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Porto Alegre, 10 de março de 2020                                              Ano 14 - N° 3.178

Ministério publica regras para avaliação de produtividade de animais
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento estabeleceu as regras e os procedimentos para a avaliação zoogenética, que é o requisito necessário para a inscrição de reprodutores das espécies bovina, bubalina, ovina e caprina em centros de coleta e processamento de sêmen (CCPS). A medida visa promover ganhos genéticos aos rebanhos nacionais.
Segundo a Instrução Normativa (IN) nº 13, os profissionais que atuam na área de reprodução com finalidade de comercialização de sêmen deverão comprovar por meio de genotipagem de DNA a qualificação de parentesco com seus genitores e apresentar o laudo do seu perfil alélico (sequência genética), realizados em laboratório credenciado pelo Mapa.  
Também deverão ser apresentados documentos como o Certificado de Registro Genealógico Definitivo ou de Controle de Genealogia Definitivo e documento que comprove a obtenção dos valores superiores ao mínimo definido para cada raça ou composição racial quanto aos índices ou às características zootécnicas. 
“Os índices, características por raça ou composição racial serão apresentados pelas Associações de Criadores da raça, autorizadas pelo Mapa para execução do Serviço de Registro Genealógico, tendo assim a responsabilidade para os ganhos genéticos dos rebanhos nacionais compartilhada”, observa o diretor do Departamento de Saúde Animal e Insumos Pecuários da Secretaria de Defesa Agropecuária, Geraldo Moraes. 
A avaliação zoogenética com finalidade de comercialização será realizada a cada dois anos, podendo, neste período, ser utilizada por qualquer CCPS registrado no Ministério. Encerrado o prazo, deverá ser realizada nova avaliação para manter a inscrição nos centros de coletas. 
Além disso, a norma prevê a adoção de novos métodos de comprovação de parentesco que eventualmente sejam desenvolvidos e aprovados pelo Mapa. 
A Instrução Normativa entra em vigor no dia 1º de junho de 2020 e, a partir desta data, fica revogada a Portaria SPA nº 07, de 20 de julho de 1987. (Mapa)
 
Índice de preços de alimentos da FAO cai pela primeira vez em quatro meses, mas leites valorizaram
O índice de preços da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) caiu pela primeira vez em fevereiro depois de quatro meses de altas sucessivas. O indicador ficou em 180,5 pontos, 1,9 ponto (1%) a menos que em janeiro. 
 
Na comparação com fevereiro de 2019, entretanto, ainda houve alta de 13,5 pontos (8,1%). 
Em relatório, a FAO informou que houve queda nos preços internacionais de óleos vegetais e, em menor proporção, de carnes e cereais, que mais do que compensaram a continuidade das valorizações de leites e açúcares. 
O sub-índice de óleos vegetais ficou em 158,1 pontos em fevereiro, com queda de 10,3% ante janeiro, o que interrompeu uma sequência das altas que ocorria desde julho de 2019. “A forte queda foi liderada pelo óleo de palma, o componente dominante do índice. As cotações internacionais de óleo de palma caíram 12% em relação ao mês anterior, devido à produção superior à esperada na Malásia, a uma queda temporária na demanda de importação indiana e ao medo de uma desaceleração na demanda global após o surto de Covid-19. Os preços do óleo de soja, de girassol e de canola acompanharam a queda do óleo de palma”, escreveu a FAO. 
O preço médio das carnes caiu 2% entre janeiro e fevereiro, marcando o segundo mês de queda após 11 de altas. O indicador ficou em 178,6 pontos. 
O sub-índice para cereais recuou 0,9% na mesma comparação, para 167,8 pontos, pressionado por trigo e milho devido ao excesso de oferta e também a receios com os reflexos do coronavírus. 
Na outra ponta, a FAO informou que os preços dos lácteos subiram 4,6%, para 209,8 pontos em fevereiro. “As cotações do queijo subiram 10,6%, sustentadas pelo aperto de oferta da Nova Zelândia com o declínio sazonal da produção de leite. A queda foi acentuada pelas disponibilidades de exportação reduzidas da Austrália. 
Por outro lado, as cotações de leite em pó desnatado (SMP) e do leite em pó integral (WMP) caíram”, afirmou o texto. Por fim, o indicador de açúcares ficou em 209,7 pontos em fevereiro, com alta de 4,5% ante janeiro marcando o quinto mês consecutivo de elevação e o maior nível desde maio de 2017. “O aumento mais recente refletiu principalmente as perspectivas de menor produção na Índia, o segundo maior produtor de açúcar do mundo, e também na Tailândia, devido a uma seca prolongada. A forte demanda global de importação, principalmente da Indonésia, maior país importador de açúcar do mundo, também forneceu suporte aos preços. No entanto, a fraqueza contínua da moeda brasileira (real) em relação ao dólar americano limitou a extensão do aumento dos preços mundiais do açúcar.” (Valor Econômico)
 
Importação de leite e derivados
Os números preliminares da média diária das importações de leite e derivados, em dólar, na primeira semana de março de 2020 foram, 17,1% menores que os de março de 2019 e 16,1% menores em relação a fevereiro de 2020.
 

 Os dados foram divulgados pelo MDIC 
 
Preços
Até agora, o coronavírus teve um impacto moderado nos preços dos lácteos, segundo Imre Speizer, diretor do banco Westpac. Comparado com outras commodities, como o petróleo, o impacto sobre os lácteos não foi tão ruim. Desde que o surto atingiu os mercados financeiros globais no final de janeiro, os preços do leite em pó integral caíram 8,7% no Global Dairy Trade (GDT), enquanto que o petróleo tipo brent caiu 20,4% no mesmo período. O Westpac está mantendo a previsão de que o pagamento na temporada será de NZ$ 7,20/kgMS, [R$ 1,65/litro]. Duas semanas atrás a Fonterra também informou que a faixa de preços prevista para o pagamento do leite ao produtor está mantida entre NZ$ 7,00 e NZ$ 7,60/kgMS, [R$ 1,60 e R$ 1,74/litro].  O executivo da Fonterra, Miles Hurrell, disse que a situação atual em torno do coronavírus é muito volátil e incerta. Mas, a Fonterra já contratou grande parte de seus produtos do ano financeiro 2020, e isso está ajudando a cooperativa a gerenciar o impacto. “Nossa equipe na China está trabalhando duro para manter nossas operações o mais tranquilamente possível. Sem eles, isso não teria sido possível e quero agradecê-los por seus esforços”, disse Hurrell. (Terra Viva)
 

 

Porto Alegre, 09 de março de 2020                                              Ano 14 - N° 3.177

Edital de convocação  - Assembleia geral ordinária 
 
Publicado na página 17 do Jornal Correio do Povo de 07/03/2020
 
 
Governo e empresas buscam incentivar as agtechs no país
Em expansão progressiva no Brasil, o segmento de agtechs deverá receber um empurrão oficial em 2020. Empresas privadas, governo e Legislativo estudam criar o Programa Nacional de Incentivo às Startups do Agronegócio. O objetivo é estimular o financiamento de bolsas de pesquisas nos programas de pós-graduação das universidades com foco no desenvolvimento de soluções inovadoras e no empreendedorismo tecnológico voltado ao setor. 
Com as contas públicas cada vez mais apertadas, a maior parte do financiamento deverá vir do setor privado. A ideia foi apresentada no ano passado pelo senador e vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Luis Carlos Heinze (PP/RS), à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), vinculada ao Ministério da Educação. Heinze já promoveu encontros em Brasília e em São Paulo com empresários do ramo para apresentar a iniciativa.
 

 
“Quero incentivar as universidades, os estudantes e as empresas brasileiras de carnes, de grãos e de defensivos, entre outras, a estimular as startups do agro no Brasil inteiro”, afirmou o senador ao Valor. 
Flávio Camargo, professor de Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) que coordena a área de Ciências Agrárias da Capes - que mantém 370 cursos e 225 programas de mestrado e doutorado no país - encampou a proposta de Heinze. Segundo ele, é uma oportunidade para o Brasil não perder o passo no desenvolvimento tecnológico no campo. 
Camargo ainda vê fragilidades no perfil dos criadores de agtechs no Brasil, entre as quais a limitação das áreas de atuação dessas empresas, o baixo nível de especialização dos empreendedores e falta de foco a longo prazo. E, segundo ele, muitas startups têm sido criadas apenas para depois serem vendidas para grandes corporações. “A preocupação é melhorar a sobrevida das empresas e dar alguma coisa de subsídio de formação para criar no país uma cultura da inovação dentro do mundo do agro”, afirmou. 
O Programa de Pós-Graduação Profissional (Profagro) em elaboração terá uma estrutura curricular específica para desenvolver a cultura da inovação com a criação de agtechs. Essa estrutura contemplará disciplinas, atividades extracurriculares e trabalho de conclusão aplicado, com possibilidade de criação de empresas, produtos e patentes. Camargo já detalhou as diretrizes da proposta e criou um projeto-piloto. 
O modelo proposto é para 20 estudantes, com bolsas de três anos para curso de mestrado, iniciação tecnológica, desenvolvimento tecnológico e industrial e o projeto de inovação, e tem valor estimado de R$ 2,5 milhões. O plano envolve financiamento público e privado. 
Por parte do governo, a proposta prevê a participação de instituições como Finep, vinculada ao Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovação e Telecomunicações, Fapesp, Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e BNDES, com injeção de recursos e também incentivos fiscais e isenções. Do lado privado, o projeto pretende atrair os fundos de investimentos BR Startups e a SP Venture, além do Bradesco. 
As empresas privadas teriam retorno proporcional ao investimento feito em caso de a startup deslanchar. Os rendimentos seriam repartidos com professores e alunos. 
Em outra frente, o governo federal tem mapeado, desde dezembro do ano passado, diversas iniciativas isoladas que ministérios e órgãos públicos já desenvolvem para estimular startups em geral, não só as agtechs. A ideia é unificar os trabalhos e criar uma política pública nacional de incentivo ao segmento ainda sem data para ficar pronta. 
O diretor do Departamento de Apoio à Inovação Agropecuária do Ministério da Agricultura, Luis Cláudio França, afirmou que a Pasta vai realizar fóruns de inovação pelo país para promover a criação de agtechs. A meta também é criar mais quatro polos de inovação e tecnologia ainda esse ano. No fim de 2019, a ministra Tereza Cristina inaugurou o primeiro o primeiro polo seguindo esse modelo, em Londrina (PR). 
Ainda sem uma política pública específica, o segmento também não foi regulamentado. Um projeto de lei de 2017 tenta criar uma legislação específica para as agtechs, mas segue engavetado no Congresso. Outro, de 2019, cria desonerações para quem criar startup do agronegócio, mas também não avançou. Mas o número de agtechs continua aumentando. Segundo a Associação Brasileira de Startups (ABStartups), são 325 em todo o país. 
Mas uma pesquisa conduzida por Embrapa, Homo Lundes e SP Venturno ano passado apontou que o Brasil já tem 1125 empresas desse tipo, mais da metade delas no Estado de São Paulo. É nesse número que o Ministério da Agricultura tem se baseado. 
O advogado especialista em agronegócios Adamir Fiel Amorim, sócio da AB&DF, diz que a inovação tecnológica não respeita “institucionalidade normativa” e por isso qualquer lei ou regra para esse segmento tem que ser flexível. Mas ele concorda que falta uma participação mais efetiva do governo no segmento.
Entusiasta do tema, Fiel foi uma das pessoas que perceberam uma oportunidade de negócios na área de tecnologia durante o curso de pós-graduação na Fundação Getulio Vargas (FGV), em Brasília. Ele criou uma plataforma digital para mediação e arbitragem de conflitos voltada a produtores rurais. No site, chamado Agroconsenso, o tempo para solução dos casos é de no máximo 100 dias úteis e o cliente sabe o preço na hora. Segundo o advogado, na Justiça as ações demoram cerca de oito anos e têm custo inicial próximo a R$ 300 mil. (Valor Econômico)
 
