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As diferenças de eficiência produtiva e escala entre a produção de lácteos da Nova Zelândia e do Brasil serão apresentadas pelo CEO da empresa de consultoria de qualidade do leite QCONZ, o neozelandês Bernard Woodcock, durante o seminário Fundamentos de Produção e Qualidade do Leite da Nova Zelândia a ser realizado no dia 26 de maio a partir das 9h. Apesar de a média nacional de eficiência de mão de obra do setor lácteo brasileiro estar abaixo do nível da Nova Zelândia, Woodcock admite que algumas regiões como o Rio Grande do Sul equiparam-se àquele país. “O Rio Grande do Sul provavelmente é o estado brasileiro mais similar à Nova Zelândia. Temos filosofias diferentes, mas muitas técnicas podem ser aplicadas aqui e ajudar a quebrar paradigmas”. Além disso, admite que o Ministério da Agricultura brasileiro ampliou a cobrança sobre a qualidade do leite, mas que mesmo assim, as regras verde-amerelas são bem menos exigentes do que as aplicadas no mercado internacional. O evento, promovido Senar-RS e pela embaixada da Nova Zelândia do Brasil, ocorrerá no Gran Palazzo Centro de Eventos em Passo Fundo (RS).

Segundo o secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), Darlan Palharini, é essencial trazer ao Brasil modelos de produção mais competitivos, que mostrem à cadeia láctea nacional as potencialidades adotadas ao redor do mundo. “Precisamos entender que, para competir no mercado internacional, é necessário aproximar nossa competitividade dos demais players mundiais”, ponderou o dirigente, que estará acompanhando a agenda.

Com um rebanho médio de 400 vacas por propriedade e produzindo 21 bilhões de litros de leite por ano, a Nova Zelândia tem sua produção focada em lucratividade. Segundo Woodcock, o segredo da eficiência que garantiu ao país o controle de 40% das importações de lácteos mundiais está em rebanho e mão de obra eficientes. Para se ter uma ideia, a taxa de prenhez naquele país é de 94%, sendo que 75% das vacas já estão prenhes nas primeiras seis semanas da estação de monta. “Ainda temos muito a avançar e a aprender com eles”, considera Palharini.

Woodcock conta que os avanços na produção da Nova Zelândia iniciaram-se nos anos 80 com ações para elevar a gestão da qualidade do leite. Uma das medidas foi a criação de leis pelo governo neozelandês para regulagem de padrões mínimos de qualidade do leite (CBT e CCS) e adoção de programas de fomento. “Criaram-se treinamentos tanto para os produtores quanto para veterinários e técnicos que atuam a campo de forma a que todos se encontrem alinhados com o funcionamento dos programas”. Contudo, só o treinamento não foi suficiente, garante ele. Para atingir um padrão superior, o sistema neozelandês também adotou penalidades para quem descumpre os padrões estipulados pelo governo. “A qualidade do leite é obrigatória porque nosso mercado é internacional, então as exigências são bem mais fortes do que as dos mercados domésticos. Não temos opção, para sermos o maior exportador do mundo, precisamos ter qualidade do leite”.

Foto em destaque: Carolina Jardine

Com o agravamento da perda de competitividade do setor lácteo do Rio Grande do Sul frente a outros estados, a indústria gaúcha e os produtores de leite defendem a exclusão do Fator de Ajuste de Fruição (FAF) para o segmento. Instituída pelo governo pelo decreto 56.117, a medida representa, na prática, aumento da carga tributária e perda de competitividade. Em audiência pública realizada na manhã desta quarta-feira (27/4), representantes da indústria reforçaram a necessidade de uma agenda com o governador do Estado, Ranolfo Vieira Júnior (PSDB), a fim de alertá-lo sobre a importância da exclusão do FAF para a cadeia leiteira.

Presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), Guilherme Portella, destacou que quanto mais competitivo for o setor mais se irá produzir, mais empregos serão gerados e, consequentemente, mais forte será a economia do Estado. “Entendemos que a situação do setor lácteo precisa ser necessariamente avaliada pelo governo. Manter o FAF é reduzir ainda mais a competitividade do RS”. A exemplo do Paraná, que recentemente aprovou medida semelhante ao FAF, mas recuou por entender que não era possível mantê-la com margens baixas, o dirigente defendeu a exclusão do setor de lácteos do FAF no RS. Santa Catarina também realizou recentemente uma modificação tributária para favorecer a industrialização local de leite UHT, aumentando a alíquota de ICMS, que antes era de 7%, para 12%.

E os efeitos da perda de competitividade vem sendo sentidos diretamente no campo. Dados da Emater-RS, mostram que em quatro anos (2017-2021) aproximadamente 25 mil produtores abandonaram a atividade no Estado, o que representa mais de 5 mil propriedades por ano. Ao contrário de anos atrás, quando a produção do RS crescia mais do que a média nacional, de 2011 a 2020, a produção gaúcha teve expansão de tímidos 5,71%. Enquanto isso, segundo levantamento do IBGE, a produção no Brasil teve alta de 10,43%. “Chegamos à conclusão de que efetivamente a nossa competitividade perante aos outros estados está sendo gravemente afetada pela guerra fiscal”, reforçou o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini. Em 2017, o Estado perdeu a segunda colocação na produção brasileira para o Paraná e, ano após ano, vê diminuir a distância com Santa Catarina e com Goiás, que ocupam a quarta e a quinta colocação.

Deputado que propôs a audiência a pedido do setor, Zé Nunes (PT) enfatizou a importância de se avançar nas negociações junto ao governo a fim de que a perda de competitividade não se agrave ainda mais. Neste sentido, ficou definido que será protocolado novamente pedido de audiência no gabinete do governador do RS. “Nós precisamos que o governo nos escute, que o governador compreenda o que está acontecendo”, garantiu, ressaltando que o RS não pode continuar perdendo pujança industrial.

Presidente da Frente Parlamentar em Apoio e Defesa da Produção do Leite da Agricultura Familiar, o deputado Capitão Macedo (PL) afirmou que recebe diariamente relatos de famílias que estão abandonando a produção leiteira diante de inúmeras dificuldades que afetam o setor. Segundo ele, a principal demanda é a criação de uma política pública que viabilize rentabilidade na atividade leiteira e que reduza, ao mesmo tempo, os custos para a produção. “Existem vários projetos de lei tramitando na Assembleia Legislativa que buscam atender em partes essas reivindicações, contudo infelizmente o trâmite destas propostas dentro da ALRS é lento, nos impedindo de dar uma pronta e necessária resposta aos produtores”, ponderou. O que não aconteceu com a implementação do FAF.

Estiveram presentes na audiência os deputados Zé Nunes (PT), Capitão Macedo (PSL), Adolfo Brito (PP), Zilá Breitenbach (PSDB) e Airton José Hochscheid, representando o deputado Elton Weber (PSB). Também fizeram parte do encontro representantes de entidades como Apil, Unicafes, Fecoagro, Fetag, Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Alimentação, Secretaria da Agricultura, UERGS, UFPEL, Gadolando, Ministério da Agricultura e representantes de indústrias e cooperativas de laticínios.

Foto em destaque: Guerreiro

A Câmara Setorial do Leite reforçou, na manhã desta terça-feira (19/04), a importância do marketing de produtos e derivados lácteos junto as crianças. A assessora Técnica Regional de Sistemas de Produção Animal da Emater Mara Helena Saalfeld aproveitou o encontro para falar sobre o livro infantil que visa explicar para as crianças de onde vem o leite. Na ocasião, também foi debatida a relevância de se expandir o número de propriedades certificadas para tuberculose e brucelose no estado.

O economista da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (Fecoagro/RS), Tarcísio Minetto, discorreu sobre o acompanhamento assíduo da CCGL com as certificações e ressaltou sua percepção de que boa parte dos produtores não têm todas as informações necessárias para concluir o controle do programa de tuberculose e brucelose. “Cabe aprofundar um pouco a discussão sobre mecanismos para que possamos trazer mais os produtores para perto. Eles até conhecem a importância da certificação, mas têm medo do que pode acontecer se tiverem o resultado positivo nesse processo”, ponderou Minetto.

Secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), Darlan Palharini, sugeriu que na próxima reunião da Câmara Setorial do Leite o tema volte à pauta. No entanto, reforçou a necessidade de se trazer dados referentes as informações sobre o número de propriedades certificadas e os valores indenizados. “É importante que possamos trazer alguns exemplos, como a CCGL que está bastante avançada na questão de certificação”, acrescentou.

Na ocasião, ainda houve a indicação do novo Coordenador da Câmara Setorial. O 1° vice-presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (FETAG), Eugênio Edevino Zanetti, entrará no lugar de Jeferson Smaniotto, do Sindilat. Zanetti já conduzirá a próxima reunião da Comissão Setorial do Leite, que acontecerá durante a Fenasul/Expoleite 2022. “O momento é de dificuldade para todo o setor do leite e precisamos unir esforços para que o elo saia fortalecido e a gente busque conscientizar a população como um todo, com campanhas de marketing valorizando a importância do produto na alimentação e as demais medidas para que a gente continue melhorando qualidade do leite e a situação do produtor”, ressaltou Zanetti.

Ainda durante a reunião os representantes convidaram para a Audiência Pública no dia 27/04 que discutirá os impactos do Fator de Ajuste de Fruição (FAF) que impacta no aumento da carga tributária, influenciando ainda mais a perda de competitividade do leite gaúcho frente aos Estados de Santa Catarina, Paraná e Minas Gerais.

A audiência pública que debaterá a perda de competitividade do setor lácteo gaúcho tem nova data: 27 de abril. Aprovada pelas Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e do Turismo e Comissão de Agricultura, Pecuária, Pesca e Cooperativismo, visa tratar da carga tributária desigual vivida pelo segmento e agravada com a implementação do Fator de Ajuste de Fruição (FAF). A audiência ocorrerá a partir das 10h, no 3º andar da Assembleia Legislativa, e terá transmissão ao vivo pelo canal da ALRS. A pauta foi proposta pelo deputado Zé Nunes.

Secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS), Darlan Palharini, defende que medidas sejam tomadas pelo governo para que o RS deixe de ficar atrás de outros estados no que diz respeito à competitividade do setor lácteo. “Temos batido nessa tecla há anos e o governo ainda não tomou nenhuma medida efetiva para que essa situação mude. Enquanto isso, temos visto produtores abandonarem a atividade, e o RS perder competitividade em relação a estados como Santa Catarina, Paraná e Minas Gerais”, destaca. Segundo ele, 60% do leite produzido no RS precisa ser escoado, sendo assim, é preciso que não somente se expanda a competitividade em solo gaúcho, mas que se viabilize vendas junto a pólos consumidores, como São Paulo e Rio de Janeiro.

O presidente da Comissão de Agricultura, deputado Adolfo Brito, destaca a importância da realização de uma audiência pública, para que se amplie o debate, e reforça, ainda, que a Comissão é o ambiente para unir forças e se trabalhar em conjunto com as principais lideranças do setor. Neste sentido, é aguardada uma agenda com o governador do RS, Ranolfo Vieira Júnior, para que seja possível compor um melhor cenário ao setor produtivo do leite em função das recentes alterações tributárias.

Foto em destaque: Carolina Jardine

Representando os diferentes elos do setor lácteo gaúcho, o Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite do Estado do Rio Grande do Sul (Conseleite), que representa as entidades: Sindilat/RS, Apil, Farsul, Fetag-RS, Fecoagro/RS, Fetraf-RS, Gadolando e Gado Jersey RS, manifestou, em reunião nesta terça-feira (22/03), seu total desacordo com a decisão do governo federal de zerar o imposto de importação do queijo muçarela. A mudança foi aprovada na segunda-feira (21/3) pelo Comitê-Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex), e publicada no Diário Oficial desta quarta-feira (23/03), por meio da Resolução GECEX Nº 317. Com isso, o queijo muçarela será incluído na Lista de Exceções à TEC do Mercosul até 31 de dezembro de 2022, estendendo a todos os demais países o benefício fiscal já concedido aos integrantes do Mercosul. A medida também vale para café moído, margarina, macarrão, óleo de soja, etanol e açúcar.

