhar com leite tem que gostar. É o nosso dia a dia. Tem sol, tem chuva, tem geada e nós estamos lá. Não desistimos, seguimos em frente", pontuou Fagundes, lembrando que as decisões importantes da propriedade são tomadas na hora do chimarrão ao lado da esposa. Com os anos, a propriedade também ganhou uma nova cara, com melhoria das estruturas e, inclusive, na residência da família. O técnico da Emater de Palmitinho Luan Costa relatou que o trabalho é prestado a 22 propriedades que operam na atividade na regional.
O casal Élio Post e Élia Schossler, de Fazenda Vila Nova, também contaram sua história na produção de leite. Com apoio do técnico Maicon Berwanger, ressaltaram que o início da atividade começou com uma alternativa de renda extra com a produção de queijos. O movimento teve início quando Élia ficou desempregada após anos de trabalho na indústria calçadista. "Eram poucos animais e eu comecei a pegar leite para fazer queijos. Fiz alguns cursos e hoje sou muito feliz com o que faço. Foi a melhor escolha que eu fiz na minha vida. Só me arrependo por não ter começado antes", contou.
Para profissionalizar o sistema e reduzir custo, a família investiu pesado na criação a pasto com base em sistema de irrigação. Atualmente, há 23 vacas de lactação na propriedade de 10 hectares com produção de 550 litros/dia. Há três anos, a captação era apenas de 120 litros/dia. "O erro dos produtores é investir em equipamentos desnecessários", alerta Berwanger. Com orientação, os produtores focaram em itens que trazem significante avanço na produção: aquecedor solar, sala de ordenha, sistema de irrigação.
Os exemplos apresentados emocionaram o presidente da Emater, Clair Tomé Kuhn, que acompanhou a apresentação da plateia. "As pessoas sabem que o leite não vem da caixinha, mas não sabem como é sofrido colocar esse leite dentro da caixinha. Quanto custa de tempo, de dedicação e de gestão", ressaltou. E garantiu apoio a quem precisar de ajuda. "A Emater está aí para ajudar na gestão. Busquem o escritório. O que precisamos é dar renda e qualidade de vida para manter pessoas como vocês no campo". E aproveitou para a agradecer ao Sindilat pela iniciativa. "Parabéns por acreditarem nos agricultores, que são a força que move o Rio Grande do Sul. O melhor emprego do mundo é ser dono do próprio negócio".
Os avanços obtidos pelo programa Leitec, desenvolvido pelo Senar para levar Tecnologia aos tambos, foram apresentados com muito bom humor durante o 3º Fórum Itinerante do Leite, no Avisulat. Para ilustrar os benefícios do projeto na vida do campo, foi apresentada a histórica do Tambo Lajeado, localizado no interior de Alegrete. Trabalhando com criação a pasto, a propriedade de Nelson Abreu tem 27 vacas em lactação. Assessorado pelos inspetores do Senar, o tambo superou dificuldades, reduziu custos e trouxe os filhos Angélica e Gilberto de volta à propriedade. A jovem de 24 anos pegou o microfone para expor as mazelas da atividade e arrancou gargalhadas da plateia. Com muito bom humor, ela salientou questões crucias para uma sucessão rural bem sucedida, a exemplo de divisão de tarefas, comprometimento e investimento. Angélica garantiu que a atividade se tornou lucrativa, o que garante o carro 0Km à família. “Há 15 anos atuamos na produção de leite, mas só há cinco deixamos de ser burros e permitirmos que a assistência técnica entrasse na propriedade”, pontuou ela, citando que lida com suas vacas pelo nome o que, garante, rende mais no tanque no final do dia. “Tenho orgulho e bato no peito para dizer que produzo comida, e comida de qualidade”, completou, contando que chegou a ir trabalhar na cidade, mas, vendo o pai doente, resolveu voltar para o tambo. “O que aprendemos é que temos que ter poucos animais, mas bons. Estamos trabalhando com novilhas de ponta em campo nativo. Estamos conseguindo melhorar a adubação do solo com a ajuda dos técnicos para que não falte comida”, relatou Nelson.
Avaliando o resultado do encontro, o coordenador de programas especiais do Senar, Alexandre Prado, lembrou que foi um momento rico de interação. “O envolvimento familiar é o futuro da propriedade. A gente vê de cara a permanência do jovem no campo e que o setor vai poder se manter”.
Carolina Jardine
O impacto da profissionalização da gestão dos tambos gaúchos foi o foco da apresentação da Emater durante o 3º Fórum Itinerante do Leite, realizado durante o Avisulat, na manhã desta quinta-feira (24/11). Segundo assistente técnico regional de Sistema de Produção Animal da Emater de Frederico Westphalen, Valdir Sangaletti, se o objetivo é ter uma família empreendedora, é preciso inclui todos na gestão. “Não podemos passar a propriedade para o filho quando o pai tiver com 80 anos. Filho nenhum vai querer ficar em casa se não tiver diálogo, participação de resultado”, aconselhou a um auditório lotado de produtores e estudantes. O especialista ainda pontuou que é preciso planejar a atividade. “Não posso dar ração para a vaca sem saber quanto ela está produzindo. Boas informações qualificam a tomada de decisão.”
