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Em plena entressafra, o valor de referência do leite para abril no Rio Grande do Sul está projetado em R$ 1,4330. O indexador representa elevação de 0,85% em relação ao consolidado de março (R$ 1,4209). A previsão foi apresentada na manhã desta terça-feira (27/04) na reunião mensal do Conseleite e considera dados coletados nos primeiros 10 dias do mês de abril.

Segundo o professor da UPF Eduardo Finamore, o primeiro quadrimestre de 2021 indica estabilidade do valor de referência, com índices um pouco acima dos praticados em 2020 em função da inflação. Descontando o IPCA do período, os indicadores estão abaixo dos patamares praticados em 2020. “Em 2020, os preços tiveram elevação impulsionados pela pandemia e pela alta dos custos de produção”, justificou.

O coordenador do Conseleite, Alexandre Guerra, indicou que, diferente do movimento tradicional de alta característico deste período do ano, o cenário é de equilíbrio. “Tínhamos a expectativa de que o mercado desse uma reagida, mas não é o que está acontecendo. Estamos com retração puxada pelo cenário nacional que vem do centro do Brasil”, argumentou. Segundo Guerra, há registro de alta de custos expressiva no setor industrial, com variações de 35% a mais de 100% dependendo do item em apenas um ano.

Durante a reunião, Farsul e Fetag manifestaram-se pela urgência na atualização dos custos de produção utilizados para cálculo no Conseleite. O presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva, alertou que os parâmetros utilizados pelo Conseleite são de 2016. Frente a isso, Farsul e Fetag abstiveram-se de validar os dados do Conseleite de abril, sendo os mesmos aprovados por maioria no colegiado. O professor da UPF Marco Antonio Montoya informou que a equipe técnica que atua nos indexadores já está trabalhando em uma revisão e que os novos parâmetros serão implementados nos dados a serem apresentados na reunião de maio. Os novos custos remontam ao ano de 2019, o que exige o início imediato de mais uma revisão. Segundo Guerra, o trabalho deve começar já na sequência com previsão de atualização para breve.

Crédito da foto em destaque: Carolina Jardine

Municiar representantes da cadeia produtiva de lácteos de diversas partes do Brasil sobre o trabalho que vem sendo realizado pelos Conselhos Paritários Produtores/Indústrias de Leite dos Estados (Conseleites) e incentivar a formação de novos colegiados em outras regiões do país. Com essa proposta, acontece nesta quarta-feira (14/4), a partir das 8h30, em formato on-line, o 1° Seminário Conseleites, uma iniciativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), por meio da Secretaria de Política Agrícola (SPA), Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Leite e Derivados e Embrapa Gado de Leite. O encontro poderá ser acompanhado em tempo real pelo link https://www.youtube.com/watch?v=ixYkZXzARIg.

De acordo com o coordenador geral de Planos e Cenários da SPA/Mapa, Eduardo Mazzoleni, o encontro tem a pretensão de ampliar a harmonização entre produtores e indústrias, algo que tem avançado nos últimos anos com a instalação dos conselhos, especialmente nas regiões Sul e Sudeste do país. “Costumo dizer que a cadeia láctea é como um trem. Quando um vagão apresenta problemas compromete todos os demais’, sintetiza para mostrar a importância da interação e redução dos conflitos de interesses entre todos os elos da cadeia.

Segundo Mazzoleni, os conseleites em atuação hoje no Brasil têm desempenhado um papel importante na consolidação da cadeia láctea e, por isso, devem servir de exemplo positivo para outras representações estaduais para que também possam iniciar processo de implantação do colegiado. “Queremos fortalecer e ampliar a proposta do Conseleite, um fórum permanente de discussões sobre assuntos de interesse tanto do produtor como da indústria", afirmou.