A deliberação é vista pelo setor de laticínios como inoportuna, uma vez que produtores e indústrias enfrentam uma das maiores crises de competitividade da história recente. Segundo a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do RS (Fetag), diferente de produtores americanos e europeus, os brasileiros não recebem subsídios, o que torna a concorrência sem tributação ainda mais injusta. “Passamos por um período de estiagem extrema, e o governo federal não trouxe resposta para o atendimento desse caos no campo. Ao invés de ajuda, a resposta que tivemos é essa abertura de concorrência com outros países, além da já vivenciada dentro do Mercosul. Está mais do que no momento de o governo federal olhar para o produtor de leite nacional, antes que seja tarde”, declarou o vice-presidente da Fetag, Eugênio Zanetti.

Além da alta de custos que reduziu a rentabilidade das operações a níveis praticamente insustentáveis, amarga-se os impactos da redução de consumo em decorrência da renda decrescente das famílias. “Estamos sem margem nenhuma para enfrentar esse novo entrave. Precisamos de maior sensibilidade por parte do governo para que essa posição seja reavaliada o mais breve possível. Uma decisão destas, neste momento, chega como notícia desanimadora para a produção de queijos nacional”, frisou o coordenador do Conseleite, Darlan Palharini.

Segundo o vice-coordenador do Conseleite, Rodrigo Rizzo, a fundamentação utilizada pelo governo para justificar a medida é fraca e, mais uma vez, não consulta o setor produtivo para buscar o equilíbrio da inflação. “Entendemos que a questão inflacionária é importante, mas nosso país não pode fragilizar todo um setor e colocar a renda de milhares em risco”.

(Conseleite/RS)

Foto em destaque: Carolina Jardine 

A Comissão de Agricultura, Pecuária, Pesca e Cooperativismo da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul aprovou, na manhã desta quinta-feira (24/3), requerimento para a realização de audiência pública sobre o setor lácteo. O pleito do segmento foi aprovado unanimemente pelos oito deputados presentes na reunião, que ocorreu de forma híbrida (on-line + presencial). O objetivo da audiência pública é fazer com que o governo do Estado compreenda que a atividade leiteira sofre com os reflexos do Fator de Ajuste de Fruição (FAF). "É muito perigoso o que está acontecendo, não podemos correr o risco de enfraquecer o setor que é muito importante para a economia, para os empregos, para o Rio Grande do Sul todo", destacou o deputado Zé Nunes.

Para o secretário-executivo do Sindicato Indústria de Laticínios do RS (Sindilat/RS), Darlan Palharini, a audiência será mais uma oportunidade de expor a preocupação de toda a cadeia produtiva com a implementação do decreto 56.117, que agrava a perda de competitividade do setor. "É importante que o governo do Estado comece de fato um diálogo para que possamos avançar na questão. É urgente que se tome medidas para que os produtores gaúchos não parem de produzir e para que não percamos mais a nossa competitividade frente a outros estados", argumentou.

A audiência, ainda sem data confirmada pelo parlamento, deve ter diversos convidados, entre eles, a Casa Civil, a Secretaria da Fazenda (Sefaz), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), além de entidades representantes do setor lácteo, segundo Zé Nunes.

Estiveram presentes na reunião desta quinta-feira os deputados Clair Kuhn (MDB), Ernani Polo (PP), Elton Weber (PSB), Paparico Bacchi (PL), Vilmar Zanchim (MDB), Capitão Macedo (PSL), Dr. Thiago Duarte (DEM), Zé Nunes (PT) e Adolfo Brito (PP).

