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Estar pronto para exportar aproveitando, assim, as oportunidades do mercado externo é mais uma estratégia que as indústrias de laticínios podem lançar mão para diversificar suas fontes de receita e impulsionar o crescimento no setor. Quem alerta é Michele Muccillo Selbach, da MM Intertrade, especializada em auxiliar as empresas a se organizarem para estes mercados, desde a fase documental até a análise de viabilidade, ajudando-as a atuar com sucesso no mercado internacional em qualquer estágio da trajetória.

Com mais de 20 anos de experiência no setor de laticínios, Michele lembra que, diante da volatilidade do mercado de lácteos, é essencial que as empresas estejam preparadas para atender às exigências do mercado internacional em questões como embalagens adequadas, especificações para o mercado externo e homologações em países estratégicos. “O Brasil possui um grande potencial de fornecimento de lácteos para o mercado internacional. Por questões de competitividade, as exportações acabam por não ser alvo das estratégias das empresas. Entretanto, o mercado é muito dinâmico e existem momentos em que as condições internacionais são muito favoráveis e as indústrias precisam estar aptas a participar deste mercado”, alerta. Além da consultoria, a MM Intertrade Ltda atua na intermediação de negócios internacionais, buscando colocar produtos gaúchos em mercados estrangeiros e identificando demandas em outros países que possam ser atendidas pelas empresas locais. 

O secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS), Darlan Palharini, aponta que, conforme dados da Secretaria Estadual da Fazenda, nos últimos 36 meses, apenas 1,5% do produzido no Rio Grande do Sul foi exportado. “O dado que está na edição nove da Revista RS360, confirma de um lado o grande potencial para as vendas e, por outro, a oportunidade de as empresas estarem prontas como estratégia para explorar o mercado internacional ampliando a presença dos produtos gaúchos”, destaca. 

(Assessoria de Imprensa Sindilat)

Foto: Carolina Jardine

Terão início no dia 27 de setembro, as aulas do Programa de Formação em Qualidade do Leite: Formação de Laboratoristas. O curso está sendo oferecido através de parceria entre o Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS) e a Univates. Voltado para profissionais das indústrias e agroindústrias, contará com 12 horas/aula, presenciais e on-line, nos turnos das manhãs e tardes, encerrando no dia 29 de setembro. “Esta é mais uma das ações voltadas para o crescimento do setor lácteo do RS. O projeto oferecerá capacitação para as etapas de análise do leite a partir da recepção na plataforma até os laboratórios”, explica Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindilat/RS, ao acrescentar que os profissionais das empresas associadas ao sindicato têm desconto na inscrição.

O conteúdo do curso está dividido entre Introdução ao setor leiteiro; Definições e legislações básicas para o beneficiamento de leite; Legislações vigentes e sua aplicação da propriedade à indústria e RBQL; Legislações vigentes e suas aplicações da propriedade à indústria-complementos; e Metodologias aplicadas nas análises de plataforma (oficiais e rápidas).

As aulas serão ministradas por Anderson Stieven, químico industrial, especialista em Engenharia da Produção, Gestão da Qualidade e Gestão Empresarial e responsável técnico do Laboratório do Leite do Unianálises; Daniel Neutzling Lehn, doutor em Engenharia e Ciência de Alimentos, professor e pesquisador na Univates/Parque Científico e Tecnológico do Vale do Taquari (Tecnovates); Júlia Grasiela Spellmeier, química industrial, mestre em Química Analítica e responsável técnica do Laboratório de Físico-Química do Unianálises; e Letícia Albuquerque Vieira, médica veterinária, especialista em Tecnologia de Alimentos, mestre em Produtos de Origem Animal e consultora do Sindilat/RS.

Será fornecido certificado digital a todos que tiverem, no mínimo, 75% de frequência. Para inscrições, clique aqui. A segunda turma está agendada para os dias 14, 16, 17 e 18 de novembro.

Assessoria de Imprensa do SINDILAT/RS

Foto: Carolina Jardine

O Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS) está garantindo 10% de desconto no valor das inscrições para o Dairy Vision 2023. O evento, que busca abordar as transformações estruturais que estão ocorrendo no setor lácteo, ocorrerá nos dias 7 e 8 de novembro em Campinas (SP). Para ter aderir ao benefício é preciso acessar a página do evento e realizar a inscrição, clique aqui. O primeiro lote, com valores mais acessíveis, estará aberto até o dia 28 de setembro. 