 
Cientista identificam consumo de lácteos há 5000 anos leste da Eurásia
Embora a criação de rebanho leiteiro tenha sido uma parte essencial da vida e da cultura na estepe da Eurásia oriental durante milênios, a disseminação para para o leste e a chegada ao sudoeste da Ásia é pouco compreendida. O estudo, liderado por Shevan Wilkin e Jessica Hendy do Instituto Max Planck para a Ciência da História Humana, apresenta as primeiras evidências do consumo de leite no leste da Ásia, por volta do ano 3.000 aC, e oferece sinais da chegada e da evolução do sistema pastoril na 
Mongólia pré-histórica. 
O consumo mais antigo de lácteos e a possível trajetória: A natureza móvel das sociedades pastoris e os fortes ventos da Espete Orienta fazem com que os registros com locais de convivência e a cultura dos mongóis antigos sejam extremamente raros. Então os pesquisadores começaram a procurar cemitérios humanos e seus rituais que são frequentemente marcados por monumentos em pedra e ocasionalmente podem ser detectados túmulos de animais por satélites.  
Em colaboração com a Universidade Nacional da Mongólia, os pesquisadores analisaram calcificações em dentes dos indivíduos pegando desde o início da Idade do Bronze até o período Mongol. Três quartos dos indivíduos continham evidência de que consumiam alimentos lácteos, demonstrando a importância dessa fonte de alimento na Mongólia pré-histórica e histórica.  
Os resultados do estudo incluem as primeiras evidências diretas do consumo de lácteos no leste da Ásia, identificadas em um indivíduo de Afanasievo em Shatar Chuluu datado de aproximadamente 3.000 aC.  
Análises anteriores do DNA desse indivíduo revelaram marcadores genéticos não locais consistentes com populações da Estepe do Oeste, e que migraram para Afanasievo no início da Idade do Bronze, através da região russa Altai que possui condições propícias para domesticação de gado leiteiro no leste da Eurásia.  
Múltiplas espécies animais foram usadas para produção de leite
Pela sequência das proteínas do leite extraídas das calcificações dentárias, os cientistas foram capazes de determinar qual espécie animal foi usada para a produção do leite, o que ajudou a acompanhar a progressão da domesticação, dos laticínios e da atividade pastoril na região.  
“Os mongóis modernos usavam vaca, ovelha, cabra, iaque, camelo e cavalo para o leite, mas, quando cada espécie foi utilizada pela primeira vez para a produção de leite na Mongólia ainda é incerto” disse Shevan Wilkin, principal autor do estudo. “O que ficou claro é que a disponibilidade de fontes renováveis de calorias e hidratação por meio da incorporação de leite e derivados na dieta foi essencial para as condições áridas e desafiadoras da antiga Estepe Oriental”.  
Os primeiros indivíduos a mostrarem evidências do consumo de leite viveram 5.000 anos atrás e consumiam leite de espécies ruminantes, como gado bovino, ovinos e caprinos. Alguns milhares de anos depois, em locais da Idade do Bronze, datados de 1.200 aC, os pesquisadores descobriram a primeira evidência do consumo de leite de égua, que foi simultânea ao início de evidências das existências de cavalgadas e passeios a cavalo, bem como o uso de cavalos em rituais de enterro.  
Além disso, o estudo mostra que durante o Império Mongol, cerca de 1.200-1.400 dC, as pessoas também consumiam leite de camela. “Estamos entusiasmados pelo fato de que, analisando as proteínas, somos capazes de ver o consumo de leite proveniente diferentes espécies animais no mesmo indivíduo. Isso nos dá uma nova visão sobre as práticas leiteiras antigas”, diz Jessica Hendy. 
Milhares de anos depois da primeira evidência do consumo de leite de equinos, os cavalos permanecem vitais para a vida cotidiana de muitas populações da Mongólia moderna, onde os pastores montados confiavam a eles a tarefa de gerenciar rebanhos, transportar pessoas e suprimentos e fornecer uma fonte primária de carne e leite.  
“Nossas descobertas sugerem que a incorporação de cavalos à atividade pastoril na Eurásia Oriental esteve intimamente ligada à uma transformação econômica mais ampla, utilizando a espécie para equitação, transporte e alimentação” diz William Taylor, da Universidade do Colorado, também um dos co-autores do estudo. 
Embora o primeiro indivíduo estudado tenha mostrado evidências do consumo de leite, os pesquisadores esperam que estudos futuros examinem indivíduos de períodos anteriores. “Para formar uma imagem mais clara das origens dos lácteos nessa região, precisamos entender o impacto das migrações de criadores das estepes ocidentais e confirmar se os laticínios já existiam na Mongólia antes da chegada desses imigrantes”, conclui Shevan Wilkin. (As informações são do The Dairy Site, traduzidas pelo Terra Viva)
 
UE – 2019 foi um excelente ano para as exportações de manteiga
As exportações da União Europeia (UE-28) de manteiga e produtos similares (butter oil, manteiga e outros lácteos para untar) aumentaram 35% em 2019 em comparação com 2018, chegando a 214.000 toneladas. A maior parte do incremento ocorreu na segunda metade do ano, de acordo com os dados da associação inglesa AHDB. Em valor, o aumento interanual das exportações foi de 21%. Dado que os preços no atacado da manteiga caíram durante o ano, o crescimento do valor foi comprimido em comparação com o crescimento do volume. Os principais destinos de crescimento da manteiga da UE foram a Turquia, Emirados Árabes Unidos, Egito e Estados Unidos. A Turquia importou 11.000 toneladas, mais de cinco vezes a quantidade importada da UE no ano anterior. Os Emirados Árabes Unidos importaram 12.000 toneladas, 140% a mais que em 2018. Um pouco menos de 8.000 toneladas foram enviadas para o Egito, mais de quatro vezes a quantidade enviada em 2018. Estes três países, junto com os EUA, representaram a metade da manteiga adicional exportada em 2019. EUA representaram 17% das exportações de manteiga da UE em 2019, um aumento de 7.000 toneladas em relação ao ano anterior. A maior parte deste aumento ocorreu entre abril e julho, após o anúncio de possíveis tarifas de 25% em retaliação às disputas comerciais da Airbus. (Agrodigital)
 

 

Porto Alegre, 06 de março de 2020                                              Ano 14 - N° 3.176

Revolução feminina no Agro
 
Um dos setores em que mais cresce a administração feminina, o agronegócio, vem sendo revolucionado pelas mulheres. 
A capacidade que elas têm de cuidar de mais de um assunto ao mesmo tempo lhe deixam em vantagem sobre os homens. Além disto são extremamente detalhistas, isto faz uma grande diferença na gestão de uma fazenda, já que os detalhes poderão te levar do prejuízo ao lucro rapidinho. 
A organização, a preocupação para que tudo de certo, a intuição, a velocidade de pensamento para tomadas de decisões, são alguns dos diferencias das mulheres do agronegócio. 
O IBGE aponta uma alta de 5.9% no número de mulheres chefiando propriedades rurais. Segundo o relatório, a porcentagem de propriedades agrícolas administradas por mulheres, passou de 12,07% para 18,06%, entre 2006 e 2017. 
E este número vem crescendo a cada ano, o que é muito bom para o setor. Este toque feminino nos negócios rurais põe o agro ainda mais em evidência. 
O preconceito infelizmente ainda existe por parte de alguns, mas já aviso os preconceituosos: vocês estão perdendo espaço, ninguém mais aceita isso! 
Vendedores, fornecedores, técnicos e compradores, quanto mais respeito e admiração você tiver pela administração feminina nas fazendas, mais resultado você terá em seu trabalho. 
Não basta dizer, "agro é top, agro é tech", agora o agro é inclusão, agro é respeito, agro é lucro, e isto as mulheres estão colocando no cenário. 
Mas o agro como um todo, não é só administração de fazenda. Tem muita mulher na assistência técnica, na área de compra e venda de insumos, no marketing, e, aí sim, se enquadra a frase "agro é tudo".
Na pecuária de leite, um marco histórico foi a invenção da máquina de ordenha, no ano de 1878, por uma mulher: Anna Baldwin. 
No começo muitas pessoas criticaram, porém, graças a ideia genial desta mulher, hoje com adaptações do primeiro projeto, a ordenha mecânica está aí a nossa disposição, facilitando e qualificando o trabalho do produtor. 
O cargo mais alto do agronegócio no Brasil hoje é ocupado por uma mulher: Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias, ministra do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. 
Nosso respeito e nosso agradecimento as mulheres que vem dando uma nova cara ao agronegócio, ajudando o setor a ser mais conhecido e valorizado, dentro e fora do país.
Aproveitando o assunto: mulherada, tem desconto para vocês no Interleite Sul 2020! Utilize o cupom mulheresnoleite ao efetuar a compra e garanta 15% de desconto na inscrição! (Milkpoint)
 
 
 
Programa Despertar Empreendedor encerra oitava edição com parceria do Sindilat
O Despertar Empreendedor, evento promovido pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) mais uma vez mostrou a que veio. Em sua oitava edição, o evento que desde segunda-feira (02) reúne 52 participantes chega ao final nesta quinta-feira (05) com o cumprimento de um cronograma que oportunizou uma imersão no mundo de gestão e de negócios. 
Aberta à comunidade e com o patrocínio do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), o programa iniciado em 2013 em parceria com o Sebrae proporcionou experiências e vivências no mundo do empreendedorismo, com uma participação heterogênea de empresários e futuros empresários. “Todos os anos aprimoramos as ações dentro do programa. Inicialmente buscávamos participantes sem nenhum conhecimento em empreendedorismo. Hoje esse perfil mudou bastante, pois temos pessoas já com negócios estabelecimentos e bastante diversidade de gênero, idade e raça”, afirma Ana Beatriz Michels, coordenadora do Programa de Empreendedorismo da universidade. 

