Porto Alegre, 26 de maio de 2017. Ano 11- N° 2.508
O clima ameno das últimas semanas vem contribuindo para manter o preço do leite nos patamares praticados até então. Segundo dados divulgados na manhã desta sexta-feira (26/5) pelo Conseleite, durante a Fenasul 2017, o valor de referência projetado para Rio Grande do Sul em maio está em R$ 1,0387, 1,18% abaixo do consolidado de abril, que ficou em R$ 1,0512. Segundo o presidente do Conseleite, Alexandre Guerra, o normal seria que, nesta época do ano, já se registrassem temperaturas mais baixas, principalmente na região Sudeste, o que sempre eleva o consumo de produtos lácteos. "Estamos com uma boa produção no campo, e o consumo segue nos mesmos patamares, o que nos coloca em situação de preços estáveis", justificou.
Durante a reunião, o dirigente, que também é presidente do Sindilat, pontuou que "é preciso trabalhar o consumo" para compensar os períodos de retração no valor do leite UHT. Neste sentido, aproveitando o gancho do Pub do Queijo, que está atraindo a atenção do público durante a Fenasul 2017, o presidente da Comissão do Leite da Farsul, Jorge Rodrigues, avalia que é necessário explorar as possibilidades de mercado para mostrar aos consumidores a qualidade dos produtos nacionais. A sugestão é realizar mais eventos de degustação de queijos como este, porém, em shoppings da Capital gaúcha. "A perspectiva é de estabilidade e é por aí que temos que seguir, senão haverá muito produtor saindo da atividade", avalia Rodrigues, lembrando que crescer não passa só por aumentar produção, mas por buscar novos mercados. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
Darlan Palharini e Alexandre Guerra
Crédito: Carolina Jardine
O desafio de aumentar a produção e o consumo de queijos foi um dos temas abordados pelo presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Queijo (Abiq), Fábio Scarcelli, nesta sexta-feira (26/5), durante a Fenasul 2017. A convite do Conseleite, o dirigente palestrou na casa da Farsul, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio. A meta da entidade é, até 2020, chegar a um consumo de 7,5 quilos per capita. Para 2030, o objetivo é atingir a marca de 9,6 quilos de queijo por habitante/ano. Atualmente, a média brasileira é 5,4 quilos por pessoa. Na Argentina e Uruguai, o consumo é de 11 quilos per capita.
"A perspectiva é que o consumo vai continuar crescendo no médio prazo no País", projeta Scarcelli, lembrando que, em 2009, cada brasileiro consumia, em média, 2,17 quilos. Um dos entraves a ser superado, explica o dirigente, é ampliar a oferta de queijos nacionais no mercado. Para estimular a produção de novos rótulos e fomentar o consumo, alerta, é preciso antes buscar maior produção de matéria-prima. "O caminho é tentar inovar e fazer parcerias mais fortes com os produtores", indica Scarcelli. Atualmente, 35% da produção de leite do Brasil é destinada à fabricação de queijo. No Rio Grande do Sul, a fatia é de 25% da matéria-prima captada. O caminho de estímulo à produção de queijos já vem sendo trilhado pelas indústrias gaúchas. Segundo o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, diversas empresas estão ampliando o mix de produtos e ofertando ao mercado queijos diferenciados. "Temos em produção no Rio Grande do Sul queijos de excelente qualidade, que não deixam em nada a desejar aos rótulos mais valorizados do mundo". (Assessoria de Imprensa Sindilat)
Foto: Carolina Jardine
- Nosso principal desafio é buscar maior eficiência e competitividade. Nesse sentido, o que mais nos preocupa é o PL 214 - afirma Alexandre Guerra, presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado (Sindilat-RS).
Jorge Rodrigues, presidente da Comissão de Leite da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), lembra que o que atinge a indústria, inevitavelmente, afeta o produtor:
- Isso pode nos colocar em dificuldade com outros Estados. O consumidor olha o produto pela qualidade, mas também pelo preço.
Se por um lado o secretário da Agricultura, Ernani Polo, garante haver clareza no governo de que não se pode fazer nada que impacte os negócios, por outro, o chefe da Casa Civil, Fábio Branco, explica que esse projeto é importante na recuperação do equilíbrio financeiro do Estado.