O Dairy Vision 2023 se divide entre seis sessões de temas: Oferta e Demanda, Estratégia de Negócios, Consumo e Novas Fronteiras, Oportunidades e Tendências para o Varejo de Lácteos, Oportunidades a partir da Agenda Ambiental e Novas Ideias para o Futuro. No primeiro dia do evento realizado pela MilkPoint Ventures, as atividades se desenvolverão de maneira a produzir uma análise do panorama nacional e internacional, contando com a presença de especialistas da Austrália, Argentina e do Uruguai. O segundo dia abordará estratégias de negócios aplicadas à indústria láctea, associados à tecnologia e a agenda verde. 

 

Dairy Vision 2023

Dia 7/11:

8h às 9h45min: Credenciamento, Welcome Coffee, Expo e Networking

9h45min às 10h: Abertura por Marcelo Pereira de Carvalho, Fundador e CEO da MilkPoint Ventures

Sessão 1: Oferta e Demanda

10h às 10h20min: O novo paradigma para a oferta de leite: como a demanda será suprida? (Scott Briggs, National Milk, Austrália)

10h20min às 10h40min: Onde e como o leite vai crescer no Brasil? (Valter Galan, MilkPoint Ventures, Brasil)

11h às 11h20min: Argentina: é possível voltar a crescer como antes? (Jorge Giraudo, OCLA, Argentina)

11h20min às 11h40min: Mudanças e perspectivas para o setor lácteo no Uruguai (Mercedes Baraibar, Inale, Uruguai)

11h40min às 12h15min: Perguntas e Discussões

12h15min às 14h: Almoço, Expo e Networking

Sessão 2: Estratégia de Negócios

14h às 14h20min: Quais as prioridades dos executivos do setor lácteo hoje? (Rami Goldfajn, McKinsey & Co, Brasil)

14h20min às 14h40min: Mercados de ingredientes lácteos e compostos lácteos: como tem desempenhado e qual o futuro destas categorias? (Luiz Gonzatti, CEO da Alibra Ingredientes Ltda, Brasil)

15h às 15h20min: Inovando de forma sustentável (Andréa Moura, AMConsulting, Brasil)

15h20min às 15h50min: Perguntas e Discussões

15h50min às 16h30min: Milk Break, Expo e Networking

Sessão 3: Consumo e Novas Fronteiras

16h30min às 16h50min: O nicho de queijos autorais pode fazer sentido para laticínios tradicionais? (Antônio Fernandes, Inovaleite-UFV, Brasil)

17h10min às 17h30min: Estratégias de mercado da indústria frente a retomada econômica (Priscila Ariani, Scanntech, Brasil)

17h30min às 18h: Perguntas e Discussões

18h às 21h: Coquetel e Networking

Dia 8/11:

Sessão 4: Oportunidades e Tendências para o Varejo de Lácteos

8h30min às 8h50min: Oportunidades para a gestão de dados: aproximando laticínios e varejistas através da informação (Áureo Villagra, Goldratt Consulting Global Partner, Brasil)

8h50min às 9h10min: Como o e-commerce pode fazer sentido para o mercado lácteo (Bruna Vaz, Shopper, Brasil)

9h30min às 9h50min: Futuro do Varejo: macrotendências e 6 possíveis modelos pela frente (Arnaud Dusaintpère, Oliver Wyman, Brasil)

9h50min às 10h10min: Novas tendências para o varejo de alimentos (Ricardo Pastore, ESPM, Brasil)

10h10min às 10h40min: Perguntas e Discussões

10h40min às 11h10min: Milk Break, Expo e Networking

Sessão 5: Oportunidades a partir da Agenda Ambiental

11h10min às 11h30min: Pegada de carbono na pecuária de leite: estágio do conhecimento e oportunidades (Alexandre Berndt, Pesquisador da Embrapa, Brasil)

11h30min às 11h50min: Sustentabilidade e as oportunidades para a indústria láctea (Luis Fernando Laranja da Fonseca, CEO NoCarbon Milk, Brasil)