Durante quatro dias, os participantes foram convidados a explorar características empreendedoras individuais e a se posicionar em uma equipe na busca de um negócio de impacto que solucione problemas da sociedade. O Despertar foi desenvolvido em quatro etapas, abrangendo aspectos da figura do empreendedor, das questões a serem resolvidas e a busca pelas soluções. Para o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, é importante fomentar o empreendedorismo, cada vez mais, nos ambientes acadêmicos. "Sabemos que o futuro é empreendedor. Precisamos de líderes que vejam necessidades de mercado e consigam supri-las agregando responsabilidade e inovação", afirma. O Sindilat marcou presença no evento dispondo produtos para o milkbreak. (Assessoria de imprensa Sindilat/RS)

Argentina: agrava-se a fragmentação da indústria leiteira
A crise econômica que vem passando a cadeia láctea na Argentina, não somente provoca paulatino desaparecimento de fazendas leiteiras, mas também a pulverização da indústria, a ponto de, segundo os últimos boletins setoriais, 64,3% da produção é dividida entre nada menos do que 33 empresas. 
Por outro lado, fatores econômicos e, em alguns casos climáticos, estão conspirando contra a sustentabilidade da atividade primária desenvolvida pelos produtores de leite, o que provocou o desaparecimento de 43% das fazendas do país nos últimos 20 anos. Hoje são 10.287 estabelecimentos, o que representa variação negativa anual de 8,7%, segundo o Observatório da Cadeia Láctea (OCLA). Do outro lado, o ranking das indústrias de laticínios da Argentina segue rumo à fragmentação como mostra dados elaborados pelo OCLA. 
São 670 indústrias, dentre as quais 47 processam mais de 100.000 litros de leite por dia, mas, nenhuma empresa tem mais de 15% de participação na produção local. De fato, as duas empresas que encabeçam o ranking são Mastellone e Saputo, com 11,8% e 11,5% de participação do mercado, respectivamente. Logo depois aparece um pelotão de 8 empresas que ficam entre 4,9% e 2,2%. Na ordem decrescente são Williner-Ilolay, SanCor, Noal, Verónica, García, Nestlé, Milkaut e Danone. 
Um grande player, a SanCor, conta a história de uma forte inflação, da exorbitante elevação das taxas de juros e, sobretudo, a brutal queda na demanda de lácteos registrada nos últimos anos, que colocou o setor em terapia intensiva. Como ingrediente adicional, a crise provocou o avanço da atividade informal, trazendo junto o aumento do risco em qualidade e segurança alimentar, maior sonegação fiscal, insegurança e precarização do trabalho. 
Este conjunto de fatores, somado à perda do poder aquisitivo de parte da população determinou a queda de 20% no consumo de leite por habitante nos últimos cinco anos, voltando aos níveis de 2002: 170 litros/per capita/ano. Em outras categorias, como o iogurte, o consumo per capita caiu 35% de 2008 para cá. 
O setor lácteo na Argentina, que produz por volta de 10.343 milhões de litros é responsável por 1% do Produto Interno Bruto (PIB), e representa 11% do setor agrícola. É preciso considerar que da produção total do país, mais de 20% vai para exportação, enquanto que o mercado interno é o principal destino do leite fluido. 
Um dado relevante é o fato do preço do leite ao produtor ter subido 110% em 2019, diante de um Índice de Preço ao Consumidor (IPC) de 53,8%. Os aumentos continuam em 2020, e em janeiro o valor teve reajuste de 2,62% em relação a dezembro. 
A maior parte dos custos da fazenda são dolarizados. A alimentação, que corresponde a 70% das despesas correntes (principalmente porque os grãos são commodities), além de outros itens que são estabelecidos em dólar, como terras, vacinas e alguns serviços profissionais.  (As informações são do Portalechero, traduzidas pelo Terra Viva)
Assista
Pecuária 4.0 e uso da tecnologia no campo geram discussão sobre futuro do setor lácteo no Fórum Estadual do Leite. Assista o evento na íntegra clicando aqui. (Sindilat)

 

 

 

Porto Alegre, 05 de março de 2020                                              Ano 14 - N° 3.177

Pecuária 4.0 e uso da tecnologia no campo geram discussão  sobre futuro do setor lácteo no Fórum Estadual do Leite
As alternativas que a tecnologia oferece para auxiliar o produtor no campo e as inovações da Pecuária 4.0 geraram grandes debates na manhã desta quarta-feira (4/3), durante o 16º Fórum Estadual do Leite, na Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque (RS). Os integrantes da cadeia produtiva leiteira, que lotaram o auditório central do Parque de Exposições, ouviram como determinadas técnicas e sensores podem mudar a tomada de decisão do produtor na fazenda. “O leite é de extrema importância para o desenvolvimento econômico dos produtores e o setor lácteo vai colocar o Brasil em outro cenário. No Fórum, estamos na hora, lugar e com as pessoas certas para discutir mudanças que possam transformar a atividade leiteira no Rio Grande do Sul”, afirmou o presidente da Cooperativa CCGL, Caio Cezar Vianna, na abertura do Fórum.  
Com foco em eficiência e produtividade, a primeira palestra do evento se propôs a exemplificar de forma simples como os dados da pecuária de precisão podem prevenir problemas nutricionais, reprodutivos, doenças e outros aspectos da criação. O professor do Departamento de Zootecnia da Universidade de Kentucky dos Estados Unidos, João H. C. Costa, explicou que o uso de sensores nos animais pode monitorar o cotidiano do plantel, o que consequentemente aumenta a produtividade da propriedade. “O produtor não tem condição de pagar alguém para observar em individual a rotina das vacas, mas um equipamento pode fazer isso de forma mais simples e eficaz. O uso de dados não muda o perfil do produtor, mas muda a atitude em relação às tomadas de decisões na fazenda”, ressaltou. Para Costa, o leite é uma commodity e para entrar nesse nicho de mercado a eficiência é fundamental.  
A segunda palestra do Fórum trouxe como centro o movimento Agro+Lean, que tem como objetivo melhorar a gestão dos negócios, os resultados alcançados e a qualidade de vida dos envolvidos. De acordo com o médico veterinário do Instituto Clínica de Leite (SP) Sandro Viechinieski, que ministrou a temática, o setor lácteo é um mercado de baixo risco. “Sempre vão existir negócios que o produtor de leite pode fazer com a sua produção, por isso, é necessário otimizar as margens e utilizar a tecnologia com o auxílio de um profissional técnico”, pontuou. O palestrante ainda ressaltou que todo modelo de negócio em qualquer segmento necessita de três fatores principais: cultura (a que o produtor implanta), líderes (ponto de apoio) e time (trabalho em equipe). 
Para o presidente do Sindicato da Indústria dos Laticínios do RS (Sindilat), Alexandre Guerra, que ao lado do secretário-executivo, Darlan Palharini, acompanhou o evento, as palestras do Fórum Estadual do Leite trazem para a realidade gaúcha debates mundiais que vêm sendo realizados no setor leiteiro. “Temos consciência que o mercado é competitivo e globalizado, e isso nos coloca no dever de andar lado a lado com outros grandes produtores de leite, seja a nível internacional ou nacional”, disse, lembrando que os três estados do Sul, pelo crescimento da produção de leite, têm condições de buscar a aplicabilidade dessas novas tecnologias e fazer parte dessa evolução. “Essas são oportunidades para os produtores buscarem uma maior eficiência no seu dia a dia utilizando a inteligência artificial no ganho em escala”, afirmou. 
O 16º Fórum Estadual do Leite é promovido pela Expodireto Cotrijal e pela CCGL, conta com o apoio da RTC e da FecoAgro/RS e patrocínio do Sindilat/RS, Senar-RS, Atto/Sementes, Agrifirm, MSD e BRDE. (Assessoria de imprensa Sindilat/RS)
 

CRÉDITO: ASSESSORIA DE IMPRENSA DA EXPODIRETO COTRIJAL 
 
 
Balança comercial: importações de lácteos caem 14% em relação ao mês anterior
Segundo dados divulgados nesta terça-feira (03/03) pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), o saldo da balança comercial de lácteos foi de 62 milhões de litros negativos, em equivalente leite, no mês de fevereiro, um aumento de 5% quando comparada a janeiro/20 e de 48% em relação a fevereiro/19. Confira a evolução no saldo da balança comercial láctea no Gráfico 1. 
Gráfico 1. Saldo mensal da balança comercial brasileira de lácteos, 2017 a 2020.

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT
As exportações, que haviam aumentado expressivamente no mês de janeiro, recuaram em fevereiro, representando uma redução de 48%. Os 9,3 milhões de litros exportados também representaram queda (-18%) em relação de fevereiro/19. No entanto, no acumulado do ano vigente (jan/fev) foram exportados 27,2 milhões de litros em equivalente leite, contra 23 milhões de litros no mesmo período de 2019. 
Já a quantidade importada de leite (em litros equivalentes) também caiu (-14%) no mês fevereiro em relação a janeiro, com 71,1 milhões de litros em equivalente leite internalizados. Da mesma maneira, no acumulado do ano (jan/fev) de 2020, internalizamos 153,8 milhões de litros em equivalente leite, 36% abaixo do mesmo período de 2019. 
Apesar disso, em fevereiro foram importadas 3,6 mil toneladas de leite em pó integral e 1,5 mil toneladas de leite em pó desnatado, aumento de 4% e 8%, respectivamente em relação ao mês de janeiro/20. No entanto, outros produtos como queijos, manteigas e soro de leite apresentaram redução nas importações brasileiras em relação a fevereiro de 2019 (Tabela 1). 
Tabela 1. Variação em % da quantidade importada em toneladas pelo Brasil por produto, fevereiro/20 comparado com janeiro/20 e fevereiro/19.

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados da Secex.

Na tabela 2, é possível observar as movimentações do comércio internacional de lácteos no mês de fevereiro deste ano.
Tabela 2. Balança comercial láctea em fevereiro de 2020.

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados COMEXSTAT.

Lácteos/RU

A balança comercial do Reino Unido (RU) para todos os produtos lácteos* foi positiva em termos de volume em 2019, com um excedente de 95 mil toneladas de produto. Este é o primeiro superávit comercial registrado desde o início da série, em 1997.
 
A maior melhoria ocorreu com o leite em pó desnatado (SMP) e leitelho. Queijo, iogurte e manteiga** ainda estão sendo comercializados com déficit, embora ele venha sendo reduzido para manteiga e queijo.
A melhoria acentuada na balança comercial do SMP foi resultado direto da mudança nos padrões comerciais através da fronteira com a Irlanda. Em 2019, as exportações de SMP para a Irlanda aumentaram 20 mil toneladas, enquanto as importações da Irlanda caíram quase 59 mil toneladas.
 
Houve aumento nas exportações de leitelho, mas, o principal motivo para a melhora da balança comercial foi uma queda significativa nas importações (103 mil toneladas). Os embarques da França, Bélgica e Alemanha foram responsável pela maior parte da queda.
 
