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Atravessando uma de suas maiores crises de rentabilidade, o setor lácteo brasileiro carece mais do que nunca de políticas de crédito específicas. Apesar de ser uma atividade pulverizada, lastreada na agricultura familiar e de lidar com um item básico para a alimentação da população, o leite ainda não dispõe de linhas próprias dentro do Plano Safra nem verbas de investimento que estimulem a modernização no campo e na indústria. A posição vem sendo trabalhada por lideranças no Rio Grande do Sul a fim de sensibilizar os poderes Executivos e Legislativos para que costurem uma solução para a falta de crédito oficial com juros subsidiados. Segundo o diretor tesoureiro do Sindilat, Angelo Sartor, é urgente uma política clara de estímulo ao leite, uma ação que simbolize o interesse do governo em fomentar a atividade e fazer frente às importações crescentes. “Estamos carentes de ações específicas que busquem a retenção do produtor no campo e a operação de tradicionais indústrias de lácteos. Já tivemos ações concretas como o Mais Leite Saudável, mas hoje não dispomos de nada focado nesse segmento”, pontuou.

O pedido ganha eco em outros setores da cadeia da proteína animal. Reunido com integrantes da Casa Civil e secretarias de Desenvolvimento Econômico, Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação e Desenvolvimento Rural, Sartor participou de audiência pública coordenada pela Frente Parlamentar da Agropecuária Gaúcha, com o diretor de operações financeiras do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Alexandre Abreu, no dia 5 de julho no Rio de Janeiro (RJ). O Sindilat e demais entidades presentes querem a liberação de R$ 2 bilhões em crédito específico ao segmento da proteína. Para isso, no entanto, é preciso a aprovação no Congresso Nacional de legislação que dê ao BNDES autonomia para alocar verbas para socorro aos produtores atingidos pelas estiagens consecutivas e perdas. Só com a aprovação da matéria, BRDE e Badesul poderiam operar como agentes de apoio local.

A principal preocupação, alerta Sartor, é que o aporte via BNDES demoraria um tempo que o setor lácteo não dispõe, uma vez que, além do êxodo de muitos produtores da atividade, algumas indústrias já vêm apresentando alto endividamento. “Algumas operações não estão rentáveis em função de um cenário difícil e do custo da matéria prima e dos insumos que subiram muito acima do viável”. O setor clama por linhas de crédito mais baratas e que o governo, através de instituições como Banrisul, Bandesul e BRDE, refinancie as dívidas dos produtores, das indústrias de laticínios pelo prazo de 13 anos como o Uruguai fez para amenizar a crise do setor. A consequência veio tornando os produtos lácteos daquele país mais competitivos do que os produzidos  no Rio Grande do Sul, principalmente itens como leite em pó, queijo parmesão e soro de leite.

O assunto está no radar da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, pasta comandada pelo titular Ernani Polo. “Nós vamos seguir o nosso trabalho, nesse caminho que fizemos junto ao BNDES, com o Congresso Nacional e com os Ministérios da Agricultura e da Fazenda, ficando à disposição para articular junto à bancada federal do Rio Grande do Sul e à Frente Parlamentar da Agropecuária Gaúcha para avançar no fortalecimento de uma via sustentável para esses setores”, salientou Polo.

Crédito da imagem: Tais Teixeira

 

Com o objetivo de fortalecer as iniciativas que buscam ampliar a presença da tecnologia no campo, o Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS) passará a integrar o grupo que está participando das discussões e cocriação do Centro de Inteligência do Agro. O projeto é liderado pela Secretaria Estadual de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict) em parceria com a Secretaria da Agricultura do Governo gaúcho e conta, ainda, com a colaboração da iniciativa privada, academia, atores ligados à cadeia do agro e sociedade civil.

A intenção é que o centro seja sediado no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, e lançado oficialmente durante a Expointer, no RS Innovation Agro, espaço da Febrac com apoio estratégico da Sict. “É muito importante que o sindicato que representa as indústrias de lácteos no Rio Grande do Sul esteja conosco nestas iniciativas, inclusive como painelista tratando as inovações no setor”, destacou a titular da pasta de Inovação, Ciência e Tecnologia, Simone Stülp

A articulação aconteceu nesta segunda-feira (24/07), durante encontro no Centro Administrativo do Estado em Porto Alegre (RS). Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindilat/RS, lembra que a assimilação de tecnologias nos tambos é fundamental para o desenvolvimento do setor, principalmente quanto à garantia de produtividade e competitividade do leite gaúcho. “Para o Sindilat, a tecnologia é essencial no impulsionamento de toda a cadeia leiteira. Isso passa pela facilitação para aquisição de robôs de ordenha, de sistemas de monitoramento e automação nas propriedades rurais, de seleção de genética A2A2 e até pela produção de baixo carbono. Com o suporte da tecnologia, os produtores podem otimizar os processos, identificar desafios, tomar decisões embasadas e elevar a competitividade”, assinala.