12h10min às 12h30min: Créditos de carbono podem ser um negócio relevante para o setor? (Paul Myer, Athian, EUA)

12h30min às 13h: Perguntas e Discussões

13h às 14h30min: Almoço, Expo e Networking

Sessão 6: Novas Ideias para o Futuro

14h30min às 14h50min: Inteligência artificial: uma jornada para um resultado real (Fábio Fachini, PUC/Campinas, Brasil)

14h50min às 15h10min: Metabolômica: o que isso tem a ver com leite? (Anna Flávia Silva, Van Hall Larenstein University of Applied Sciences, Holanda)

15h30min às 15h50min: Como os EUA estão trabalhando coletivamente para ser parte do mercado lácteo do futuro? (Nicholas Gardner, U.S. Dairy Export Council, EUA)

15h50min às 16h10min: A definir (Monica S. Pucci Simao, Mintel, Brasil)

16h10min às 16h40min: Perguntas e Discussões

16h40min às 16h50min: Encerramento

Consagrada entre as principais premiações de comunicação no setor leiteiro, foi confirmada, na tarde de terça-feira (29/08), durante a Expointer, a 9ª edição do Prêmio Sindilat de Jornalismo. Realizada anualmente pelo o Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS), a distinção chegará ao total de 140 profissionais premiados pelos seus trabalhos voltados para a produção leiteira.  “O Sindilat/RS se orgulha da parceria construída com a imprensa ao longo desta jornada, na qual seguimos com o objetivo comum que é o da construção de um setor leiteiro forte e desenvolvido”, destaca Darlan Palharini, secretário-executivo da entidade.

As inscrições estão abertas até 01/11/23 para publicações que tenham sido realizadas entre 02/11/22 e 01/11/23. Não há limite de número de trabalhos a serem inscritos pelos candidatos. As publicações devem abordar os aspectos relacionados ao setor lácteo do Rio Grande do Sul, seu desenvolvimento tecnológico, avanços produtivos e desafios, e podem ser inscritas em três categorias: impresso, eletrônico e online. A divulgação dos finalistas acontecerá até 25/11/2023 e os primeiros lugares receberão como prêmio um troféu e um celular Iphone. Os segundos e terceiros classificados receberão um troféu de colocação. O regulamento e a ficha de inscrição estão disponíveis nos links abaixo.

Regulamento aqui

Ficha de inscrição aqui

Restabelecido na tarde desta sexta-feira (1/9), o Grupo de Trabalho (GT) do Leite da Assembleia Legislativa focará sua atividade na elaboração de propostas e iniciativas que ajudem o setor a enfrentar o momento de crise decorrente da importação desenfreada de leite do Prata. Uma primeira reunião de trabalho deve ser realizada na primeira quinzena de setembro e será coordenada pelos deputados Zé Nunes e Elton Weber. O ato de reinstalação do GT foi realizado na Casa Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS) no Parque de Exposições Assis Brasil, durante a Expointer, em Esteio (RS). 

O GT foi criado em 2017 e estava com as atividades interrompidas desde o início desta Legislatura.  Segundo Zé Nunes, o momento é ideal para a retomada dos trabalhos tendo em vista a crise que reduziu em 60,78% o número de produtores na atividade, em 34,47% o número de vacas e em 8,91% a produção no Rio Grande do Sul. “A tarefa não é pequena. É preciso definir o que o Estado quer desta atividade”, disse Nunes. Elton Weber reforçou a urgência de buscar soluções efetivas. “O parlamento gaúcho tem obrigação de fazer este trabalho andar e, junto com a indústria e os produtores, pautar o setor público. Temos obrigação de fazer isso nesse momento crítico para o mercado de leite. Precisamos de uma política de apoio ao produtor”, acrescentou Weber. 

Representando a indústria, o secretário-executivo do Sindilat/RS, Darlan Palharini, indicou que o setor tem problemas estruturais e que, em momento de crise como agora, ficam maximizados. O pior cenário vivem aquelas famílias que investiram em tecnificação e agora têm contas a pagar. “Toda crise sempre nos motiva a pensar diferente. O GT debate o hoje, mas também vai nos ajudar a pensar o amanhã. O grupo é bem-vindo e certamente trabalhará com pautas pertinentes ao setor lácteo”, indicou Palharini.

