Porto Alegre, 01 de novembro de 2017 Ano 11- N° 2.615
Diminui diferença entre os preços do SMP Food e SMP Feed
SMP* - Nos últimos três anos a distância entre os preços do SMP Food** e SMP Feed*** tem diminuído, de acordo com os preços nos principais países produtores, Alemanha e Holanda. Durante três anos, até dezembro de 2016, a diferença entre o SMP Food e o SMP Feed era €219/tonelada. De janeiro a agosto de 2017, a diferença caiu para € 117/tonelada.
Conquanto haja certa volatilidade na relação SMP Food/Feed, ela não está, necessariamente, relacionada com as tendências gerais dos preços do SMP.
No entanto, com 96% dos estoques de SMP com mais de 1 ano de idade, é preciso perguntar se isso atenderá aos requisitos mais rigorosos dos fabricantes de alimentos. Existe, portanto, potencialmente, um grande volume de SMP Feed esperando para sair. Este desequilíbrio pode influenciar nos preços Feed e Food e também na relação Food/Feed no futuro - se a União Europeia (UE) trabalhar para limpar os estoques. (AHDB - Tradução Livre: Terra Viva)
* SMP - leite em pó desnatado.
** SMP Food - SMP utilizado como produto ou insumo na alimentação humana.
*** SMP Feed - SMP utilizado como produto ou insumo na alimentação animal.
MDIC projeta saldo comercial entre US$ 65 e US$ 70 bilhões para este ano
Balança comercial - Diante do bom desempenho da balança comercial brasileira, o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, orientou sua equipe a estudar novas projeções para 2017. A expectativa agora é de que a balança feche o ano com um superávit que pode variar entre US$ 65 bilhões e US$ 70 bilhões. A previsão anterior era de um saldo acima de US$ 60 bilhões. Os números refletem, principalmente, o desempenho das exportações brasileiras, cuja alta acumulada no ano é de quase 20%, com vendas externas expressivas puxadas por automóveis, veículos de carga, produtos siderúrgicos, produtos do agronegócio e commodities minerais. Na próxima quarta-feira (1º), o MDIC anunciará os dados do mês de outubro e também do período acumulado de dez meses no ano.
Segundo o secretário de Comércio Exterior do MDIC, Abrão Neto, "em termos absolutos, a exportação apresenta aumento de US$ 25 bilhões, entre janeiro e setembro, na comparação com o mesmo período de 2016". No ano passado, até setembro, as exportações eram de US$ 139,4 bilhões e, no mesmo período deste ano, subiram para US$ 164,6 bilhões.
Produtos. Os principais responsáveis por esse comportamento são os aumentos das exportações de petróleo bruto (US$ 6,2 bilhões), minério de ferro (US$ 5 bilhões), soja (US$ 4,5 bilhões), automóveis de passageiros (US$ 1,7 bilhão), produtos siderúrgicos (US$ 1,5 bilhão), derivados de petróleo (US$ 961 milhões) e veículos de carga (US$ 604 milhões).
A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) observou que os seguintes setores e/produtos apresentaram desempenho melhor que o esperado:
Produtos agrícolas: No início de 2017, havia incerteza quanto à variação dos preços de exportação das commodities agrícolas. Entretanto, ao longo do ano, os preços têm se mostrado sustentáveis e crescentes. Como exemplo disso, pode-se levar em conta a celulose, com crescimento de 8,5%; açúcar, com crescimento de 20%; carne de frango, com aumento de 9,2% e carne bovina, com crescimento de preço de 5,5%. "A soja apresenta um pequeno aumento de preço de 1% no ano. Porém, como o volume é muito grande, essa variação contribui positivamente para o aumento das exportações", avalia Abrão Neto.
Automóveis de passageiros e veículos de carga: A Secex previa um aumento de exportação na esteira do desempenho de 2016, mas, segundo o secretário, "surpreende com crescimento de 52% na quantidade de automóveis exportados e de 26,4% na quantidade de veículos de carga".
Petróleo e derivados: O aumento nos preços era esperado. Porém, observa-se também crescimento no volume exportado de petróleo bruto (37,3% até setembro);
Produtos siderúrgicos: a performance de crescimento de36% até setembro das exportações do setor supera as expectativas projetadas no início do ano. (MDIC)
Resposta fraca dos produtores aos preços recordes da manteiga
Manteiga - A reação normal na economia para preços elevados é aumento da oferta. O mercado internacional da manteiga atinge níveis recordes, e a expectativa era de que houvesse maior produção de matéria gorda. Na realizada, a oferta final da UE para os preços recordes é fraca.
Durante os cinco primeiros meses da temporada 2017/18, os produtores de leite da UE-28 elevaram em 0,8% a oferta de manteiga em relação ao mesmo período da temporada anterior. Uma resposta insignificante à crescente escassez de manteiga. Ao procurar a razão, a história é ainda mais preocupante. A matéria gorda extra vinda da produção de leite em alguns países, como a Irlanda, iria fazer crescer ainda mais um mercado inundado com leite em pó desnatado.
Dos principais países produtores de leite da UE, apenas dois registraram aumento real no nível de matéria gorda do leite. A Polônia passou de 3,94% para 3,96%. E o Reino Unido, registrou pequeno reajuste, de 4% para 4,01%. Todos os outros principais países produtores registraram declínio, reduzindo o nível médio de manteiga da UE-28, de 3,98% para 3,95%, em relação ao mesmo período do ano passado. Na mesma comparação, os dez principais países produtores de leite da UE registraram aumento nos níveis médios de proteína. (AHDB - Tradução Livre: Terra Viva)
A Federação de Associações Rurais do Mercosul (Farm) considerou improcedentes as acusações feitas pelo Brasil ao Uruguai por suposta triangulação de produtos lácteos para exportação, ontem, ao final de uma reunião em Montevidéu. As suspeitas, apontadas por entidades do setor lácteo brasileiro, fizeram com que o governo brasileiro suspendesse as licenças automáticas de importação de leite e derivados do Uruguai no dia 10 de outubro. Nesta semana, uma missão técnica do Ministério da Agricultura está no Uruguai para averiguar o caso e responder as questões levantadas pelos produtores e indústrias brasileiros, que reclamam de concorrência desleal. O vice-presidente da Farsul, Gedeão Pereira, esteve na reunião da Farm e disse que o Uruguai apresentou números que comprovam que o excedente exportado ao Brasil decorreu de estoques acumulados com a perda do mercado venezuelano. "A argumentação é razoável e acreditamos que a comercialização deve voltar ao normal entre os dois países", acentuou. (Correio do Povo)