Para o coordenador do Conseleite RS, Alexandre Guerra, o encontro vai oportunizar a cada um dos conselhos presentes relatar suas experiências, dificuldades e conquistas ao longo dos anos, espelhando a atuação para os demais representantes que pretendem implantar o mesmo fórum de entidades em seus estados. "O Conseleite fornece ferramentas para que se entenda melhor a questão do mercado atual e traçar cenários dentro das expectativas colocadas por todos os agentes da cadeia láctea", destacou, ao salientar que o colegiado está consolidado como uma referência estratégica nas discussões e ações do segmento nos estados onde já existe.

Programação

08h30 às 08h40 - Abertura

08h40 às 09h20 - Método dos Conseleites - Vania Di Addario Guimarães e José Roberto Canziani - Professores – Universidade Federal do Paraná (UFPr)

09h20 às 09h30 - Método dos Conseleites - Marco Antonio Montoya - Professor - Universidade de Passo Fundo (UPF)

09h30 às 10h00 - Método de formação dos indicadores Cepea - Natália Salaro Grigol - Pesquisadora - Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP)

10h00 às 10h15 - Perguntas

10h15 às 10h25- Experiências do Conseleite PR - Wilson Thiesen e Ronei Volpi - Presidente e Vice-Presidente - Conseleite Paraná

10h25 às 10h35 - Experiências do Conseleite MG - Yago Silveira Sartori, Eduardo Pena e Ronaldo Scucato - Presidente e Vice-Presidentes – Conseleite Minas Gerais

10h35 às 10h45 - Experiências do Conseleite RS - Alexandre Guerra e Rodrigo Rizzo - Presidente e Vice-Presidente – Conseleite Rio Grande do Sul

10h45 às 10h55 - Experiências do Conseleite MS - Eliamar Oliveira e Paulo Fernando Pereira Barbosa - Analista Técnica da Federação Agricultura Pecuária Mato Grosso do Sul (Famasul) e Vice-Presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado de Mato Grosso do Sul (Silems)

10h55 às 11h10 - Experiências da Câmara Técnica e de Conciliação da Cadeia Láctea de Goiás - Antônio Carlos de Souza Lima Neto, Edson Alves Novaes e Alcides Augusto de Fonseca - Secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Goiás, Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e Presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do Estado de Goiás (Sindileite-GO)

11h10 às 11h20 - Experiências do Conseleite SC - Valter Antonio Brandalise e José Carlos Araujo - Presidente e Vice-Presidente – Conseleite Santa Catarina

11h20 às 11h30 - Conseleite: coordenação e gestão de risco na cadeia do leite - Glauco Carvalho - Pesquisador – Embrapa Gado de Leite

11h30 às 12h05 – Encaminhamento

12h05 às 12h15 - Encerramento

O Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat) lamenta o falecimento de Juarez Teixeira, pai dos diretores fundadores da Italac Claudio, Marcio, Alexandre, Sergio e Jeronimo. A diretoria do sindicato e as empresas do setor lácteo gaúcho se solidarizam aos colegas, à família e aos amigos. Teixeira faleceu na madrugada desta quarta-feira (7/4) aos 87 anos.

O sepultamento será realizado no final da tarde de hoje, no Cemitério Municipal de Corumbaíba (GO). O momento de despedida será reservado somente aos familiares, em função da pandemia.

Foto em destaque: oatawa/Istock

Associados do Sindicato da Indústria de Laticínios Rio Grande do Sul (Sindilat) terão a oportunidade de participar de uma imersão sobre o tema mercado e rentabilidade do setor na visão de especialistas renomados da área. Como parceiro institucional do evento Mercado e Rentabilidade – Os Grandes Desafios do Leite, uma promoção do Fórum Milkpoint Mercado 2021, o Sindilat está oportunizando aos seus associados um desconto de 30% na inscrição para o evento, que acontece nos dias 27 e 28 de abril, no formato on-line.

