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Porto Alegre, 27 de novembro  de 2017                                              Ano 11- N° 2.629

 

  O leite é o único alimento que deve nos acompanhar por toda a vida. É seguro.

Sua mãe sempre disse para você beber leite todos os dias, que é bom para os ossos, que ajuda a crescer forte e saudável. Mas nos últimos tempos, esse alimento ganhou uma má fama, dividindo especialistas entre os que o consideram dispensável e os que acham que ele é essencial.

Nesse segundo grupo está a pediatra Ana Escobar, autora de vários livros sobre saúde na infância e consultora do programa Bem Estar, da TV Globo. "O leite é o único alimento que deve nos acompanhar por toda a vida. Deve ter ingerido todos os dias", defende ela, que estará em Vitória neste sábado como participante da TecnoAgro, evento realizado pela Rede Gazeta.

Confira o bate-papo com a médica:
Há uma lenda de que o homem é o único mamífero que continua bebendo leite depois de adulto. Deveríamos parar de beber leite?
Não. O leite é um alimento de extrema importância em todas as faixas etárias. É o único alimento que nos acompanha por toda a vida. Deve ser ingerido todos os dias.

Por que?
Estamos vivendo mais do que vivíamos poucos anos atrás. A expectativa de vida hoje é de 100 anos. À medida que o tempo de vida aumenta, nossas necessidades nutricionais vão de modificando. Como manter esses os ossos fortes a vida toda? Precisamos de cálcio, um dos nutrientes essenciais. E a grande e mais importante fonte de cálcio é o leite. Nos adultos, a falta de cálcio gera osteoporose, uma doença que deixa a vida com muito menos qualidade. Um idoso que quebra um osso fica acamado, e isso traz outras doenças e o faz viver menos.

Mas há quem defenda que há outras boas fontes de cálcio, como alguns vegetais.
É verdade. Mas não fornecem cálcio na quantidade que precisamos. Por exemplo, uma criança de oito anos de idade teria que ingerir 14 colheres de aveia por dia ou comer dois pratos inteiros de brócolis por dia para obter cálcio na quantidade necessária. É muita coisa. Ela pode conseguir isso tomando dois copos de leite, um de manhã, outro de noite. A mesma coisa funciona para um idoso.

Muito da má fama do leite vem dos casos de intolerância à lactose, que parecem estar aumentando. O que a senhora acha?
Não temos dados no Brasil. Mas estima-se que em torno de 20% a 30% das pessoas podem ter, de fato, intolerância à lactose. Na Europa, só 15% têm o problema. Na população afrodescendente e asiática, o percentual é um pouco maior. Sabemos que muito disso é moda. As pessoas que fazem restrição à lactose relatam se sentir melhor porque acabam fazendo uma reeducação alimentar. O leite não é o único vilão.

A ultrapasteurização do leite não acaba com os nutrientes?
Não é verdade. A pasteurização pode alterar um pouco a quantidade de proteínas, mas ainda sim há proteínas ali. O cálcio, o magnésio, o potássio continuam intactos. O leite é muito seguro para a saúde.

Como ensinar as crianças a se alimentar de forma saudável?
A obesidade, que vem crescendo no Brasil e no mundo, é multifatorial. Tem a ver com o estilo de vida que vivemos, com o sedentarismo e os hábitos alimentares. Os pais não têm tempo para preparar a comida dos filhos, para fazer um suco. Dão logo o suco de caixinha, que é mais fácil. Para ensinar as crianças a comer bem, os pais devem mudar os próprios hábitos primeiro. E levar as crianças para gastar energia nos espaços livres. (A Gazeta)

Conseleite/SC

A diretoria do Conseleite Santa Catarina reunida no dia 23 de Novembro de 2017 na cidade de Chapecó, atendendo os dispositivos disciplinados no artigo 15 do seu Estatuto, inciso I, aprova e divulga os preços de referência da matéria-prima leite, realizado no mês de Outubro de 2017 e a projeção dos preços de referência para o mês de Novembro de 2017. Os valores divulgados compreendem os preços de referência para o leite padrão, bem como o maior e menor valor de referência, de acordo com os parâmetros de ágio e deságio em relação ao Leite Padrão, calculados segundo metodologia definida pelo Conseleite-Santa Catarina. (FAESC)

DSF lança novos indicadores globais sobre sustentabilidade na cadeia láctea

O Dairy Sustainability Framework (DSF) anunciou o lançamento de mais cinco indicadores globais para a divulgação pública do progresso da indústria em cima dos seus 11 critérios de sustentabilidade. Os membros do DSF, que representam mais de 31% da produção global de leite, endossam os 11 critérios e priorizam estes com base nos desafios de sua própria região. 

Cada critério tem sua própria intenção estratégica. Metas de sustentabilidade e iniciativas baseadas no cronograma são desenvolvidas pelos membros para trabalhar buscando esses objetivos a nível regional, nacional e local. O relatório anual de progresso é um compromisso de adesão.

Identificando métricas
Além dos programas de membros individuais, o DSF trabalhou com pesquisadores da Universidade do Arkansas, membros e grupos de partes interessadas mais amplas (incluindo uma consulta pública) para identificar métricas de indicadores de alto nível para os critérios: solo (qualidade e retenção), nutrientes do solo, água (disponibilidade e qualidade), biodiversidade e condições de trabalho. Estes se unem ao cuidado dos animais e às emissões de gases de efeito estufa (GEE), lançados em 2016.

Ao estabelecer e rastrear as métricas do indicador para cada critério, o DSF disse que será capaz de reportar a melhoria agregada contínua do setor global de produtos lácteos. Donald Moore, presidente do DSF, disse que os consumidores querem saber que seus alimentos foram produzidos de forma sustentável e responsável e - informar sobre esses indicadores - permitirá que o setor de produtos lácteos monitore e relate seu desempenho.

Indicadores adicionais
O trabalho está em curso, para conclusão até o final do ano, para calcular os valores iniciais com os quais o relatório anual será comparado. Os quatro indicadores restantes (segurança e qualidade dos produtos, desenvolvimento do mercado, economias rurais e resíduos) serão desenvolvidos por meio de uma abordagem multipartidária, a partir de janeiro de 2018. (As informações são do Dairy Reporter, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

Produção/Uruguai
Prossegue a tendência de aumentos no envio de leite para as plataformas da indústria, concluindo outubro com 1,8% acima do volume verificado no mesmo período de 2016. No mês passado foram captados 196,6 milhões de litros, informou o Instituto Nacional do Leite (Inale). Por outro lado, a captação de 2017, até outubro, recuperou 7,8% em relação aos primeiros 10 meses de 2016. No total foram enviados para as fábricas 1.541,9 milhões de litros. Em 2016, a produção de leite totalizou 1.775 milhões de litros, apresentando 10% em relação a 2015. O preço médio pago ao produtor em outubro passado foi de 9,60 pesos por litro, [R$ 1,06/litro], caindo 0,6% em relação a setembro. Em dólares, o preço ao produtor foi de 33 centavos de dólares. Em outubro de 2017 o preço médio ao produtor foi 7,8% superior em pesos, e 3,4% em dólares, em relação a outubro de 2016. (El Observador - Tradução livre: Terra Viva)

Porto Alegre, 24 de novembro  de 2017                                              Ano 11- N° 2.628

 

  MDS anuncia R$17 milhões

O Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) anunciou que investirá R$ 17 milhões na compra de leite em pó de cooperativas de agricultores familiares. O valor é suficiente para a aquisi- ção de pouco mais de mil toneladas - o setor havia solicitado a compra governamental de 50 mil toneladas, no país. Mesmo considerando baixo o investimento, as entidades ligadas à cadeia leiteira esperam que esta seja a primeira iniciativa de outras que virão na sequência para tentar regular o mercado de lácteos, prejudicado pela alta oferta e queda da demanda. De acordo com o MDS, a aquisição será feita ainda neste ano, por meio da modalidade Compra Direta do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). 

O preço de referência do quilo do leite em pó para a Região Sul, segundo a Conab, é de R$ 11,99. No entanto, aguarda-se a publicação no Diário Oficial da União (DOU) do valor reajustado em R$ 13,94, cotação que vinha sendo reivindicada pelo setor. A Conab, que será responsável por operacionalizar a compra, diz que ainda não recebeu a liberação de recursos para esta finalidade e, portanto, não há defini- ção sobre quando abrirá o prazo para as cooperativas interessadas se inscreverem. Paraovice-presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias (Fecoagro/RS), Darci Hartmann, qualquer medida que ajude o mercado a se reequilibrar é bem-vinda. "No ano passado, por conta dos preços maiores pagos pelo leite, o produtor investiu na propriedade e conseguiu produzir mais neste ano. Por outro lado, o consumo não reagiu", comenta. O presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, também avalia como importante a iniciativa do governo, mas espera que não seja a única. "Esta primeira aquisição contribui, desde que tenha continuidade até que se chegue ao volume solicitado pelo setor", reivindica. (Correio do Povo)

Lácteos/NZ 

Já faz quase 3 semanas que grande parte de Canterbury não tem chuva significativa, e o verde da primavera está sumindo. Waikato e a Ilha Norte também são bacias leiteiras a espera de chuva, e a orientação é planejar o verão. Evitar sobrecarregar as pastagens com o uso de silagem, e as brássicas de verão. Fazer leves aplicações de Nitrogênio nesse período. A estação de monta segue bem, com acompanhamento rigoroso dos veterinários. Crescem as preocupações com a fraqueza do mercado de laticínios e os números da produção nacional para outubro revelaram crescimento de 2,9% em relação ao ano passado. Dada a fraqueza atual do mercado de leite em pó, os analistas estão preocupados com leite extra, que vai pressionar ainda os preços, embora o mercado de futuros de produtos lácteos tenha apresentado alguma recuperação na semana passada. Mas, a apreensão aumentou depois dos resultados do último leilão, com a queda nas cotações do leite em pó desnatado, junto com o péssimo resultado da manteiga e do queijo, indicando que um corte na previsão para o ano parece inevitável. 

A moeda fraca está ajudando, mas, os economistas da ANZ parecem ter certeza de que a Fonterra irá reduzir para NZ$ 6,25/kgMS, [R$ 1,02/litro], o preço ao produtor em dezembro, e até a otimista equipe do ASB cortou 25 centavos em suas previsões, passando para NZ$ 6,50/kgMS, ]R$ 1,10/litro]. A A2 Milk parece estar resistindo bem à tempestade com seu produto diferenciado, e divulgaram a duplicação dos lucros e crescimento do valor agregado. As notícias são de que a produção de leite chinesa recuperou, e isto pode limitar as exportações da Nova Zelândia em 2018. Mais notícias negativas acerca do surto de micoplasma, e outras 1.000 vacas terão que ser abatidas, enquanto os funcionários do Ministério do Interior (MPI) se esforçam para isolar a doença e erradicar a fonte de contaminação. Vinte e três fazendas foram detectadas com foco da doença, e são submetidas a testes extensivos, controles de movimento, e rigor nas cercas para impedir que a infecção se espalhe. 

