Porto Alegre, 21 de agosto de 2017 Ano 11- N° 2.567
A importação de leite em pó caiu mais de 16% no acumulado de 2017 na comparação com o ano anterior, mesmo assim a entrada de produto estrangeiro no mercado brasileiro é apontada como uma das causas das dificuldades enfrentadas no setor. Por isso, a cadeia quer uma medida que limite a entrada do produto do Mercosul no Brasil.
Já há em vigor um acordo do Brasil com a Argentina que permite cotas para importação aqui no país. Agora, produtores e indústria querem que a mesma limitação vigente na Argentina tenha validade para o Uruguai. Além disso, o setor pediu ao governo que adote outras medidas emergenciais.
"A gente está pedindo uma compra emergencial de 50 mil toneladas de leite em pó em termos de Brasil, para que isso possa dar uma regulada no mercado. Além disso, tem que dar celeridade ao acordo do Brasil com o México, que é um grande importador de leite em pó e queijo", explicou Darlan Palharini, secretário executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado do Rio Grande do Sul.
A limitação das importações é uma medida que gera divergências no setor. Há quem aponte que o protecionismo impede que os brasileiros aprendam a gerir a produção e fiquem mais competitivos. De outro lado, os que defendem as cotas dizem que o Brasil não está em igualdade de condições com outros membros do Mercosul e por isso o produto estrangeiro causa problemas.
"É bom lembrar que a zona de livre comércio pressupõe política monetária e cambial sincronizada e como isso não ocorre, as importações são deletérias, são predatórias e vem num momento onde o preço já está caindo", aponta Benedito Rosa, ex-secretário de política agrícola do Ministério da Agricultura e comentarista do Canal Rural.
Especialistas do mercado de leite acham provável que o acordo para limitar a importação de leite do Uruguai vigore, a exemplo da limitação vigente com a Argentina. Mas alertam para a necessidade do setor leiteiro avançar a despeito de medidas governamentais.
" A dor é real tanto para a indústria quando para os produtores, mas o que temos argumentado é que isso (limite para as importações) seja sempre paliativo, é importante que a gente saiba as consequências. Nós precisamos tomar uma decisão, quem queremos ser no mercado de leite? Se nós não conseguimos sobreviver com o preço pago atualmente, não estamos sendo competitivos. Nós temos uma faixa de produtores que estão tendo lucro e eles tem que ser observados", explica o sócio-diretor da Transpondo Consultoria.
Independentemente de concordar ou não com as importações, é fato que a cada ano centenas de produtores deixam a atividade e é uma tendência que o próximo censo agropecuário confirme o êxodo mais uma vez, assim como acontece em outros lugares do mundo. Entender porque poucos conseguem enquanto uma vasta maioria pena para se manter na produção é um desafio constante. Mesmo com todos os problemas, tem gente conseguindo viver de leite no Brasil e esses produtores e essas indústrias merecem ser vistas com atenção, vale sempre olhar para eles com o foco em aprender o que fazem e tentar imitar os melhores. Enquanto em Brasília as resoluções avançam, mas ainda em passos mais lentos do que o setor gostaria. CLIQUE AQUI para assistir ao vídeo.(Canal Rural)
Estudantes criam sistema para monitorar vacas leiteiras
O bem estar das vacas faz toda a diferença na produção de leite. Mas, como saber se o ambiente possui as condições ideais? Para ajudar neste trabalho, um grupo de estudantes do Paraná criou um sistema para o monitoramento dos animais.
A expectativa agora é que esta tecnologia chegará ao mercado ainda este ano. O conforto dos animais é algo muito importante para a produção de leite. As vacas precisam se sentir totalmente à vontade no ambiente. E para ajudar na tarefa de observar o desempenho dos animais, um pequeno equipamento com sensores foi criado por um grupo de estudantes.
"Podemos monitorar, por exemplo, a temperatura ambiente que o animal está inserido. Assim como a umidade, velocidade do vento, presença de gases nocivos (como amônia) entre outros. Conseguimos avaliar também a luminosidade do ambiente, a temperatura da água que ele bebe. Tudo isso influencia no metabolismo do animal e consequentemente na produção do leite", garante o estudante de Engenharia Química, Lucas Thomaz.