 
 
Em termos de valor, ainda houve um déficit comercial, mas, menor do que em 2018. O valor das exportações cresceu, enquanto o valor das importações diminui. A manteiga contribuiu de maneira notável para a melhoria do déficit comercial de valor. Isso ocorre, em parte, porque importamos menos em 2019. *Códigos SH 0401-0406 | **Manteiga aqui inclui inclui óleos derivados de leite. (AHDB - Tradução livre: Terra Viva)
 
PIB Agropecuário deverá crescer até 4% em 2020, estima CNA
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) estima que o PIB da agropecuária brasileira crescerá entre 3% e 4% em 2020, sustentado pela recuperação da produção de soja e por avanços nas cadeias de bovinos e suínos. A entidade estima que safra 2019/20 da oleaginosa deverá alcançar 123 milhões de toneladas e o Valor Bruto da Produção (VBP) da cultura terá alta de 11%. Na pecuária, as altas de 20% na criação de bovinos e de 29% em suínos deverão garantir resultados positivos. Dessa forma, o VBP do setor agropecuário poderá subir quase 10% neste ano, ante crescimento de 1,4% em 2019. Mesmo com previsões otimistas para 2020, assessor técnico da entidade, Paulo Camuri, prega cautela e orienta produtores a investir na gestão de risco na produção, como travamento de preços no mercado futuro e operações de barter — troca de grãos por insumos. Segundo o assessor, dois pontos principais preocupam o cenário do agro brasileiro. Os efeitos econômicos da desaceleração do crescimento da China e os impactos do coronavírus fora do país asiático. "Ainda não conseguimos precificar esse impacto fora da China", afirmou ao Valor. Outra preocupação é o dólar. "O receio é pagar caro no momento do pré-custeio e vender a produção depois com câmbio em baixa. É um sinal de alerta", observou. Segundo Camuri, os preços das commodities poderão cair de forma expressiva a depender da expansão do coronavírus pelo mundo. (Valor Econômico)

 

Porto Alegre, 04 de março de 2020                                              Ano 14 - N° 3.176

GDT: sob efeito do coronavírus, leilão registra terceira queda consecutiva 
O leilão da plataforma Global Dairy Trade realizado nesta terça-feira (03/03/20), encerrou registrando a terceira queda consecutiva no nível médio dos preços negociados e uma queda de 1,2% frente à quinzena anterior. O preço médio das negociações, de US$3.112/ton, é o menor valor registrado desde a segunda quinzena de janeiro de 2019, como mostra o Gráfico 1.
 
Gráfico 1. Preço médio leilão GDT x GDT Price Index.
 
Fonte: elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade.
A baixa nos preços veio acompanhada de um menor volume negociado neste evento. As 25.576 toneladas comercializadas representam uma queda de 9,2% em comparação ao último leilão, o menor volume desde julho/19. O leite em pó integral (LPI) foi o derivado que apresentou maior queda de oferta, 2.835 toneladas a menos que no evento anterior. 
Esta redução do índice GDT pode ser explicada pela queda do preço médio dos três principais produtos ofertados neste leilão: leite em pó integral, leite em pó desnatado (LPD) e gordura anidra, que, juntos, somam 91% do volume negociado. O LPI apresentou queda de 0,5% em seu preço médio (fechando em US$2.952/ton), enquanto o LPD teve seu preço reduzido em 3,2% (US$2.747/ton) e a gordura anidra em 1,7% (US$4.302/ton). 
Os queijos também apresentaram redução de valor (4,7%), fechando em US$ 4.285/ton. A manteiga, por sua vez, teve aumento de 1% e média de US$4.131/ton. 
O alastramento e efeitos da epidemia de coronavírus é um dos principais motivadores dessa redução nos preços. O consumo de lácteos na China — principal país afetado pela doença e maior importador de lácteos — está sendo reduzido, assim como as importações. De acordo com dados do Rabobank, publicados aqui no MilkPoint, o impacto do vírus poderia reduzir em 2% a 4% ao ano o consumo de leite fluido no país e em 5% as importações de queijos durante todo o ano. 
Analisando os contratos futuros de LPI para os próximos meses, é possível notar uma tendência de leve recuperação nos preços. A bolsa NZX, da Nova Zelândia, trabalha com preços em patamares ligeiramente superiores ao do leilão GDT, como mostra o Gráfico 2. 
Gráfico 2. Evolução da quantidade negociada no leilão GDT.
 
Fonte: elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade.
 
 
 
Aumenta a pressão sobre a UE na OMC
Brasil, Canadá e EUA apresentaram ontem no comitê de negociações comerciais da Organização Mundial do Comércio (OMC) uma proposta que visa, na prática, frear certas práticas adotadas pela União Europeia em suas importações de produtos agrícolas. A proposta é para os países se comprometerem a adotar medidas sanitárias e fitossanitárias (SPS, na sigla em inglês) baseadas realmente em dados científicos ou normas internacionais e evitarem banir algumas compras.

Para os três proponentes, é preciso levar em conta a evolução da produção agrícola global, o ritmo de inovação em equipamentos e tecnologias, as mudanças climáticas, o estresse na produção de alimentos, a crescente importância de práticas agrícolas sustentáveis e o combate à propagação de pragas e doenças, entre outros fatores. A proposta não prevê emendas no Acordo SPS e deixa claro o direito de cada país de adotar medidas para proteger a saúde humana, animal e das plantas. Mas prega que tudo isso seja feito com base em princípios científicos e que eventuais medidas sejam aplicadas no grau necessário, sem que sejam mantidas sem evidências científicas e avaliação de riscos.

A UE vem sendo acusada há tempos por exportadores agrícolas de atropelar padrões internacionais - na fixação de Limites 

Máximos de Resíduos (LMR) de um produto, por exemplo. O Brasil já questionou a UE em comitês técnicos de ter se afastado dos LMR estabelecido pelo Codex Alimentarius nos casos do uso do agrotóxico tiabendazol no cultivo de mangas, de imazalil em bananas e de clorato em frutas cítricas. Para o Brasil e outros exportadores, Bruxelas implementou uma redução de LMR sem base científica sólida. Esses países sustentam que o resultado da avaliação de risco europeia é inconclusivo devido a “data gaps” ou porque a metodologia usada se distancia da usada pelo Codex. 
O Codex Alimentarius é um organismo internacional que estabelece LMR para defensivos agrícolas. A UE faz parte do Codex e participa do órgão técnico que faz as avaliações (JMPR). Mas isso não impede os europeus de usarem uma metodologia diferente e, com isso, chegar a resultados distintos e se afastar dos padrões do Codex unilateralmente. 
Para certos observadores, não é coincidência que os produtos afetados pela prática europeia costumam ser frutas tropicais que a UE não produz ou que importa em grandes quantidades. Em primeiro lugar, porque há menos estudos europeus disponíveis quando se trata de produtos que não são cultivados na UE; mas também porque há menos lobby em relação ao pedido de autorização do fabricante da substância sob análise. Com menos lobby, as fabricantes das moléculas se sentem menos pressionadas a produzir estudos científicos que embasem as decisões de LMR. E se a UE não cultiva os produtos que usam essas substâncias, não há pressão de fabricantes. Tudo isso contribui para o “data gap”, o vício apontado pelo Brasil nas análises de risco feitas na UE. 
Mas, em vez de adotar o padrão de LMR estabelecido internacionalmente pelo Codex, os europeus querem fazer um padrão só da Europa, criando o que os exportadores denunciam como barreira ao comércio. Segundo negociadores, República Dominicana, Equador, Costa Rica, são exemplos de países que estão prestes a ver suas bananas totalmente proibidas na UE porque Bruxelas fixou um LMR de buprofezina diferente do previsto no Codex. 
Em recente avaliação da política comercial da UE, uma das questões mais levantadas pelos parceiros do bloco envolveu as práticas de medidas sanitárias e fitossanitárias europeias. O embaixador da UE junto à OMC, João Aguiar Machado, observou que o bloco comunitário é o segundo maior importador de produtos agrícolas do mundo, que essas importações continuam a crescer e que todas as medidas SPS da UE são notificadas de acordo com suas obrigações internacionais. 
Conforme o embaixador, os Limites Mínimos de Resíduos na Europa são revisados sistematicamente pela Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA). Ele lembrou que, pelo artigo 3.3 do Acordo SPS, a UE pode se desviar dos padrões internacionais se uma preocupação de saúde for levantada pelo organismo de avaliação de riscos. Machado argumentou, também, que a legislação é aplicável igualmente a produtos nacionais e importados, mas que, onde não há risco para a saúde, a UE prevê concessão de tolerâncias de importação para substâncias que não estão autorizadas para uso nos países do bloco. 

Brasil, Canadá e EUA esperam atrair apoio para uma declaração multilateral de ministros de comércio na conferência da OMC que ocorrerá no começo de junho no Cazaquistão. Um consenso, porém, parece difícil, até porque para isso a UE precisa ser convencida a seguir padrões internacionais, e não os seus. (Valor Econômico)

Decisão do TST sobre processos trabalhistas pode movimentar mais de R$ 30 bilhões de empresas
Uma nova posição adotada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) em julgamentos sobre processos trabalhistas tem potencial de movimentar mais de R$ 30 bilhões de empresas envolvidas nesses casos. Historicamente, as empresas condenadas a pagarem valores ao atual ou ex-funcionário que moveu um processo são obrigadas a fazer um depósito que pode chegar a R$ 19 mil caso decidam recorrer da decisão judicial. 

A reforma trabalhista de 2017 autorizou que, no lugar disso, a empresa apresentasse um ‘seguro garantia’. A Justiça do Trabalho, no entanto, vinha negando que as empresas trocassem o depósito pelo seguro quando já tivessem recorrido da sentença. Uma decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) do início de fevereiro começou a mudar esse cenário. 
Provocado pelo Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (Sinditelebrasil), o CNJ derrubou resolução interna do TST, editada em 2019, que vedou expressamente essa troca. Diante disso, o TST precisou mudar de posição. Em decisão obtida pelo Broadcast, do último dia 17, o ministro Alexandre Agra Belmonte, por exemplo, já permitiu que a empresa retomasse seu depósito, o substituindo pelo seguro-garantia. 
Advogado do escritório Rueda & Rueda que trabalhou no caso, Clovias Ramos afirmou ao Estadão que a decisão de Belmonte é a primeira do TST após a determinação do CNJ, e deve incentivar que mais empresas busquem a mesma alternativa na Justiça. “Existem muitas decisões pelo país não permitindo essas substituições”, disse. 
Com a possibilidade de ofertar o seguro garantia no lugar, o caixa da empresa ganha um fôlego, sem prejudicar a outra parte no processo, avalia o advogado. “Com a troca, todo o valor do depósito recursal do processo específico vai voltar para o caixa da empresa. E aí ela vai ter capital de giro para fazer movimentação, pagar funcionário, para fazer suas atividades empresariais”, explicou Ramos. (Estadão)
Novo ‘nanofertilizante’ promete elevar produtividade das lavouras
Pesquisas baseadas em nanotecnologia iniciadas há uma década na Coreia do Sul poderão ajudar a elevar a produtividade nas mais diferentes lavouras no Brasil. A partir da manipulação de micronutrientes conhecidos, como boro e cobalto, e da interação dessas substâncias com um corante orgânico, cientistas sul-coreanos chegaram a uma molécula fotocatalítica capaz de “energizar” uma planta, otimizar seu processo de fotossíntese e, com isso, melhorar seu rendimento. O empresário Carlos Lee, que nasceu na Coreia do Sul e veio para o Brasil em 1976, com nove anos, conheceu esses cientistas há cinco anos e decidiu trazer a inovação para o país. Há quatro anos abriu em São Paulo a empresa binacional QBN Tecnologia com o sócio Edilson Lopes e um parceiro sul-coreano, fez testes conjuntos com o professor Paulo Roberto de Camargo e Castro, da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq), e obteve registro no Ministério da Agricultura para a venda de dois fertilizantes, destinados a hortifrútis e grãos. “Aplicados sobre a folha, esses nanofertilizantes funcionam como ‘placas solares’ adicionais. O produto também é um gerador de hidroxinas que podem ajudar no combate de fungos e bactérias e, segundo nossos testes, ajuda a planta a se tornar mais resistente a estresse hídrico”, diz Carlos Lee. Em testes em vasos, de pequena escala, o empresário afirma que foram registrados aumentos de produtividade da ordem de 80% no caso do feijão e de mais de 100% com tomate. Em lavouras de grãos de escala maior, os ganhos, segundo ele, chegam a 25% na soja e a 30% no milho. “Continuamos fazendo testes em busca de uma estabilidade de resultados, mas é possível dizer que os incrementos são de, no mínio, 15% nos grãos e 20% nos hortifrútis”, diz Edilson Lopes. No total, as pesquisas e testes no Brasil já absorveram investimentos superiores a R$ 3 milhões. No momento, diz Lopes, a QBN está montando sua equipe de vendas para que as vendas ganhem corpo já na próxima safra (2020/21). Os produtos deverão custar o mesmo que fertilizantes foliares comuns. (Valor Econômico)