- Na configuração que está, não tem como o projeto ser votado. Tiraria a competitividade do Estado. Não adianta querer sacrificar um setor - entende Polo.
Branco alega, no entanto, que a lei autoriza um estudo mais aprofundado da situação das empresas. E não dá indícios de que o governo deva recuar, embora se diga aberto ao diálogo:
- Todos os setores terão a possibilidade de apresentar seus argumentos.
Uma das razões a serem citadas certamente será a de que o segmento passa por um momento de recuperação, depois de queda, por dois anos seguidos, na produção. A expectativa é crescer 3% em 2017. Outro ponto a ser considerado é o de que 104 mil famílias vivem da produção de leite, que está presente em 95% dos municípios do Rio Grande do Sul. (Zero Hora)
Discurso de otimismo marca abertura oficial
Após a edição deste ano da Expoleite/Fenasul ter sido quase adiada, devido à falta de recursos, o otimismo com a recuperação do setor marcou os discursos durante a abertura oficial do evento, realizada no final da tarde de ontem. A feira segue até domingo, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio. A nova configuração do evento, com mais atrações para o público urbano, foi destaque na fala das autoridades. Mas o foco, pontuou o secretário da Agricultura, Ernani Polo, continuará sendo o leite. "O leite é a única atividade que tem até safras por dia, que são as ordenhas. O produtor tem que estar muito comprometido com esta rotina", disse.
O presidente da Gadolando, Jorge Fonseca da Silva, se disse satisfeito pela concretização do evento, apesar dos impactos da crise. "Temos a satisfação de conseguirmos expor número semelhante de animais da raça das outras edições, apesar de todas as limitações", disse. O governador José Ivo Sartori tentou minimizar a instabilidade econômica. "Temos dificuldades, mas temos momentos bons e o setor vai avançar cada vez mais", afirmou. A expectativa dos organizadores é de que o público da feira seja grande nos próximos dias, em especial no sábado e no domingo.
A programação segue hoje com a abertura dos estandes dos Pequenos Animais e da Expofeira de Ovinos Coloridos e Ovinos Carne. Também começa o julgamento de classificação do gado Holandês.
Concurso Leiteiro
Os vencedores do concurso leiteiro da raça Holandês foram conhecidos ontem e receberam o tradicional banho de leite. A campeã na categoria adulta foi a vaca Festleite P. Ferraboli 266 Damasco, do expositor Paulo Ferraboli, de Anta Gorda. Ela somou 73,34 quilos de leite em três ordenhas. A mesma vaca havia vencido o concurso na Expointer do ano passado, na categoria jovem. Na categoria jovem, a vaca campeã foi Fini Braxton Jitske 4071, com a produção de 63,55 quilos em três ordenhas. O animal pertence a Carlos Jacob Wallauer, da Agropecuária Fortaleza, de Salvador do Sul. (Correio do Povo)
Melhor produtor será premiado
O Rio Grande do Sul terá um concurso para premiar os melhores produtores de leite. A iniciativa foi divulgada ontem pelo secretário da Agricultura, Ernani Polo, durante reunião da Câmara Setorial do Leite, na Expoleite/Fenasul. O coordenador da câmara, Danilo Cavalcanti, explica que o Sindilat e a Apil serão responsáveis por indicar as indústrias que farão a seleção de 36 famílias que trabalham na atividade. Posteriormente, os produtores passarão por uma etapa eliminatória, quando será levado em conta o atendimento às normas da Lei do Leite e outros itens.
Na última fase, será feita uma visita in loco às propriedades finalistas para definir os campeões. Eles terão que se sobressair em três eixos: qualidade do leite, sustentabilidade e rentabilidade. "A ideia é motivar os produtores a estarem adequados a todos os quesitos. Além de premiar e reconhecer o trabalho, o concurso servirá para incentivar a sucessão familiar", diz Cavalcanti. O secretário Polo acrescenta que o concurso é mais um mecanismo para valorizar o produtor. "Ele tem que se sentir estimulado", complementa. As regras do concurso ainda precisam ser definidas. Os vencedores devem ser conhecidos no final deste ano ou em 2018. (Correio do Povo)
R$ 120 milhões é o investimento a ser feito pela Italac nas unidades do Estado. O governo deve anunciar na segunda-feira a novidade, que permitirá alçar a planta de Passo Fundo à condição de segunda maior em produção de leite condensado. (Zero Hora)