O sistema manda estas informações para o produtor e ajuda no manejo do rebanho. "Os gráficos gerados ajudam o produtor a começar a cruzar as informações. Ele olha a produtividade alta e precisa entender o que gerou isso, para replicar. O contrário é o que acontece normalmente e com este monitoramento é possível entender e melhorar o manejo", conta Thomaz.
Thomaz faz parte da equipe que criou o equipamento em uma maratona de tecnologia. O sistema já vem sendo testado e, se tudo correr bem, em poucos meses chega ao mercado. A novidade está sendo divulgada em primeira mão no Agroleite, evento que acontece esta semana em Castro, no Paraná./ Luiz Fernando de Souza Frederico, coordenador de TI Castrolanda, foi quem teve a ideia de reunir os jovens ligados à tecnologia e ao campo para criar soluções para a pecuária leiteira. Ele diz que os pequenos produtores ainda tem pouco acesso a tecnologia e a iniciativa deve ser repetida.
"A ideia é que a Castrolanda, assim como realizou e patrocinou este, nos deu também a oportunidade de fazer outros, não só para o leite, que foi o primeiro, mas temos outras cadeias que queremos chegar. Tomara e que tenhamos as próximas oportunidades também", finaliza Frederico. CLIQUE AQUI para assistir ao vídeo(Canal Rural)
Leite/Oceania
Na Austrália, problemas financeiros de uma grande Cooperativa desencadearam uma série de negociações de plantas e venda de instalações industriais. Movimentos que continuam.
A maioria das fábricas continuaram operando normalmente com os novos proprietários, mas, os contratos de fornecimento de leite tiveram que ser refeitos, e uma série de mudanças estão ocorrendo para inúmeros produtores de leite. Um crescente descontentamento se alastra entre os produtores australianos diante dos preços que recebem pela matéria gorda do leite.
O aumento dos preços globais da manteiga não chegou ao produtor de leite da Austrália. O protesto geral é de que a proteína estaria sendo subsidiada pela matéria gorda. Proprietários de rebanhos Jersey, em particular, reivindicam a necessidade de reconsiderar a relação entre proteína e matéria gorda do leite, na formação do preço ao produtor. Na Nova Zelândia, a produção de leite em junho de 2017 foi de 0,178 milhões de toneladas, abaixo das 0,818 milhões de toneladas verificadas em maio, de acordo com a DCNAZ. E junho de 2016, no entanto, a produção tinha sido de 0,147 milhões de toneladas. A produção de sólidos também ficou em 15,7 milhões de quilos em junho, bem abaixo do volume de 84 milhões de quilos verificados em maio. Em junho de 2016 foram registrados 13 milhões de quilos de sólidos. Embora alguns observadores continuem estimando crescimento sazonal da produção de leite em 4%, a temporada iniciou como muita chuva e alagamentos, deteriorando as pastagens, que ficaram em condições delicadas. É ainda muito cedo para avaliar se essas condições desfavoráveis serão superadas. (Usda - Tradução Livre: Terra Viva)
O G100 vai em Missão à Califórnia entre 23/09 a 01/10/17. Há 2 anos que o G100 está preparando essa Missão com a participação do Mapa e apoio do USDA. Ainda há 2 vagas para pessoas associadas ou não, em um grupo o qual será composto por até 15 pessoas, vagas estas que serão destinadas a produtores e laticínios. Serão agendas 2 ou 3 palestras sobre economia e qualidade, bio-sustentabilidade e segurança do alimento leite, além de visitas a 03 fazendas e 04 laticínios. O Custo é formado pelo valor da passagem aérea, hotéis, alimentação e taxa administrativa de R$ 500 reais ao G100 se associado, e R$ 1000 para não associados. Para mais informações entrar em contato com o G100 através do e-mail: g100@g100.org.br - coordenação Missão à Califórnia. (Terra Viva)