Foto: Carolina Jardine

A Granja Ritter, de São Martinho (RS), e a Estância das Pedras, de Água Santa (RS), venceram a 2ª edição do Prêmio Referência Leiteira. O anúncio foi realizado nesta quinta-feira (31/8) em evento na Casa do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS) no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS). O mérito consagrou a Granja Ritter, de Leo Arnoldo Ritter, como “Propriedade Referência em Produção de Leite" no sistema de produção em semiconfinamento e confinamento. No sistema a pasto, o primeiro lugar foi conquistado pela Estância das Pedras, de Gabriel Lorenzon.

Durante a cerimônia também foram conhecidos os vencedores das categorias de cases. Na categoria “Protagonismo Feminino”, a propriedade vencedora foi a Baldo Pereira; em “Inovação”, a Granja Grespan; em “Gestão da Atividade Leiteira”, o Tambo S. Martins;  em “Sucessão Familiar”, a Agropecuária Muraro; em “Sustentabilidade Ambiental”, a Fazenda São João; e em Bem-estar Animal, a Família Miorando.

“A busca pela excelência, a perspectiva de sucessão familiar e a dedicação constante são características comuns a estas propriedades vencedoras, que compartilham resultados notáveis na atividade leiteira. E, sem dúvida, o elemento comum entre elas é o amor pela atividade, pois a produção de leite requer dedicação contínua e a superação de muitos desafios, enfrentados através da capacidade de organização e de gestão do negócio”, destaca Jaime Eduardo Ries, assistente técnico estadual da Emater-RS e coordenador do Prêmio Referência Leiteira.

Os 12 destaques receberam troféus e certificados, kit de produtos lácteos, além de notebook como premiação. Os detalhes dos vencedores podem ser conferidos abaixo. “A premiação é um reconhecimento aos produtores e propriedades que têm se destacado no setor lácteo do Rio Grande do Sul, evidenciando aqueles que têm desenvolvido um excelente trabalho e incentivado a implementação de avanços e inovações para impulsionar o setor rumo a uma produção cada vez mais sustentável, competitivo e eficiente”, afirma Darlan Palharini, vice-coordenador da premiação e secretário-executivo do Sindilat/RS.  

Ao todo, a premiação contou com a participação de 150 iniciativas. O Prêmio, que teve a sua 3º edição confirmada para 2024, é promovido pelo Sindilat/RS com o apoio da Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS), Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) e Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR).

O evento contou ainda com a apresentação de iniciativas e tecnologias inovadoras para a cadeia leiteira, como a Plataforma Embrapa de Leite Baixo Carbono; a ferramenta PSP Leite para a gestão da produção de leite; e os testes rápidos para seleção de úberes leite A2.  Em dois painéis, foram abordadas questões importantes sobre a sanidade dos rebanhos com os temas: “carrapato bovino na propriedade leiteira” e “mastite x tratamento SuporTest Antibiograma”. No espaço voltado à qualificação foi apresentada a 1ª Escola de Laticinista do RS, o Programa de Formação em Qualidade do Leite: Formação de Laboratoristas (Parceria Sindilat/RS e Univates).  A cerimônia também marcou o lançamento da 1ª revista "Referência Leiteira". Produzida em parceria com a Emater, a publicação traz em suas páginas a história dos vencedores da primeira edição do Prêmio Referência Leiteira.

Confira os vencedores da 2ª edição do Prêmio Referência Leiteira:

Propriedade Referência em Produção de Leite: sistemas de produção à base de pasto

1º Lugar: Produtor Gabriel Lorenzon, propriedade Estância das Pedras, cidade Água Santa (RS), fornecedor de leite da Coasa/Ccgl
2º Lugar: Produtor Cristiano Luiz Breitenbach e Luís Pedro Breitenbach, propriedade Agropecuária Breitenbach, cidade Condor (RS), fornecedor de leite da Italac
3º Lugar: Produtor Daniel Roque Faciochi, propriedade Daniel Roque Faciochi, cidade Dois Lajeados (RS), fornecedor de leite Coop. Sta.Clara

Propriedade Referência em Produção de Leite: sistemas de produção em semiconfinamento e confinamento