Os pequenos processadores de leite estão anunciando o sucesso dos esquemas de incentivo, e seus fornecedores estão respondendo bem às bonificações, para melhorar a qualidade dos seus produtos. A Dairy NZ lançou uma nova estratégia para o setor que tem por objetivo informar às comunidades sobre a abordagem das questões ambientais, de bem-estar animal, e cuidados com as emissões de gás, de uma forma transparente e aberta. A Fonterra introduziu o plano de chegar a emissões zero até 2050 e reduziu o uso de carvão, mas, alguns observadores criticaram os baixos parâmetros da gigante de produtos lácteos, para limitar futuras penalidades monetárias. (interes.co.nz - Tradução livre: Terra Viva)

Milho

As exportações de milho do Brasil atingiram 2,21 milhões de toneladas até a terceira semana de novembro, segundo o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC). Na média diária, foi embarcado 201,07 mil toneladas neste período. 

O volume exportado diminuiu 16% frente a média diária de outubro deste ano, mas continua recorde quando comparado com o mesmo período de 2016. De novembro de 2017 a novembro do ano anterior, os embarques subiram 318%. Com a colheita do milho 2017/2018 na reta final nos Estados Unidos e maior disponibilidade, os preços do cereal norte-americano caíram, aumentando a concorrência com o Brasil no mercado internacional. Caso os embarques continuem neste ritmo, a estimativa é de que o Brasil exporte um volume próximo de 4,02 milhões de toneladas no acumulado de novembro. A boa movimentação para exportação nos últimos meses tem ajudado na sustentação dos preços do cereal grão no mercado brasileiro. Entretanto, a boa disponibilidade interna deverá limitar as altas de preços do milho em 2018. (Canal Rural)

 

SP: depois de subir por mais de um mês, preço do leite UHT recua, diz Cepea
Após cinco semanas consecutivas em alta, as cotações do leite UHT negociado no mercado atacadista do estado de São Paulo registraram leve queda de 0,79% na comparação entre a semana de 13 a 17 de novembro e a anterior, com preço médio de R$ 2,11/litro. Já os preços do queijo muçarela permaneceram estáveis na mesma comparação, com média de R$ 14,06/kg. Segundo colaboradores do Cepea, esse cenário está atrelado à dificuldade de venda e ao elevado volume de leite disponível, que seguem impedindo repasses de preços, forçando vendedores a negociar seus produtos a valores menores. (Fonte: Cepea)

Porto Alegre, 23 de novembro  de 2017                                              Ano 11- N° 2.627

 

Odacir Klein assumirá GT da Proteína Animal
 

O secretário chefe da Casa Civil, Fábio Branco, anunciou, durante reunião com as entidades que compõem o Grupo de Trabalho (GT) da Proteína Animal, que o governo deliberou por dar continuidade às atividades do colegiado. Informou que o decreto que prorroga o projeto em favor da produção ainda não foi assinado pelo governador José Ivo Sartori, mas que o será em breve. Branco também informou que a coordenação do GT agora será realizada pelo presidente do Conselho de Administração do BRDE, Odacir Klein. "Daqui para frente teremos bons desafios, que serão enfrentados de maneira clara e objetiva, com a coragem de fazer o que precisa ser feito", reforçou Branco, que conduziu o encontro ao lado do secretário Ernani Polo e demais representantes de pastas de governo. "Os governos passam e a produção se mantém. Estamos fazendo ajustes e tentando entendimento", frisou Polo, lembrando do esforço que vem sendo realizado pela retirada da vacinação contra febre aftosa do rebanho brasileiro.
 
O encontro reuniu lideranças dos diversos setores que integram a cadeia da proteína animal, incluindo avicultura, suinocultura, bovinocultura de corte e leite. A secretária do Sindilat, Vanessa Alves, representou o sindicato. Dirigindo-se aos colegas de GT, Klein agradeceu a confiança e defendeu a integração como base para a condução do projeto. "A delegação que recebo vem como uma dupla linha de atribuições. A primeira é a de atuar como um despachante aos secretários e buscar soluções. A outra é atuar pela coordenação do diálogo de diversos setores". Nesse desafio, frisou ele, contará com o emprenho de Paulo Roberto Silva, que ficará responsável pelas questões mais operacional do grupo de trabalho. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

Crédito: Carolina Jardine 

Expectativa de equilíbrio no mercado global de lácteos

A combinação de continuidade de demanda firme e de produção crescente em 2018 deve fazer com que os preços internacionais dos lácteos fiquem em patamares não muito distantes dos registrados este ano, segundo analistas do setor. A expectativa é que as cotações do leite em pó integral - um dos principais produtos negociados no mercado internacional - oscilem entre US$ 2.700 e US$ 3.200 por tonelada no ano que vem.

Desde o começo de outubro, os preços do produto no leilão da plataforma Global Dairy Trade (GDT), referência para o mercado internacional, estão em queda. Começaram o ano perto de US$ 3.300 por tonelada. Caíram abaixo de US$ 2.800 em março, recuperaram-se, mas voltaram a recuar este mês.  Segundo Valter Galan, analista da consultoria MilkPoint, a queda recente reflete o aumento da produção de leite na União Europeia e nos Estados Unidos, que mais que compensou o avanço da demanda da China, maior importador mundial de lácteos. "A China está comprando muito, mas a produção nos EUA e na União Europeia cresce compensando a demanda chinesa", disse Galan. 

De janeiro a setembro, as importações de leites em pó (integral e desnatado) pela China subiram 20,6%, para 599,1 mil toneladas. A diferença equivale a 977 milhões de litros de leite. Só entre junho e agosto, o aumento da produção de leite na UE foi de 875 milhões de litros ante o mesmo intervalo de 2016. Nos EUA, foram 1,082 bilhão de litros a mais entre junho e setembro, segundo acompanhamento do MilkPoint.

Segundo Galan, a expectativa é que a China continue ativa no mercado internacional de lácteos em 2018. O petróleo mais valorizado também deve estimular a demanda de países produtores do combustível, como os do Oriente Médio, o México e a Rússia.
Por outro lado, a produção de matéria-prima tende a continuar a crescer, diz. "Principalmente nos EUA, que crescem, consistentemente, 1% a 1,5% ao ano, mas também na UE, apesar da queda de preços, que deve começar a desestimular a produção em alguns países", acrescenta. Apesar da dificuldade de "cravar" um cenário para 2018, Galan diz que nesse ambiente de certo equilíbrio entre oferta e demanda, os preços devem ficar entre US$ 2.700 e US$ 3.200 por tonelada.

Andrés Padilla, analista sênior do Rabobank Brasil, trabalha com um intervalo entre US$ 2.700 e US$ 3.000 por tonelada para o leite em pó integral no próximo ano. Ele também atribui a recente queda à alta da produção na UE e nos EUA nos últimos meses, estimulada por uma melhora no preço ao produtor. Para ele, a produção mundial deve crescer num ritmo mais lento em 2018 e a demanda por lácteos deve continuar a avançar. Além da China e de países exportadores de petróleo, o analista aponta ainda o incremento da demanda em países do sudeste asiático.


 
Diante da expectativa de que os preços internacionais fiquem em níveis não muito diferentes dos atuais e num cenário de câmbio entre R$ 3,00 e R$ 3,30, as importações brasileiras de lácteos devem manter os volumes, acredita Padilla. Segundo o Ministério da Agricultura, entre janeiro e outubro as importações somaram 150 mil toneladas, 27% abaixo de igual intervalo de 2016.

Já a produção nacional de leite deve continuar a crescer, também num ritmo menor que neste ano. "O produtor está um pouco desestimulado por causa dos preços e provavelmente o custo de produção será maior", diz o analista. (As informações são do jornal Valor Econômico, resumidas pela Equipe MilkPoint)

 

 

BB prorroga prazo de custeio e investimento para produtores de leite

O Banco do Brasil decidiu prorrogar o prazo de pagamento para produtores de leite das parcelas de custeio e investimento que já venceram ou ainda vão vencer em 2017, como parte de um conjunto de medidas que o governo vem anunciando para apoiar o setor leiteiro depois da retirada da suspensão às importações do leite do Uruguai.

A informação foi divulgada ontem pelo ministro da Agricultura, Blairo Maggi, em sua página no Facebook, em vídeo gravado ao lado de Geraldo Borges, presidente da Abraleite, entidade que representa os produtores de leite do país. Os produtores que tiverem parcelas de custeio vencendo este ano poderão prorrogar os pagamentos até 2018, porém apenas 50% do valor das parcelas devidas. A outra metade terá que ser paga em 2017.

No caso de financiamentos de investimento, os produtores terão mais um ano para pagar. Se as parcelas vencerem em 2020, por exemplo, o saldo poderá ser quitado até 2021. O Banco do Brasil informou que em virtude da queda nos preços do leite incluiu os produtores rurais da região Sul do Brasil que possuem operações de crédito destinadas a bovinocultura leiteira. E que as prorrogações serão realizadas com as mesmas taxas originalmente pactuadas.

A medida pode beneficiar 40 mil clientes com valores da ordem de R$ 210 milhões em operações passíveis de prorrogação, segundo o BB. 

Geraldo também informou que Maggi se comprometeu em realizar compras de R$ 40 milhões de leite em pó, através da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), para regular o mercado. Segundo o presidente da Abraleite, esse montante representa menos de 10% do que o setor havia pedido, mas a decisão mostra o início de uma atuação mais efetiva no mercado, além de uma boa vontade do governo. "Outra disposição do governo que está em fase final é o financiamento para a indústria adquirir leite em pó e também, armazená-lo". (As informações são do jornal Valor Econômico e do Canal Rural)

 

Embalagens
Mobilidade é uma mega tendência global que afeta todas as esferas sociais e econômicas. Ela muda a forma das pessoas de trabalhar, pensar, se comunicar, consumir e também como comem e bebem. E isto impõe novos desafios para a indústria de bebidas ao mesmo tempo em que abre novas oportunidades. Em um relatório oficial (white paper), a SIG mostra como os fabricantes de bebidas podem se alinhar à escolha correta do conceito do produto e da embalagem, de modo a atender à sociedade móvel e alavancar seus negócios. O white paper define o que agrega valor aos consumidores móveis. Isto inclui alternativas saudáveis e modernas aos snacks tradicionais, adequadas ao consumo em movimento (on-the-go). E estes produtos têm mais chance de serem vendidos a um preço justo. Outro ponto central deste white paper é a análise do papel da embalagem em um conceito de produto bem sucedido. Especialmente as embalagens cartonadas de formato pequeno podem ter um papel fundamental no mercado global de snacks líquidos e saudáveis, principalmente junto aos millennials, que figuram entre os principais players da sociedade jovem e móvel. Norman Gierow, Head Global de Gerenciamento de Produto da SIG, explica: "Identificamos quatro necessidades importantes para ajudar os fabricantes de bebidas a desenvolverem conceitos on-the-go de sucesso - e a embalagem tem um papel fundamental neste contexto por ser o principal ponto de contato do consumidor com a marca. A embalagem exerce funções centrais na comercialização do produto: ela cria a identidade da marca, oferece informação, é parte da experiência da marca e é a forma ideal de iniciar o engajamento do consumidor". O novo white paper está disponível para download gratuíto no blog corporativo da SIG: signals.sig.biz/mobility-world-goes-mobile. A SIG Combibloc é uma das principais fornecedoras mundiais de embalagens cartonadas e máquinas de envase para alimentos e bebidas. Em 2016, a empresa faturou € 1,724 bilhão, com mais de 5 mil colaboradores. (Newtrade)
 

Porto Alegre, 22 de novembro  de 2017                                              Ano 11- N° 2.626

 

Embrapa realiza workshop sobre aprimoramento na produção

 

A Embrapa Clima Temperado promove, no dia 30 de novembro, o workshop "Inovações para o futuro do leite", no auditório da Embrapa Trigo, em Passo Fundo. O objetivo do evento é apresentar as novas tecnologias usadas pela instituição para aprimorar a produção de leite e discutir demandas e perspectivas da indústria e dos produtores. Segundo a pesquisadora de Qualidade do Leite e LINA da Embrapa Clima Temperado, Maira Zanella, o workshop tem o intuito de "discutir com a cadeia produtiva as ações no setor, buscando alinhá-las". A Embrapa, continua ela, quer ser vista como uma apoiadora do segmento. A pesquisadora também falou sobre a mudança do evento para Passo Fundo. "Já tivemos eventos na zona Sul do estado, e é a primeira vez que fazemos em outra importante região produtora. É importante para acompanhar e discutir com os produtores locais", concluiu.

