Porto Alegre, 30 de abril de 2025 Ano 19 - N° 4.382
CEPEA: preço do leite avança pelo 3º mês, mas ritmo perde força
Leite tem terceira alta seguida, mas valorização perde força com demanda fraca e mercado pressionado.
O preço do leite captado em março registrou alta de 1,3%, alcançando R$ 2,8241 por litro na “Média Brasil”, segundo levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. Em valores reais, já descontada a inflação medida pelo IPCA de março, o valor é 15% superior ao observado no mesmo mês de 2024. Essa é a terceira alta mensal consecutiva, impulsionada pela maior disputa entre as indústrias pela matéria-prima. No entanto, o ritmo de valorização começa a perder força.
Gráfico 1. Série de preços médios recebidos pelo produtor (líquido), em valores reais (deflacionados pelo IPCA de março/2025).
Fonte: Cepea-Esalq/USP.
A principal razão para a desaceleração dos preços no campo é a demanda enfraquecida no varejo impactadas pela menor procura do consumidor final.
Por outro lado, a oferta, no campo, não deu sinais de retração significativa com a aproximação da entressafra, a oferta de leite no campo se manteve praticamente estável. O ICAP-L caiu apenas 0,2%, segundo o Cepea.
Em várias bacias leiteiras, o volume captado entre março e abril superou os anos anteriores, impulsionado pelo clima favorável, boa qualidade da silagem e margens mais atrativas, o que estimulou investimentos mesmo em um cenário com custos de alimentação ainda altos.
Com uma oferta firme mesmo na entressafra, o consumo ainda enfraquecido e a margem da indústria apertada, o setor já projeta um comportamento atípico nos preços pagos ao produtor no segundo trimestre, com possibilidade de queda.
As informações são do CEPEA, adaptadas pela equipe MilkPoint
Coasa e CCGL apresentam resultados da produção leiteira de 2024
De acordo com os dados do Departamento de Produção Animal da Coasa, no ano passado foram produzidos 16.670.436 litros de leite.
A Coasa e a CCGL (Cooperativa Central Gaúcha Ltda), organizações parceiras, divulgaram os dados consolidados da produção de leite referente ao ano de 2024, durante encontro com produtores.
Os eventos aconteceram nesta semana: em Água Santa, no dia 22, e em Ibiraiaras, no dia 23. Na apresentação foram abordados os indicadores de produção, qualidade do leite, programas técnicos, investimentos e projeções para 2025.
De acordo com os dados do Departamento de Produção Animal da Coasa, no ano passado foram produzidos 16.670.436 litros de leite. O percentual médio de gordura em 2024 foi de 3,78% e o de proteína de 3,32%, mantendo a tendência de crescimento registrada desde 2017.
Assim, a distribuição de resultados totalizou R$918.843,19, referente a R$0,0596 por litro de leite entregue em 2024. Adicionalmente, R$369.752,19 foram repassados a produtores que entregam leite para a CCGL e que adquiriram ração através da Coasa.
Significa que, juntas, as cooperativas repassaram aos produtores R$1.288.595,38. O vice-presidente da Coasa, Roberto José Felini, ressaltou que os eventos de repasse dos resultados do leite cumprem papel simbólico.
Conforme Ivane Martini, que coordena o setor, o objetivo dos eventos foi prestigiar o trabalho dos produtores através do retorno à CCGL/Coasa e também demonstrar o trabalho que a cooperativa faz no âmbito técnico, promovendo a qualidade do leite.
“No sentido de valorizar o trabalho desses produtores com um valor, que é significativo em relação à produção entregue para a cooperativa, para que agora eles possam também estar direcionando esses recursos para novos investimentos em suas propriedades”, justifica ela.
Idroaldo Darli, produtor de Água Santa, destacou que os valores repassados representam um incentivo. “A gente, enquanto produtor, só tem que agradecer pelo que recebemos durante todo o ano, na compra da ração, nos testes de tuberculose e, agora, uma vez por ano, nos bônus pelo leite entregue.
É um incentivo para continuar na atividade e incrementar cada vez mais a produção”, relatou. Pensamento semelhante tem o produtor André Brandalise, de São Jorge:
“Vai ser um dinheiro muito bem aproveitado, nesse momento fazendo a correção do solo em algumas áreas aqui da propriedade e pensando na melhoria das instalações também”, contou. (Edairy)
Iogurte diário pode ser chave para a longevidade
Pesquisas apontam o iogurte como aliado da longevidade e da saúde intestinal. Veja por que incluir esse alimento no seu dia a dia!
Os supercentenários — pessoas com 110 anos ou mais — despertam grande curiosidade sobre os segredos da longevidade. Um exemplo recente é o de Maria Branyas Morera, da Espanha, considerada a pessoa mais velha do mundo entre 2023 e 2024. Ela faleceu aos 117 anos, e um possível fator-chave para sua longevidade pode ter sido o consumo diário de iogurte.