Dezesseis painéis fazem parte da programação que contará com a participação de nomes como Roberto Victor Hegg, diretor de Operações na Tirolez, Andres Padilla, do Rabobank, Mikael Quialheiro, da Nielsen, e muitos outras referências que debaterão sobre os desafios de indústrias de laticínios e produtores de leite em 2021, diante de um cenário com margens pressionadas, alta dos custos de produção, arrefecimento do poder de compra da população e forte pressão também sobre os varejistas, que no ano passado perderam participação no preço final de venda da maioria dos lácteos.

O primeiro dia do evento será dedicado às principais variáveis que formam o mercado nacional, desde o cenário econômico e suas incertezas, passando pelo mercado internacional, pelo mercado dos grãos, mercado consumidor e os possíveis cenários, “amarrando” as pontes destes diferentes ingredientes. No segundo dia, dois painéis discutirão o futuro da cadeia láctea brasileira: No primeiro, sistemas de produção de leite, seus resultados econômicos, limitantes, vantagens e desvantagens, pela visão de quem os acompanha e que os vive no dia a dia. No segundo painel, estarão em foco as melhorias das margens da indústria de laticínios – exemplos de indústrias que vêm buscando alternativas, o que vem fazendo, dificuldades e resultados obtidos.

> Associados do Sindilat podem fazer sua inscrição pelo site do evento, clicando aqui

>> Mais informações acesse a página oficial do evento

Confira a programação:

Dia 27/04

13:50 - Abertura - Tema do Dia: O Mercado em 2021

14:00 - A perspectiva econômica para o Brasil em 2021 (pandemia, vacinas, recuperação econômica e consumo)

Roberto Padovani, Banco Votorantim

14:30 - Como terminou o consumo em 2020 e o que vem acontecendo em 2021?

Mikael Quialheiro – Nielsen

15:00 - Em Breve

15:10 - Milho e soja: há melhores perspectivas para os preços futuros no mercado brasileiro?

Luiz Fernando Gutierrez, Safras & Mercado

15:30 - Debate/Perguntas

Roberto Padovani, Banco Votorantim, Luiz Fernando Gutierrez, Safras & Mercado

15:50 - Break

16:00 - O que está acontecendo no mercado internacional de lácteos e como será o segundo semestre de 2021?

Andres Padilla, Rabobank

16:20 - A evolução da refrigeração

Luciano Iervolino Schiavetto, Mecalor

16:30 - Mercado brasileiro de leite e derivados – cenários para o segundo semestre de 2021

Valter Galan, MilkPoint Mercado

17:10 - Perguntas, conclusões do primeiro dia

Valter Galan, MilkPoint Mercado, Andres Padilla, Rabobank

Dia 28/04

13:50 - Abertura - Tema do Dia: O desafio da rentabilidade na cadeia láctea brasileira

14:00 - Resultados do projeto Campo futuro e o que eles dizem sobre a eficiência nas principais bacias leiteiras do país?

Thiago Francisco Rodrigues, CNA - Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil

14:30 - Em Breve

14:40 - O que produtores eficientes estão fazendo?

Matheus Balduino Moreira, Ideagri/Rehagro

15:10 - Mesa Redonda: limitantes e oportunidades nos sistemas de produção de leite no Brasil

Marcelo Branquinho, Fazenda Cobiça, Maurício Silveira Coelho, Grupo Cabo Verde, Roberto Jank, Agrindus, Rodger Douglas, Agropecuária Sete Copas

15:50 - Debate/Perguntas

Matheus Balduino Moreira, Ideagri/Rehagro, Thiago Francisco Rodrigues, CNA - Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, Marcelo Branquinho, Fazenda Cobiça, Maurício Silveira Coelho, Grupo Cabo Verde, Roberto Jank, Agrindus, Rodger Douglas, Agropecuária Sete Copas

16:20 - Break

16:30 - Melhoria de margens & redução de custos: oportunidades e desafios no uso de ingredientes (como WPC, MPC e Permeados)

Marcelo Leitão, Arla Foods Ingredients

16:50 - O boom do colágeno, como inovar com este ingrediente?

