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29/05/2017

Porto Alegre, 29 de maio de 2017.                                               Ano 11- N° 2.509

 

Queijos para aguçar todos os paladares

Indústrias gaúchas apostam na diversificação dos derivados do leite para conquistar os consumidores
Com 80% da produção ainda destinada para leite UHT e em pó, as indústrias gaúchas buscam aumentar o valor dos produtos investindo nos derivados -- menos suscetíveis à variação de preço. A principal aposta são os queijos, especialmente os finos (maturados) -- que conquistam os consumidores pelo sabor e pelo aroma mais apurados.

-- O custo maior de produção é compensado pelo preço superior do produto, que também sofre menos oscilações de mercado -- explica Alexandre Guerra, presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado (Sindilat).

Hoje, existem mais de 50 tipos de queijo no mercado -- de light, zero lactose a versões com ervas finas e temperados -- produzidos por diferentes marcas. Boa parte deles foram levados ao Pub do Queijo, espaço inédito criado na 40ª Expoleite e 13ª Fenasul, que vai até este domingo no parque Assis Brasil, em Esteio.

-- O queijo não é só para alimentação, mas também para atender às necessidades de diferentes tipos de consumidor -- diz Guerra.

Os nobres, normalmente maturados por meses, respondem ainda por apenas 10% das vendas gerais do produto -- concentradas nos tipos prato e muçarela, que representam mais de 70% do mercado. Com 13% da produção nacional de leite, 4,6 bilhões de litros por ano, o Rio Grande do Sul quer ser reconhecido como um grande produtor de queijo. Para isso, a qualidade do leite é fundamental.

-- Um leite ruim não faz um queijo bom. A quantidade de sólidos é muito importante -- destaca Letícia Cappiello, veterinária e consultora de qualidade.

indústrias tecnificadas

A especialista explica que o sabor, o aroma e a consistência dos queijos dependem também do tempo de maturação e das culturas lácteas (bactérias) adicionadas. Normalmente, os maturados têm menos umidade, mais gordura e proteína, explica Letícia:

-- As indústrias estão se tecnificando cada vez mais para aumentar a qualidade dos derivados.

E, ao contrário do senso comum, a maioria dos queijos não tem lactose. A alergia ao leite é provocada pela caseína, proteína do tipo fosfoproteína encontrada no leite fresco. (Zero Hora)

 

 
Qualidade reconhecida em concurso leiteiro

A alta qualidade do leite produzido pela família Ferraboli, de Anta Gorda, no Vale do Taquari, faz com que 100% da produção seja destinada para produção de queijo. Com 130 vacas, das quais 55 em lactação, o produtor Paulo Ferraboli, 52 anos, consegue manter rendimento parelho do rebanho com investimentos em genética e nutrição -- além do trabalho comprometido de toda a família.

-- O leite tem mais gordura. Com isso conseguimos preço melhor na indústria -- diz Ferraboli.

Na última quinta-feira, a qualidade do plantel foi reconhecida no concurso leiteiro da 40ª Expoleite e 13ª Fenasul, em Esteio. A vaca 266 Damasco, criada na propriedade dos Ferraboli, ganhou o primeiro lugar entre as competidoras adultas. A fêmea alcançou rendimento de 73,3 quilos de leite em três ordenhas. O mesmo animal foi vencedor do concurso realizado na Expointer em 2016, na categoria jovem.

-- Na Fenasul do ano passado perdermos por 10 gramas. Agora, o prêmio não escapou -- conta o filho Diogo Ferraboli, de 23 anos. (Zero Hora)

RECORDE NA PANELA

Do Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, saiu um novo recorde brasileiro. Uma das atrações das reformuladas Expoleite e Fenasul, o maior arroz de leite do país foi para a panela no sábado. Na receita, foram 165 quilos de arroz, 1,26 mil litros de leite, 505 quilos de leite condensado, quatro quilos de canela em pau, um quilo de cravo e nove quilos de canela em pó. O rendimento foi de 6 mil porções.

O que também fez sucesso nesta edição foi o Pub do Queijo. Segundo o Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados (Sindilat-RS), 400 pessoas passaram pelo local, consumindo cerca de cem quilos de queijos.

- Acertamos no formato e no foco. Acho que foi um ótimo começo. O que atrapalhou um pouco a vinda do público foi o tempo ruim - afirma Ernani Polo, secretário de Agricultura. (Zero Hora)

Feira deve repetir novo formatoem2018

Encerradas ontem, no Parque Assis Brasil, em Esteio, a 40ª Expoleite e 13ª Fenasul devem ser avaliadas, nos próximos dias, pelas entidades envolvidas na organização. O que já se sabe é que, na próxima edição, deve ser mantido o novo formato, que trouxe atrações para aproximar o público urbano, com foco nos derivados do leite. "A única dificuldade foi o clima, porque teve chuva do início ao fim", disse o secretário da Agricultura, Ernani Polo. O arroz de leite preparado no sábado, com 180 quilos de arroz e 1,3 mil litros de leite, e distribuído aos visitantes, foi um dos destaques. O doce foi certificado pela Rank Brasil como o maior já produzido no país. Outra atração foi o Pub do Queijo que, segundo o Sindilat, recebeu cerca de 280 pagantes. A ideia é repetir a experiência na Expointer. 