De acordo com o The Guardian, um estudo investigou o que poderia ter favorecido a saúde de Branyas. Os pesquisadores descobriram que, nas últimas décadas de vida, ela consumia três porções de iogurte por dia. A análise do microbioma intestinal da supercentenária revelou uma presença elevada de bifidobactéria, um tipo de bactéria benéfica associada à saúde digestiva e ao envelhecimento saudável.
Os cientistas observaram ainda que Branyas possuía um “microbioma que confere maior probabilidade de uma vida longa e saudável”, apontando o consumo regular de iogurte como possível influenciador desse perfil intestinal único.
O iogurte contém bactérias vivas, em especial os lactobacilos, afirma o microbiologista Claus Christophersen, da Universidade Edith Cowan, em Perth. Essa é uma das bactérias responsáveis por transformar o leite em iogurte durante a fermentação, ao consumir os carboidratos do leite e produzir ácido lático, que faz as proteínas do leite coagular.
Os lactobacilos são bactérias benéficas importantes para a saúde intestinal, embora costumem estar presentes em níveis relativamente baixos no organismo. Quando há maior concentração desses microrganismos, o pH intestinal tende a cair, o que dificulta a proliferação de patógenos e favorece o crescimento de bactérias benéficas. Além disso, os lactobacilos parecem reforçar o sistema imunológico, contribuindo para uma resposta mais eficiente do corpo.
Estudos também indicam que as bactérias benéficas produzem substâncias antimicrobianas, que inibem o crescimento de microrganismos nocivos no intestino.
Mas atenção: nem todo iogurte é eficaz nesse sentido. “É iogurte com microrganismos vivos, e não aqueles de sachê com reguladores de acidez, conservantes, corantes e aromatizantes”, destaca a nutricionista Clare Collins, da Universidade de Newcastle.
Hábitos saudáveis ajudaram a viver mais
Além de consumir iogurte regularmente, a supercentenária Maria Branyas Morera mantinha hábitos alimentares considerados benéficos para a saúde intestinal e a longevidade. Segundo o gastroenterologista Emad El-Omar, diretor do Microbiome Research Centre da Universidade de New South Wales, na Austrália, uma alimentação equilibrada “é provavelmente a mais saudável em termos de composição e de como ela alimenta o microbioma”.
Branyas tinha uma rotina alimentar rica em vegetais, frutas, grãos integrais, legumes, nozes e sementes, com consumo reduzido de alimentos ultraprocessados, carne vermelha, açúcar adicionado e farinhas refinadas. De acordo com El-Omar, “se você tem uma alimentação e um estilo de vida saudáveis, isso se reflete na composição e no funcionamento do seu microbioma, que então passa a trabalhar a seu favor”.
Além da alimentação balanceada, Branyas não fumava, não consumia álcool, se exercitava regularmente e mantinha fortes laços sociais com amigos e familiares — todos hábitos associados à longevidade saudável.
Outro fator importante era sua genética privilegiada: um estudo revelou que as células de Branyas funcionavam como se tivessem 17 anos a menos do que sua idade cronológica, o que pode ter contribuído significativamente para sua saúde e longevidade.
As informações são da Época Negócios, adaptadas pela equipe MilkPoint
Jogo Rápido
Piracanjuba ProCampo lança campanha com foco no produtor rural
O Piracanjuba ProCampo, programa de relacionamento com produtores de leite da Piracanjuba, lança a campanha Ser Pró é Ser ProCampo, criada pela agência MEMO. A ação utiliza estratégia de comunicação integrada, incluindo parceria com influenciadores do setor, para evidenciar o protagonismo do produtor rural e as iniciativas da marca em favor da produtividade, qualidade e conexões positivas dentro e fora do campo. Mais do que uma frente técnica, o ProCampo é uma iniciativa de apoio ao desenvolvimento dos produtores parceiros da Piracanjuba, que promove capacitação, troca de conhecimento e valorização de quem está na base da cadeia produtiva. A proposta é clara: estimular um crescimento sustentável, com foco em qualidade, produtividade e bem-estar animal. Alguns influenciadores, entre eles Camila Lima (834 mil) e Ricardo Arantes (74,9 mil), vão contribuir na disseminação de informações para ampliar o alcance do programa e torná-lo mais próximo do dia a dia dos produtores. “O campo é protagonista do que levamos para a mesa do consumidor. Essa campanha nasce para reforçar que quem produz também precisa ser valorizado e a comunicação tem um papel decisivo nesse processo”, afirma a diretora de Marketing do Grupo Piracanjuba, Lisiane Campos. (Terra Viva)