Porto Alegre, 23 de outubro de 2017 Ano 11- N° 2.608
Conseleite/SC
A diretoria do Conseleite Santa Catarina reunida no dia 19 de Outubro de 2017 na cidade de Florianópolis, atendendo os dispositivos disciplinados no artigo 15 do seu Estatuto, inciso I, aprova e divulga os preços de referência da matéria-prima leite, realizado no mês de Setembro de 2017 e a projeção dos preços de referência para o mês de Outubro de 2017. Os valores divulgados compreendem os preços de referência para o leite padrão, bem como o maior e menor valor de referência, de acordo com os parâmetros de ágio e deságio em relação ao Leite Padrão, calculados segundo metodologia definida pelo Conseleite-Santa Catarina. (FAESC)
Produtores convocam deputados para agir
Um encontro que trouxe a Ijuí produtores oriundos de 38 municípios da região discutiu na Casa do Produtor Rural no Parque de Exposições a temática inerente ao preço do leite pago ao produtor rural. O integrante do Grupo Construindo o Leite, Cristiano Didoné, disse ao GrupoJM que é chegada a hora de o produtor deixar as vacas na propriedade e sair para a rua para brigar por melhorias no seu setor. "O produtor precisa mostrar que está vivo", afirmou ao lembrar que desde março o preço do leite vem caindo e nos últimos três meses há relatos de prejuízos com a atividade tendo em vista o preço pago ao produtor que, em alguns casos, não passa de R$ 0,80 centavos o litro. O produtor rural disse que quem atua na atividade do leite tem um custo de produção ao redor de R$ 1,20 e atualmente, sem a intervenção do governo no mercado interno para adquirir o leite importado, o produto nacional só caiu de preço e os prejuízos vêm se acumulando mês a mês. Didoné defendeu na audiência a retirada do Pis e Cofins da ração utilizada na alimentação animal, a renegociação do custeio utilizado para produção, além de um incremento de pelo menos R$0,30 no preço do leite para devolver condições mais adequadas de produção na propriedade rural.
No evento realizado no parque, o diretor do Sindilat Darlan Palharini, apresentou dados relacionados ao crescimento da produção leiteira no Brasil no primeiro semestre deste ano. De acordo com ele, foram produzidos 1,89 bilhão de litros, 11.40% mais do que no mesmo período do ano passado. Já para o segundo semestre a previsão é de que a produção cresça 4,2% e a redução em relação ao produzido no primeiro semestre na sua avaliação se dá pelos problemas de preço e comercialização enfrentados pelo setor. Para o representante da Secretaria de agricultura do Estado , Antonio Aguiar, é preciso verificar como o Uruguai está trabalhando o que chamou de triangulação na comercialização do leite. "O Uruguai, principal exportador para o Brasil está usando internamente o leite que produz e exportando o leite de terceiros com uma tributação elevada", disse. Aguiar defendeu ainda que as entidades e instituições de forma conjunta desenvolvam uma campanha para incentivar o consumo interno do leite, além de defender também que o País e o Estado entrem definitivamente no mercado exportador do produto. (ClicJM)
Vaca do futuro: genética em prol da produção de leite
Vaca do futuro - Nos últimos 40 anos, produção de leite subiu 615% a mais que o rebanho no Paraná, com contribuição decisiva de novas tecnologias em DNA. O produtor rural Ubel Borg está há 50 anos na atividade leiteira, em Castro, nos Campos Gerais.
Com o entusiasmo de um jovem que recém começou no negócio e uma pasta desgastada pelo tempo cheia de papeis amarelados embaixo do braço, Borg faz questão de levar os visitantes a um passeio na história antes de ir conferir as vacas na pastagem. "Eu nasci na Holanda, vim para cá com seis anos, em 1953. Aqui era campo bruto, sem estradas. Viemos para cá no grito, apenas com nossa organização, nosso trabalho e nossa dedicação de corpo e alma para construirmos uma vida nova."
Hoje, o cenário mudou bastante em termos de conforto. Mas a maior transformação ocorreu em outro campo. Na década de 1950, os melhores animais, da raça holandesa, trazidos de navio da Europa para o Brasil, tinham uma produtividade estimada em 4 mil litros de leite por ano. Atualmente, Borg tem exemplares que passam dos 15 mil litros por ano. "Tudo isso na base da genética", garante. "Mas não é fácil chegar a esse resultado, tem que pegar o que usam de melhor no mundo em material e insistir, porque na genética dois mais dois não é igual a quatro. É preciso anos de persistência até que uma hora você vai tirar um animal de elite", ensina.
Borg possui agora uma área de pouco mais de 95 hectares. São 250 animais em lactação (450 no total) que produzem diariamente uma média de 35 litros de leite cada um. Boa parte desse sucesso está naqueles documentos envelhecidos. Eles registram dados de bovinos leiteiros desde antes da Segunda Guerra Mundial, ainda na Europa. Não é à toa que Ubel e o filho Rogério já perderam as contas de tantos títulos conquistados em concursos. Neste ano, inclusive, um animal criado por eles venceu a categoria Campeã Suprema, da Agroleite, também em Castro, uma das feiras de lácteos mais importantes do Brasil.