A expectativa é que mais de cem pessoas participem dos quatro painéis, que discutirão a situação dos produtores de leite, os dados de desistência na atividade, apresentação das inovações da Embrapa e a expectativa do setor lácteo. O evento já tem confirmada a presença do secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini. De acordo com o executivo, encontros como este, e como o Fórum Itinerante do Leite, realizado esta semana, são essenciais para difundir conhecimentos e incentivar o desenvolvimento de tambos e empresas.

As inscrições para o workshop já estão abertas e podem ser feitas por meio do site https://www.embrapa.br/clima-temperado (Assessoria de Imprensa Sindilat)

Dados/AR - Porque um Big Data seria chave para a indústria de laticínios?

O setor lácteo tem sido fortemente afetado por inundações, principalmente na província de Buenos Aires, Santa Fe e Sul de Córdoba, que por sua vez, continua com dificuldades econômicas, com preços abaixo dos custos.  Segundo a Subsecretaria de Lácteos do Ministério da Agroindústria, o produtor de leite recebeu 5,61 pesos/litro de leite e, de acordo com o último boletim de Indicadores de Preços da Fundação Agropecuária para o Desenvolvimento da Argentina (FADA), o produtor perde 2 centavos por cada litro de leite que vende, e deve vender 3,6 litros de leite para comprar o um vendido no supermercado, que tem o preço médio de 20,3 pesos. Diante desta situação complicada, é bom lembrar que crise é também oportunidade, de acordo com o ideograma chinês. Perigo pelo destino das fazendas de leite e do setor lácteo, depois de vários anos desafiadores, mas, oportunidade, para repensar a atividade.

Da crise para a oportunidade
Neste contexto, vale a pena lembrar da palestra proferida pelo pesquisador argentino, Nicolás, Lyons, coordenador de Desenvolvimento de Sistemas de Ordenha Automática no Departamento de Indústrias Primárias da província de New South Wales (Austrália), sobre o Big Data para o agro, durante a CREATech. Cada vez tem que produzir mais, com menos, garantir segurança alimentar, minimizar perdas, atrair e conservar mão de obra, o consumidor demanda muito mais do que antes e a pergunta é porque quem o produtor faz o que faz. Estima-se que no setor lácteo, 80% dos dados que se juntam não são usados nem pelo produtor, nem pelos técnicos, nem pela cadeia de valor. Muitos dados e pouca informação. Os especialistas da AGTech destacam que faz falta uma integração público-privada, e retirar das fazendas os dados coletados pelos produtores para serem utilizados no resto da cadeia. O produtor diz que tem problemas de qualidade do leite, reprodução, custos e vendas, e falam sobre gerenciamento, cor, LDH, podômetros e atividade. Ao produtor não interessa isso, existe uma falência na comunicação entre os problemas do produtor e o que se oferece como solução. "O produtor quer solucionar esses problemas com a melhor tecnologia disponível e que lhe permita produzir mais", assegura Lyons.  

Dados para Decisões
Segundo relato do Lyons, anos atrás o produtor podia dizer "tenho 100 vacas que produzem 1.000 litros por dia", e com este dado tomava decisões; logo passou a ter ferramentas para controle leiteiro; depois, seguiram os sistemas de medição de leite diários, podendo ver quanto cada vaca produz; dali, vieram os robôs na ordenha. "Existem muitos detalhes, mas, Mudaram as decisões?" pergunta o pesquisador. As principais empresas tecnológicas do mundo estão de olho no agro. Big Data está pronta para o campo, mas, E o agro está pronto para o Big Data?

"É preciso passar de tecnologia e dados para processos; de precisão a decisão, sem ficarmos com um enorme custo e seguirmos gerenciado tudo como fazemos sempre, tendo enorme subutilização e não temos valor", destaca o analista. Existem muitos dados disponíveis que podem ser utilizados e cita alguns exemplos. "Na Austrália, durante um ano se pagou controle leiteiro a sete estabelecimentos a cada dois meses e a relação custo benefício dessa experiência foi de 3 a 1, porque começaram a tomar melhores decisões de reprodução, descarte, sanidade. Algo bem simples".

O conferencista então sugere ter uma única medição, integrar os dados e suar modelos adequados. Em relação observa: "Enquanto que com dados de condutividade a precisão na detecção de mastite é da ordem de 70%, integrando indicadores de outras variáveis é possível elevar essa proporção para 90%. Também é possível detectar com quatro dias de antecedência, problemas de acidose, usando dados disponíveis". O futuro será mais interessante. É preciso conseguir que os dados que o produtor colhe saiam da porteira, que de resto pode continuar agregando valor, "isto vai diminuir o custo da tecnologia e tem pessoas que pagarão por esses dados, e fará com que os produtores instalem tecnologia porque está de certa maneira subsidiada pelo valor agregado que proporcionará à cadeia", argumenta o pesquisador.

Criatividade sem limite
Lyons destaca que o consumidor quer saber o que está passando no campo. Tanto é assim, que através de um jogo, uma produtora na Irlanda colocou um código QR em suas vacas e estas pastavam perto da estrada, alguém pode parar, escanear o código QR e saber tudo o que se passa com o animal. Outra empresa na Holanda entrega leites embalados por região, que podem ser escaneados pelo código QR e ver a informação sobre a fazenda que forneceu esse leite. As tecnologias são uma enorme oportunidade, mas, também um desafio. "Voltamos às bases para entender quais são os problemas que tem o produtor e a cadeia de valor e utilizaremos dados para responder as perguntas", esclarece Lyons, acrescentando: "Temos que trabalhar na integração e colaboração de toda a cadeia de valor e lamentavelmente, nos falta muitíssimo para isto. A chave é formarmos equipes para fazer uso de todas estas tecnologias". (Agrositio - Tradução livre: Terra Viva)

A produção de leite aumentará nas 5 maiores regiões produtoras, em 2018

Produção 2018 - A produção de leite nas 5 principais regiões exportadoras de produtos lácteos deverá crescer 1,5% no próximo ano, disponibilizando mais 289 bilhões de litros de leite. Isto está em linha com a previsão de crescimento da demanda, de 1,7%, feita pela FAO. A UE-28, o maior produtor, deverá apresentar um crescimento de 1,4%, impulsionado pelo aumento no preço do leite ao produtor, e ganhos de produtividade. 

O aumento da produtividade também deverá beneficiar a produção nos Estados Unidos, que deverá crescer 1,8%. A Nova Zelândia terá aumento de 0,5% diante da expectativa de crescimento de apenas 25.000 cabeças do rebanho, e retorno aos padrões normais de clima, depois da primavera. As condições favoráveis das pastagens, melhora do preço do leite ao produtor e a reconstrução de rebanhos cria a expectativa de que haverá também crescimento na produção de leite na Austrália no próximo ano, com o USDA calculando uma taxa de 2,2%, depois de dois anos difíceis.

Sob efeito do mau tempo e inflação alta, em 2017, a produção da Argentina caiu, acelerou a concentração de fazendas, e expulsou pequenos produtores do mercado. Talvez, refletindo as incertezas sobre a produção, há pouca previsão para a Argentina. No entanto, a FAO estimou crescimento de 1,3% ao ano, no médio prazo, e recuperação do setor. (Agrodigital - Tradução Livre: Terra Viva)
 

Preços dos lácteos na Fonterra caíram 10,3% nos últimos dois meses
Leite em pó integral - Desempenho negativo para os lácteos na Fonterra.  Já acumulam quatro baixas consecutivas de preços no mercado internacional nos últimos dois meses, o que representa depreciação de 10,3%. No último evento da multinacional neozelandesa o valor médio dos lácteos caiu 3,4%, ficando em US$ 2,970/tonelada. É a segunda perda relevante nos últimos meses. A maior foi a primeira licitação de novembro com baixa de 3,5%. O leite em pó integral, o produto mais importante nas exportações de lácteos do Uruguai, somou sua quinta baixa consecutiva, caindo em média 2,7%, fechando em US$ 2.778/tonelada. Do segundo leilão de setembro, até hoje, o produto já perdeu US$ 344/tonelada. (El País - Tradução livre: Terra Viva)

Porto Alegre, 21 de novembro  de 2017                                              Ano 11- N° 2.625

 

Potencialidades do setor em pauta no 5º Fórum Itinerante do Leite

Crédito: Bruna Karpinski

A potencialidade do setor lácteo para avançar na exportação foi o tema central do 5º Fórum Itinerante do Leite, realizado nesta terça-feira (21/11), em Frederico Westphalen (RS). Cerca de 600 pessoas, entre estudantes, produtores, dirigentes de entidades e representantes do governo estadual e municipal participaram do evento, que ocorreu no salão de atos da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), campus Frederico Westphalen.

Com indústrias habilitadas à exportação, o setor precisa ampliar a sua competitividade e fortalecer as relações comerciais. "Precisamos trabalhar juntos, cada um dentro do seu espaço, buscando o mesmo foco", disse o presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), Alexandre Guerra. O dirigente ressaltou a importância de produtores, indústrias e governos trabalharem juntos para avançar. E este é um dos objetivos do evento. "O Fórum Itinerante do Leite tem dado eco, tem ultrapassado fronteiras e tem mostrado a importância de trabalharmos unidos e focados", disse Guerra, destacando que o setor precisa ser otimista, pois tem todas as possibilidades e condições de avançar.

O agrônomo João Cesar de Resende, pesquisador da Embrapa Gado de Leite, que falou sobre o potencial e os desafios da cadeia brasileira de lácteos, acredita que o setor tem capacidade de evoluir. "O Brasil pode manter suas vacas na pastagem quase dez meses no ano, condição semelhante à Nova Zelândia", descreveu Resende, chamando a atenção para a possibilidade de aproveitar este recurso natural para desenvolver a produção.

