Porto Alegre, 24 de maio de 2017. Ano 11- N° 2.506
Para o presidente do Sindilat/RS, Alexandre Guerra, oportunizar esses encontros é a melhor forma de ampliar o debate sobre a competitividade. "Se queremos nos transformar em um Estado exportador, temos de melhorar a produção, tanto no que se refere aos animais nas propriedades, quanto nas demandas das indústrias", afirma, lembrando que o Rio Grande do Sul tem 95% dos seus municípios com famílias que produzem leite. "A partir do momento que unimos todas as categorias para discutir, obtemos resultados maiores", conclui.
A programação do 4º Fórum Itinerante do Leite reúne, no turno da manhã, palestrantes e debatedores que falarão, em um primeiro painel, sobre mercado, consumo e inovação. Na sequência, devem abordar o tema da gestão, produção e renda na atividade. Durante a tarde, seis oficinas técnicas serão realizadas com a participação de diversos especialistas da área. Cada participante poderá escolher uma das atividades no momento da inscrição, a qual poderá ser feita no site do Sindilat (www.sindilat.com.br). A entrada é gratuita, mediante inscrição prévia. Além disso, também está previsto um almoço com carreteiro de charque, sem custo aos participantes.
O fórum é uma promoção do Sindilat/RS, em parceria com Canal Rural, Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal do Estado do Rio Grande do Sul (Fundesa), Federação da Agricultura do Estado do RS (Farsul), Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do RS (Fetag-RS), Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi/RS), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e governo federal. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
"Sabemos que os consumidores estão cada vez mais avaliando a cadeia de valor dos lácteos para entender de onde vêm os alimentos e como são produzidos", disse a presidente do Dairy Management Inc. (DMI) e do Centro de Inovação para Lácteos dos Estados Unidos, Barbara O'Brien. "Nossa visão é garantir que as pessoas confiem nos lácteos como essenciais para suas vidas e essenciais como um grupo de alimentos e bebidas".
A campanha multimídia será revelada através de um vídeo on-line que mostra os lácteos como parte do dia a dia dos consumidores enquanto destaca as contribuições dos produtores rurais para a comunidade. A campanha terá um novo logotipo e uma campanha na mídia, incluindo marketing digital e na televisão com o canal Food Network and Cooking Channel em junho. O conteúdo original da campanha será compartilhado em mídias sociais, como Facebook, YouTube e outras plataformas sociais.
Confira o vídeo da campanha AQUI.
Por trás da porteira
A indústria de lácteos reconheceu a oportunidade de se engajar melhor com os consumidores através de uma mensagem transparente sobre seus produtos lácteos, já que ela sente que a imagem dos lácteos está sendo deturpada pelos produtos concorrentes. "Ao mesmo tempo que várias pessoas moram perto (160 km de distância) das fazendas, elas estão desconectadas da atividade rural", destacou Beth Engelman, diretora de comunicações e marketing da DMI. "Com essa campanha, vamos ter a oportunidade de mostrar para as pessoas de onde os alimentos vem. Elas querem saber sobre isso".
A campanha também surge em um período em que o aumento das opções de alternativas aos lácteos de origem vegetal tem feito com que a indústria se sentisse ameaçada e quisesse reivindicar a "marca" lácteos. "Os consumidores estão recebendo informações conflitantes. Precisamos retomar o diálogo, porque esse tem sido deturpado". Visando mostrar aos consumidores como funciona a produção de leite "atrás da porteira", a Undeniably Dairy realizará eventos nacionais nas propriedades. A ideia é que os produtores convidem a comunidade para apreender sobre as modernas práticas de produção.
Por que essa nova campanha difere da 'Got Milk?'
Já faz um bom tempo que as organizações de lácteos dos Estados Unidos lançaram uma campanha que abrangeu toda a indústria para dar suporte ao consumo de lácteos. Em 1993, o California Milk Processor Board lançou a campanha publicitária, 'Got Milk?' para estimular o consumo de leite e ela durou 20 anos. Os resultados da campanha mostraram que a mesma aumentou o consumo de leite na Califórnia, mas não no país inteiro. "A campanha 'Got Milk?' era uma categoria que focava no leite. Essa nova ação foca em todos os lácteos: queijos, iogurtes, sorvete, manteiga, soro de leite, entre outros", explica Engelman. Confira o site da campanha: https://dairygood.org/undeniably-dairy. (As informações são do Dairy Reporter, traduzidas pela Equipe MilkPoint)
Importações de lácteos recuaram em abril
As importações brasileiras de lácteos caíram 14,7% em valor em abril passado, para US$ 46,956 milhões, conforme dados da Secex compilados pela Viva Lácteos, associação que reúne empresas do setor. O gasto com as importações foi o menor desde março de 2016, quando havia atingido US$ 42,89 milhões, destaca a entidade. Em volume, as importações de lácteos recuaram 36,2% em abril na comparação com igual período de 2016, para 13.659 toneladas. Segundo analistas, a queda nas compras do exterior já reflete em parte o aumento dos preços internacionais dos lácteos, em alta desde meados de março passado, conforme indicam os leilões da plataforma Global Dairy Trade (GDT), que é referência para o mercado. Como observou em recente entrevista ao Valor o analista Valter Galan, da MilkPoint, a valorização no mercado internacional, que tira a competitividade do produto importado, deve-¬se à redução na produção de leite na Europa, após um período de aumento na oferta no continente.
Outra razão para a retração nos volumes importados é a menor oferta de leite -- em decorrência da entressafra nos principais fornecedores de lácteos para o Brasil: Argentina e Uruguai. "Esse cenário revela o registro de, praticamente, um semestre de reduções consecutivas com os dispêndios no exterior", diz Marcelo Martins, diretor-¬executivo da Viva Lácteos, em nota. Entre janeiro e abril deste ano, as importações de lácteos ainda registram alta expressiva de 49,8% em relação a igual intervalo de 2016, para US$ 211,265 milhões, segundo a Viva Lácteos.
Em volume, o aumento foi de 18,8% no período, para 64,947 mil toneladas. As exportações de lácteos do Brasil também recuaram em abril. Conforme a entidade, a razão foi sobretudo a queda na venda externa de leite condensado. Foram embarcadas 1.859 toneladas de lácteos no mês passado, com queda de 33,8%. A receita com as vendas externas recuou 5,3%, para US$ 5,297 milhões. No ano, conforme a Viva Lácteos, o saldo da balança do setor entre janeiro e abril é negativo em US$ 167,1 milhões. (Valor Econômico)