 

Porto Alegre, 03 de março de 2020                                              Ano 14 - N° 3.175

Coronavírus interrompe a cadeia de fornecimento de laticínios da China e não pode ser ignorado

Mesmo uma interrupção de 30 dias na cadeia de fornecimento de laticínios da China pode ter efeito duradouro de meses. Com a região prejudicada pelas quarentenas de coronavírus e sem um objetivo claro à vista, as organizações de laticínios procuram compensar as perdas. 

Desde a primeira aparição em dezembro, os casos confirmados de coronavírus (COVID-19) atingiram quase 80.000 em todo o mundo, com mais de 2.500 mortes. Deixou o centro da China fechado, com quarentenas sancionadas pelo Estado e restrições de viagens para evitar a propagação do vírus. 
A Organização Mundial da Saúde ainda não declarou que o COVID-19 é uma pandemia, mas disse nesta semana que o mundo deveria estar fazendo mais para se preparar para uma. Nos últimos dias, houve surtos significativos na Coreia do Sul, Itália e Irã.
As circunstâncias estão impactando todas as áreas da economia na China, com a interrupção do transporte e a escassez de mão-de-obra afetando a fabricação e o comércio. Sandy Chen, analista sênior de laticínios da RaboResearch, Rabobank, analisou os possíveis efeitos no mercado global de produtos lácteos, aconselhando que eles não devam ser ignorados. "Embora o impacto da epidemia na demanda por laticínios deva ser de curto prazo, a incerteza sobre sua duração real e o persistente impacto psicológico podem trazer danos significativos ao consumo, o que afeta o processamento, produção e importação", afirmou.
Estabilizar o fornecimento de alimentos pode pressionar os preços: Como o surto ocorreu próximo ao ano novo chinês, Chen disse que o fechamento de lojas e o tráfego de pedestres nas mercearias tiveram um efeito material nas vendas que, de outra forma, teriam sido fortes durante o feriado. 
Em relação aos laticínios, os produtos lácteos líquidos premium, tradicionalmente comprados para presentear, foram severamente afetados. O Rabobank estima que o impacto de COVID-19 em 30 dias poderia reduzir o consumo de leite fluido da China em 2% a 4% ao ano, assumindo que parte da perda no varejo seja composta por vendas on-line. 
Como o consumo de queijo chinês vem principalmente do serviço de food service, o Rabobank está estimando que um impacto de 30 dias poderia reduzir a importação de queijo em pelo menos 5% durante todo o ano.
Chen disse que as remessas de leite cru e o reabastecimento dos processadores foram atrasados devido a controles mais rigorosos do tráfego rodoviário e à escassez de mão-de-obra pós-Ano Novo Chinês. Para os produtores, são as pequenas e médias fazendas que foram as que mais sofreram, levando a descartes de leite. 
O governo chinês está enfatizando a importância de um suprimento estável de alimentos, em termos de produção, distribuição e logística, o que poderia colocar mais pressão do que o normal nos preços do leite.
Mais leite em pó no mercado global? Chen informou que a China importou quase 670.000 toneladas de leite em pó integral em 2019 (+30%) e um recorde de 340.000 toneladas de leite em pó desnatado (+23%). Inicialmente, o Rabobank esperava que as importações da China no primeiro semestre de 2020 caíssem 3% e crescessem 1% durante o ano inteiro. 
Mas o COVID-19 pode mudar isso significativamente e o Rabobank projeta que, para o ano inteiro de 2020, haverá um declínio de 1% na demanda total de laticínios, levando a uma redução de 11% nas importações. Se a demanda total de laticínios cair até 5%, as importações cairão 25% em 2020. "Dado o grande impacto no serviço de alimentação, os efeitos indiretos podem levar os exportadores que atendem a esse segmento a transferir parte da produção de queijo, manteiga e creme para leite em pó integral e desnatado ao longo do tempo, resultando em mais leite em pó no mercado global", Chen disse.
Nate Donnay, diretor de insights sobre o mercado de laticínios do INTL FCStone, sugeriu recentemente que poderia haver uma queda de 3% a 10% nos preços dos laticínios chineses nos próximos 12 meses, em comparação com o que seria sem o COVID-19.
Ele disse que o melhor cenário é ver os preços caírem cerca de 4% este ano e, em seguida, cair cerca de 8% no início do próximo ano. Surpreendentemente, o volume de produtos lácteos comprados na região Norte da Ásia ainda não caiu significativamente. 
“De uma perspectiva global, a produção ainda parece muito boa, com a UE forte e a produção americana melhorando à medida que o rebanho cresce. As produções australiana e argentina mais recentes também foram um pouco melhores do que o esperado”, disse Donnay. "Os problemas de produção da Nova Zelândia por si só não serão suficientes para impulsionar os preços mais altos, mas podem compensar alguns dos problemas de baixa em torno da demanda chinesa e do COVID-19". (As informações são Dairy Reporter, traduzidas pela Equipe MilkPoint)
 
 
 
Marco da inovação a caminho
Desenhado com o propósito de incentivar a pesquisa e a inovação e melhorar o ambiente de negócios no Rio Grande do Sul, o projeto de lei que cria o Marco Legal Estadual de Inovação, Ciência e Tecnologia será protocolado neste mês na Assembleia. A proposta deve tramitar em regime de urgência e é inspirada no marco nacional, regulamentado em 2018. 
- O projeto segue o marco federal, pois os Estados devem seguir seus princípios. Também incorporamos sugestões da comunidade de inovação, ciência e tecnologia do RS e do Conselho Estadual de Ciência e Tecnologia - relatou à coluna o secretário de Inovação, Luís Lamb. Semana passada, Lamb e o secretário adjunto Fernando Mattos apresentaram a ideia (foto) ao presidente da Assembleia, Ernani Polo (PP), e ao superintendente de Comunicação e Cultura, André Machado. Polo, que assumiu a Assembleia há um mês pregando a competitividade, saudou a iniciativa: 
- Acredito que o marco é grande avanço e ajudará a criar um ambiente mais propício à expansão desse setor importante e estratégico para o presente e o futuro do Estado. 
Junto ao marco da inovação, o governo deve protocolar outro projeto para criar um fundo que garantirá recursos permanentes ao setor. A estruturação pode ser viabilizada com um percentual da venda das estatais de energia. (Zero Hora) 
 
 
Global Dairy Trade – GDT
 
 

Univates consegue patente de produto feito com espécie nativa do Estado 
A partir de uma pesquisa de mestrado realizada no Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia, a Universidade do Vale do Taquari (Univates) obteve, recentemente, mais uma patente. Trata-se de um produto lácteo enriquecido com farinha de frutos verdes de mamãozinho-do-mato, espécie nativa do Rio Grande do Sul com alto teor de fibra alimentar, aminoácidos essenciais e proteínas. O produto é resultado da dissertação de Lilian Ferreira, orientada pela professora Elisete Maria de Freitas. 

De acordo com Lilian, o mamãozinho-do-mato também é conhecido como jaracatiá e é considerado uma Planta Alimentícia Não Convencional (Panc). “A ideia inicial era outra, mas sempre tivemos certeza de que seria com o mamãozinho-do-mato. Durante a pesquisa, vimos que havia uma oportunidade maior de inovar com um produto voltado para o público consumidor de probióticos e derivados”, relata. As características nutritivas do fruto apontam para alto teor de fibra alimentar, semelhante ao que pode ser obtido com o coco, além de aminoácidos essenciais e proteínas. 

O uso da farinha de mamãozinho-do-mato no leite fermentado amplia a vida de prateleira do produto e também aumenta a concentração de micro-organismos probióticos. A professora Claucia Volken de Souza explica que esses micro-organismos, quando em equilíbrio, beneficiam a saúde ao melhorarem a absorção de nutrientes e fortalecem o sistema imunológico. “Com isso, o leite fermentado com a farinha do mamãozinho-do-mato pode ser considerado um alimento simbiótico, devido ao seu efeito sobre os micro-organismos envolvidos”, finaliza. 

A orientadora acrescenta que, além dos benefícios, ao utilizar-se o mamãozinho-do-mato é feito o resgate de uma Panc, ainda pouco utilizada, para que seja introduzida na alimentação, já que, muitas vezes, elas estão próximas às casas das pessoas e essas nem sabem que se trata de uma planta que pode ser consumida. “No caso do jaracatiá, o uso popular era restrito ao caule, que, ao ser ralado, era utilizado em doces, muitas vezes em substituição do coco. Além disso, por se tratar de uma espécie nativa, o seu consumo promove maior conhecimento e valorização da biodiversidade”, afirma Elisete. (Correio do Povo)

 
 
Webinar - Possíveis impactos da reforma tributária na cadeia do leite. 
Uma das ações consideradas prioritárias para o atual governo é a Reforma Tributária, cujas medidas visam a simplificação da atual tributação. Para isso, tramitam duas propostas, uma na Câmara de Deputados (PEC 45) e outra no Senado (PEC 110) que podem ter grandes impactos no setor leiteiro, caso sejam aceitas sem alterações. Para melhor entender essas questões, o MilkPoint, com apoio da Fermentech, organizou um webinar gratuito com Marcelo Martins, Diretor da Viva Lácteos e Dr. Eduardo Lourenço, advogado tributarista. Assista na íntegra. Clicando aqui. (MilkPoint)

 

 

Porto Alegre, 02 de março de 2020                                              Ano 14 - N° 3.174

Expodireto Cotrijal: 16º Fórum Estadual do Leite ocorre nesta quarta-feira

As inovações disponíveis no mercado que auxiliam no aumento da competitividade da cadeia leiteira serão foco principal da programação do 16º Fórum Estadual do Leite, evento que acontece nesta quarta-feira (4/3), na Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque (RS). O encontro deve reunir mais de 300 participantes, entre produtores de leite, técnicos, pesquisadores, representantes das indústrias de laticínios e lideranças do setor. O Fórum, realizado pela CCGL e Cotrijal com o apoio do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), se propõe a ser um espaço aberto de encaminhamentos sobre questões técnicas e políticas do setor lácteo. “São nesses espaços que compartilhamos cases positivos do que vem sendo realizado em prol da cadeia leiteira, visualizando o futuro e avanço do mercado para os próximos anos”, afirma o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, que ao lado do secretário-executivo do sindicato, Darlan Palharini, marcará presença no encontro.