Outra oportunidade, segundo Resende, é o consumo, que saltou de 68 litros de leite por pessoa ao ano, em 1974, para 171 litros em 2016, em média. Entretanto, a Organização Mundial da Saúde recomenda que cada pessoa consuma 220 litros por ano. E com o aumento da população mundial até 2050, a demanda tende a aumentar ainda mais, ampliando as possibilidades de mercado. A baixa produtividade é um dos problemas da falta de competitividade do setor, avalia Resende. Entre os entraves da atividade também está a flutuação de preços, a produção pulverizada e a escala de produção.

O secretário adjunto da Agricultura, André Petry, destacou o trabalho que vem sendo feito pelo Conselho de Secretários de Estado de Agricultura (Conseagri), bem como a importância de ações em conjunto, citando a parceria da Seapi com outras instituições como a Embrapa, Emater e secretaria de Desenvolvimento Rural. Petry comentou ainda sobre a necessidade de rever as regras para importação e exportação de produtos lácteos no Mercosul para que se tenha competitividade e maior renda para quem produz e para a indústria, favorecendo o desenvolvimento regional do setor.

"O futuro é ser competitivo", afirma o agrônomo Airton Spies, secretário adjunto de Agricultura e Pesca de Santa Catarina. "O potencial de produção é gigantesco, temos que aproveitá-lo na medida em que formos fazendo o dever de casa", disse, ressaltando que o setor precisa se tornar um player competitivo e conquistar o mercado global. Para avançar, considera, é necessário atenção a três aspectos: produto de qualidade, custo competitivo e cadeia organizada. Sobre a logística do processo de produção, Spies cita como exemplo que no Brasil são transportados 47 litros por quilômetro, em média, enquanto na Nova Zelândia são 220 litros por quilômetro.

O assessor de Política Agrícola da Fetag, Marcio Langer, destacou que o produtor vem fazendo o seu papel, junto com a indústria, por meio do melhoramento do rebanho, além de melhorias no manejo e sanidade para melhorar a qualidade do leite. Entretanto, reconhece que tais ações não têm sido suficientes, destacando que o setor precisa de políticas de Estado e de incentivo à atividade. O dirigente aproveitou o Fórum para solicitar proteção ao produtor e à indústria local para que o setor possa ter desenvolvimento. A reivindicação refere-se às importações de leite, solicitando revisão do processo ao governo federal.

Novo laboratório em Frederico Westphalen
Na abertura do evento, a professora Silvia Regina Canan, diretora da URI campus Frederico Westphalen, anunciou que em janeiro de 2018 a universidade terá um laboratório oficial de análise da qualidade do leite. Segundo ela, em dezembro, uma comissão de técnicos do Ministério da Agricultura (Mapa) fará a última auditoria. A medida irá beneficiar o setor como um todo, em especial os produtores e indústrias da região. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

Políticas públicas e comprometimento são essenciais para avançar nas exportações

Crédito: Bruna Karpinski 

O segundo painel do 5º Fórum Itinerante do Leite - Os Caminhos para Exportação, realizado nesta terça-feira (21/11), em Frederico Westphalen, abordou os desafios para indústrias e produtores. "Um dos problemas é que não temos uma política nacional para o setor", avalia o secretário executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), Darlan Palharini. Avançar rumo à exportação, acrescenta o dirigente, implica em uma equação que ajude a superar os desafios sem impacto social à atividade.

"Passamos por um processo de seleção dos produtores, mas também por um cenário de especialização", disse o zootecnista Jaime Ries, assistente técnico da Emater, referindo-se à redução do número de produtores na atividade. Em sua apresentação, Ries listou seis desafios para atingir a eficiência: incremento o mix de produtos para remunerar melhor o produtor; cooperação para abertura de novos mercados; melhoria da qualidade; produção com custo compatível; sanidade; e prestação de assistência técnica e gerencial para os produtores.

O supervisor do Senar Herton Lima, que participou do fórum representando a Farsul, relatou o caso e um produtor que em 2008 produzia 200 litros de leite por dia e que, em 2018, chegará a 1500 litros por dia. Após contar a história, pontuou que comprometimento do produtor e envolvimento da família são alguns dos segredos para avançar. "Está na nossa mão esta transformação. Essa é a semente, é o princípio do caminho da exportação", afirma.

O presidente da Apil, Wlademir Dall'Bosco, questionou a competitividade frente aos menores custos de produção dos principais países produtores de lácteos. Um dos caminhos, aponta o dirigente, é a inovação por meio do investimento em tecnologia do processo produtivo, além da revisão das cargas tributárias que eleva os custos.

"Acreditamos que o caminho seja a exportação, mas não podemos ficar limitados a um único mercado. Para não correr o risco de ficar dependentes", opinou o presidente da Cotrifred, Elio Pacheco. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

Oficinas técnicas abordam exportação, gestão e nutrição animal


Crédito: Bruna Karpinski

Gerenciar custos, aumentar a produtividade e implantar uma política de remuneração por sólidos aos produtores são alguns dos passos necessários para avançar na exportação de produtos lácteos. Os temas foram debatidos na tarde desta terça-feira (21/11), durante a oficina Caminhos para a exportação, ministrada pelo agrônomo João Cesar de Resende, pesquisador da Embrapa Gado de Leite, e coordenada pelo secretário executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), Darlan Palharini. A capacitação, que ocorreu na URI campus Frederico Westphalen, integra a programação do 5º Fórum Itinerante do Leite.

O presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, assinala para a necessidade de encontrar alternativas de produtos com valor agregado para exportação, citando o queijo, a manteiga e o leite condensado.  Resende destacou também a importância de ampliar o mix de produtos lácteos e para a oportunidade que se tem com a mudança dos hábitos de consumo.

"Temos que ser eficientes em todas as pontas se quisermos competir no mundo", opinou o produtor de leite Amauri Miotto, de Taquaruçu do Sul. Participante da oficina, Miotto acrescentou que é preciso encontrar um caminho para eliminar despesas desnecessárias.

Na avaliação do pesquisador da Embrapa, apesar das dificuldades, o setor lácteo vem crescendo e respondendo com produção. Um dos fatores que dificulta, entretanto, é a pulverização da produção. Em sua apresentação sobre competitividade e os ajustes para a inserção do Brasil no mercado mundial de lácteos, Resende pontuou a necessidade de reduzir o volume de leite importado, medida que depende dos governos.

Durante a tarde, foram realizadas outras duas oficinas. A maior delas, que ocorreu no salão de atos do campus, abordou Gestão e sucessão na produção de leite e contou com a participação de mais de 500 pessoas, incluindo produtores que fizeram relatos pessoais de melhorias em suas propriedades. A outra oficina, sobre Nutrição da vaca leiteira: saúde do animal e qualidade do leite, foi realizada no auditório da universidade e contou com a presença de dezenas de pessoas, na maioria estudantes. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
 

GDT: último leilão de novembro mantém queda nas cotações

O leilão GDT realizado nesta terça-feira (21/11), indicou queda de 3,4% no preço médio dos lácteos, fechando em US$2.970/tonelada, valor mais baixo do ano até o momento - desde outubro de 2016 o valor médio não fechava em preços abaixo de US$ 3.000/ton.  O produto que apresentou maior queda nesse leilão foi o leite em pó desnatado, com média de preço de US$1.701/tonelada, queda de 6,5%. O segundo produto com maior queda foi o queijo cheddar, com recuo de 4,2% e valor final de US$3.831/tonelada. O leite em pó integral desacelerou o movimento de quedas nos últimos leilões, e neste leilão foi o produto que apresentou menor queda entre todos os que desvalorizaram, recuo de 2,7% e valor final de US$2.778/tonelada. O descolamento entre o leite em pó integral e desnatado ficou em US$1.077/tonelada. (GDT/MilkPoint)

 

Parmigiano Reggiano é eleito melhor queijo italiano
O famoso queijo Parmigiano Reggiano foi o mais premiado do mundo durante a 30ª edição do "World Cheese Awards", evento considerado o "Oscar dos queijos", realizado no sábado (18), em Londres. Cerca de 40 produtores de queijo se uniram para trazer "um resultado recorde para a Itália". Ao todo, a iguaria recebeu 38 medalhas, sendo três "Supergold", na categoria melhor queijo de mesa; 11 ouros; 16 pratas; e oito bronzes. O Festival Internacional do Queijo reuniu cerca de três mil concorrentes de mais de 30 países. No ano passado, o "gorgonzola dolce", produzido pela indústria Arrigoni Battista, foi eleito o melhor queijo italiano. (Isto é)

Porto Alegre, 20 de novembro  de 2017                                              Ano 11- N° 2.624

 

Alternativas ao impasse 

Para especialistas em comércio internacional, o impasse que envolve a circulação de produtos agropecuários no Mercosul está longe de ser resolvido em definitivo por meio de restrições aos demais países-membros. As alternativas, na avaliação deles, passam por reforçar a competitividade dos produtos brasileiros frente aos parceiros comerciais. "A saída para esse processo é mais ganhos de produtividade", defende o professor Marco Antonio Montoya, coordenador do curso de Ciências Econômicas da Universidade de Passo Fundo (UPF). Na avaliação dele, as medidas de barreiras protecionistas são transitórias e costumam ser adotadas em momentos de crise. Montoya toma como exemplo a cadeia do leite no Rio Grande do Sul. Em algumas regiões, a produtividade é alta e o setor tem condições de competitividade. 

Mas, na média estadual, percebe-se que ainda há muito por fazer. "O que é preocupante é que não exista uma política concreta de qualificação do leite, que busque incorporar o produto permanentemente na merenda escolar, por exemplo, já que ele tem um componente social nas cadeias produtivas", lamenta Montoya. Segundo o professor Charles Pennaforte, do curso de Relações Internacionais da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), o embate deve-se a uma questão estrutural de um bloco econômico onde todos os países são exportadores de produtos agrícolas. Com seus 207 milhões de habitantes, o Brasil é visto como um "gigante" pelos seus vizinhos, que tentam comercializar seus produtos neste mercado. "Para o Uruguai, o que justifica estar no Mercosul é justamente o acesso aos mercados brasileiros e argentino. Essa troca de produtos sempre vai existir", detalha Pennaforte. Um dos fatores que mais prejudicam a competitividade brasileira é a carga tributária, que, segundo ele, deveria ser readequada.(Correio do Povo)

Argentina - A "febre da manteiga" amortece, mas os preços continuam elevados

Neste mês de novembro a filial argentina da Saputo declarou exportações de 173 toneladas de manteiga a granel pelo valor médio ponderado de US$ 5.885/tonelada, tendo o valor máximo chegado a US$ 5.955/tonelada. Os destinos forma Iêmen, Líbano, Emirados Árabes Unidos e Malásia. Segundo dados da alfândega, em novembro de 2016 foram registradas vendas de 209 toneladas de manteiga a granel, ao preço médio de US$ 4.908/tonelada, enquanto no mesmo mês de 2015, as exportações declaradas foram de 469 toneladas ao valor médio de US$ 2.790/tonelada. O preço FOB médio da manteiga exportada pelos países da Europa Ocidental começou a ceder nas últimas semanas, mas ainda continuam sendo muito elevados em termos históricos. Atualmente - segundo dados do USDA - se encontra na faixa de US$ 5.750 a US$ 6.100/tonelada, depois de haver alcançado o máximo anual de US$ 7.875 a US$ 8.400/toneladas na primeira quinzena de setembro de 2017. Uma queda da produção europeia de leite - incentivada por um programa comunitário para evitar desequilíbrio nos preços internos - fez com que as indústrias privilegiassem a elaboração de queijos (produto mais rentável) em detrimento de outros (como o leite em pó desnatado) que resulta no aumento da disponibilidade de creme e de manteiga.