Apesar de ser um tradicional importador de lácteos, o Brasil vem galgando exportações e diversificando o mix de produtos comercializados a clientes de fora do país. A expansão das vendas foi apresentada pelo diretor-executivo da Viva Lácteos, Gustavo Beduschi, durante solenidade de lançamento do Programa de Qualificação para Exportação (PEIEX) Agro Lácteos – Região Sul, na manhã desta quarta-feira (16/03), no campus da Unisinos, em São Leopoldo (RS). Os embarques brasileiros fecharam 2021 em US$ 97,85 milhões, alta de 72% frente a 2019 (US$ 56,98 milhões). A expansão registrada durante a pandemia está atrelada à comercialização de leite em pó, mas também a itens diversos e de maior valor agregado como queijos, leite condensado, requeijão e cremes.

A parceria com a Apex Brasil para a ação do PEIEX Agro Lácteos – Região Sul vem incentivar esse movimento. Entre os mercados no foco do setor lácteo, cita a Viva Lácteos, estão Bolívia, Chile, China, Colômbia, Estados Unidos, Paraguai, Peru e Rússia. “O setor era importador e estamos virando essa página. Acreditamos que, em breve, teremos um grande potencial exportável. Temos crescido nas exportações de alto valor agregado, como queijos. O que se vê é um novo conceito de diversificação de produtos e mercados”, citou Beduschi.

O Núcleo PEIEX Porto Alegre terá atuação em diferentes municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre com foco na exportação. Juntos, eles concentram 54% dos embarques de itens alimentícios e 56% dos de maquinários e equipamentos do Rio Grande do Sul. A solenidade contou com a presença do secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini. Para receber os convidados de diferentes setores produtivos, o evento contou com milk break com produtos de indústrias associadas ao Sindilat. “Foi um momento de muita interação e aprendizado. Sem dúvida, as indústrias lácteas terão muito a aproveitar desse projeto”, frisou Palharini, lembrando que ainda há 11 vagas disponíveis para laticínios da Região Sul (RS, SC e PR).

Presente à solenidade, Silvio Andriotti, da Secretaria do Desenvolvimento Ecônomico, Ciência e Tecnologia (SDECT), reforçou que a exportação é muito importante para o governo do Estado. "Por mais que não traga tributos diretamente, indiretamente, traz muita coisa. A gente consegue fazer a roda girar. Todos crescem em emprego, renda, INSS. Todos ganham”, ponderou.

Durante as explanações do evento, foram abordadas as linhas de trabalho da Apex na região, com foco em preparar as companhias brasileiras para as exigências internacionais como sustentabilidade e certificações de processos. A fim de exemplificar a força dessa iniciativa, foram apresentados os avanços obtidos no setor calçadista. Em 2021, as exportações do setor calçadista brasileiro cresceram acima de dois dígitos, e a tendência é que sigam se expandido em 2022. Segundo a Abicalçados, que atua com a Apex na promoção há mais de 20 anos, a pandemia levou muitas empresas do segmento que não exportavam a prospectar esse novo mercado.

Foto em destaque: Julia Bastiani

Será apresentado nesta quarta-feira (16/3) o Programa de Qualificação para Exportação (PEIEX) Agro Lácteos – Região Sul, projeto capitaneado pela Apex Brasil com apoio do setor lácteo para fomentar as exportações do segmento. O programa é gratuito e busca contemplar até 25 empresas do segmento na Região Sul ao longo de 24 meses. Até agora, há 14 vagas preenchidas e 11 abertas para inscrição de empreendedores. “É um programa subsidiado, mas que exige comprometimento. Precisamos de tempo, dedicação e capacidade de investimento para acessar esses mercados internacionais”, disse a coordenadora de Qualificação da Apex, Rita Albuquerque, durante reunião com representantes dos laticínios da Região Sul nesta terça-feira (15/3) na sede do Sindilat/RS, em Porto Alegre (RS). O Núcleo da Região Sul será oficialmente apresentado na manhã desta quarta-feira em evento às 10h30min, na Unisinos, em São Leopoldo (RS), junto a outros grupos de fomento ligados ao agronegócio. A ação tem apoio da Viva Lácteos, do Sindilat/RS, do Sindileite PR e do Sindileite SC.