Além da inovação na produção, a edição deste ano também vai debater o controle de animais e processos na pecuária leiteira, com atenção especial à produção no Brasil para os próximos 10 anos, e como o modelo de gestão Agro+Lean poderá auxiliar o produtor de leite. Entre os palestrantes estão o professor da Universidade de Kentucky dos Estados Unidos, João H. C. Costa, o chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, de Juiz de Fora (MG), Paulo do Carmo Martins, e médico veterinário do Instituto Clínica de Leite (SP) Sandro Viechinieski.

Considerada uma das exposições de tecnologia agropecuária mais importante do país, a Expodireto Cotrijal 2020 ainda traz para a sua 21ª edição o espaço Arena Agrodigital, que reunirá cerca de 20 empresas e startups do agronegócio mundial, visando aproximar o setor produtivo das tecnologias disponíveis que auxiliam no aumento da produtividade e redução de custos no campo.

Confira a programação completa
8h30min – Abertura
9h – Palestra: Inovação no controle de animais e processos na pecuária de leite, com Dr. João H. C. Costa – professor da Universidade de Kentucky/EUA
10h – Palestra: Como será a produção de leite no Brasil em 2030, com Dr. Paulo do Carmo Martins – chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, de Juiz de Fora (MG)
11h20min – Palestra: Como o modelo de gestão Agro+Lean poderá auxiliar o produtor de leite, com Sandro Viechinieski – médico veterinário do Instituto Clínica de Leite (SP)
12h10min – Debate entre palestrantes e participantes
12h30min – Encerramento
Tereza Cristina se reúne com representantes do MCTIC para discutir conectividade rural
A ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) se reuniu hoje (28) com representantes do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) para discutir medidas para ampliar a conectividade no campo.
O secretário de Telecomunicações do MCTIC, Vítor Elísio de Menezes, explicou a base legal de instrumentos e iniciativas da pasta que podem contribuir para a implantação de uma política de conectividade no campo. Essa é uma demanda do Mapa e será formulada pelos dois ministérios. A ministra observa que essa política é muito importante para avançar na modernização do campo e ampliar o acesso dos produtores às inovações tecnológicas. 
“É importante priorizar áreas rurais de utilização mais intensa de tecnologia”, avaliou a ministra Tereza Cristina ao ressaltar a necessidade de contemplar não apenas os grandes produtores, mas também os de médio e pequeno porte. Participaram também da reunião os secretários de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação do Mapa, Fernando Camargo, e de Política Agrícola do Mapa, Eduardo Sampaio. 
Com o leilão do 5G, previsto para o último trimestre deste ano, a cobertura com banda larga móvel deverá abranger pelo menos 945 aglomerados rurais, envolvendo inclusive projetos de assentamento e aldeias indígenas. Dentro desse pacote, apresentado pelo MCTIC, está também a cobertura de banda larga móvel em rodovias federais, com atendimento a propriedades vizinhas. Para o secretário de Telecomunicações, é importante evitar a sobreposição de políticas públicas e ressaltou que, no cenário tecnológico atual, é importante conectar não só as pessoas, mas o campo. “O investimento prioritário é o campo conectado”. 
Estudo encomendado pelo Mapa à Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) para mapear a situação da conectividade rural mostra que menos de 4% do território nacional é conectado à internet e que há uma demanda por pelo menos 5.600 antenas para melhorar a oferta de banda larga no país. O documento está em fase de validação pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). 
Recursos: Para a execução da política de conectividade rural, uma das ideias em estudo é a utilização de recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust), que arrecada, por ano, em média, R$ 1,6 bilhão. Esses recursos, atualmente, só podem, de acordo com a legislação, ser utilizados para a expansão da telefonia fixa. 
Está em tramitação no Senado Federal um projeto de lei (PL 172) que altera a legislação de criação do fundo para permitir a aplicação de seus recursos inclusive na área de telefonia móvel. Prevê ainda que administração do Fust será feita por um Conselho Gestor, com a participação do Mapa. 
O foco, de acordo com a proposta apresentada pelo MCTIC, são as áreas rurais em torno de 350 mil hectares produtivos e com maior retorno. (Mapa) 
 
Número de fazendas leiteiras dos EUA caem quase 9% em relação ao ano anterior
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que atualmente há quase 9% menos fazendas leiteiras no país em comparação com o ano passado. De acordo com os dados, os EUA tinham uma média de 34.187 fazendas leiteiras em 2019, ante 37.468 no ano anterior, ou 8,8% a menos. 
Lembre-se de que essas são médias anuais. Por exemplo, o número médio de fazendas leiteiras listadas pelo USDA para Wisconsin é de 7.720 em 2019. Wisconsin chegou a esse nível em junho do ano passado. Em janeiro de 2020, havia apenas 7.292 fazendas licenciadas para vender leite em Wisconsin, de acordo com o Serviço Nacional de Estatísticas Agrícolas do USDA e outras 34 deixaram o negócio em 1º de fevereiro. 
No entanto, o número médio anual de fazendas do USDA é instrutivo. Por exemplo, vários estados tiveram queda de mais de 10% no número de fazendas leiteiras em 2019: West Virginia, queda de 23%; Arkansas, Tennessee e Carolina do Sul, queda de 20%; Dakota do Norte, 19%; Carolina do Norte, queda de 17%; Michigan, queda de 12,5%; Geórgia, queda de 12,5%, Ohio, queda de 12%; Kentucky, Utah e Virgínia, queda de 11%. Nota: O Havaí tem uma fazenda leiteira restante, uma a menos que no ano passado. E o Alasca também tem uma fazenda restante, inalterada em relação ao ano passado. 
Nenhum estado relatou um aumento no número de fazendas leiteiras, mas sete estados não relataram perdas. Entre eles estavam Alasca, Colorado, Nevada, New Hampshire, Oregon, Rhode Island e Wyoming. 
Observe que mais da metade das perdas vieram de quatro estados: Wisconsin, queda de 780; Pensilvânia, queda de 470; Nova York, queda de 310, e Minnesota, queda de 250. No total, eles equivalem a uma perda de 1.810 fazendas, ou 55% daqueles que deixaram o setor de laticínios em 2019. 
Como o número de vacas nos Estados Unidos agora totaliza 9.348.000, o tamanho médio do rebanho no país passa para 273 vacas por fazenda, contra 251 vacas em 2018. Isso representa um salto de 8,9%. (Dairy Herd Management, traduzidas pela Equipe MilkPoint)
 
 
Leite/Europa
Em muitas regiões dos grandes países produtores de leite da Europa Ocidental o inverno tem sido ameno. O resultado é condições climáticas favoráveis. Na Alemanha e na França, nas últimas semanas, o volume de leite produzido tem sido maior do que o verificado no mesmo período de 2019. A indústria declara que a disponibilidade de matéria prima é bastante boa para esta época do ano.  De acordo com a Eucolait, o volume acumulado de produção de leite na União Europeia (UE) está 0,6% superior ao registrado no mesmo período do ano passado. O ano passado encerrou forte, e em dezembro de 2019 o leite produzido foi 1,2% superior ao verificado em dezembro de 2018. O crescimento em dezembro veio de países com Alemanha, França, Itália e especialmente da Holanda, que aumentou 3,7% no último mês de 2019, quando comparado com dezembro de 2018. No entanto, a produção acumulada de 2019 nos dois maiores países produtores, Alemanha e França, ficou abaixo da registrada em 2018. A produção acumulada no ano foi maior na Irlanda, Reino Unido e Espanha. A produção de queijo em dezembro de 2019 na UE cresceu 1,5% na comparação anual. Durante todo o ano o aumento foi de 0,2%. Na Alemanha, o maior produtor de queijo do bloco, subiu 5,3% em dezembro em comparação com dezembro de 2018, e no acumulado do ano o crescimento foi de 2,1%. Na França, o segundo maior produtor de queijo, a elaboração de queijos em todo o ano aumentou 0,6%, mas, em dezembro, houve queda de 0,6% quando comparado com o mesmo mês do ano anterior. No Leste Europeu, a Polônia continua sendo o maior produtor de leite, e em todo o ano de 2019 os volumes subiram 1,9%, de acordo com a Eucolait. Em dezembro de 2019 a produção de leite cresceu 1,8% quando comparada com dezembro de 2018. A produção de queijo na Polônia em 2019 aumentou 3,9%. A variação percentual em dezembro foi de 5,5%. (USDA)

 

 

Porto Alegre, 28 de fevereiro de 2020                                              Ano 14 - N° 3.173

Reforma tributária trará grandes impactos para o setor lácteo. Participe e entenda

Uma das ações consideradas prioritárias para o atual governo é a Reforma Tributária, cujas medidas visam a simplificação da atual tributação. Para isso, tramitam duas propostas, uma na Câmara de Deputados (PEC 45) e outra no Senado (PEC 110) que podem ter grandes impactos no setor leiteiro, caso sejam aceitas sem alterações. Para melhor entender essas questões, o MilkPoint, com apoio da Fermentech, organizará um webinar gratuito com Marcelo Martins, Diretor da Viva Lácteos e Dr. Eduardo Lourenço, advogado tributarista, no dia 02/03, às 17h. 