"Na França o setor supermercadista está quase completamente concentrado em cinco grandes cadeias, as quais, tradicionalmente, negociam contratos de preços uma vez ao ano, usualmente em fevereiro", diz um recente boletim do USDA. Essa metodologia, da lei francesa foi criada com o propósito de conter pressões inflacionárias, mas, gera transtornos quando produtos exportáveis registram grandes variações de preços. "As indústrias de laticínios francesas pediram às cadeias a possibilidade de renegociar os contratos quando os valores internacionais da manteiga começaram a registrar altas no segundo trimestre de 2017, mas as redes de distribuição negaram", explica o boletim. Resultado: as indústrias de laticínios privilegiaram a exportação de manteiga em detrimento do mercado interno. "Muitos consumidores franceses, alarmados pelas notícias sobre a baixa disponibilidade de manteiga, incrementaram as compras para congelar o produto e armazená-lo. Além disso, confeitarias e restaurante compraram grandes volumes de manteiga nos supermercados, a preços regulados, o que agravou o problema do abastecimento do produto", acrescenta o relatório do USDA.

Se bem que a França importe grandes volumes de manteiga de outros países europeus, as cadeias de supermercados se negaram a realizar operações em grande escala e aceitar os elevadíssimos preços. Atualmente estão sendo negociados acordos de preços com as indústrias de laticínios para evitar agravar a escassez da oferta. A manteiga está sendo substituída pela margarina em diversos processos industriais, dado que este último produto (elaborado usualmente com óleo de palma hidrogenado) está sendo cada vez mais percebido como prejudicial para a saúde em diversas regiões do mundo. (valorsoja - Tradução Livre: Terra Viva) 

Dispositivo criado na USP analisa qualidade de leite e evita desperdício na produção

O grupo desenvolveu um dispositivo de baixo custo para coleta e análise de amostras de leite durante a ordenha. Estudantes que integram uma startup iniciada na Universidade São Paulo (USP), em São Carlos, viajam para Índia neste fim de semana para fazer um estudo de mercado e tentar fechar parcerias. O grupo, que desenvolveu um dispositivo de baixo custo para coleta e análise de amostras de leite durante a ordenha, venceu em 1º lugar o prêmio Social Impact Award Switzerland (SIA Summit 2017), na Suiça, no mês passado.

Após arrecadarem cerca de R$ 2,6 mil em uma "vaquinha virtual" para custear parte da viagem, os alunos da USP receberam um prêmio no valor de R$ 13 mil, que será investido no projeto. A estimativa é que o protótipo esteja pronto até abril do ano que vem e disponível aos produtores no primeiro semestre de 2019. O projeto, que teve o apoio da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) e do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP, concorreu no SIA Summit com outras inovações tecnológicas de 18 países, sendo que 13 finalistas foram escolhidos em Genebra.

O grupo de São Carlos faz parte agora de uma rede global que apoia empreendedores de impacto social e, por meio de um programa do governo suíço em parceria com universidades e instituições do Brasil e da Índia, os estudantes vão para Bangalore em busca de expansão. A Índia é o segundo produtor de leite no mundo, mas possui problemas muito parecidos com os enfrentados no Brasil, que é o 5º maior produtor.

Qualidade do leite
Um dos objetivos da Thinkmilk é exibir informações sobre a qualidade do leite, traços de antibióticos e possíveis doenças do animal. Com isso, é possível aumentar a produtividade de pequenos fazendeiros, ajudar na redução do desperdício e no combate à mastite, um dos maiores problemas da pecuária de leite brasileira.

Segundo o estudante Bruno Azevedo, equipamentos baseados em sensores de baixo custo podem explorar um vasto mercado que ainda não tem acesso a alta tecnologia.

"Com produtos de maior qualidade, o Brasil pode aumentar a exportação para mercados bastante exigentes, como o europeu. Isso melhora a competitividade e a renda de nossos pequenos fazendeiros, reduzindo a pobreza em regiões rurais e democratizando o acesso a alimentos de qualidade", avaliou.

O estudante participou de um intercâmbio na Suíça durante um ano e essa experiência gerou possibilidades para a tecnologia iniciada em São Carlos. "Os consultores e pesquisadores que nos apoiam têm experiência de anos trabalhando com outras startups que desenvolveram sensores e sistemas inovadores e, o que é mais importante, souberam transformá-los em produtos, levando-os para o mercado", ressaltou Azevedo.

Aprimoramento
Aperfeiçoar o sensor e integrá-lo ao sistema que monitora os sinais e processa os dados é o próximo passo da startup nos meses seguintes. "Temos uma expectativa de preço baseada no custo do protótipo, mas ainda é cedo para afirmar", disse o estudante. O grupo pesquisa as instituições brasileiras que têm contato direto com fazendeiros, pois precisa de dados mais precisos sobre o tamanho do mercado e as reais necessidades do produtor.

"Queremos oferecer uma solução completa por um preço menor que as existentes e que se pague em pouquíssimo tempo, gerando resultados visíveis ao fazendeiro logo nas primeiras semanas de uso", ressaltou Azevedo.

Além dele, fazem parte do grupo o doutorando Rodrigo Duarte Pechoneri, o servidor do Grupo de Óptica do IFSC João Marcelo Pereira Nogueira, além de outros parceiros suíços. Eles recebem orientação do professor de engenharia mecânica Daniel Varela Magalhães e têm como mentor o professor de engenharia de produção Daniel Capaldo Amaral. (G1)

 

Entre Aspas
"Li as justificativas do decreto e dento do regulamento do Mercosul diz que deve haver simetria entre produtos negociados."
Darlan Palharini - Secretário Executivo Sindilat, em relação ao projeto apresentado por deputados para reintroduzir "cobrança de direitos alfandegários na circulação de alguns produtos agropecuários" no âmbito do Mercosul. ​(Zero Hora)

Porto Alegre, 17 de novembro  de 2017                                              Ano 11- N° 2.623

 

  Edital - Eleições Sindicais 

Edital publicado no Jornal Correio do Povo, no dia 17/11/2017, sexta-feira, página 18. CLIQUE AQUI para abrir o arquivo. (Correio do Povo/Sindilat)

A OMS publica um guia para prevenir a propagação da resistência antimicrobiana

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que as actividades de agro-pecuária, piscícola e alimentar deixem de utilizar sistematicamente antibióticos para estimular o crescimento e prevenir doenças em animais saudáveis.

As novas recomendações da OMS têm como finalidade preservar a eficácia dos antibióticos importantes para a medicina humana reduzindo o seu uso desnecessário nos animais. Nalguns países, aproximadamente 80% do consumo total de antibióticos de importância médica dá-se no sector animal, principalmente para estimular o crescimento em animais saudáveis.


O abuso e o uso indevido de antibióticos em animais e em humanos estão a contribuir para o aumento da ameaça que representa a resistência aos antimicrobianos. Alguns tipos de bactérias causadoras de infecções humanas graves já são resistentes à maioria ou à totalidade dos tratamentos disponíveis, e há muito poucas alternativas prometedoras em fase de investigação.

Numa revisão sistemática publicada no The Lancet Planetary Health conclui-se que as intervenções que restringem o uso de antibióticos em animais destinados à produção de alimentos reduzem as bactérias resistentes aos antibióticos nestes animais até 39%. Esta investigação serviu de base, directamente, para produzir as novas directrizes da OMS.


A OMS recomenda firmemente uma redução geral do uso de todas as classes de antibióticos de importância médica nos animais destinados à produção de alimentos, incluindo a restrição completa destes fármacos para estimular o crescimento e prevenir doenças sem diagnóstico prévio. Só se deverá administrar antibióticos a animais saudáveis para prevenir uma doença se esta foi diagnosticada noutros animais do mesmo efectivo ou da mesma população de peixes.

Sempre que seja possível, devem-se realizar análises aos animais doentes para determinar o antibiótico mais eficaz para tratar, de maneira prudente, a sua infecção específica. Os antibióticos utilizados em animais deverão eleger-se de entre os que, de acordo com a OMS, são «de menor importância» para a saúde humana, e não de entre os classificados como «de importância crítica e de máxima prioridade». Estes antibióticos costumam ser o tratamento de último recurso ou fazem parte de uma série limitada de tratamentos dos que se dispõe para tratar infecções bacterianas graves em humanos.

Muitos países já adoptaram medidas para reduzir o uso de antibióticos em animais destinados à produção de alimentos. Por exemplo, em 2006 a União Europeia proibiu o uso de antibióticos para estimular o crescimento. Os consumidores também estão a impulsionar a procura de carne produzida sem o uso sistemático de antibióticos, pelo que algumas importantes cadeias alimentares estão a adoptar a política de «ausência de antibióticos» para a compra de carne. CLIQUE AQUI para acessar a versão em inglês. (http://www.who.int)


Recuperação da produção de leite na China deve conter importações em 2018

A China verá "importações restritas" tanto de leite em pó desnatado quanto de leite em pó integral em 2018, com as compras diminuídas por uma recuperação da produção leiteira do país, reforçada pela modernização da indústria.

A agência de Pequim do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em sua primeira previsão para oferta e demanda de produtos lácteos da China do ano que vem - visto como uma influência fundamental nos preços mundiais - previu que a produção de leite será de 36,5 milhões de toneladas, um aumento de 2,8% com relação ao ano anterior.

O aumento, bem acima da previsão de 1,5% do Rabobank, recuperaria cerca de metade do mercado perdido durante o declínio da produção em 2016 e 2017. E isso reflete, além de uma queda nos custos de silagem de milho, melhorias na produtividade incentivadas pela genética aprimorada e pela melhora das práticas de criação, o que deverá manter a melhora da produção de leite no país. "A China continuará vendo uma maior produção como resultado de investimentos de longo prazo na genética de gado leiteiro e da consolidação e modernização das instalações lácteas", disse a agência.

No entanto, o aumento da produção deverá afetar a demanda de importação de produtos lácteos da China, com a agência dizendo que o "aumento da produção doméstica irá restringir as importações, encerrando uma tendência de crescimento de importações de vários anos".