1º Lugar: Produtor Leo Arnoldo Ritter, propriedade Granja Ritter, cidade São Martinho (RS), fornecedor de leite Lactalis
2º Lugar: Produtor Marcos Moretti Secco, propriedade Cabanha DS, cidade Vila Lângaro (RS), fornecedor de leite Unibom
3º Lugar: Produtor Adelmo Breunig e Outros, propriedade Breunig Agricultura e Pecuária, cidade Condor (RS), fornecedor de leite Heja

Categorias de Cases:

Bem-Estar Animal: produtor Alex Junior Miorando e Valdecir Antonio Miorando, propriedade Família Miorando, cidade Palmitinho (RS), fornecedor de leite da Italac
Inovação: produtor Cleimar Grespan, propriedade Granja Grespan, cidade Carlos Barbosa (RS), fornecedor de leite da Santa Clara
Sucessão Familiar: produtor Gabrieli Muraro de Oliveira, propriedade Agropecuária Muraro, cidade Condor (RS), fornecedor de leite da CCGL
Sustentabilidade Ambiental: produtor João Amantino, propriedade Fazenda São João, cidade Passo Fundo (RS), fornecedor de leite da CCGL
Gestão da Atividade Leiteira: produtor Ana Lice Silvestrin Martins, propriedade Tambo S. Martins, cidade Serafina Corrêa (RS), fornecedor de leite da Coperlac
Protagonismo Feminino: produtor Sirlei Baldo Pereira, propriedade Baldo Pereira, cidade Campo Novo (RS), fornecedor de leite da Piracanjuba

Crédito da foto: Dudu Leal

Barrar importações de países do Mercosul, conquistar novos consumidores, focar em alta produtividade dos tambos e na indústria, e mirar para o mercado da Ásia estão entre alguns dos insights destacados por Thais Balbi e Giovana Araujo para que a indústria láctea brasileira encontre um caminho rumo ao seu fortalecimento e crescimento. As especialistas são sócias da KPMG Deal Advisory & Strategy, empresa de auditoria e consultoria. No painel “Os Desafios da Indústria de Laticínios no Brasil”, realizado em parceria com o Sindicato das Indústria de Laticínios do RS (Sindilat/RS) na manhã desta quarta-feira (30/08), na Expointer, elas detalharam as estratégias, que se iniciam com o olhar para dentro do mercado nacional.

No Brasil, além de frear a entrada de produtos lácteos que chegam às prateleiras vindos da Argentina e do Uruguai, é preciso ampliar os sistemas voltados à produtividade e garantir redução nos custos de produção e insumos. Além disso, é preciso um reposicionamento frente à mudança no perfil de consumo de leite e derivados por setores que tiveram mais queda de capital, repensando portfólio e produtos. “É preciso reposicionar o leite em todas as classes, tanto entre as que vem perdendo renda e que coincidentemente são as que mais consomem, quanto as de maior poder aquisitivo, fazendo o processo educacional sobre os benefícios desta fonte nutriente, para que o costume de consumir lácteos seja percebido com valor, invertendo a trajetória na queda do consumo”, indica Giovana Araujo.

No cenário mundial, Thais Balbi aponta que a estimativa de crescimento, tanto por conta do aumento da renda quanto pela expansão populacional, é projetada globalmente na ordem de 33%. “A China importa anualmente 800 milhões de toneladas de leite e derivados, e deve continuar importando em volume cada vez mais crescente. O Brasil é um dos países com maior potencial de expandir sua indústria para atender este crescimento, seja no mercado interno ou no exterior e se posicionar como exportador de produtos de alto valor agregado, como os queijos e outros itens premium”, destaca.

O evento realizado no dia 29/08 na Expointer em Esteio (RS), também contou com a presença de Daniel Cifu, Sócio da KPMG Corporate Finance, Especialista em avaliação de ativos e negócios e Líder da Regional Sul.