A intenção, explica o analista de negócios internacionais da Apex Brasil, Laudemir Müller, é levar conhecimento aos empresários para acessar novos mercados, apresentando detalhes sobre os regramentos técnicos implicados no processo de exportação e acompanhar a qualificação das empresas. “Verificamos que a maioria diz que quer exportar, mas não sabe qual o primeiro passo a ser dado”, explicou. Para desenvolver a metodologia que será aplicada, a Apex rastreou os melhores mercados para empresas iniciantes na exportação de lácteos. Com uma lista inicial de 52 países, delimitou a ação por questões de praticidade comercial a alguns países. Para avançar, o projeto sistematizou as exigências e regramentos de cada possível importador. “Cada empresa poderá escolher qual das opções que oferecemos é melhor para ela frente a sua realidade”, explicou Müller.

Consciente da relevância da exportação para o avanço e desenvolvimento do mercado lácteo gaúcho, o presidente do Sindilat, Guilherme Portella, salientou a força da iniciativa na busca por maior competitividade no setor. “É interessante manter essa rede de apoio para que se consiga viabilizar essas exportações. Toda vez que se exporta alguma coisa é um bem coletivo que se faz”, reforçou Portella.

Entusiasta e apoiador do projeto, o diretor-executivo da Viva Lácteos, Gustavo Beduschi, pontuou a importância do apoio institucional para as empresas do setor, principalmente com relação às exigências das diferentes nações interessadas em importação de produtos do Brasil. “Temos muito a aprender, e esse trabalho serve para levar expertise para dentro das empresas sobre esse aspecto da exportação”.

A comitiva segue no RS com visitas a empresas do setor lácteo. Os integrantes da Apex visitaram a Dielat e a Cooperativa Santa Clara. “É um caminho que não é fácil, mas é possível. É um desafio que é bom e ninguém faz nada sozinho. A gente prepara, leva para o campeonato, mas é preciso jogar”, ponderou Rita.

Foto em destaque: Carolina Jardine 

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) desembarca nesta semana no Rio Grande do Sul para uma agenda de promoção às exportações de lácteos gaúchos. A comitiva chegou ao Estado na manhã de hoje (14/03) e segue nesta tarde para visita a laticínios. As reuniões acontecem até quarta-feira (16/03) e têm o apoio do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat).

Na terça-feira (15/3), o primeiro evento será encontro híbrido realizado na sede do Sindilat do subcomitê de Lácteos da Apex Brasil. A reunião está marcada para começar às 14h e contará, já no início, com uma explanação do presidente do Sindilat, Guilherme Portella. Além da ApexBrasil e do Sindilat, participam representantes da Viva Lácteos, Sindileite SC e Sindileite PR.

Na quarta-feira (16/03), ocorrerá o lançamento do Núcleo do Programa de Qualificação para Exportação (PEIEX), colegiado de estímulo à exportação que também será integrado pelo Sindilat. Previsto para começar às 10h, o evento será na modalidade híbrida (on-line + presencial) no auditório Érico Veríssimo da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos).

O PEIEX é um instrumento de apoio à exportação e capacita empresas para o início da venda de produtos e serviços para o exterior. O convênio será uma parceria entre a ApexBrasil e a Universidade. Durante o último convênio executado com a Unisinos, a Apex Brasil conseguiu apoiar 200 empresas do setor, que exportaram, juntas, mais de 30 milhões de dólares. Para esse novo acordo, outras 200 empresas serão treinadas para exportarem seus produtos, sendo que 125 receberão atendimento na região metropolitana de Porto Alegre, 25 em Santa Maria, no centro do Estado e 25 em Pelotas, na região Sul. Outras 25 empresas do setor lácteo da região Sul do Brasil se juntarão a esse novo grupo.