De fato, as importações de leite em pó integral deverão aumentar em 50.000 toneladas, para 500.000 toneladas, sustentadas pela preferência dos consumidores por produtos estrangeiros, após uma série de escândalos no início desta década pela contaminação do produto doméstico. "Os produtos de leite em pó integral importados continuam sendo vistos pelos consumidores chineses como sendo mais seguros e mais confiáveis. Eles também têm um prazo de validade de mais de dois anos - geralmente o dobro dos produtos chineses similares".

No entanto, as compras de leite em pó integral - dos quais a China é o principal importador, consumidor e produtor - permanecerão bem abaixo do recorde de 671 mil toneladas de 2014, devido ao armazenamento em meio aos medos relacionados ao aumento dos preços. E as importações chinesas de leite fresco cairão para o menor volume em três anos, de 520 mil toneladas. Enquanto isso, as importações de leite em pó desnatado cairão em 25.000 toneladas para o menor volume em três anos, de 200.000 toneladas, informou a agência, prevendo uma recuperação nos preços relativos dos do leite em pó integral.

"A indústria relata que os fabricantes de produtos lácteos chineses usaram relativamente mais leite em pó desnatado para substituir o leite em pó integral, porque os preços do leite em pó desnatado eram baixos o suficiente para compensar a diferença de qualidade. No entanto, à medida que o preço leite em pó desnatado se recupera em 2018, as importações e o uso provavelmente diminuirão para os níveis anteriores".

Na verdade, os preços do leite em pó desnatado aumentaram no último leilão GlobalDairyTrade, na semana passada, mostrando crescimento de 1,2%, em comparação com uma redução de 5,5% do leite em pó integral. "Isso foi uma surpresa, porque a Fonterra aumentou o volume de suas ofertas de leite em pó desnatado nos próximos 12 meses, uma indicação de amplas ofertas", disse o Conselho de Produtores de Leite dos EUA. (As informações são do Agrimoney, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

Preços/AR
A capacidade de pagamento das grandes indústrias de laticínios se encontra em níveis elevados em relação ao valor médio do leite pago aos produtores, enquanto que nas pequenas, a situação é inversa. O "valor de referência de demanda" em setembro passado - último dado disponível - de grandes indústrias (praticamente as que integral o CIL - Centro das Indústrias de Laticínios) foi de 6,51 pesos/litro, [R$ 1,22/litro], enquanto o "preço básico" médio recebido pelos produtores de leite foi de 5,70 pesos/litro, [R$ 1,07/litro], segundo cálculos realizados pelo Instituto Argentino de Professores Universitários de Custos (IAPUC), junto com o Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA). As pequenas indústrias - Pymes lácteas (que operam com a distribuição regional e estão associadas, em sua maioria à Apymel), o valor de referência em setembro foi de 5,45 pesos/litro, [R$ 1,02/litro], ou seja, ficou abaixo do preço médio pago aos produtores de leite. O "valor de referência de demanda" expressa a capacidade de pagamento pelo litro de leite cru pela indústria em condições normais de operação e para uma situação de "nivelamento" dos resultados da empresa, sem margem de renda nenhuma (lucro zero). A alta capacidade de pagamento que detém as grandes indústrias de laticínios se reflete nos últimos balanços apresentados pelas duas principais empresas que processam atualmente, o maior volume de leite no mercado argentino. Nos primeiros nove meses de 2017 a Mastellone Hnos (La Serenísima) divulgou lucro de 303 milhões de pesos versus 96 milhões de pesos no mesmo período de 2016. É preciso lembrar que entre janeiro e setembro de 2015 e 2014 havia registrado prejuízos de 265 e 308 milhões de pesos, respectivamente. Enquanto isso, a canadense Saputo, em seu último balanço - também com dados de 30 de setembro passado - informou que "as vendas da divisão argentina aumentaram graças às maiores vendas, tanto no mercado interno como externo". (valorsoja - Tradução livre: Terra Viva)

 
 

Porto Alegre, 16 de novembro  de 2017                                              Ano 11- N° 2.622

 

  Conseleite/PR

A diretoria do Conseleite-Paraná reunida no dia 14 de Novembro de 2017 na sede da FAEP na cidade de Curitiba, atendendo os dispositivos disciplinados no Capítulo II do Título II do seu Regulamento, aprova e divulga os valores de referência para a matéria-prima leite realizados em Outubro de 2017 e a projeção dos valores de referência para o mês de Novembro 2017, calculados por metodologia definida pelo Conseleite-Paraná, a partir dos preços médios e do mix de comercialização dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes.

 

Os valores de referência indicados nesta resolução para a matéria-prima leite denominada "Leite Padrão", se refere ao leite analisado que contém 3,50% de gordura, 3,10% de proteína, 500 mil células somáticas/ml e 300 mil ufc/ml de contagem bacteriana. Para o leite pasteurizado o valor projetado para o mês de Novembro de 2017 é de R$ 2,1173/litro. Visando apoiar políticas de pagamento da matéria-prima leite conforme a qualidade, o Conseleite-Paraná disponibiliza um simulador para o cálculo de valores de referência para o leite analisado em função de seus teores de gordura, proteína, contagem de células somáticas e contagem bacteriana. O simulador está disponível no seguinte endereço eletrônico: www.conseleitepr.com.br. (Conseleite/PR)

Brasil precisa de competitividade para conquistar mercados

Vivendo uma das maiores crises de sua história recente, a produção leiteira precisa urgentemente ganhar competitividade para, com isso, galgar novos clientes para os produtos brasileiros no exterior. Esta é a tônica central do 5º Fórum Itinerante do Leite - Caminhos da Exportação, que será realizado no próximo dia 21 de novembro (terça-feira), em Frederico Westphalen. Promovido pelo Sindilat, em conjunto com Fundesa, Farsul, Fetag, Secretaria da Agricultura (Seapi), URI e Canal Rural, o evento reunirá lideranças, pesquisadores, representantes da indústria e produtores para debater as mudanças que precisam ser implementadas no processo produtivo.  "Precisamos, todos juntos, achar um caminho para que o setor leiteiro do Brasil conquiste maior estabilidade e dê a produtores e indústria condições de seguir na atividade", frisou o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra.  O fórum também tem o apoio AGL, Apil, Cotrifred, Creluz, Emater-RS, Embrapa, Famurs, Ocergs, Prefeitura de Frederico Westphalen, Senai-RS e  Sicredi. 

Um dos palestrantes mais esperados da programação, que começa às 9h no Salão de Atos da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), é o pesquisador da Área de Socioeconomia da Embrapa Gado de Leite, João Cesar de Resende.  "Falar de competitividade  exige que se trate de custos de produção, que no Brasil ainda são muito elevados". Segundo ele, entre os principais entraves para o desenvolvimento estão uma produção altamente pulverizada que eleva despesas de captação, produtividade baixa, problemas de logística e alta carga tributária, que, além de corroer os lucros, eleva o preço dos insumos. A solução, alerta ele, passa por incentivo do poder público seja com melhores condições de escoamento da produção, seja por meio de subsídio para a aquisição de tanques e melhoria da nutrição animal. 

Enquanto isso, alerta Resende, há muito a ser feito pelos próprios elos da cadeia do leite, como investimento em genética para obtenção de vacas com mais potencial produtivo e em modelos mais eficientes de gestão.  Só assim, acredita ele, será possível fazer frente a países como o Uruguai e a Argentina, que exportam seu leite exatamente por terem custo menor.
 
Apesar dos constantes alertas de que os pequenos produtores estão em risco de deixar a atividade, Resende argumenta que "ser pequeno" não é sinônimo de baixa competitividade. Muito pelo contrário. De acordo com o especialista, propriedade familiares podem ter excelentes índices de desempenho exatamente por utilizarem mão de obra familiar e terem um custo operacional menor.  "Não é o porte do produtor que define sua competitividade. Temos que buscar boa produtividade por meio de animais e de mão de obra qualificada", recomendou. A garantia de qualidade do produto entregue é  outro ponto fundamental  para achar o caminho da exportação. "O mercado busca muita qualidade e isso inclui controle de índices como CCS e CBT". Para melhorar essas questões, a sugestão é o trabalho em equipe. "Os setores não podem ser isolados. É preciso olhar a produção leiteira como um todo e pensar em um sistema de integração, talvez como o adotado na avicultura, onde todos ganhem mais".

O 5º Fórum Itinerante do Leite - Caminhos da Exportação tem inscrições gratuitas e vagas limitadas. Pela manhã, estão previstos dois painéis de debate. O primeiro tratará de "Mercado externo de lácteos e políticas públicas" e o segundo se propõe e analisar os "Desafios para indústrias e produtores". À tarde, três oficinas promoverão discussão técnica e apresentação de cases de produtores e empresas que trabalham rumo à excelência.  Para participar basta solicitar credenciamento por meio dos sites do Canal Rural (www.canalrural.com.br), do Sindilat-RS (www.sindilat.com.br) ou da URI- Frederico Westphalen (www.fw.uri.br)

Oficinas técnicas focam em qualidade e novos mercados

O  5º Fórum Itinerante do Leite - Caminhos da Exportação contará com uma série de oficinas que busca contribuir para a qualificação dos processos produtivos na prática. Ministradas na Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), elas ocorrerão a partir das 14h.  Desta vez, os grupos de trabalho pretendem realizar uma avaliação aprofundada dos temas propostos, com interlocução e apresentação de cases.

Serão três oficinas ao todo. A primeira falará de "Gestão e sucessão na produção de leite" e será coordenada pelo engenheiro agrônomo, assistente técnico regional de Sistema de Produção Animal -da Emater de Frederico Westphalen, Valdir Sangaletti. Ainda participam o zootecnista Fábio Eduardo Schlick e o professor da URI Leandro Bittencourt de Oliveira. A programação inclui apresentação de case das famílias Castelli, de Iraí, e Cansian, de Taquaruçu do Sul.

A segunda oficina da tarde abordará a "Nutrição da vaca leiteira: Saúde do Animal e qualidade do leite"  O trabalho será coordenado pelo doutor em Produção e nutrição animal e professor da URI Sandro Paixão. O médico veterinário Abílio Galvão Trindade Ferreira falará sobre a alimentação no pré parto e o colega Thiago Caetano Schmidt Cantarelli sobre mastite bovina. Por fim, a professora doutora Rosselei Caiél da Silva abordará a importância do controle de qualidade do leite na produção de derivados.

A terceira oficina dará sequência ao tema central do fórum ao tratar dos "Caminhos para a exportação". Com coordenação do secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini,o grupo contará com apresentação do pesquisador da Embrapa Gado de Leite João Cesar de Resende.
 