Na foto: Thais Balbi e Giovana Araujo, sócias da KPMG Deal Advisory & Strategy
Crédito da foto: Dudu Leal

O Rio Grande do Sul caminha para instituir um selo verde para as cadeias de produção de proteína animal. A confirmação para a certificação aconteceu na manhã desta quarta-feira (30/08), ao final da primeira edição do Seminário RS Carbon Free. O compromisso com o equilíbrio ambiental deverá se iniciar pelo levantamento dos indicadores e das metas. “Em diversas fases, muitas ações para o equilíbrio nas emissões já vêm sendo adotadas. O objetivo do selo é colocar tudo isso dentro da metodologia da Embrapa. Faremos isso em parceria com o Governo do Estado e as entidades representativas da pecuária de corte, grãos e leite”, destacou Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindicato das Indústrias de Laticínios do RS (Sindilat/RS).

A iniciativa se alinha ao trabalho desenvolvido pela Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura do RS (SEMA), que já realiza uma tabulação de dados que permitirá determinar métricas para ações de descarbonização. De acordo com a secretária da pasta, Marjorie Kauffmann, o Estado busca “definir essas métricas até o final deste ano, e que elas sejam exequíveis, para que se consiga quantificar o quanto que uma produção está emitindo”. Kauffmann também afirmou que o governo gaúcho irá investir R$15 milhões para pesquisas sobre mitigação de carbono da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande (Fapergs).

Estabelecer os parâmetros é o primeiro passo para avançar rumo ao mercado de créditos de carbono. Mesmo carecendo de uma legislação específica no Brasil, o comércio da chamada “moeda verde” é mais reconhecido pelos benefícios ao meio-ambiente do que como forma de gerar divisas ao produtor. “O que remunera não são os créditos, é a terra preservada, o solo produtivo e as tecnologias de preservação efetivamente chegando no campo, onde o produtor pode se manter com dignidade e oferecer para o mercado produtos alinhados à sustentabilidade”, assinalou Caio Vianna, diretor-presidente da CCGL e diretor-secretário Sindilat/RS, ao coordenar a mesa-redonda da manhã que teve a participação de Jorge Lemainski, chefe-geral da Embrapa Trigo.

Em termos de comparação, o volume de emissão da agropecuária corresponde a 12% do total do que é produzido no mundo, enquanto o setor de energia, por exemplo, é responsável por 73%. Os dados atualizados foram apresentados pela SEMA. “Nenhum produtor ficará rico com o carbono, o objetivo também não é este. A pauta carbono é uma grande estratégia para se tratar da preservação, melhorar produção e eficiência, gerando economia de recursos, o que sim, do ponto de vista econômico, é lucro”, reforça Domingos Velho Lopes, vice-presidente da Farsul.

Entre os palestrantes da última manhã do Seminário RS Carbon Free, também estiveram Alexandre Berndt, da Embrapa Pecuária Sudeste; Jackson Freitas Brilhante de São José, da Seapi; Cimélio Bayer, da UFRGS, e Walkyria Bueno Scivittaro, da Embrapa Clima Temperado.

O seminário se iniciou no dia 29 de agosto, na Casa da Indústria de Laticínios, espaço do Sindilat/RS, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS), e reuniu produtores, pesquisadores, professores, estudantes e representantes de entidades públicas e privadas para a troca informações, estudos e experiências relativos à mitigação e ao balanço do carbono. Ao todo, o evento contou com 12 palestras e duas mesas-redondas. A atividade é promovida pelo Sindicato das Indústrias de Laticínios do RS (Sindilat/RS) e Sebrae/RS, com o apoio de Embrapas Pecuária Sul, Gado de Leite, Pecuária Sudeste, Trigo, Meio Ambiente e Clima Temperado, além da Secretaria de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do RS (Seapi) e Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura do RS (SEMA).

Crédito da foto: Dudu Leal

Acesse as apresentações das palestras aqui.

Para enfrentar o desafio de proteger o mercado lácteo nacional e gaúcho, o Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat/RS) está investindo em formação. Em coletiva de imprensa, na tarde desta terça-feira (29/08), foi confirmada a abertura da oferta de 40 vagas do módulo para laboratoristas dentro do Programa de Formação em Qualidade do Leite. A formação será oferecida pelo sindicato em parceria com a Prefeitura de Estrela (RS) e Univates. A iniciativa é voltada para profissionais das indústrias e agroindústrias e contará com 12 horas/aula, presenciais e on-line. “O curso será aberto a todas as empresas, capacitando os laboratoristas nas etapas de análise do leite, desde a recepção na plataforma até os laboratórios, contribuindo com o fortalecimento da cadeia produtiva láctea. Esta é mais uma das ações voltadas para o crescimento do setor lácteo do RS”, explica Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindilat/RS.

