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07/05/2025

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 06 de maio de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.385


GDT 379: Preço do leite em pó dispara no mercado internacional

O leite em pó integral (LPI) teve a maior valorização percentual desde agosto de 2024. Com aumento de 6,2% em relação ao evento anterior

O 379º leilão da plataforma Global Dairy Trade (GDT), realizado nesta terça-feira (6), registrou alta nos preços da maioria dos produtos lácteos negociados. O GDT Price Index — indicador que reflete a média ponderada dos itens comercializados — alcançou US$ 4.516 por tonelada, representando um avanço de 4,6% em relação ao leilão anterior, conforme mostra o Gráfico 1.

Gráfico 1. Preço médio leilão GDT.


O leite em pó integral (LPI) teve a maior valorização percentual desde agosto de 2024.

om aumento de 6,2% em relação ao evento anterior, o preço médio do leite em pó integral  fechou em USD 4.374/tonelada - o maior valor desde fevereiro de 2022.

Gráfico 2. Preço médio LPI.

Apesar de o leite em pó integral ter sido o principal destaque do leilão, a maior alta percentual ficou com a lactose, que avançou 16,8% no último evento, alcançando USD 1.611/ton. A categoria tem sido diretamente impactada pela guerra tarifária entre EUA e China. Com a China sendo um dos principais compradores de lactose norte-americana, o país tende a buscar fornecedores alternativos, o que tem impulsionado os preços no curto prazo.

Outro destaque do leilão foi o queijo Cheddar, que apresentou uma expressiva alta de 12%, sendo negociado a USD 5.519 por tonelada. Por outro lado, a única queda registrada foi na categoria muçarela, que apresentou pequeno recuo de 0,3%, com preço médio de USD 4.752 por tonelada.

A Tabela 1 apresenta os preços médios dos derivados ao fim do evento, assim como suas respectivas variações em relação ao leilão anterior.

Tabela 1. Preço e variação do índice dos produtos negociados no leilão GDT em 06/05/2025.


Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2025.
Redução no volume negociado permanece

O volume negociado no leilão seguiu a tendência de queda, embora de forma menos acentuada do que no mês passado. No total, foram comercializadas 16.714 toneladas, o que representa uma redução de 0,02% em relação ao evento anterior. Mesmo assim, esse é o menor volume registrado desde maio de 2020.

Gráfico 3. Volumes negociados nos eventos do leilão GDT.

Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2025.

Impacto nos contratos futuros
Os contratos futuros de leite em pó integral na Bolsa da Nova Zelândia (NZX Futures) mostraram ajustes positivos para os próximos meses em comparação com as previsões de abril. No entanto, a perspectiva para o restante do ano ainda aponta para uma tendência de queda nos preços futuros.

Gráfico 4. Contratos futuros de leite em pó integral (NZX Futures).

Fonte: NZX Futures, elaborado pelo MilkPoint Mercado, 2025.

E como os resultados do leilão GDT afetam o mercado brasileiro?
Em um cenário de demanda aquecida e volumes de negociação reduzidos, sete das oito principais commodities lácteas registraram alta de preços no último leilão. Na Oceania, a Fonterra — maior cooperativa leiteira da região — alerta que a oferta enxuta e os baixos volumes de negociação devem persistir até dezembro de 2025 por conta de restrições sazonais.

Nos mercados futuros, a Europa mostrou leve fraqueza, ao passo que a Oceania surpreendeu com altas expressivas. Já no mercado físico europeu, os preços alcançaram patamares historicamente elevados devido às dificuldades de fornecimento.  Na China, por sua vez, os valores pagos ao produtor caíram, enquanto o apetite por lácteos importados se mantém firme, pressionando ainda mais o mercado interno.

A valorização dos preços internacionais pode manter elevadas as cotações de exportação da Argentina e do Uruguai — principais fornecedores do Brasil. Porém, a recente queda do câmbio real/dólar tende a reduzir o custo de importação para os compradores brasileiros, sustentando o volume importado pelo Brasil no curto prazo. (Milkpoint)


Composto Lácteo: relevância histórica, legislação e inovação

Saúde e funcionalidade impulsionam inovação em compostos lácteos. Produtos com fibras ganham espaço.

A ideia de misturar leite com outros ingredientes para criar produtos alimentícios mais acessíveis do ponto de vista econômico e com maior vida de prateleira ganhou força a partir do século XX. Com o avanço da tecnologia, a partir das décadas de 1950 e 1960, a indústria começou a adicionar óleos vegetais ao leite para reduzir custos e criar alternativas ao leite integral, especialmente em regiões com limitações no acesso ao leite fresco, o que se denominou de forma genérica composto lácteo. 