O 5º Fórum Itinerante do Leite - Caminhos da Exportação tem inscrições gratuitas e vagas limitadas. Para participar basta solicitar credenciamento por meio dos sites do Canal Rural (www.canalrural.com.br), do Sindilat-RS (www.sindilat.com.br) ou da URI- Frederico Westphalen (www.fw.uri.br). (Assessoria de Imprensa Sindilat)

PROGRAMAÇÃO 5º FÓRUM ITINERANTE DO LEITE

8h - Credenciamento e welcome milk

8h30min - Boas-vindas 

9h - Painel: Mercado externo de lácteos e políticas públicas (ao vivo)
João Cesar de Resende, pesquisador da Embrapa Gado de Leite
Guilherme  Portella, diretor da Lactalis
Ernani Polo, secretário da Agricultura - RS
Moacir Sopelsa, secretário da Agricultura - SC
Norberto Ortigara, secretário da Agricultura - PR
Carlos Joel da Silva, presidente da Fetag-RS
Debate  e perguntas

10h30min - Painel: Desafios para indústrias e produtores (ao vivo)
Jaime Ries, assistente técnico da Emater-RS 
Caio Vianna, presidente da CCGL
Rogério Kerber, presidente do Fundesa
Jorge Rodrigues, coordenador da Comissão de Leite da Farsul
Wlademir Dall'Bosco, presidente da Apil
Alexandre Guerra, presidente do Sindilat-RS

11h20min - Debate e perguntas

12h - Encerramento da transmissão ao vivo

12h15min - Almoço

12h35min - M&Cia

14h - Oficinas técnicas

1  - Gestão e sucessão na produção de leite
Local: Salão de Atos da URI - 700 vagas
Coordenação da oficina: Valdir Sangaletti, engenheiro agrônomo, assistente técnico regional de Sistema de Produção animal - Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, RS.

14h - Abertura
14h05min - 1º painel: Planejamento forrageiro - Fábio Eduardo Schlick, zootecnista, mestre e doutor em Zootecnia - ATR de Sistemas de Produção Animal, Escritório Regional da Emater de Bagé. (Exemplo prático de planejamento - projeto SisLeite da Emater).
14h35min - 2º painel: Manejo de plantas forrageiras -  Leandro Bittencourt de Oliveira, professor doutor - URI de Frederico Westphalen, RS (Exemplo prático de manejo - aluno do curso de Tecnólogo em Agropecuária da URI)
15h05min - Programa de gestão sustentável da agricultura familiar - Valdir Sangaletti, engenheiro agrônomo - ATR de SPA e Gestão Rural do Escritório Regional da Emater de Frederico Westphalen, RS.
15h20min - Case de sucesso no PGS - O trabalho da família Castelli de Iraí,RS - Equipe da Emater de Iraí e família Castelli.
15h45min - Case de sucesso na gestão da atividade leiteira - O trabalho da família Cansian - Taquaruçu do Sul - Família Cansian e  URI.
16h05min - Debate - perguntas aos painelistas, por escrito.

2 - Nutrição da vaca leiteira: Saúde do Animal e qualidade do leite 
Local: Auditório da URI - 125 vagas
Coordenação da oficina: Sandro Paixão, zootecnista Sandro José Paixão - Dr. em Produção e nutrição animal e professor da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), Câmpus de Frederico Westphalen, RS.

14h05min - 1° painel: Alimentação no pré parto: reflexo na produção, sanidade e na qualidade do leite - Abílio Galvão Trindade Ferreira, médico veterinário, mestre em Produção Animal, consultor na área de nutrição e reprodução animal pela empresa NUTRE Saúde e Produção Animal, instrutor do Senar-PR.
14h55min - 2º painel: Técnicas de controle e medidas preventivas da mastite bovina -  Thiago Caetano Schmidt Cantarelli - Médico veterinário, pós-graduação em Clínica e Técnica Cirúrgica Veterinária, médico veterinário da Cooperativa Tritícola de Frederico Westphalen e professor da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (Câmpus de Frederico Westphalen)
15h05min - 3° painel: Importância do controle de qualidade do leite na produção de derivados - Rosselei Caiél da Silva, professora doutora da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (Campus de Frederico Westphalen)
16h05min - Debate - perguntas aos painelistas, por escrito.

3  - Caminhos para a exportação
Local: Sala de aula da URI - 50 vagas
Coordenação da oficina: Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindilat-RS

14h - Abertura 
14h15min - Competitividade e os ajustes para a inserção do Brasil no mercado mundial de lácteos - João Cesar de Resende, pesquisador da Embrapa Gado de Leite
14h45min - Caio Vianna, presidente da CCGL - Exportação 
15h05min - Case Lactalis 
16h05min - Debate - perguntas aos painelistas, por escrito.

16h30min - Encerramento da programação

Aberta consulta pública sobre lista de indicações geográficas da UE para produtos brasileiros
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) informa que está aberta para consulta pública a lista de Indicações Geográficas (IGs) de produtos do agronegócio brasileiro e outros setores selecionados para exportação para a União Europeia (UE) como parte das negociações do acordo comercial com o Mercosul. As entidades e empresas dos setores produtivos interessados em contestar a relação e incluir novos pleitos terão até o dia 7 de dezembro para manifestar junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Os dois blocos trocaram ofertas sobre as IGs em relação aos produtos com os quais buscam reconhecimento. A lista europeia tem 347 indicações, enquanto os sul-americanos incluíram 200 itens. As IGs identificam a procedência de origem de determinado produto de um país ou região com o objetivo de agregar valor para a exportação. É uma prática utilizada para reforçar a qualidade, reputação ou outra característica atribuída à localização geográfica. Mercosul e União Europeia têm legislações distintas sobre a forma de proteção das Indicações Geográficas. O texto do acordo entre os dois blocos definirá como serão tratadas estas diferenças, que constarão no capítulo de propriedade intelectual. Manifestações: O período para manifestação de terceiros permite que sejam apresentadas oposições ao registro de determinadas Indicações Geográficas no Brasil e em cada um dos países do Mercosul. Estas oposições devem ser apresentadas por nome apresentado na lista da UE, subsidiadas com argumentos e informações que as justifiquem. Decorrido o prazo de 30 dias após o pleito das entidades, o INPI analisará os recursos brasileiros protocolados para abrir o prazo de contestação e emitir parecer técnico. A relação de produtos pode ser vista CLICANDO AQUI. (As informação são da CNA)

 
 

Porto Alegre, 14 de novembro  de 2017                                              Ano 11- N° 2.621

 

  Propostas colocam Mercosul à prova

As sugestões que vêm sendo apresentadas para resolver o desequilíbrio causado em setores do agronegócio brasileiro por conta da concorrência - considerada desleal - do Mercosul, em tese, não podem ser aplicadas. Essa é a avaliação de Mauro Laviola, vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil.

A mais recente é projeto de decreto legislativo protocolado pelos deputados Sergio Souza (PMDB-PR) e Evair Vieira de Melo (PV-ES). O texto propõe a reintrodução da "cobrança de direitos alfandegários na circulação de alguns produtos agropecuários" no âmbito do bloco. Os itens são leite (fluído, em pó e soro de leite), arroz, trigo e maçã.

- O que o Legislativo está fazendo é absolutamente contrário ao Mercosul e não é possível do ponto de vista legal. Não se pode retirar preferências do bloco e nem aplicar salvaguardas - afirma Laviola.

Ele acrescenta que, nos anos 2000, a Argentina tentou, sem sucesso, ações semelhantes.
Assessor de Souza, Luciano Carvalho não concorda. Para ele, a medida não "detona o Mercosul".

- Estamos trabalhando com quatro produtos sensíveis, assim como a Argentina fez com o nosso açúcar. É uma medida de defesa comercial sensata - defende.

Souza é deputado pelo Paraná, segundo maior produtor de leite do país, e montou o projeto com base nas mesmas razões apresentadas por entidades gaúchas: a crise causada no setor, que viu os preços do produto despencarem neste ano.

- Li as justificativas do decreto e dentro do regulamento do Mercosul diz que deve haver simetria entre produtos negociados - reforça Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados.

Ontem, o deputado Heitor Schuch (PSB-RS) protocolou no Parlamento do Mercosul documento de entidades sobre o tema. Ele lamentou a baixa participação do Brasil no órgão:

- De 30 proposições na pauta, tinha apenas uma brasileira. O governo brasileiro também está dando muito pouco valor. Aprovam aqui o que interessa para eles.

A crise também pautou reunião de entidades, parlamentares e representantes de ministérios ontem em Brasília. (Zero Hora)

Queijo artesanal faz leite render mais

Nova Bassano hoje tem mais vacas do que habitantes. Maior produtora de leite na Serra, com 57 milhões de litros gerados por ano, o município de 8,8 mil pessoas conta com 10,5 mil cabeças de gado leiteiro. A produção ganhou musculatura nos últimos anos e ocasionou profunda mudança no perfil econômico do local. Diversas famílias de agricultores trocaram os hortifrutigranjeiros pelo leite. E parte agregou valor ao produto gerado pelos rebanhos.

É o caso da produtora Rejane Tessaro. Seu avô começou na atividade rural com o plantio de frutas e verduras, como repolho, pimentão e tomate. A criação de vacas leiteiras era uma atividade secundária. Oito anos atrás, o perfil de produção se transformou.

Resultado Turbinado
O baixo preço das frutas e verduras e o desgaste na saúde da família em razão do uso de agrotóxicos no plantio fizeram com que os Tessaro optassem apenas pelo leite. A partir daquela época, o plantel cresceu. Passou de 30 para 50 vacas em lactação, sendo 40 da raça holandesa e 10 da jersey.

A maior mudança, entretanto, ocorreu em 2011, quando Rejane liderou a implantação de uma queijaria. Desde então, o foco é a fabricação de queijos. A produtora toca o negócio ao lado do marido e seus pais, além de dois funcionários. O novo produto garantiu incremento significativo na renda familiar. 

- Meu sonho sempre foi ter algo próprio. E queríamos agregar valor à matéria-prima que produzíamos. Arriscamos com a queijaria e deu certo. Nossa renda anual é 30% maior do que se só vendêssemos leite - explica Rejane.

Os 1,2 mil litros captados diariamente são transformados em cerca de três toneladas de queijo colonial a cada mês. A venda ocorre principalmente em pontos localizados em Nova Bassano e na vizinha Serafina Corrêa. A estrutura ainda tem condições de produzir manteiga e iogurte. (Zero Hora)

Novo aplicativo gratuito do Mapa ajuda a agir rápido para assegurar saúde de rebanhos

"Saúde Animal" é o novo aplicativo gratuito que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) disponibilizará para veterinários, criadores e pessoas interessadas em saúde e bem-estar animal. O envio de notificações às autoridades sanitárias sobre suspeitas de ocorrências de doenças ou focos será mais rápido e fácil, assim como também será mais simples e imediato o acesso às informações, manuais e legislação federal e estadual, e aos códigos sanitários da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).

Compatível com os sistemas operacionais Android e IOS, o "Saúde Animal" foi desenvolvido em colaboração com a Agência de Defesa Agropecuária do Ceará (Adagri), e será lançado durante o Encontro Nacional de Defesa Sanitária Animal (Endesa), em Belém do Pará, de 4 a 8 de dezembro.

Guilherme Marques, diretor do Departamento de Saúde Animal (DAS) do Mapa, disse que o aplicativo atende a necessidades de mercado e de competitividade, como "agilidade, acesso fácil e rápido à informação, interatividade e soluções colaborativas". Ele observa que "o uso do aplicativo pelos diferentes públicos vai gerar aprimoramentos e atualizações frequentes, muitas delas realizadas automaticamente. Quanto às notificações de suspeitas de doenças ou focos, o uso da ferramenta permitirá ação rápida e dirigida, favorecendo a sanidade e segurança dos rebanhos"

Em curto prazo, o app deverá ser utilizado por 1 milhão de usuários, com base nas estimativas atualizadas de que há no Brasil aproximadamente 5 milhões de propriedades rurais e 120 mil veterinários.