Andréa Moura, Rousselot

17:00 - Inovação e diferenciação de produto como ferramenta de melhoria de margens: desafios e limitações na Vigor Alimentos

Luis Gennari, Vigor

17:20 - Em Breve

17:30 - Inovação e diferenciação de produto como ferramenta de melhoria de margens: desafios e limitações na Tirolez

Roberto Victor Hegg, Tirolez

17:50 - Perguntas, conclusões do segundo dia

Valter Galan, MilkPoint Mercado, Marcelo Leitão, Arla Foods Ingredients, Luis Gennari, Vigor, Roberto Victor Hegg, Tirolez, Andréa Moura, Rousselot

18:10 - Conclusões e encerramento

Passou a valer, após publicação da Portaria Conjunta nº 28/2021 no Diário Oficial da União do dia 22 de março, a prorrogação do salário-maternidade em casos onde, em função de complicações médicas relacionadas ao parto, a mãe ou o recém-nascido precisarem de internação hospitalar. A Portaria do Ministério da Economia e do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) sinaliza o cumprimento da decisão do Supremo Tribunal Federal na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) nº 6.327, publicada em março de 2020.

Para o secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), Darlan Palharini, a decisão deve beneficiar mães que, por algum motivo, necessitarem ficar além do previsto no hospital após dar à luz. “Isso é essencial para garantir os direitos de mulheres que não têm condições de voltarem ao trabalho”, afirma. O Sindilat considera de extrema importância que as mães tenham os subsídios necessários para voltarem a atuar em suas funções na indústria gaúcha.

Segundo comunicado técnico do Conselho de Relações do Trabalho (CONTRAB), o parecer leva em consideração, como termo inicial da licença e do salário-maternidade, a alta hospitalar da mãe ou do recém-nascido, o que ocorrer por último, quando o período de internação passar de duas semanas. Isso se aplica em casos onde, por complicações, um dos dois precise ficar mais do que o período concedido pela Previdência Social no hospital. A medida tem como objetivo evitar a suspensão do benefício à mãe que não estiver apta a voltar ao trabalho.

>> Confira a Portaria Conjunta em https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-conjunta-n-28-de-19-de-marco-de-2021-309562565

Fonte: Fiergs e Ministério da Economia/ Instituto Nacional do Seguro Social/ Diretoria de Benefícios adaptado pelo Sindilat/RS
Foto em destaque: onlyyouqj/Freepik

O valor de referência do leite projetado para o mês de março no Rio Grande do Sul é de R$ 1,3786, 0,73% abaixo do consolidado de fevereiro (R$ 1,3887). Os dados compilados no período de 1º a 10 de março foram divulgados em reunião virtual do Conseleite nesta terça-feira (23/03), data em que Alexandre Guerra assumiu como coordenador do colegiado. Atual vice-presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), Guerra representa as indústrias e segue na gestão ao lado de Rodrigo Rizzo, assessor da Farsul, que agora é vice-coordenador. “Os números mostram estabilidade no mix comercializado. Estamos entrando em um período de entressafra e, nos próximos dias, teremos uma redução mais acentuada da coleta de leite no campo. Isso deve impactar nos preços ao consumidor”, previu Guerra.

Segundo o professor da Universidade de Passo Fundo (UPF) Eduardo Finamore, apesar da redução em março, o valor está 11,78% acima da média do mesmo período de 2020. “Aparentemente, arrefeceu-se a queda do valor de referência no Rio Grande do Sul”, constatou. A expectativa, explicou o economista, é que o avanço da vacinação contra a Covid-19 garanta a retomada do crescimento econômico. “Estávamos em ciclo de recuperação que foi congelado pela pandemia”, informou. Sobre o leite, ponderou que falta ao Brasil um plano claro de desenvolvimento lastreado na exportação. “A demanda neste ano deve se manter no patamar de 2020, talvez um pouco acima.”