No encontro, que contou com a participação de Everaldo Daronco, diretor de Ambientes de Inovação da Sict, Palharini reforçou que as pautas já estão inseridas no cotidiano do Sindilat/RS que irá premiar, também durante a Expointer, as iniciativas que se destacam durante a segunda edição do Prêmio Referência Leiteira. A premiação irá reconhecer os melhores cases nas categorias de Protagonismo Feminino, Inovação, Gestão da Atividade Leiteira, Sucessão Familiar, Sustentabilidade Ambiental e Bem-estar Animal, além da Propriedade Referência em Produção de Leite.

Foto: Gisele Ortolan

 

Para auxiliar as empresas do setor lácteo gaúcho na correta adequação às novas exigências das regras para a rotulagem de alimentos, o Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS) iniciou uma série de três encontros voltados a sanar dúvidas com relação às exigências contidas na Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) número 429/2020 e na Instrução Normativa número 75/2020, da Anvisa.

Realizado em formato híbrido, o primeiro encontro aconteceu nesta segunda-feira, dia 24/07, e contou com a palestra de Giuliana de Moura Pereira, Engenheira de Alimentos, Engenheira de Segurança do Trabalho e Mestre em Engenharia de Produção. “As medidas implicam na padronização da tabela de informações nutricionais e na inclusão da rotulagem frontal de alto teor, apresentada em forma de lupa”, explica.

Na prática, as embalagens precisarão trazer o indicativo de altas concentrações em relação ao açúcar adicionado, a gordura saturada e ao sódio. Na tabela de informação nutricional, além da inclusão de novos elementos, agora é necessário informar os valores para a porção de 100 gramas. “A intenção dessas atualizações é auxiliar o consumidor a comparar e escolher os alimentos de acordo com as suas necessidades", destaca Giuliana. Ela salienta ainda que, para a tabela nutricional, serão permitidas apenas letras na cor preta e fundo branco, de forma a evitar contrastes que possam atrapalhar a legibilidade das informações, garantindo assim a padronização das informações.

As próximas etapas do seminário acontecem nas cidades de Frederico Westphalen e Passo Fundo. Nestes encontros as inscrições estarão abertas para todos os interessados e o formato será apenas presencial. “A intenção do Sindilat é promover a disseminação de informações sobre as regulamentações a fim de garantir que as empresas estejam adequadamente preparadas para atender às exigências legais, oferecendo aos consumidores as informações precisas sobre os alimentos comercializados”, explica Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindilat/RS.

(Assessoria de Imprensa Sindilat)

 

O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Paulo Teixeira, confirmou que o governo federal irá propor medidas de apoio à cadeia leiteira a fim de fazer frente à elevação da entrada de derivados lácteos no Brasil através da importação do alimento, ameaçando a produção nacional. Segundo ele, a iniciativa, que inclui ações de curto, médio e longo prazo, já foi apresentada em carta enviada à Câmara de Comércio Exterior (Camex) e será debatida em encontro do órgão na terça-feira (18/07).

“O MDA está muito preocupado com o aumento elevado da importação de leite no Brasil, porque com essa importação exagerada, o preço do leite está alto, mas comprime o preço do leite do nosso produtor. Uma parte desse leite vem do Mercosul, por isso nós achamos que tem que fazer um processo de diminuição da importação para não prejudicar o produtor de lácteo nacional”, disse Teixeira em entrevista veiculada no programa Agro Manhã do Canal Terraviva desta sexta-feira (14/07).