Durante o fórum, produtores contaram sua experiência a campo. Histórias como a de Claudemar Fagundes, de 32 anos. Casado e pai de dois filhos, ele começou a investir no leite em substituição ao tabaco na propriedade de 3,8 hectares localizada no município de Palmitinho. Com a assistência da Emater nos últimos anos, conta ele, a produção por vaca dia saltou de 11,9 litros, em 2009, para 19 litros. Avanço conquistado com muito trabalho, planejamento e apoio de consórcio de produtores para uso de maquinários mais pesados.
Aumento de produtividade que também se refletiu em ganho de 96% na produção anual. Em 2014, a captação era de 43 mil litros, em 2015, saltou para 61 mil litros e, em 2016, chegou a 85 mil litros. “Para trabalhar com leite tem que gostar. É o nosso dia a dia. Tem sol, tem chuva, tem geada e nós estamos lá. Não desistimos, seguimos em frente”, pontuou Fagundes, lembrando que as decisões importantes da propriedade são tomadas na hora do chimarrão ao lado da esposa. Com os anos, a propriedade também ganhou uma nova cara, com melhoria das estruturas e, inclusive, na residência da família. O técnico da Emater de Palmitinho Luan Costa relatou que o trabalho é prestado a 22 propriedades que operam na atividade na regional.
O casal Élio Post e Élia Schossler, de Fazenda Vila Nova, também contaram sua história na produção de leite. Com apoio do técnico Maicon Berwanger, ressaltaram que o início da atividade começou com uma alternativa de renda extra com a produção de queijos. O movimento teve início quando Élia ficou desempregada após anos de trabalho na indústria calçadista. “Eram poucos animais e eu comecei a pegar leite para fazer queijos. Fiz alguns cursos e hoje sou muito feliz com o que faço. Foi a melhor escolha que eu fiz na minha vida. Só me arrependo por não ter começado antes”, contou.
Carolina Jardine
Para profissionalizar o sistema e reduzir custo, a família investiu pesado na criação a pasto com base em sistema de irrigação. Atualmente, há 23 vacas de lactação na propriedade de 10 hectares com produção de 550 litros/dia. Há três anos, a captação era apenas de 120 litros/dia. “O erro dos produtores é investir em equipamentos desnecessários”, alerta Berwanger. Com orientação, os produtores focaram em itens que trazem significante avanço na produção: aquecedor solar, sala de ordenha, sistema de irrigação.
Os exemplos apresentados emocionaram o presidente da Emater, Clair Tomé Kuhn, que acompanhou a apresentação da plateia. “As pessoas sabem que o leite não vem da caixinha, mas não sabem como é sofrido colocar esse leite dentro da caixinha. Quanto custa de tempo, de dedicação e de gestão”, ressaltou. E garantiu apoio a quem precisar de ajuda. “A Emater está aí para ajudar na gestão. Busquem o escritório. O que precisamos é dar renda e qualidade de vida para manter pessoas como vocês no campo”. E aproveitou para a agradecer ao Sindilat pela iniciativa. “Parabéns por acreditarem nos agricultores, que são a força que move o Rio Grande do Sul. O melhor emprego do mundo é ser dono do próprio negócio”.
O secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, lançou oficialmente o livro “O Rio Grande do Sul e a Lei do Leite”, que traz o compilado dos projetos levantados durante o 1º Fórum do Leite, realizado no primeiro semestre, em Ijuí. Ao lado do presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, e dos colegas que contribuíram com a publicação, ele ressaltou os avanços propostos durante os debates com vista à melhoria constante da produção. “Em Ijuí, tivemos o avanço da sanção da Lei do Leite. Em Santa Maria, foi o momento de debater a necessidade de se buscar resultados e colocar em xeque as atividades desenvolvidas, rever nossos conceitos”, salientou Palharini. Emocionada, a professora da Inijuí Denize Fraga agradeceu a parceria do Sindilat na publicação da obra e ressaltou que os textos devem ser essenciais para construir uma produção voltada à excelência. O livro reúne 13 artigos técnicos.
O lançamento ocorreu durante a 3ª edição do evento, realizada durante o Avisulat, nesta quinta-feira (24/11), em Porto Alegre. O 4º Fórum Itinerante do Leite também já tem destino certo. Em 2017, o ciclo de palestras começará sua agenda por Palmeira das Missões.
Carolina Jardine
Profissionais da área da saúde reuniram-se com representantes do setor leiteiro na tarde desta quarta-feira (23/11) para debater a relação entre a qualidade nutricional e o processo produtivo e os mitos relacionados à intolerância à lactose. Ao abrir o evento, o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, ressaltou que a indústria está atenta às novas demandas da população e que os produtos funcionais lançados são reflexos de investimento em inovação. “Estamos aqui para debater um aspecto importante da produção. Que sejamos divulgadores desses assuntos de forma a gerar um efeito multiplicador”, pontuou. O evento, promovido pelo Sindilat e pela Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN), ocorreu no Centro de Eventos da Fiergs dentro da programação do 5º Avisulat.