Em ambas as propostas, os tributos incidirão sobre todos os bens e serviços adquiridos e comercializados, o que impactará a cadeia láctea como um todo, desde o produtor de leite até o consumidor. “Se não houver nenhuma alteração no que vem sendo proposto até então, todos os produtores rurais, inclusive os de leite, serão contribuintes deste imposto sobre bens e serviços, ou seja, haverá necessidade de um livro caixa e da emissão de nota fiscal de venda. O total a pagar será a diferença entre o valor do imposto devido pelo produtor, destacado na nota, e o crédito com a aquisição de bens e serviços. Haverá a necessidade da contratação de contador, para organizar a apuração do imposto a ser recolhido pela propriedade”, explicou. 
Neste momento, os produtores de leite têm alíquotas zero de PIS/Cofins para diversos insumos utilizados na produção. Se a reforma for aprovada tudo isso será tributado, elevando o custo de produção. Além disso, há uma preocupação com os pequenos produtores (menores que 500 litros/dia), que utilizam menos insumos no processo de produção, e vão acabar pagando mais impostos por litro de leite produzido quando comparado às propriedades com grandes volumes. 
A nova tributação também terá impactos consideráveis no preço do leite da indústria para o varejo. “Segundo estudos que fizemos recentemente, partindo de um leite UHT vendido no atacado a R$ 2,44, se adicionarmos o imposto com alíquota de 25%, o litro terá que ser vendido a R$ 2,86, para termos a mesma margem de lucro de 3 centavos no litro de leite UHT. Como o repasse desse preço para o consumidor é difícil, a indústria e o produtor terão que arcar com a parte do custo que a população não suportar”, comentou. 
No varejo, por sua vez, à medida que se tem um aumento na carga tributária, observa-se restrição no consumo de lácteos, sobretudo das classes mais baixas, que representa a maioria da população brasileira. “Uma carga tributária como a que está sendo proposta, elevaria em 23% o custo da cesta básica”, apontou Marcelo. “Além disso, caso haja aumento de preços ao consumidor, há risco de ampliação das importações, o que será mais bem tratado no webinar”, disse.
Diante disso, o webinar tem como proposta esclarecer a todos os envolvidos no setor (técnicos, representantes de laticínios, cooperativas, produtores rurais etc.) os impactos da reforma tributária. “O setor lácteo tem várias especificidades que devem ser tratadas de uma forma adequada. Todos os envolvidos devem participar das discussões e propor mudanças para manter a nossa competitividade”, pontuou Marcelo Martins. (Milkpoint)
 
 
Secretaria de Defesa Agropecuária publica prazos para aprovação de processos
Foi publicada no Diário Oficial da União, nesta quinta-feira (27), a Portaria nº 43 que estabelece os prazos para fins de aprovação de licença, autorização e registro (atos públicos de liberação) de responsabilidade da Secretaria de Defesa Agropecuária, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
A medida atende ao disposto no Decreto 10.178, de dezembro de 2019, que regulamenta a Lei de Liberdade Econômica (Lei nº 13.874). 
Os prazos foram estabelecidos para dar mais celeridade aos atos da Secretaria. Foram baseados no risco identificado em sete áreas temáticas - podendo ser de baixo, médio e alto. A definição do risco está relacionada à complexidade da atividade desenvolvida, levando-se em consideração a inocuidade, fidedignidade, eficiência e qualidade dos produtos obtidos e destinados à comercialização; e impacto na saúde da população, na sanidade animal e no ambiente, sendo assim necessária análise técnica complexa. 
A Secretaria destaca que está mantido o controle rígido dos estabelecimentos e produtos agropecuários, com as garantias necessárias ao consumidor, e que não há risco de aprovação de atos sem análise técnica ou que não atendam à legislação vigente. 
A iniciativa confere transparência e previsibilidade ao setor produtivo, que passa a conhecer previamente o prazo máximo de resposta a seus requerimentos, com a possibilidade de aprovação tácita em caso de ausência de manifestação do órgão ou entidade responsável pelo ato de liberação para o exercício de atividade econômica. 
Os prazos indicados na portaria podem ser revisados a qualquer momento, uma vez que a Secretaria de Defesa Agropecuária mantém uma revisão constante dos processos internos. A portaria entra em vigor no dia 1º de abril de 2020.
 
Desburocratização: A Lei de Liberdade Econômica (Lei nº 13.874) instituiu a Declaração de Direitos de Liberdade Econômica, que trouxe inovações significativas como a retirada da necessidade de autorização prévia pelo Estado para exercício de atividades de baixo risco, o direito do interessado de conhecer previamente o prazo máximo para a análise de seu pedido pela autoridade competente e a aprovação tácita para todos os efeitos, em caso de inércia da administração pública. (Mapa)
 
 
Mestrado profissional em Alimentos de Origem Animal recebe inscrições
O Programa de Pós-graduação em Alimentos de Origem Animal (PPGAOA) está com inscrições abertas para o processo seletivo de mestrado profissional em Alimentos de Origem Animal, com ingresso no primeiro semestre de 2020. As inscrições podem ser realizadas até 6 de março via sistema de inscrição para processo seletivo de pós-graduação stricto sensu.
O processo de seleção inclui prova escrita, com realização no dia 19 de março, e entrevista individual. As linhas de pesquisa envolvem produção e inovação, avaliação e controle, e inspeção na área de alimentos de origem animal. 
O edital e informações relativas ao processo seletivo podem ser obtidos na página do PPGAOA. Dúvidas podem ser esclarecidas pelo telefone (51) 3308.6122 e pelo e-mail ppgaoaveterinaria@ufrgs.br. (UFRGS) 
 
 
Plataformas digitais
Mais de 67% das mulheres que atuam na pecuária de leite acreditam que aplicativos e plataformas digitais são importantes na gestão da propriedade. Os dados fazem parte do levantamento realizado pela Roberta Züge, diretora administrativa do Conselho Científico Agro Sustentável. 
 
Quando perguntadas se tem vantagem usar plataformas digitais na pecuária de leite, 67,3% das produtoras responderam que sim. Já 28,6% responderam que talvez e 4,1% disseram que não. 
 
Já em relação às redes sociais mais utilizadas, 42,9% responderam que preferem o Facebook. Outras 29,6% usam mais o aplicativo de mensagem WhatsApp e 20,4% optam pelo Instagram. Acesse ao vídeo (Canal Rural)
 
 
Brucelose e tuberculose - Aberta inscrição para treinamento 
O Sindicato dos Médicos Veterinários no Estado, em parceria com o Ministério da Agricultura e a Universidade de Cruz Alta (Unicruz), promove a 51ª edição do Treinamento para o Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal, de 16 a 20 de março, em Cruz Alta. Este programa visa diminuir zoonoses na saúde humana e animal, além de estimular a competitividade da pecuária brasileira. A atividade é voltada para veterinários. As inscrições custam R$ 1.300,00 e podem ser feitas mediante contato com o email pncebt.unicruz@gmail.com. (Correio do Povo)
 

 

 

 

Porto Alegre, 27 de fevereiro de 2020                                              Ano 14 - N° 3.172

Argentina deve taxar mais exportação de soja 
O governo argentino fechou ontem o registro de exportações agrícolas. A medida sinaliza iminente alta de 30% a 33% do imposto sobre exportações da soja e derivados 
O governo argentino fechou ontem o registro de exportações agrícolas. A medida sinaliza iminente alta de 30% a 33% do imposto sobre exportações da soja e derivados. O clima é de tensão entre o governo e o agronegócio, com ameaças de locaute - quando produtores suspendem a venda de seus produtos como forma de fazer pressão. 
Os rumores de aumento do impostos começaram na semana passada. O ministro de Agricultura, Luis Basterra, convocou então líderes das principais entidades do setor para uma reunião hoje.
Mas o fechamento das exportações ontem surpreendeu representantes do setor. A Confederação Rural Argentina (CRA) acusou o governo de ter cometido “uma nova traição” ao setor. Em nota, a entidade disse que o fechamento das exportações foi decidido sem nenhuma consulta e “deixa uma profunda sensação de engano”. 
Na campanha eleitoral do ano passado, o presidente Alberto Fernández prometeu ao setor “não repetir os erros do passado”, em referência ao governo kirchnerista [2003-2015] que taxou fortemente as exportações. (Valor Econômico)
 
O coronavírus impacta na cadeia láctea chinesa
Lácteos – O coronavírus está afetando a economia chinesa, e pelo peso que esta tem no mercado mundial, os efeitos atingem vários pontos do mundo. Os lácteos não escapam dessa situação. Sandy Chen, analista sênior de lácteos do Rabobank, analisou os possíveis efeitos no mercado mundial de produtos lácteos, e que eles não podem ser ignorados. 

“O impacto da epidemia na demanda de produtos lácteos deveria ser de curto prazo”, mas, advertiu que “a incerteza sobre a duração real do impacto e o persistente reflexo psicológico poderão ocasionar danos significativos ao consumo, que longo afeta o processamento, a produção e a importação”.
 
Os produtos lácteos, que tradicionalmente são comprados para eventos comemorativos foram afetados gravemente. O Rabobank estima que, em 30 dias, o impacto do coronavírus poderá representar redução de 2 a 4% no consumo de leite fluido na China.
 
Também, se for levado em consideração que o consumo de queijos na China é através dos canais de serviços de alimentos, o Rabobank entende que em 30 dias as importações poderão ter redução de 5%.

Chen disse que a captação de leite cru e o reabastecimento dos processadores ficaram atrasados em decorrência dos rígidos controles e escassez de mão de obra depois do Ano Novo Chinês.

Ao nível das fazendas, são os estabelecimentos pequenos e médios que sofrem os maiores golpes.
 
O governo alerta sobre a importância de se manter a oferta de alimentos estável, em termos de produção, distribuição e logística, o que pode exercer maior pressão, do que o habitual, sobre o preço dos lácteos.

Chen disse que em 2019 a China importou quase 670.000 toneladas de leite em pó integral (+30%), e um recorde de 340.000 toneladas de leite em pó desnatado (+23%). Inicialmente, o Rabobank esperava que as importações da China no primeiro semestre de 2020 cairiam 3% e cresceriam 1% durante todo o ano.
 
Mas, o coronavírus impôs mudanças no prognóstico do Rabobank, que agora projeta um 2020 com queda de 1% na demanda total de lácteos, podendo representar potencial redução de 11% nas importações. Se a demanda total de lácteos cair 5%, as importações poderão ser 25% menores em 2020.
 
E faz uma advertência: “o grande impacto no serviço de alimentos, os efeitos colaterais poderão impulsionar os exportadores desse segmento a mudar parte da produção de queijo, manteiga e creme para leite em pó integral e desnatado, o que resultaria em maiores estoques no mercado mundial”.
 
O diretor do mercado de lácteos da consultoria INTK FCStone, Nate Donnay, lembrou que nos próximos 12 meses os lácteos chineses poderão ter uma queda de 3 a 10% nos preços devido ao coronavírus. (Todo El Campo)

 

GO: índice de preços da cesta de derivados lácteos apresentou queda de 1,3%
O Boletim de mercado do setor lácteo goiano tem como objetivo apresentar os resultados do índice de preços da cesta de derivados lácteos definida pela Câmara Técnica e de Conciliação da Cadeia Láctea de Goiás. A seguir, são apresentados os resultados para o mês de referência de fevereiro e que foram levados à reunião deliberativa da câmara técnica no dia 27 de fevereiro de 2020.

No mês de fevereiro, a indústria de laticínios do estado de Goiás teve uma redução do preço médio da sua cesta de derivados lácteos, comparado com o mês anterior1. As baixas nos preços médios foram observadas para o leite UHT, queijo muçarela e creme de leite a granel que caíram, respectivamente, −1,22%, −3,21% e −5,5%. Por outro lado, os preços médios do leite em pó e do leite condensado aumentaram 1,03% e 1,63%, respectivamente.
 
Com base nessas variações individuais, o índice da cesta de derivados lácteos teve uma variação total ponderada de −1,30%, indicando, portanto, uma tendência de queda para o preço do leite in natura, comercializado no próximo mês.