Segundo o ministro, outra ação é a instauração pela União de um processo antidumping, a fim de averiguar a possibilidade de concorrência desleal ou triangulação no comércio de leite. Outra medida do MDA é fomentar o processo de contratação de compras públicas de lácteos e derivados, o que se complementaria com uma quarta providência, com resultado a longo prazo, que é o estabelecimento de um programa federal, em convênio com instituições como a Embrapa, para o aumento da produtividade no setor lácteo brasileiro. “Já determinei, dentro do Ministério, a criação de um grupo de trabalho para atuar na melhoria da produtividade da cadeia do leite, trazendo a Embrapa, trazendo as universidades, as associações, sindicatos e especialistas nessa área para adotarmos as políticas para aumentar a produção de leite no Brasil”, afirmou Teixeira na entrevista.

Desde o início deste ano, o Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat) tem defendido a necessidade de implementação de políticas públicas que protejam a indústria leiteira frente aos incentivos que vêm sendo concedidos ao setor, principalmente no Mercosul por países como Uruguai e Argentina. “Esta sinalização do ministro Teixeira vem num momento importante para frear a escalada da entrada estrangeira e para promover a preservação da produção interna da cadeia produtiva do leite”, destaca Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindicato.

Confira a entrevista completa do ministro no link

Por conta do papel fundamental dos produtores de leite, a 5ª Jornada Técnica do Setor Alimentício abrigará o Seminário de Lácteos, que acontecerá no dia 19 de outubro e irá oferecer oportunidades de qualificação e capacitação para quem atua na cadeia láctea. “A programação engloba oportunidades para a inovação na indústria, desenvolvimento de novos produtos, práticas de manejo sustentáveis e a implementação de tecnologias mais eficientes”, detalha Adriana Nunes Machado, diretora de eventos da Associação Comercial e Industrial de Lajeado (ACIL), responsável pela organização do evento.

"O Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat) acredita que estas parcerias beneficiam todos os elos da cadeia, por isso é uma apoiadora do evento e está imbuída em incentivar a participação de seus associados", afirma o secretário-executivo da do sindicato, Darlan Palharini.

Prevista para acontecer de 16 a 19 de outubro, no Clube Tiro e Caça, em Lajeado (RS), a Jornada Técnica do Setor Alimentício tem como objetivo qualificar a troca de informações e promover o networking entre técnicos, compradores, gestores e acadêmicos da indústria alimentícia. Na edição deste ano, palestras, exposições, workshops, seminários e meetings empresariais vão abordar inovações em pesquisas, qualidade, desenvolvimento e legislação. “Teremos uma ampliação das atividades ofertadas e o aumento da abrangência dos temas que serão discutidos. A Jornada deve atrair profissionais de indústrias de pequeno, médio e grande porte de todas as regiões do Brasil. Já a exposição terá fornecedores de todos os setores que envolvem a alimentação”, aponta.

A expectativa é de que o evento repita o sucesso atingido nas edições anteriores. No ano passado, foram mais de 900 participantes. As inscrições devem ser abertas nas próximas semanas por meio do site www.jornadaalimentaacao.com.br/. O Salão do Expositor ainda tem espaços disponíveis. Os interessados podem entrar em contato através do telefone (51) 3011-6900 ou pelo e-mail: eventos@acilajeado.org.br.

Foto: Frederico Sehn

A importância de políticas públicas do setor leiteiro voltadas para o desenvolvimento da atividade nos municípios do interior gaúcho e para assegurar a sucessão nas propriedades rurais estiveram no centro da agenda realizada entre o secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), Darlan Palharini, e o prefeito de Quinze de Novembro (RS), Gustavo Peukert Stolte.

O município, localizado na região do Noroeste gaúcho, tem na atividade leiteira uma das suas principais fontes de renda, registrando uma média de 39,7 milhões de litros por ano, de acordo com dados do IBGE de 2019. "A bacia leiteira é uma locomotiva importante no desenvolvimento do nosso interior e, por isso, o apoio do Sindilat é fundamental a fim de alcançarmos projetos que incentivem as boas práticas de gestão e sanitárias, visando melhorar cada vez mais a qualidade da produção", afirmou Stolte.

Durante a reunião, ainda foi ressaltada a necessidade de os municípios estarem próximos dos produtores, desenvolvendo estratégias para assegurar a competitividade dos tambos e, com isso, possibilitar que as famílias se sucedam na produção, permanecendo no campo e produzindo na região. “Quando o trabalho está articulado neste sentido, vemos os municípios crescendo economicamente, mantendo as propriedades produzindo com qualidade e com as tecnologias necessárias para se manterem ativas", ressalta Palharini.

Também participaram da reunião o vice-prefeito, Marcos Petri, o vereador Tiago Spielmann e o coordenador de Agricultura da prefeitura, Laudeno Eickstaedt.