No campo e na indústria, a pressão de custos preocupa. De acordo com Rodrigo Rizzo, a variação cambial traz impacto direto na rentabilidade das propriedades. As indústrias também informam estarem operando sem margem nos últimos meses. “A expectativa é que a retomada do auxílio emergencial pago a famílias de baixa renda ajude, apesar de o valor estar menor e mais restritivo em relação ao concedido em 2020”. Outro agravante na crise do setor lácteo nacional refere-se à importação. Apesar de os patamares ainda estarem elevados, dados indicam tendência de diminuição das aquisições em função do aumento dos preços internacionais e valorização do dólar, o que torna a produção interna mais competitiva.

Apil e Fetraf-Sul passam a integrar o Conseleite

Durante a reunião, o Conseleite também aprovou seu novo regulamento. Pelo regimento, também ganham cadeiras efetivas no Conseleite a Associação das Pequenas e Médias Indústrias de Laticínios do RS (Apil) e a Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul (Fetraf-Sul), passando de 16 para 18 entidades integrantes. Também foi definido que, a partir de agora, a gestão do Conseleite ficará a cargo de um coordenador, excluindo-se o título de presidente utilizado até então. Os diretores passarão a ser denominados conselheiros.

Foto em destaque: Carolina Jardine

A alta de custos de produção no campo e na indústria preocupa o setor lácteo gaúcho, que se reuniu na manhã desta terça-feira (23/02) em encontro mensal virtual do Conseleite. O colegiado informou que a projeção do valor de referência do litro para fevereiro é de R$ 1,3710, queda de 4,40% em relação ao consolidado de janeiro (R$ 1,4341). Apesar da redução, o indicador está 17% acima do patamar do mesmo mês de 2020. “A expectativa é que os preços fiquem estáveis ao longo do ano”, ponderou o professor da UPF Eduardo Finamore.

O vice-presidente do Conseleite, Alexandre Guerra, alertou que as indústrias estão trabalhando com margens negativas como resultado de um mix de fatores, como a retirada do auxílio emergencial, a suspensão da volta às aulas e uma elevação generalizada de custos, além da concorrência com os produtos importados. “Estamos vivendo um cenário incerto. Nossa única certeza é o custo elevado. Diferentemente de anos anteriores, não temos aquela expectativa de que, depois do Carnaval, o ano vai decolar”, lamentou. Com a recente alta dos combustíveis, o dirigente teme por um efeito em cascata e forte impacto na inflação. “O ano de 2021 será de margens ajustadas para todo mundo”, confirmou.

Presidindo a reunião, o secretário do Conseleite, Tarcísio Minetto, prevê um cenário delicado para o futuro. “Os desafios são grandes principalmente com a alta do dólar e dos insumos”. Ele confia na retomada do auxílio emergencial, valor que pode ajudar a reaquecer o consumo das famílias. Por outro lado, espera que as restrições da pandemia possam ser flexibilizadas em breve com o avanço da vacinação.

Para aliviar a pressão sobre a produção, o setor acredita que será preciso chamar o governo, o varejo e as redes de fornecedores para o debate. “A indústria está no meio do mercado. Precisamos chamar setores paralelos para conversar. Vai sair produtor do setor, mas, se continuarmos assim, vai sair indústria também”, alertou Guerra.

Presente ao encontro, o presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva, clamou por maior união do setor lácteo por pautas coletivas e informou que os produtores estão com muita dificuldade de se manter no mercado, o que deve resultar em uma nova debandada da atividade. “Não temos a receita pronta, mas esse colegiado tem que se preocupar com as pessoas, com as famílias que estão no meio rural”, pontuou. E pediu maior diálogo com o poder público. “Temos que fazer o governo entender que a importação nos mata”, disse.