Esses produtos evoluíram rapidamente, com a adição de emulsificantes e estabilizantes que melhoraram suas propriedades sensoriais e sua aplicabilidade e desta forma na última década, a inovação em compostos lácteos foi impulsionada por novas demandas dos consumidores, como a busca por produtos que ofereçam benefícios à saúde e que sejam sustentáveis  (Tamine, 2009) 

Nesse sentido, composto lácteo têm um aspecto significativo na alimentação humana, com seu desenvolvimento sendo impulsionado pela necessidade de conservar e transportar o leite e seus derivados de forma mais prática e duradoura e como menores custos de produção (McSweeney et al, 2020).

Regulamento técnico de identidade e qualidade (RTIQ) de composto lácteo

Recentemente foi publicado o regulamento técnico de identidade e qualidade (RTIQ) de composto lácteo destinado ao consumo humano, definindo-o como produto obtido de leite ou de derivados de leite, ou de ambos, com adição ou não de ingredientes não lácteos (Brasil, 2024).
Baseado nesta legislação, os compostos lácteos podem ser classificados como:

Composto lácteo sem adição, quando os ingredientes lácteos forem os únicos constituintes do produto 

Composto lácteo com adição, quando ingredientes não lácteos fizerem parte da composição. E neste último caso, os ingredientes lácteos devem representar obrigatoriamente mais que 50% do produto.

Dentre os ingredientes não lácteos permitidos na composição dos compostos lácteos, podemos citar as fibras e fibras alimentares (Brasil, 2024).  A inclusão de fibras em compostos lácteos pode oferecer uma maneira prática e saborosa de melhorar a saúde intestinal, apoiar a função imunológica e ajudar na gestão do peso e da glicose. À medida que a pesquisa continua a evoluir, novos compostos e fórmulas poderão surgir, oferecendo ainda mais benefícios e opções para os consumidores (Zhang et al., 2023).

Dessa forma, composto lácteo apresenta versatilidade no aspecto de inovação e a adição de fibras pode contribuir para o aumento do potencial funcional do produto. Porém, são necessários avaliação dos parâmetros intrínsecos de qualidade do produto como dissolução em água, bem como testes sensoriais para otimizar a quantidade de fibras que devem constar de forma clara no rótulo do produto.

Fontes:

Brasil.(2024). Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Portaria  n º 1.170, de 26/08/2024. Aprova o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de composto lácteo, destinado ao consumo humano. Disponível em: https://www.agricultura.gov.br. Acesso em 11/09/2024.

Mc Sweeney, D.J. et al. (2020). The Influence of Composition and Manufacturing Approach on the Physical and Rehydration Properties of Milk Protein Concentrate Powders. Foods, 9, 236.

Tamine, A.Y. (2009). Dairy Powders and Concentrated Products. Wiley: United Kindow
Zhang, L., et al. (2023). Advances in understanding the health benefits of prebiotic dairy compounds. Journal of Dairy Science, 106, 4456-4472.

Projeto do Executivo, programa de recuperação para a agricultura familiar é aprovado na Assembleia

A Assembleia Legislativa aprovou, nesta terça-feira (06/05), o Projeto de Lei 109/2025, que cria o Programa de Recuperação Socioprodutiva, Ambiental e de Resiliência Climática da Agricultura Familiar Gaúcha. Os 47 deputados presentes em plenário votaram favoravelmente. É o maior programa de recuperação de solos já proposto pelo Estado, com ações difusionistas de práticas sustentáveis de produção, posicionando a agricultura familiar como eixo estratégico na reconstrução do RS.

Com investimento previsto de R$ 903 milhões, a iniciativa vai beneficiar diretamente 15 mil famílias e alcançar até 150 mil unidades produtivas em 495 municípios. A proposta é liderada pelo secretário de Desenvolvimento Rural, Vilson Covatti, que articulou o projeto junto ao governo e coordenará a execução. As ações práticas e de acompanhamento serão realizadas por meio da Emater/RS-Ascar.

"Esse projeto é um marco, pois não há precedentes para um programa essencialmente baseado em técnicas de manejo e conservação do solo na história do Rio Grande do Sul. Acreditamos que inaugura um novo ciclo para o produtor familiar, com base na técnica, sustentabilidade e preparação diante das adversidades climáticas", afirmou o secretário de Desenvolvimento Rural. "A partir de agora, damos início a "Operação Terra Forte'", concluiu Covatti.

O Programa de Recuperação Socioprodutiva, Ambiental e de Resiliência Climática da Agricultura Familiar Gaúcha visa implementar planos individualizados de recuperação socioprodutiva e ambiental das propriedades rurais, prestar assistência técnica na implementação dos planos de recuperação; realizar a difusão tecnológica das práticas implantadas nas propriedades rurais e estruturar patrulhas agrícolas mecanizadas.