A estratégia pela aposta em formação, conforme Alexandre Guerra, 1º vice-presidente do Sindilat/RS, faz frente à preocupação da indústria com os momentos de volatilidade do mercado. “O mais recente é a forte entrada de produtos derivados da Argentina e do Uruguai. E, diante deste cenário, a aposta na formação da mão de obra e qualificação é um degrau que devemos subir a fim de alcançar patamares produtivos superiores. Apostando em melhorias na produtividade juntamente com os pleitos que temos apresentados aos governo por medidas de proteção do mercado”.

Na mesma linha, o Sindicato encabeça a mobilização pelo estabelecimento da 1ª Escola Técnica Laticinista do Rio Grande do Sul, também em parceria com a prefeitura de Estrela, no Vale do Taquari. Ao longo da 46ª Expointer, um protocolo pactuando o interesse de entidades e governos em favor da primeira escola laticinista gaúcha está coletando signatários. Atualmente, a estrutura está em análise pelo Conselho Estadual da Educação, devendo vencer as etapas burocráticas até o final deste ano. “No horizonte, através de cursos de nível técnico, a escola deverá também promover a implantação de novas modalidades industriais, a criação de negócios derivados do leite e a formatação de novas concepções de negócios digitais, como startups, buscando diferenciar o Rio Grande do Sul e garantir a competitividade do nosso leite e do no mercado”, explica Palharini.

Durante a coletiva na Casa da Indústria de Laticínios, espaço do Sindilat/RS em Esteio (RS), Ângelo Paulo Sartor, diretor-tesoureiro do Sindicato, reforçou que a entidade aguarda retorno quanto às pautas apresentadas à União para diminuir o prejuízo causado à indústria pela entrada de produtos estrangeiros. “Elas incluem alterações em alíquotas de Pis/Cofins, iniciativas de apoio ao escoamento da produção através de modificação na legislação do Prêmio para Escoamento do Produto (PEP) e o refinanciamento, através de linhas de créditos, das dívidas de produtores de leite e indústrias de laticínios por um prazo de 13 anos”,  destaca.

Lançada a 9ª edição do Prêmio Sindilat de Jornalismo
Consagrada entre as principais premiações de comunicação no setor leiteiro, foi confirmada a 9ª edição do Prêmio Sindilat de Jornalismo. Realizada anualmente pelo Sindilat/RS, a distinção chegará ao total de 140 profissionais premiados pelos seus trabalhos voltados para a produção leiteira.  “O Sindilat/RS se orgulha da parceria construída com a imprensa ao longo desta jornada, na qual seguimos com o objetivo comum que é o da construção de um setor leiteiro forte e desenvolvido”, destacou Darlan Palharini, secretário-executivo da entidade.

As inscrições para a 9ª edição do Prêmio Sindilat de Jornalismo estão abertas até 01/11/23 para publicações que tenham sido realizadas entre 02/11/22 e 01/11/23. Não há limite de número de trabalhos a serem inscritos por candidato. O regulamento e a ficha de inscrição estarão disponíveis no site www.sindilat.com.br. 

Na foto: Alexandre Guerra, 1º vice-presidente do Sindilat/RS, Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindilat/RS, e Ângelo Paulo Sartor, diretor-tesoureiro do Sindilat/RS
Crédito: Carolina Jardine

A adoção de medidas simples de manejo dos rebanhos em propriedades leiteiras pode reduzir de 15% a 20% as emissões de gases do efeito estufa. A constatação faz parte de estudo realizado pela Embrapa, que considerou dados de 500 propriedades nos estados de Goiás, Minas Gerais e Paraná. Os resultados foram divulgados durante o 1º Seminário RS Carbon Free, realizado na manhã desta terça-feira (29/08), na Casa do Sindicato das Indústrias de Laticínio do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS) durante a Expointer, em Esteio (RS). Segundo o pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Luiz Gustavo Pereira, a análise dos dados indica que ações básicas como nutrição adequada, tratamento de dejetos e controle sanitário têm impacto muito positivo, podendo reduzir consideravelmente as emissões, chegando, inclusive, a taxas de 60% em algumas localidades. “Se o produtor fizer a coisa certa, a tendência é ir baixando a pegada de carbono”, aponta. De acordo com Pereira, a chave da questão das emissões está em quantificá-las. “Precisamos mensurar a pegada de carbono ao longo do tempo. Temos identificado que, com práticas básicas, se consegue reduções de 15% a 20% ao ano em propriedades leiteiras comerciais”, reafirma.