Mudança na Coordenação

O Conseleite também aprovou, nesta terça-feira, a mudança em sua coordenação, conforme já definido em estatuto. A partir da próxima reunião prevista para o final de março, a presidência será assumida pelo Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat) e a vice-presidência, pela Federação da Agricultura do RS (Farsul), invertendo as posições mantidas até então.

Foto em destaque: Carolina Jardine

A academia e a iniciativa privada gaúcha uniram-se em busca de ferramentas para elevar a competitividade do setor lácteo gaúcho. Em parceria com a Laticínios Stefanello, de Rodeio Bonito (RS), a propriedade experimental do Centro de Extensão e Pesquisa Agropecuária (Cepagro) da Universidade de Passo Fundo (UPF) adquiriu uma ordenhadeira canalizada de três conjuntos da marca Ordemax, além de um sistema de placas solares, que representa economia no consumo de energia e a preocupação do setor lácteo com o meio ambiente. A ordenhadeira, instalada no início de fevereiro, servirá para mensurar os diferenciais da tecnologia tanto na produtividade quanto no dia a dia para a multiplicação dos resultados junto às famílias que trabalham na atividade leiteira e são fornecedoras da Laticínios Stefanello.

Para se ter uma ideia, com a ferramenta, os produtores reduzem o tempo de ordenha, garantem o bem-estar dos animais e conseguem armazenar diversas informações sobre a produção, além de outros aspectos gerenciais diretamente nos painéis eletrônicos instalados. Com um histórico geral e individual do desempenho de cada vaca, a propriedade tem ferramentas para gerenciar oferta nutricional, por exemplo, que é fundamental no resultado da propriedade rural.

Associada do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), a Stefanello assumiu a área da produção de lácteos da propriedade experimental da UPF no início de 2020 e pretende ter os primeiros dados para análise em 30 dias. Atualmente, a produção na unidade é de 30 litros/vaca/dia, o que representa uma produção por lactação próxima aos 9000 litros/ano/vaca. “O espaço de tempo ainda é muito curto para que possamos comparar a produção antes e depois dessa ordenhadeira”, ressaltou o gerente de Fomento da Stefanello, Adão Laércio Castro.
Com a chegada da pandemia, o trabalho acabou sendo dificultado e colocado realmente em prática em setembro. Alunos de Medicina Veterinária, Agronomia e Engenharia de Alimentos utilizam o espaço para seus estudos.

O equipamento foi produzido pela empresa Ordemax, de Lajeado (RS). Um dos responsáveis pela área comercial da empresa, Eder da Costa, explica que “há um sensor que quando não passa mais leite, a ordenhadeira entende que não tem mais leite no úbere e o próprio equipamento recolhe o conjunto”. Além disso, segundo Costa, ela reduz o tempo de ordenha, conforme o próprio relato do responsável pela atividade na propriedade da UPF.

Segundo Castro, o projeto da Stefanello é uma propriedade modelo, onde está prevista a chegada de mais animais, e com isso se tornar um centro de difusão e desenvolvimento de novas tecnologias. Para o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, as iniciativas da Laticínios Stefanello junto ao projeto de custos de produção da Emater e aos projetos de irrigação que a Secretaria da Agricultura tem realizado são o caminho viável para enfrentar a competitividade dos produtos lácteos do Mercosul e tornar as propriedades leiteiras do Rio Grande do Sul ainda mais lucrativas.

Foto em destaque: Gabriel Stefanello

O novo comando da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do RS (ALRS) começou nesta quarta-feira (03/02). O deputado estadual Gabriel Souza (MDB) assumiu a presidência da Casa com o compromisso de auxiliar no processo de vacinação da população gaúcha e de retomada da economia do Estado. A cerimônia de posse no Palácio Farroupilha contou com transmissão ao vivo e presença física de convidados no plenário. O 2º vice-presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), Jéferson Adonias Smaniotto, e o Diretor-Tesoureiro do Sindilat, Angelo Paulo Sartor, representaram a entidade na solenidade.