O financiamento será realizado por meio do Fundo de Reconstrução do Rio Grande do Sul (Funrigs), com aplicação monitorada para garantir impacto social, ambiental e produtivo. São beneficiários passíveis de participação no programa os agricultores familiares de acordo com a Lei da Agricultura Familiar (Lei Federal 11.326/2006) e pecuaristas familiares de acordo com a Lei da Pecuária Familiar (Lei Estadual 13.515/2010).

O programa segue os protocolos do Plano Setorial para Adaptação à Mudança do Clima e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária, com vistas ao Desenvolvimento Sustentável - ABC+, que tem como objetivo geral promover a adaptação à mudança do clima e o controle das emissões de gases de efeito estufa na agropecuária gaúcha.
QUATRO EIXOS PARA TRANSFORMAR O CAMPO

Estrutura do programa garante abrangência, eficiência e inovação na execução:

Eixo 1 - Transferência Direta de Recursos

Repasses de até R$ 30 mil por propriedade, via Cartão Cidadão Banrisul, para a implementação de ações produtivas, sociais e ambientais, com acompanhamento técnico especializado.

Eixo 2 - Assistência Técnica e Extensão Rural e Social (Aters)

Diagnósticos individualizados e orientação contínua com foco em práticas sustentáveis, como plantio direto, rotação de culturas e uso de adubação verde. A execução será realizada pela Emater/RS-Ascar.

Eixo 3 - Patrulhas Agrícolas Mecanizadas

Aquisição e doação de tratores e equipamentos a municípios e associações de produtores, priorizando ações de conservação do solo e recuperação produtiva.
Eixo 4 - Governança e Parcerias Institucionais

Gestão integrada com participação de diversas secretarias, universidades, centros de pesquisa, entidades do terceiro setor e o sistema Emater/RS-Ascar, assegurando articulação, inovação e transparência.

INSCRIÇÕES:

A partir da aprovação do projeto e da sanção pelo governador Eduardo Leite, será divulgado o período de abertura de inscrições, que serão realizadas nos escritórios municipais da Emater-RS/Ascar.

SELEÇÃO DOS BENEFICIÁRIOS:

Encerradas as inscrições, os escritórios municipais da Emater/RS-Ascar, junto aos Conselhos Municipais de Agricultura ou equivalentes, promoverão a seleção dos beneficiários observando os critérios de enquadramento e de priorização.

Uma emenda, de autoria do deputado Frederico Antunes, líder do governo na Assembleia, foi aprovada pelo plenário. Entre outras proposições, determina que a relação dos beneficiários, dos valores repassados e dos bens doados deverão ser informados em sítio eletrônico da Secretaria responsável pela política de desenvolvimento rural e no sítio eletrônico do Funrigs, quando se tratar de recursos oriundos deste fundo.

Texto: Guilherme Granez/Ascom SDR e Marcelo Flach/Casa Civil


Jogo Rápido

Queijo cottage pode ser aliado em dietas e desempenho esportivo
O queijo cottage vem ganhando destaque na alimentação de quem busca uma dieta equilibrada e rica em proteínas, especialmente entre praticantes de musculação e atividades físicas de resistência. Com alto teor proteico, baixo teor calórico e pouca gordura, ele se apresenta como uma excelente alternativa aos queijos mais tradicionais, contribuindo para o ganho de massa muscular sem comprometer a saúde. Camila Lima, professora de Nutrição do Ceub, ressalta que sua composição oferece proteínas do soro do leite e caseína, que proporcionam uma combinação de absorção rápida e liberação sustentada de aminoácidos. Essa característica torna o cottage especialmente eficiente no pós-treino, auxiliando na recuperação muscular e no crescimento de forma natural e prática, além de sua versatilidade na alimentação diária, podendo ser consumido de diversas formas, do puro a receitas mais elaboradas. Apesar de seus benefícios, especialistas alertam para a importância de uma alimentação variada e equilibrada, na qual o cottage não seja a única fonte de proteína. Pessoas com intolerância à lactose ou alergia à caseína devem evitar seu consumo ou optar por versões sem lactose. Camila Lima destaca que o consumo excessivo de um único alimento pode gerar desequilíbrios nutricionais, reforçando a necessidade de combinar diferentes grupos alimentares, como fibras, carboidratos complexos, gorduras boas e vitaminas, para garantir uma nutrição completa. Assim, o cottage se consolida como um aliado importante na dieta de quem busca saúde, desempenho físico e bem-estar, desde que utilizado com moderação e de forma integrada a uma alimentação variada e balanceada. As informações são da Tribuna de Petrópolis, adaptadas pela equipe MilkPoint. 


 
 
 

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