O app dispõe de atendimento virtual para responder perguntas dos usuários em português, inglês e espanhol, em áudio e texto. (As informações são do Mapa)

Novacki e entidades sindicais discutem modelo de inspeção

O Ministro Interino do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Eumar Novacki, reuniu-se, nesta segunda-feira (13), com representantes de entidades de classe de fiscais agropecuários (ANFFA e Asfagro), para tratar do novo modelo de inspeção sanitária que está em estudo.

Novacki recebeu dos sindicalistas sugestões de metodologia e de procedimentos a serem avaliados na construção do modelo de inspeção que visa modernizar o sistema brasileiro e adequá-lo a padrões internacionais para aumentar a participação brasileira no agronegócio mundial.

A reunião ocorreu em ambiente de colaboração, sendo sugerida a realização de um seminário para ampla discussão do modelo de inspeção a ser implantado. Novacki disse ainda que o novo sistema não está definido ainda. "Temos que prosseguir analisando. Tudo será discutido e apresentado a todos", assegurou.

Representantes das entidades da categoria consideraram importante a capilarização do sistema de inspeção no país, com apoio dos estados, e se mostraram defensores da meritocracia no serviço público. (As informações são do Mapa)

 

RS: nova mobilização irá reivindicar melhoria do preço do leite ao produtor
Uma nova mobilização vai ser feita com objetivo de reivindicar melhoria no preço do leite pago ao produtor. Quinta-feira, haverá reunião na Federação dos Trabalhadores na Agricultura, em Porto Alegre/RS, para acertar detalhes do movimento, marcado para o próximo dia 24. Inclusive, no encontro desta semana deve ocorrer definição do município onde vai acontecer o protesto. Os Sindicatos dos Trabalhadores Rurais, pertencentes à regional da Fetag de Ijuí, recebem inscrições de pessoas interessadas em participar da mobilização, a fim de organizar caravana. (As informações são da Rádio Progresso de Ijuí)

 
 

Porto Alegre, 13 de novembro  de 2017                                              Ano 11- N° 2.620

 

  Fórum do leite/RS 

Os caminhos para a exportação serão debatidos no 5º Fórum Itinerante do Leite, no dia 21 de novembro de 2017, em Frederico Westphalen (RS). A proposta é avaliar as possibilidades do Brasil no mercado mundial de lácteos. 

O encontro terá transmissão ao vivo pelo Canal Rural das 9h às 12h, diretamente do Salão de Atos da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI) - Câmpus de Frederico Westphalen. O fórum será dividido em dois painéis, com a participação de pesquisadores, empresários, autoridades e líderes do setor. A primeira parte enfocará o mercado externo de lácteos e as políticas públicas. A visão governamental será apresentada pelos secretários da Agricultura da região Sul. Na segunda parte, dirigentes de entidades representativas do setor avaliarão os desafios dessa cadeia para que os produtos lácteos do Brasil tenham maior competitividade no mercado mundial. A programação prossegue à tarde com oficinas técnicas, reunindo produtores rurais, empresários, especialistas, professores e estudantes. Ao se inscrever, cada participante deverá optar por uma das três oficinas, com enfoques em gestão e sucessão na produção de leite, nutrição animal e caminhos para a exportação. As inscrições para o evento poderão ser feitas a partir desta segunda-feira, dia 13. Serão gratuitas, antecipadas e limitadas. CLIQUE AQUI PARA INSCRIÇÃO

Os painelistas responderão perguntas do público presente no Salão de Atos e dos que assistirem pelo Canal Rural (TV e internet) e pelo YouTube (www.youtube.com/canalruralbr). A iniciativa é do Canal Rural, do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal do Estado do Rio Grande do Sul (Fundesa), do Sindicato das Indústrias de Laticínios do RS (Sindilat-RS), da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi-RS) e da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI) - Frederico Westphalen. O evento tem apoio da Associação Gaúcha de Laticinistas e Laticínios (AGL), da Associação das Pequenas Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul (Apil), da Cooperativa Tritícola de Frederico Westphalen (Cotrifred), da Cooperativa de Energia e Desenvolvimento do Médio Uruguai (Creluz), da Empresa Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-RS), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Federação das Associações de Municípios do RS (Famurs), da Organização das Cooperativas do Estado do RS (Ocergs), da Prefeitura de Frederico Westphalen, do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial no RS (Senai-RS) e do Sicredi (Sistema de Crédito Cooperativo). O fórum faz parte de uma série de eventos, iniciada em 2016, para debater os desafios da cadeia do leite por entidades do setor, em parceria com universidades e entidades regionais. Neste último trimestre, a comunidade de Frederico Westphalen e entidades da cadeia gaúcha do leite elegeram o mercado externo como tema para encerrar os debates itinerantes em um ano pontuado por grandes polêmicas sobre os impactos das importações de lácteos. (Canal Rural)

Conseleite/MS

A diretoria do Conseleite - Mato Grosso do Sul reunida no dia 10 de Novembro de 2017, aprova e divulga os valores de referência para a matéria-prima, referente ao leite entregue no mês de setembro de 2017 e a projeção dos valores de referência para leite a ser entregue no mês de outubro de 2017. Os valores divulgados compreendem os preços de referência para o leite padrão levando em conta o volume médio mensal de leite entregue pelo produtor. (Famasul)


 

Carlos Barbosa é líder no Estado

Em Carlos Barbosa, o rendimento médio é de 6,8 mil litros/ano por vaca. O produtor João Grespan tem participação direta nesse desempenho. Em sua propriedade, cada uma das 42 cabeças em lactação rende 10 mil litros anualmente. E os números sobem a cada temporada. Em 2016, tiravam-se 900 litros de leite do rebanho por dia. Neste ano, são 1,3 mil litros.

- Com pouca área de terra, temos que crescer pela produtividade. A genética nos ajuda a aumentar de 15% a 18% o volume ao ano - justifica.

Na propriedade de Grespan, as atividades são divididas e executadas com a precisão de um relógio suíço durante os 365 dias do ano. Ele cuida da limpeza das vacas, enquanto a mulher faz a ordenha. Os filhos, que estudam agronomia e zootecnia, cuidam do solo, da produção de alimentos e da genética. Já a filha faz a contabilidade da granja. Juntamse a eles dois técnicos, que prestam consultoria nas áreas de reprodução e alimentação. A soma do esforço coletivo resulta em alto rendimento. (Zero Hora)

 

Tecnologia potencializa manejo

A tecnologia é aliada de uma série de propriedades de leite, configurando-se em outro aspecto que explica o incremento na produtividade. Em 2015, Ezequiel Nólio, um dos proprietários da Tambo Nólio, de Paraí, foi pioneiro no Estado a apostar na utilização de robôs para a realização da ordenha. Dois anos depois, a produção média por vaca passou de 28 para 35 litros ao dia. A máquina está junto ao pavilhão onde ficam as 63 vacas da raça holandesa. Os animais se dirigem ao equipamento por conta própria. Assim, não há horário fixo para a ordenha. Nólio conta que chegam a fazer fila para entrar no box. A máquina reconhece cada vaca, fornece ração em medida controlada e coleta informações sobre a qualidade do leite gerado.

- O investimento foi em torno de R$ 900 mil, entre a máquina e adaptações do pavilhão. O retorno se dará em cinco anos, com aumento na produtividade e redução de consumo de ração. E vamos ganhar uma lactação a mais por cada vaca - celebra Nólio.

A utilização de robôs ainda é tímida no RS e no Brasil. Na maior parte das propriedades, são utilizados equipamentos para fazer a transferência do leite do úbere direto para o tanque de resfriamento e para medir a produção. (Zero Hora)

Quando a genética vira negócio

Algumas das vacas com maior produtividade do Brasil são de Farroupilha. A Granja Tang coleciona títulos em feiras, exposições e campeonatos que medem a produção dos animais. Com essa credencial, o comércio de embriões, o aluguel das vacas para reprodução e a venda de exemplares se tornaram um negócio para a cabanha, que tem 40% do seu faturamento oriundo dessa área.

A produtividade elevada vem de longa data. De 2009 a 2013, a granja teve uma recordista nacional. Foi a vaca holandesa Raquel, que chegou a produzir 20 mil litros de leite ao ano. O animal já morreu, mas o atual plantel de 31 vacas da raça holandesa em lactação conta com sua neta e bisneta.
Agora, a nova estrela é a vaca Sali. Com média anual de 17 mil litros, ganhou o concurso leiteiro da Expointer 2017. Aos três anos, venceu na categoria jovem, gerando 66 quilos de leite. O resultado foi superior até ao da campeã adulta, que totalizou 52 quilos.

A granja tem produtividade de 11,8 mil litros ao ano por cada animal. O segredo para o desempenho está em fatores característicos da região. A propriedade é pequena, com 14 hectares, e tem dedicação exclusiva ao gado leiteiro. Também influenciam no resultado cuidados com genética e alimentação equilibrada entre proteínas, silagem, feno e capim.

Outro ingrediente é considerado fundamental: o trato com os bovinos. A ordenha é feita a cada 12 horas para evitar lesões no úbere. As vacas permanecem soltas no pasto pela manhã, permitindo que se movimentem e até mesmo interajam. E cada vaca tem um nome, geralmente uma homenagem a parentes e amigos da família.

- Os animais também gostam de tomar sol e passear, como os humanos. E cada uma tem personalidade própria. Tem vaca dócil e mais agressiva, que briga com as outras - conta o proprietário Itamar Tang.

Toda a produção da Tang é de genética holandesa. A raça, aliás, é predominante no Rio Grande do Sul: segundo a Emater, o plantel chega a mais de 650 mil animais. Na Serra, são 53 mil cabeças. (Zero Hora)

Exportações/Uruguai
As exportações de lácteos cresceram 26% em outubro em relação a igual mês do ano passado. Foi o terceiro principal item de exportação em outubro, totalizando US$ 66,6 milhões. O principal destino foi a Argélia com 36% das remessas do mês. No acumulado do ano se posicionou como o segundo destino dos produtos lácteos uruguaios, com envios que representarão US$ 65 milhões, de acordo com dados publicados no Boletim mensal do Instituto Uruguai XXI sobre comércio exterior. O Brasil foi o segundo destino das exportações de outubro, ainda que o volume dos envios tenham caído 59% em relação a outubro de 2016. No acumulado do ano houve retrocesso de 44%, que foi compensado com uma recuperação de 28% nos valores. A Rússia foi o terceiro destino com um acumulado de US$ 54 milhões entre janeiro e outubro, 44% a mais que em igual período de 2016. Nos primeiros 10 meses do ano o faturamento total das exportações de lácteos alcançou a cifra de US$ 470 milhões, abaixo dos US$ 478 milhões realizados no mesmo período do ano anterior. (LecheriaUY - Tradução Livre: Terra Viva)