O presidente da Gadolando, Jorge Fonseca da Silva, avaliou como positivo o novo formato. "Talvez os expositores não tiveram os resultados desejados devido à crise, mas temos que manter estes moldes e aprimorar", considera. O desempenho da Feira de Terneiros, no sábado, foi comemorado. Foram vendidos todos os animais - 787 -, somando R$ 995,8 mil e superando as médias da temporada. "Os preços foram altamente positivos, tendo em vista o momento que vive a pecuária. Foi bom para quem comprou, pela qualidade dos animais, e para quem vendeu", disse o presidente da Comissão de Exposições e Feiras da Farsul, Francisco Schardong. A média dos terneiros foi de R$ 5,94 kg/vv. As terneiras ficaram em R$ 4,80, e as novilhas prenhas, R$ 5,36. (Correio do Povo)

 
 
Redução de juros do Plano Safra frustra expectativas

Em meio às turbulências que ameaçam sua própria sobrevivência política e em busca por boas notícias, o presidente Michel Temer decidiu que lançará pessoalmente o Plano Safra 2017/18 no dia 5 de junho. Pretende novamente acenar ao agronegócio, um dos setores mais fiéis ao seu governo e que ainda lhe garante algum apoio. Como antecipou o Valor, no novo pacote de crédito o governo decidiu garantir juros mais baixos, de até 6,5% ao ano, e um volume total de recursos a juros controlados da ordem de R$ 184 bilhões, mesmo patamar colocado à disposição dos agricultores e pecuaristas do país na atual temporada (R$ 183,9 bilhões), que terminará em 30 de junho. 

O aceno, entretanto, talvez não seja tão bem recebido como o governo espera. Representantes do setor até reconhecem o esforço da equipe econômica nas últimas semanas para entregar um Plano Safra com taxas de juros em média um ponto percentual menores para os financiamentos agrícolas. Mas queriam uma redução menor, tendo em vista as quedas da inflação e da taxa básica Selic nos últimos meses. Já está definido, por exemplo, que as taxas das operações de custeio recuarão para 8,5% ao ano, enquanto as de investimento serão de 7,5% ¬ exceto PCA (armazenagem) e Inovagro (inovação), que terão juros menores, de 6,5%. Nesse contexto, antes mesmo do anúncio oficial do novo Plano Safra desenhado para a agricultura empresarial, produtores rurais de todo país já reagem à redução dos juros, que consideraram pequena. Como também informou o Valor, o setor pressionava por reduções de pelo menos dois ou três pontos percentuais. "Na última conversa que tivemos com o Ministério da Agricultura e com o Tesouro Nacional, soubemos que a taxa do custeio iria recuar para 8,5% ao ano. Não é o que a gente queria, já que pedimos 6,5%", afirmou Bruno Lucchi, superintendente técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Para Lucchi, o argumento colocado sobre a mesa pelo Tesouro, de que a nova lei do teto de gastos vai limitar o pagamento de equalização das taxas de juros do crédito agrícola a partir de 2017, é coerente com o discurso de austeridade fiscal do governo. 

Mas, na sua visão, se o problema realmente é orçamento, o governo deveria cuidar melhor da eficiência do gasto público, inclusive impondo a bancos públicos um "spread" menor nas operações de crédito rural. O Valor apurou que o Ministério da Agricultura até fez uma proposta formal para que o spread dos bancos nessa área ¬ que está em 3,8%, em média¬ fosse reduzido, mais isso depende de resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN). O "spread" é a diferença entre o custo do dinheiro captado pelo banco e o valor que a instituição cobra do tomador final do empréstimo. "A lógica toda era reduzir em pelo menos 3 pontos as taxas do Plano Safra, para ter coerência. Mas sabemos que isso infelizmente é impossível", afirma o presidente da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB). Já Endrigo Dalcin, presidente da Aprosoja¬MT, insiste que a redução das taxas de juros deveria ser maior, para diminuir a pressão sobre os custos de produção dos sojicultores do Estado ¬ que estão elevados, como apontam estimativas do Instituto Mato¬grossense de Econoimia Aplicada (Imea). Para tornar viável a redução média de um ponto percentual, Agricultura e Fazenda concordaram em reduzir os prazos de pagamento dos financiamentos de custeio de 24 para 14 meses, e de 15 para 10 ou 12 anos no caso das linhas de investimento. E ainda costuram uma Medida Provisória para que cerealistas também possam tomar crédito para armazenagem. (Valor Econômico)

 

 
Alternativa à falta de recursos
De segmentada à diversificada para atrair o grande público. Essa foi a mudança que se propuseram os organizadores da 40ª Expoleite e 13ª Fenasul. Com o término do evento, neste domingo, será possível saber se a estratégia deste ano deu certo.
Uma das novidades foi o Pub do Queijo, capitaneado pelo Sindicato da Indústria de Laticínios do Estado (Sindilat-RS). O presidente da entidade, Alexandre Guerra, diz que está "sendo plantada uma semente": - Queríamos que as pessoas tivessem mais uma opção no parque. Se cair no gosto dos visitantes, a ação deverá ser repetida durante a 40ª Expointer. O Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas (Simers) participou pela primeira vez, com 12 empresas (foto). O fato é que depois de anos contando moedas para fechar as contas - são cerca de R$ 200 mil para organizar as feiras simultâneas -, se buscou junto à iniciativa privada alternativas para driblar as dificuldades financeiras do Estado, um dos promotores. Se for para entregar ao público e aos produtores um evento melhor, em que o setor consiga se reconhecer, a transformação terá valido a pena. Ainda falta muito para que se torne uma mini-Expointer, como sonham alguns representantes, mas é preciso começar por algum lugar. (Zero Hora)
 

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