Leia mais e conheça as características da vaca do futuro aqui. (Faep)
Oferta de manteiga continuará apertada em 2018
Manteiga - O cenário parece indicar a continuação dos elevados preços da manteiga, com a projeção de estagnação da disponibilidade dos dois maiores exportadores. As exportações combinadas da Nova Zelândia, o maior fornecedor mundial de manteiga e da manteiga anidra de leite, aumentará apenas 2.000 toneladas em 2018, chegando a 519.000 toneladas, prevê o escritório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) de Wellington em seu primeiro relatório a respeito do próximo ano. Na União Europeia (UE), o segundo maior fornecedor mundial, as exportações de manteiga se manterão em 185.000 toneladas, de acordo com o escritório regional do USDA. Sendo a UE e a Nova Zelândia responsáveis por mais de 80% das exportações mundiais de manteiga, as previsões sugerem que as condições de mercado não serão alteradas, e que os preços se manterão elevados, e também haverá aumento para outros produtos oriundos da matéria gorda do leite.
Restrições ao crescimento da produção de leite
As previsões refletem as baixas expectativas de produção de leite nas duas regiões - 2,32 milhões de toneladas na UE e 545.000 toneladas na Nova Zelândia. A produção de leite na Nova Zelândia deve crescer 0,5%, muito em decorrência de renovação do rebanho leiteiro, permanecendo, no entanto, 270.000 toneladas abaixo da produção de 2014. Um "aumento do otimismo poderá levar alguns agricultores a aumentarem ligeiramente o número de vacas", diz o departamento. Na UE, a previsão é de que haja crescimento de 0,1%, combinando ligeira redução de rebanho e aumento da produtividade pro vaca.
Fator leite em pó desnatado
Apesar dos elevados preços da manteiga, outros lácteos também pesam na contabilidade financeira dos processadores, como as cotações do leite em pó desnatado [ou o leite seco desengordurado], rico em proteínas, mas que são produzidos durante o fabricação da manteiga. "As indústrias de laticínios enfrentam o dilema: aproveitar os atuais preços da manteiga e correrem o risco de elevar os estoques comerciais do leite em pó desnatado, ou optar pela fabricação de queijos que é menos arriscado, e cuja demanda mundial continua crescente", diz o relatório do USDA.
"o leite seco desengordurado pode demorar a voltar a ser lucrativo porque existem elevados estoques de 2016 e 2017 no programa de intervenção da UE", com volume estimado em 380.000 toneladas, pressionando as cotações do mercado mundial. A razão para prever que em "2018 a produção de manteiga manterá os mesmos níveis de 2017, é principalmente porque, o aumento da produção de leite será direcionada à produção de queijo".
"Atender primeiro a manteiga"
Na Nova Zelândia, o escritório de Wellington disse que "o mundo continua a ter superoferta de leite em pó desnatado e os preços internacionais estão despencando para o piso de um ciclo sem fim no curto prazo". O escritório lembrou ainda o crescimento da competição pelo complexo gordura, com o creme de leite UHT, "um produto de alto valor agregado processado na Nova Zelândia para atender o segmento de food service na Ásia, especialmente na China". As exportações de creme de leite da Nova Zelândia esse ano, pode chegar a 90.000 toneladas, três vezes mais que os embarques de cinco anos atrás. "Em um ano em que o crescimento da produção de leite está relativamente limitado, a produção de creme de leite com maior valor agregado é a primeira opção para a matéria gorda do leite, mais do que a manteiga, ou a manteiga anidra de leite".
Escassez contínua de manteiga
A análise responde com a cautela da semana passada do Dairy Australia quando disse que os enormes estoques de leite em pó desnatado da UE "provavelmente serão uma fonte de instabilidade no mercado de commodities lácteas em um futuro próximo, e uma fonte de contínua divergência" entre os preços das proteínas e das gorduras.
"Enquanto as incertezas acerca dos estoques de intervenção da UE (de leite em pó desnatado) continuarem, as cotações do SMP permanecerão baixas". Isso continuará a restringir "o retorno do fluxo da fabricação de SMP/manteiga como alternativa à combinação da produção de leite em pó integral/queijo, significando menor processamento de manteiga, e mantendo a baixa oferta a preços elevados". (Agrimoney - Tradução Livre: Terra Viva)
União Europeia - A produção de leite poderá aumentar 0,7% este ano
Produção/UE - A captação de leite na União Europeia (UE) em julho passado subiu 2,2% em relação a julho de 2016, de acordo com os dados da Eurostat. Em julho de 2017, as entregas cresceram na Itália (+12,8%), Irlanda (+9,6%), Polônia (+6,6%), Espanha (+2,9%), e Reino Unido (+1,8%). Ocorreu o contrário na Alemanha (-0,4%), e também na Holanda (-2,1%). A captação no acumulado do ano alcançou um nível similar à do mesmo período do ano passado, e é possível que se cumpra a previsão da Comissão Europeia de que a produção de leite na UE, em 2017, poderá aumentar 0,7% em relação a 2016, segundo divulgado em seu boletim. A Comissão Europeia também estimou que o preço do leite pago aos pecuaristas poderá continuar aumentando, impulsionado pelo preço da manteiga e à demanda crescente de queijo. Esta situação poderá incentivar a produção de leite. Também se estima que a produção de manteiga poderá ser reduzida em favor dos queijos. A recuperação das exportações europeias de leite em pó desnatado continua, mas, sem ser suficiente para eliminar o volume dos estoques de intervenção. (Agrodigital - Tradução livre: Terra Viva)