Aos 37 anos, Souza substituirá o deputado estadual Ernani Polo (PP), cumprindo o rodízio que garante um ano na presidência da ALRS às maiores bancadas eleitas. No seu segundo ano de mandato, o deputado já coleciona em sua trajetória legislativa a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e o cargo de líder do governo de 2016 a 2018, durante a gestão do ex-governador José Ivo Sartori (MDB). Em seu discurso de posse, o novo presidente da Mesa Diretora destacou que o parlamento pertence à sociedade gaúcha e deve manter esse título ativo. “O parlamento é chamado de Casa do Povo porque o povo está sentado no Plenário através dos seus representantes eleitos. Concretizar esse sentido é o principal desafio de uma casa parlamentar”, enfatizou Souza.

Além da renovação na presidência, a nova Mesa Diretora da ALRS também será composta pelos deputados Kelly Moraes (PTB) como 1ª vice-presidente, Luiz Marenco (PDT) como 2º vice-presidente, Valdeci Oliveira (PT) como 1º secretário, Ernani Polo (PP) como 2º secretário, Franciane Bayer (PSB) como 3ª secretária, e Zilá Breitenbach (PSDB) como 4ª secretária.

Com informações da ALRS
Foto em destaque: Joel Vargas/ ALRS

Operacionalizando um projeto que há anos vem sendo gestado, foi apresentado ao Conseleite o plano de criação de um indexador de custo de produção do leite no Rio Grande do Sul. Reunidos na manhã desta terça-feira (26/01), integrantes do colegiado validaram a sugestão de metodologia para o indexador desenvolvida pela Emater em parceria com o Departamento de Economia e Estatística (DEE) do governo do Estado, antiga FEE. O trabalho está sendo capitaneado pelo economista e pesquisador do DEE Rodrigo Feix e pelo gerente  técnico da Emater, Jaime Ries. A partir de agora, a proposição entra em fase de ajuste fino.

A ideia é ter um levantamento robusto com dados coletados em todo o Rio Grande do Sul. O indexador seguirá o sistema de outros indicadores de preço. A expectativa é que, em um primeiro momento, o levantamento seja avaliado internamente, e que a divulgação oficial ocorra ainda em 2021. “Esse é um projeto antigo dentro do Conseleite e será mais uma ferramenta, junto com o valor de referência, para que o setor possa avaliar e planejar as suas ações e auxiliar principalmente o produtor que tanto necessita de uma previsibilidade”, colocou o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini.

A notícia, informou o presidente do Conseleite, Rodrigo Rizzo, é um grande avanço na compreensão sobre a rentabilidade da atividade leiteira. “Tínhamos duas metas claras quando assumimos o Conseleite: abrir novos mercados no exterior e a revisão dos dados da Câmara Técnica. Acho que avançamos bastante”.

Valor de referência

Durante a reunião do Conseleite, também foi divulgado o valor de referência projetado para o leite no Rio Grande do Sul. De acordo com dados apurados pela UPF, o litro no mês de janeiro foi estimado em R$ 1,4391, 4,92% abaixo do consolidado em dezembro de 2020 (R$ 1,5135).  O professor da UPF Marco Antonio Montoya pontua que, apesar da redução, o indicador está acima dos patamares históricos para o mês de janeiro. “Nos últimos três meses, os valores estão praticamente estáveis”, constatou.

A tendência é que o mercado se mantenha com estabilidade. Com a manutenção da pandemia, o teletrabalho persiste com impacto direto no consumo. Outro fator que preocupa é o encerramento do auxílio emergencial às famílias em dificuldade em função da Covid-19. “O cenário está delicado. Estamos com valores mais elevados, mas, por outro lado, os custos também estão impactando o produtor e a indústria”, alertou o vice-presidente do Conseleite, Alexandre Guerra, confiante de que a volta às aulas virá com a retomada do consumo.

Foto: Reprodução