De acordo com o analista de negócios internacionais da ApexBrasil Laudemir Müller, o lançamento do Programa ocorre em uma fase em que o Brasil está fortalecendo a exportação de lácteos e que, justamente por isso, é possível traçar estratégias junto das empresas. "Estamos nos somando a essas estratégias para apoiar e qualificar empresas. No início, em um geral, os países da América do Sul são mais indicados porque estão performando melhor. Mas vamos trabalhar cada caso, cada empresa terá o seu foco", pondera.

O secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, está acompanhando a comitiva. Segundo ele, a semana reunirá oportunidades importantes para levar conhecimento sobre as exportações e os processos envolvidos para a cadeia produtiva. "A exportação dos produtos é a saída para retomar o crescimento da produção de leite no RS, visto que nos últimos 5 anos o Estado tem crescido abaixo da média brasileira e muito menos do que Santa Catarina e Paraná. Mas para chegar lá precisamos de informação e preparação por parte das empresas, tanto no âmbito técnico de negociações bilaterais quanto em competitividade", destaca.

Foto em destaque: Carolina Jardine

Durante reunião da Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul nesta quinta-feira (10/3), representantes do setor lácteo expuseram a preocupação com os reflexos do Fator de Ajuste de Fruição (FAF). O FAF foi instituído pelo governo do estado através do decreto 56.117 e agrava a perda de competitividade da atividade leiteira gaúcha frente a outros estados, que já vinha sendo sentida pelo RS e, inclusive, já havia sido levada ao governo. O Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat/RS), a Apil e o Conseleite, apresentaram aos deputados estaduais os impactos negativos do FAF, que, de uma forma geral, representa o aumento da carga tributária para os produtores e a indústria de leite. A reunião - feita de maneira híbrida (on-line + presencial) - também teve a presença de membros da Unicafes e da Fetag.

De acordo com o presidente do Sindilat, Guilherme Portella, a falta de competitividade enfrentada pelo setor lácteo gaúcho, que foi agravada com a implementação do FAF, vem sendo alertada ao governo há anos. “Há três anos apresentamos ao governo do Estado um estudo técnico que demonstra como a produção de lácteos no RS possui maior carga tributária em relação aos demais estados produtores, gerando uma distorção competitiva que penaliza toda a cadeia, do produtor a indústria, especialmente no que tange a produção de alimentos mais elaborados, que ajudam a viabilizar as operações e também a balizar melhores indicadores de preço referência no Conseleite”. O dirigente ainda ressaltou que 60% do leite produzido em solo gaúcho tem que sair do RS, por isso é tão importante que se busque não somente aumentar a competitividade dentro do Estado, mas que também se viabilize vendas junto aos polos consumidores, como São Paulo e Rio de Janeiro.

Para o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, o diálogo com o governo gaúcho para tentar modificar os decretos existe, mas pouco é avançado na questão. Ele argumenta que a implementação do FAF não foi discutida com o setor. "Queremos que o produtor gaúcho cresça. Vemos cada vez mais produtores parando de produzir ou diminuindo. É urgente que se tome medidas para mudar essa realidade". Em 2017, o estado perdeu a segunda colocação na produção brasileira para o Paraná e, ano após ano, vem vendo diminuir a distância com Santa Catarina, que ocupa a quarta colocação.

Ao fim do encontro, o presidente da Comissão de Agricultura do parlamento, deputado Adolfo Brito (PP), afirmou que solicitará uma reunião com o governador Eduardo Leite (PSDB) para que se possa discutir sobre as repercussões negativas do FAF ao setor lácteo. Em caso de não confirmação do encontro com o governador, será realizada uma audiência pública. O pedido de audiência foi apoiado unanimemente pelos deputados presentes na reunião: Adolfo Brito (PP), Zilá Breitenbach (PSDB), Elton Weber (PSB), Zé Nunes (PT), Clair Kuhn (MDB), Dr. Thiago Duarte (DEM), Ernani Polo (PP), Luiz Marenco (PDT), Capitão Macedo (PSL), Aloísio Classmann (PTB), Paparico Bacchi (PL) e Vilmar Zanchim (MDB).

Foto: Guerreiro | Agência ALRS