Obs: Os preços do leite condensado se referem aos meses de dezembro e janeiro, respectivamente. Essa defasagem ocorre porque a pesquisa de preços do leite condensado possui periodicidade mensal e os valores são divulgados apenas na última semana do mês de referência. (As informações são da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Goiás e do Instituto Mauro Borges)
 
PIB – Expansão pode chegar a 4,1%
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estima crescer de até 4,1% para o Produto Interno Bruto do Setor agropecuário em 2020. Os melhores desempenhos serão do café (13,1%), da soja (8,7%) e da Suinocultura (4,5%). O cálculo usou os prognósticos de safra do Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE) e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab)
 

 

 

 

Porto Alegre, 26 de fevereiro de 2020                                              Ano 14 - N° 3.171

Argentina vive inferno cambial com 12 taxas diferentes do dólar  

Após breve período de normalidade, crise econômica fez com que os governos Macri e Fernández voltassem a criar taxas de câmbio diferentes. Isso gera custos e distroções na economia e inibe investimentos

Se você já se atrapalha com as duas taxas de câmbios existentes no Brasil, o dólar comercial e o dólar turismo, poderá imaginar o sofrimento dos argentinos. Após passar quatro anos com câmbio quase normal, a Argentina vive um novo “déjà vu” e voltou a ter um mercado confuso, com 12 taxas de câmbio. Restrições e impostos criaram quase uma cotação para cada segmento da economia. 

Na Argentina, além do câmbio oficial, do comercial e do paralelo, existem os seguintes tipos: “bolsa ou MEP”, “contado com liquidação ou CCL”, “nación”, “solidário ou turista”, “solidário com perdão”, “soja”, “milho”, “carne” e “vinho”. 
“Com tantos tipos de câmbio, é difícil ter um cálculo econômico, porque a gente tem uma cotação para a entrada de recursos e outra diferente para recursos que saem”, reclamou o diretor do Instituto de Estudos Econômicos e Negociações Internacionais da Sociedade Rural da Argentina (SRA), Ezequiel de Freijó. 
Essa situação disfuncional é recorrente na história do país, assim como as crises, mas com variações, conforme o governo. O único período mais longo em que não houve desdobramento cambial foi durante a conversibilidade, regime no qual um peso valia um dólar e que durou de 1991 a 2002. 
Nos governos de Néstor Kirchner [2003-2007] e Cristina Kirchner [2007-2015], a adoção de medidas de restrições, o chamado “cepo cambial”, reavivou a multiplicidade de câmbios que havia antes da conversibilidade. 
Com a chegada de Maurício Macri ao poder, o “cepo” foi liberado, e o mercado, normalizado. Contudo, após a derrota nas eleições de outubro, para conter a fuga de dólares e evitar o esvaziamento total das reservas do Banco Central, Macri limitou a compra de divisas a US$ 200 por pessoa ao mês e a remessa de divisas ao exterior. 
Para driblar as restrições, pessoas físicas e jurídicas passaram a recorrer a dois diferentes tipos de operações na Bolsa de Buenos Aires para obter divisas legalmente. 
Um deles é o “dólar bolsa” ou MEP, pelo qual se obtém dólares por meio da compra de um papel em pesos que é vendido, em seguida, em dólar. O outro é o “contado com liquidação” (CCL), que usa o mesmo mecanismo, mas faz uma triangulação com títulos no exterior, para enviar os dólares obtidos na operação para fora do país. 
“Sempre que há restrições, o mercado acha uma forma criativa de superá-las, mesmo pagando mais, porque ninguém quer ficar com pesos na mão num ambiente de alta inflação, rendimento de depósitos com taxas negativas e incertezas sobre o futuro de economia”, disse o diretor da consultoria Econviews, Miguel Kiguel. 
Sem entradas de divisas, ao assumir a Casa Rosada, em dezembro, o presidente Alberto Fernández manteve as restrições de Macri e criou impostos que somaram outros diferentes valores do dólar, conforme o setor. Ele taxou com 30%, sobre a cotação oficial, todas as compras de divisas para poupar e de passagens internacionais em moeda estrangeira e as operações com cartões de crédito no exterior 
Essa cotação ganhou o nome de “dólar turista ou solidário”, pelo nome da lei que a criou. A mesma taxação atingia as plataformas de serviços digitais, mas o governo recuou e a baixou de 30% para 8% e essa cotação ganhou o apelido de “dólar solidário com perdão”. 
O pacote incluiu o aumento de alíquotas das “retenções” (impostos cobrados das exportações do agronegócio) que já existiam (caso da soja e derivados) e voltou a aplicar sobre outros dos quais Macri havia retirado, como trigo e carne. Como cada produto tem uma alíquota diferente, esta se reflete na cotação na hora de exportar. 
O “dólar soja” é usado para as vendas de todo o complexo da oleaginosa: óleo, farelo e grão; o “dólar milho” aplica-se nas vendas desse cereal, além do trigo e do girassol; o “dólar carne” é utilizado para a exportação de todos os tipos de carnes, leite em pó, arroz, amendoim e lã; e, finalmente, o “dólar vinho” é a cotação para as vendas externas dessa bebida, além de frutas, açúcar e infusões. 

Para o analista de mercado Salvador Di Estefáno, esta multiplicidade é um grave erro. “Gera um cenário de confusão geral que atenta contra o investimento, provoca queda na produção e no PIB e fuga de capitais”, disse.

Esta distorção leva a que, por exemplo, os produtores de milho e trigo deixem esses cultivos e passem à soja, cujo custo de produção é menor. “Isso ocorreu em 2008 e 2015. Isso reduziu a produção de milho e trigo e não permitiu a rotação de cultivo nos campos, levando a uma piora dos solos.”

Para completar o combo de cotações, há ainda o “dólar nación” (nação), que é referência nas operações internas para negociar contratos, e o dólar paralelo, mais conhecido como “blue”, que é ilegal e muito procurado por quem tem dinheiro não declarado ou não usa operações do mercado financeiro.
Esse dólar é achado nas ruas portenhas, como Florida, Corrientes e outras, onde estão os doleiros clandestinos, chamados de “arbolitos” e que ficam em pé gritando “câmbio, câmbio”. Também é operado nas “cuevas” (cavernas), as toleradas casas de câmbio ilegais. (Valor Economico)
 
 

Técnica facilita adubação orgânica com dejetos de bovinos
Os dejetos da pecuária bovina têm grande potencial poluente e são um problema para os produtores. Em grande parte das propriedades terminam descartados diretamente no solo.

No entanto, esse resíduo – uma mistura de estrume, urina, restos de ração e água de limpeza proveniente, em sua maior parte, de salas de alimentação e ordenha – é rico em nitrogênio e fósforo, nutrientes que podem ser utilizados para a adubação de lavouras comerciais, explica a engenheira Graziela Barbosa, do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná Iapar-Emater.

Foi pensando nessas duas características que a pesquisadora desenvolveu uma metodologia para estimar a quantidade de nitrogênio e fósforo dos dejetos líquidos de bovinos, visando o aproveitamento desse material como fertilizante orgânico, em vez do simples descarte no solo. “A ideia era criar uma técnica rápida e possível de ser feita no campo para o produtor usar o dejeto com critério agronômico”, ela conta.

O resultado é a publicação “Uso do dejeto líquido de bovino baseado nos teores de nitrogênio e fósforo”, que traz a metodologia passo a passo e foi apresentada neste mês em Cascavel, no Oeste, durante o Show Rural. Além de Graziela Barbosa, também figuram como autores da obra o pesquisador Mário Miyazawa, do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná Iapar-Emater, e Danilo Bernardino Ruiz, doutorando em química na Universidade Estadual de Londrina (UEL). O material pode ser baixado aqui. 

Técnica
O cálculo do teor de nitrogênio e fósforo presente nos dejetos é feito com ajuda de um densímetro. Trata-se de um instrumento de laboratório parecido com aquele que se vê nas bombas dos postos de combustível, e que pode ser encontrado com facilidade no comércio, segundo a pesquisadora.

A partir da medida obtida no densímetro, o produtor consulta uma tabela para saber quanto há de nitrogênio e fósforo nos dejetos de sua propriedade. “Além de dar uma destinação adequada aos dejetos que gera na propriedade, o produtor diminui a quantidade desses nutrientes na adubação química e, com isso reduz o custo de produção da lavoura”, esclarece Graziela.

De acordo com ela, perto de 170 mil propriedades dedicadas à pecuária no Paraná podem aproveitar dejetos líquidos de bovinos na adubação de lavouras e, dessa forma, reduzir o risco de poluição do solo e dos rios.

Parceria
O desenvolvimento da tecnologia resulta de parceria entre o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná Iapar-Emater, Itaipu Binacional e Fundação de Apoio à Pesquisa e ao Desenvolvimento do Agronegócio (Fapeagro), no âmbito do Projeto Ibitiba, um convênio de cooperação técnica entre as três entidades com o objetivo de promover e apoiar o desenvolvimento agrícola sustentável no Oeste do Paraná.  (Agronômico do Paraná)

Como estamos preparando o mercado para nossos sucessores?
Um dos temas mais debatidos no agronegócio é a sucessão rural.

 
Várias entidades estão preocupadas em encontrar maneiras do jovem permanecer no campo. Cursos, treinamentos e palestras são algumas iniciativas voltadas ao assunto. 
Todo este empenho tem tido um progresso significativo. 
Cada vez mais os pais vem preparando os filhos para dar continuidade ao negócio da família, bem como estão entendendo as necessidades dos jovens e o que é preciso fazer para que ele se mantenha no campo.  
O jovem também está procurando se capacitar para assumir a propriedade, está vendo vantagens em ficar na fazenda ao invés de ir para a cidade. 
Na pecuária de leite, a necessidade de sucessão preocupa todos os elos da cadeia. Todos querem que o jovem fique no campo para que tenhamos quem produza alimento no futuro. 
Até aqui muito bem.  
Mas quem vai comprar este alimento produzido? Quem vai consumir este leite e derivados?  
Precisamos, nós produtores e as entidades envolvidas com a cadeia do leite, preparar o mercado para nossos jovens. Precisamos conscientizar o consumidor e trazer para ele informações reais sobre nossos produtos. 
Um consumidor bem informado, consciente do que está consumindo, não vai acreditar em fake news e nem em falácias de artistas em redes sociais. 
Nosso trabalho tem que ser focado em trazer o consumidor para nosso lado. Não precisamos discutir, brigar e xingar, isso não muda a mentalidade de ninguém, muito pelo contrário, só pioram as coisas. 
Uma grande ferramenta, de alta velocidade, que temos em mãos são as redes sociais. Devemos usá-las para propagar as maravilhas do leite, as coisas boas do agro, o prazer, alegria e satisfação que sentimos em produzir alimentos. 
Não devemos implorar respeito e admiração, devemos mostrar motivos para que eles nos respeitem e nos admirem.  
Ninguém compra por pena, as pessoas compram aquilo que satisfaz suas necessidades. Tem que haver uma forma branda de mostrar que os alimentos produzidos por nós são seguros, de qualidade e que farão bem a saúde de quem consumir.
O dia em que conseguirmos um diálogo amigável com o consumidor, aproximando-o de nós, ganharemos a confiança dele e, assim, deixaremos um mercado promissor para nossos sucessores. (Milkpoint)

Estiagem/RS
Impactos da estiagem já são sentidos na indústria. A captação de leite também ficou abaixo do esperado.  Acesse ao vídeo (GloboPlay)