Foto: Lucas Lorenzoni

Já está disponível no mercado brasileiro um teste rápido para a identificação da proteína do leite A2. Entre as vantagens, o mecanismo consegue fazer a distinção de animais com o fenótipo através de um kit simples e fácil de ser aplicado, exigindo apenas uma pequena amostra de leite. “Em apenas 20 minutos é possível determinar se o alimento é livre de beta caseína A1, facilitando a triagem dos rebanhos”, explica Maria de Lourdes Borba Magalhães, professora da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc).

O kit foi desenvolvido a partir de estudos elaborados pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc). Além de revolucionar o processo de classificação, dispensando a coleta de amostras de sangue ou de pelos para exames de DNA, também tem se mostrado eficaz no controle de qualidade dos derivados. “É capaz de detectar nos produtos derivados de leite A2 qualquer contaminação com leite beta caseína A1. Este processo é fundamental, uma vez que o leite A2 é conhecido por sua melhor digestibilidade", assinala Maria de Lourdes.

O sistema é comercializado pela empresa Scienco Biotech desde fevereiro deste ano e vem sendo utilizado na seleção dos úberes A2 em fazendas nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Tocantins, Espírito Santo e Rio Grande do Sul. “Em solo gaúcho, são cerca de dez propriedades fazendo a utilização deste mecanismo e, de acordo com o que se tem observado acerca dos resultados, em torno de 40% dos animais destas fazendas já puderam ser selecionados para produzir exclusivamente o leite A2A2”, diz Maria Magalhães.  

Recentemente a tecnologia foi aprovada para participar do programa Sistema InovaLácteos (SIL) formado por quatro Núcleos de Inovação de Minas Gerais. “Nosso objetivo é produzir testes rápidos, com custos reduzidos e facilidade de operação para identificar genótipos de interesse da produção leiteira, para que todo produtor tenha acesso a este tipo de ferramenta para o melhoramento genético de seu rebanho em características específicas, aumentando assim a sua produtividade e contribuindo para o desenvolvimento de toda a cadeia láctea”, destaca Maria Magalhães. 

Segundo o secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS, Darlan Palharini, o teste é um avanço muito importante para o setor lácteo, sendo uma tecnologia avançada e de manuseio direto pelo produtor rural e que agrega valor ao leite. “Com a capacidade de identificar a presença da proteína A2, os produtores podem selecionar animais que produzem exclusivamente o leite A2A2, atendendo a demanda de consumidores que buscam produtos livres da proteína A1 por questões de saúde. O kit está entre os produtos e equipamentos que estarão em demonstração no seminário sobre inovações tecnológicas promovido no espaço do Sindilat na Expointer”, assinala. 

Foto: Jheniffer Bianchini

 

Com o total de 32 projetos protocolados, encerrou-se, na sexta-feira (30/06), a fase de inscrições para as categorias de cases no 2º Prêmio Referência Leiteira. Dentre as iniciativas, destacam-se os registros de sete projetos no grupo Protagonismo Feminino e outros sete para Inovação. Seis iniciativas foram inscritas para Gestão da Atividade Leiteira, mesmo número apurado na categoria de Sucessão Familiar. Sustentabilidade Ambiental teve cinco inscritos e a de Bem-estar Animal conta com um projeto formalizado.

“Essas categorias são pilares importantes para o desenvolvimento e aprimoramento do setor lácteo, abrangendo aspectos desde a produção, passando pela gestão e chegando ao impacto social e ambiental”, aponta Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS), entidade promotora da iniciativa que é realizada em conjunto com a Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS) e a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).

Neste ano, as inscrições foram divididas em dois ciclos, com 116 produtores inscritos na primeira fase e que competem pela distinção de Propriedade Referência em Produção de Leite. Somadas as duas etapas, o 2º Prêmio Referência Leiteira congrega o total de 148 produtores.

Os vencedores serão conhecidos durante a Expointer, que ocorrerá de 26 de agosto a 3 de setembro no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS). Eles receberão um troféu, certificado de reconhecimento e um notebook.

Foto: Carolina Jardine

(Assessoria de imprensa SINDILAT/RS)

O Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS), promoveu, nesta quarta-feira (28/6), a doação de produtos lácteos para duas instituições de Porto Alegre (RS). A ação, realizada em parceria com o produtor Marcos Kroeff, visa auxiliar no estoque de leite e alimentos para crianças em situações de vulnerabilidade. Foram doados, também, cobertores e alimentos para famílias afetadas pelo ciclone que recentemente atingiu o Estado.