Ao abrir o evento, Caio Vianna, presidente da Cooperativa Central Gaúcha Ltda (CCGL) e diretor secretário do Sindilat/RS, defendeu que a palavra para a virada ambiental é união, numa agenda que coloque os sistemas produtivos no mesmo compasso a fim de alcançarem as melhores práticas de proteção ao meio-ambiente, assumindo sistemas mais eficientes em resultados produtivos e ambientais. “Isso vai fazer a diferença, pois precisamos fazer esta transição para um modelo de futuro, para produzirmos alimentos de qualidade valorizando tudo o que a natureza nos fornece e ensina”, assinala.

Ao longo da manhã, foram realizadas seis palestras e uma mesa redonda. “Neste primeiro dia do seminário tivemos a participação de um público muito interessado em compreender qual o processo para esta virada de chave para a produção verde que, sem dúvida, está logo aí no horizonte e, não apenas dos tambos, mas para todos os sistemas da produção primária”, avalia Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindilat/RS.

Nesta tarefa, Fernando Cardoso, destacou que a Embrapa tem diversificado suas pesquisas nas seis unidades da empresa de pesquisa, Embrapas Pecuária Sul, Gado de Leite, Pecuária Sudeste, Trigo, Meio Ambiente e Clima Temperado, focado em tecnologia. “Confirmamos que teremos a oportunidade de aliar o desenvolvimento econômico à melhoria da eficiência do sistema de produção com sustentabilidade. Estamos demonstrando isso aos produtores, para que tenham melhores resultados aliados à preservação, este é o grande propósito”, afirma Cardoso.

Para Ayrton Pinto Ramos, diretor técnico do Sebrae/RS, outra faceta para o progresso dos sistemas de baixo carbono é a implementação dos avanços da tecnologia integrada aos sistemas de melhoria e produção, com incentivo para que se efetivem no campo. “Também não existe se trabalhar a sustentabilidade sem estar próximo ao desenvolvimento econômico. Esta sinergia é vital, também para outros avanços”, acrescentou. Na Casa da Indústria de Laticínios, espaço do Sindilat/RS na 46ª Expointer, também participaram da abertura dos trabalhos nesta terça-feira Mariana Tellechea, presidente da Associação Brasileira de Angus, e Eugênio Zanetti, vice-presidente da Fetag-RS.

A programação (veja abaixo) seguirá na quarta-feira (30/8), quando, ao final, está prevista a apresentação e a assinatura de protocolo sobre a cultura de carbono para o Rio Grande do Sul.

Programação 1º Seminário RS Carbon Free - 2º Dia - quarta-feira (30/08)

9h: Abertura
9h05min: Marjorie Kauffmann (SEMA): Estratégia Governamental para a Agenda do Clima do RS
9h20min: Alexandre Berndt (Embrapa Pecuária Sudeste): Estratégias para uma pecuária de baixo carbono.
9h35min: Jackson Freitas Brilhante de São José (Seapi): Plano de Agricultura de Baixa de Carbono do Rio Grande do Sul - Plano ABC+RS
9h50min: Domingos Velho Lopes (Farsul): Os desafios do setor produtivo frente à economia verde e aos compromissos internacionais
10h05min: Cimélio Bayer (UFRGS): Caminhos para uma agricultura de baixa emissão de carbono no RS
10h20min: Walkyria Bueno Scivittaro (Embrapa Clima Temperado): Estratégias para a mitigação de emissões da lavoura de arroz
10h35min: Mesa redonda, mediador Caio Vianna (diretor-presidente da CCGL e diretor-secretário Sindilat/RS)
10h50min: Assinatura do protocolo estadual e encerramento

Crédito da foto: Dudu Leal
 
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