Em sua palestra, a presidente da SBAN, Olga Amancio, salientou que se vive um modismo relacionado ao leite. Segundo ela, há diversas causas que ocasionam os mesmos sintomas relacionados à intolerância à lactose. Mesmo assim, citou ela, o que se vê é a exclusão do leite da dieta de muitos adultos. “A pessoa não se sente bem e faz um autodiagnostico de intolerância”, disparou.
Falando sobre as qualidades nutricionais do leite, ressaltou que o alimento é uma rica fonte de cálcio. Um exemplo é a comparação entre o leite e os vegetais com alto teor de cálcio. Segundo Olga, para obter a mesma quantidade de cálcio presente em um copo de 200 ml de leite, seria necessário ingerir 4 porções e meia de brócolis ou 1,3 quilo de espinafre. “Apesar do aumento do consumo de leite, ainda verificamos inadequação da ingestão de cálcio entre a população”, salientou.
Segundo o organizador do simpósio, médico nutrólogo Carlos Alberto Werutsky, é fundamental unir academia e setor produtivo em debates como este. “Há pesquisas constantes que analisam a importância de determinados alimentos e a tolerabilidade de diferentes faixas etárias, especialmente em crianças. Portanto, há a necessidade de avaliação individual," enfatizou. O evento ainda reuniu autoridade do setor de saúde no RS. O chefe do serviço de Nutrologia do Hospital Ernesto Dornelles, Paulo Henkin, destacou a importância das gorduras na dieta. Apresentou dados que confirmam que não se pode estabelecer uma relação direta entre o consumo de gorduras saturadas e doenças cardiovasculares. “Há uma diferença enorme entre os estudos científicos e os protocolos, e não se fala nisso”.
O encontro teve ainda a apresentação das especialistas Márcia Terra, que abordou a questão das pesquisas e a relação entre a indústria e a academia; Ana Lúcia Barretto Penna, que falou sobre as propriedades nutricionais do leite pasteurizado e leite UHT; e Geórgia Castro, que destacou a questão dos lácteos fortificados.
A regularização de centenas de pequenas agroindústrias no Rio Grande do Sul esbarra na falta de apoio por parte dos municípios gaúchos. Sem recursos, as administrações públicas locais têm dificuldade em oferecer estrutura básica de pessoal para implementação do Sistema Municipal de Inspeção (SIM), pré-requisito para que as empresas possam aderir ao Sisbi/Suasa. O impasse foi abordado na manhã desta quarta-feira (23/11), durante encontro de lideranças municipais promovido pelo Sindilat no Avisulat, em Porto Alegre. “As agroindústria precisam de resposta rápida e os municípios querem desenvolver esse setor. O problema é que não há condições para contratação dos veterinários que o sistema exige”, pontuou o coordenador para a Agricultura da Famurs, Mário Nascimento.
Uma das alternativas para amplificar atendimento às agroindústrias pelo SIM é a adoção de sistemas de consórcios públicos que permitam contratação de veterinários privados pela CLT para realizar as inspeções em diferentes municípios. Nesse modelo, o veterinário público ficaria encarregado de fiscalização, com poder de polícia. Já a inspeção ficaria a cargo desses veterinários contratados por um conjunto de municípios. O modelo de consórcios é bem visto pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag). Segundo o assessor de Política Agrícola da Fetag, Márcio Langer, que também participou do debate, as ações não avançam porque os municípios e o Estado têm pouca estrutura. “Temos muitos desafios pela frente”, concluiu. O presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, ressaltou a importância de debates como este para lançar novas ideias e projetos de desburocratização da cadeia produtiva em linha com o projeto Agro+.
A autorização de equivalência entre as inspeções municipal, estadual e federal também deve ajudar a estimular a expansão das agroindústrias. O PL 334/2015, que delega a estados e município a incumbência pala inspeção de produtos de origem animal, está em tramitação em Brasília e já foi aprovado pela Comissão de Agricultura da Câmara. A relevância dos diferentes tipos de inspeção foi tema da manifestação de Roberto Lucena, do Ministério da Agricultura, que também participou do debate.
A engenheira de alimentos e coordenadora do Programa Estadual de Agroindústria Familiar da Emater, Bruna Roldan, acrescentou que o importante na avaliação dos estabelecimentos é se estes garantem ou não a realização de processos e operações de fabricação seguros. De acordo com ela, é preciso enfatizar a “analise de perigos” como foco da inspeção, ao invés de se tratar com tanto afinco as questões relacionadas meramente às instalações das empresas que, na verdade, não é o que, ao fim, garante a sanidade dos processos. E destacou a força da produção da agroindústria familiar. “Queremos manter a agricultura familiar e a agroindústria familiar como uma maneira de manter a cultura alimentar. São alimentos carregados de tradição.”
Durante o painel, a fiscal da Secretaria da Agricultura, Karla Oliz, ainda falou sobre a Lei do Leite e a regulamentação que está em curso. “A gente sabe que ela necessitará ser aperfeiçoada e ainda podemos mudar alguns pontos. Meses de discussão é pouco”.