As duas instituições beneficiadas ficam localizadas nos bairros Chapéu do Sol e Lomba do Pinheiro, na zona leste da capital. A primeira, que reúne cerca de 150 crianças participantes do projeto Valentes de Davi, recebeu cerca de 225 litros de leite, providos pelo Sindilat/RS. O Centro de Promoção da Criança e do Adolescente (CPCA) da Lomba do Pinheiro, que atende 750 crianças e adolescentes diariamente, também recebeu doações provenientes da parceria.

Kroeff ressalta a importância da participação do Sindilat/RS na realização de iniciativas que beneficiem a comunidade. "Já fizemos várias ações e o Sindilat sempre esteve junto conosco para ajudar quem precisa", complementa o produtor. Secretário-executivo da entidade, Darlan Palharini, afirma que a entidade está sempre comprometida em proporcionar para aqueles que necessitam um produto tão essencial quanto o leite.

Foto: Marcos Kroeff

 O governo do Estado sinalizou a liberação de recursos do Fundoleite para oito projetos no valor total de R$ 10,8 milhões. O anúncio foi formalizado pelo secretário adjunto da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, Márcio Madalena, durante reunião da Comissão de Agricultura, Pecuária, Pesca e Cooperativismo da Assembleia Legislativa na manhã desta quinta-feira (29/06). Madalena garantiu que, no início da semana que vem, deve ser publicada resolução da Secretaria da Agricultura com ajustes pontuais no regramento no Fundoleite solicitados pela Cage, entre eles uma revisão no tempo de utilização das contribuições. Na sequência, um checklist de documentação será solicitado as sete empresas beneficiadas nesta primeira leva de aprovações: Lactalis (1 projeto), Friolack (1 projeto), CCGL (1 projeto), Santa Clara (1 projeto), Stefanello (1 projeto), Piá (2 projetos) e Italac (1 projeto). Em seguida, pontuou Madalena, os valores serão incluídos na previsão orçamentária do governo, o que, estima ele, resulte em liberação dos recursos ainda em 2023.

O anúncio marca o destravamento de verbas do fundo represadas há quase uma década e que acumula atualmente mais de R$ 30 milhões. A expectativa é que a liberação de novos projetos, entre eles o aporte para custeio dos levantamentos realizados pelo Conseleite, venha após a efetivação destes primeiros oito.

O tema foi levado à pauta pelo deputado Elton Weber e recebeu atenção dos demais parlamentares da Comissão de Agricultura. Presente ao encontro, o secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS), Darlan Palharini, comemorou o anúncio parcial. “O Fundoleite será o grande diferencial dos lácteos do RS e trará um ganho consistente à divulgação da produção gaúcha, beneficiando a todos os agentes do setor. Acredito que as empresas conseguirão avançar em seus projetos, que devem seguir a lógica do que vimos com o Mais Leite Saudável. Mas esta é uma política que precisa ter continuidade”, alertou, lembrando que há mais de dez outros projetos esperando na fila do Fundoleite.

Weber ponderou que a sinalização do governo é um avanço consistente para que o setor enfrente o momento difícil de alta competitividade e baixa rentabilidade. Ele garantiu que a Comissão de Agricultura seguirá acompanhando o assunto para garantir a efetiva liberação dos recursos. Manifestação que ganhou eco na fala do deputado Zé Nunes, ao lembrar que o Fundoleite, assim como outros fundos setoriais, é composto por verbas privadas. “São recursos que estão no caixa único, mas são privados”.

Entre as demandas do setor ainda pendentes em negociação com o governo estão a suspensão do Fator de Ajuste de Fruição (FAF) e um limite claro para as importações de lácteos pelo Brasil. “A Frente Parlamentar e as entidades já remeteram ao governo documentação pedindo ações para inibir a entrada de leite no país. Não toda, mas o exagero. Esse descompasso tem prejudicado demais”, acrescentou Weber.

Apesar da lei estadual em vigor (lei 14689/18 fevereiro 2015) de autoria do deputado Lucas Redecker, as importações de lácteos não estão pagando a contribuição prevista ao Fundesa, o que aumenta ainda mais a disparidade entre o produto nacional e o importado. A sugestão foi incluída na pauta da Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa.

Foto: Carolina Jardine