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Porto Alegre, 22 de janeiro de 2019                                              Ano 13 - N° 2.903

    Ano começa com estabilidade de preços do leite
 
O ano de 2019 começa com estabilidade nos preços do leite no Rio Grande do Sul. Segundo dados divulgados na manhã desta terça-feira (22/01) pelo Conseleite, na sede do Sindilat, em Porto Alegre (RS), o valor de referência estimado para janeiro é de R$ 1,0574, 0,15% acima do consolidado de dezembro de 2018, que fechou em R$ 1,0559. O secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, pontou que o cenário reflete a sazonalidade do período, quando as transações de produtos geralmente estão menores em função do período de férias e recesso.
 
Entre os produtos que compõem o mix de produção do Rio Grande do Sul, o leite UHT teve alta de 10,90% no mês, apesar de a maior parte dos itens avaliados registrar queda: leite condensado (-5,46%), iogurte (-6,07%), queijo prato (-7,85%) e leite em pó (-3,59%).  O presidente do Conseleite, Pedrinho Signori, disse que, apesar de projeções acanhada do final de 2018, o que seu viu foi uma leve recuperação neste janeiro. “Com o calor excessivo, tivemos uma redução da produção no campo em todo o país, o que acabou refletindo na estabilidade de preços neste verão”. Durante a reunião, o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, relatou sobre o encontro realizado no dia 17/01 com a ministra Tereza Cristina Corrêa, em Brasília. “Fomos convidados para participar desse debate setorial por estarmos próximos do Mercosul, um mercado que tanto impacta do setor lácteo brasileiro”, relatou. 
 
Análise de Custos de Produção - Atendendo à demanda dos conselheiros, o Conseleite deu início, na reunião deste mês, à análise dos dados de custo de produção e seus impactos no setor leiteiro. Para isso, o colegiado contou com estudo preliminar realizado pelo técnico estadual em Bovinocultura de Leite da Emater Jaime Ries, que fez uma explanação com cruzamento de dados tabulados pela Emater a campo no Rio Grande do Sul. “Trouxemos aqui um ensaio do que pode ser feito com os dados que temos, com o objetivo de alinhar junto ao Conseleite uma avaliação mais aprofundada de custos. Ainda precisamos definir qual a metodologia para criar algo nos moldes do Índice de Custos de Produção (ICP) Leite, tabulado pela Embrapa Gado de Leite”, sugeriu. Para compilar os dados, o técnico propôs um indexador formado por uma cesta de insumos da produção leiteira, que integre gastos com nutrição, medicamentos, mão de obra, material de construção, entre outros.  “Vamos refinar a coleta de dados, dar peso para os dados regionais e realizar aprimoramentos que nos permitam gerar informações locais e transparentes dos custos do leite”, pontuou. 
 
Segundo os dados tabulados por Ries, entre os anos de 2010 e 2018, o produtor gaúcho necessitou, na média, de 1,25 litros de leite para adquirir um quilo de ração para vacas em lactação com 18% de proteína. “Verificamos que a relação de troca entre o valor líquido recebido pelo litro do leite e a ração em 2018 atingiu a posição mais favorável da década”. Em 2015, lembra ele, o leite estava com valor baixo, o que não foi acompanhado pela ração, levando o setor a um de seus piores momentos. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
 

Crédito: Carolina Jardine
 
 
 
Sindilat avalia resultado de reunião com ministra da Agricultura
Dirigentes das principais indústrias laticinistas gaúchas avaliaram, na tarde desta terça-feira (22/01), os resultados da reunião realizada com a ministra da Agricultura Tereza Cristina Corrêa na última semana, em Brasília (DF). Representado o Sindilat, o presidente Alexandre Guerra relatou aos colegas as decisões tomadas durante o encontro. “O Sindilat é uma entidade regional e foi convocado para esse encontro porque somos o primeiro estado a sentir o impacto do livre comércio do Mercosul e temos representatividade em âmbito nacional por defender as bandeiras da produção laticinista”, pontuou.
Segundo Guerra, na oportunidade, foi criado um grupo de trabalho nacional via Câmara Setorial do Leite, que contará com participação do Sindilat, para alinhar ações em cinco grandes frentes: Medidas de defesa comercial contra as importações, Competitividade, Inovação e tecnologia, Promoção do consumo e Estímulo às exportações. “O setor irá trabalhar unido pelas mesmas demandas. É assim que a ministra pretende atuar”, indicou. Os trabalhos para elaboração de ações de curto, médio e longo prazos devem ter início já nas próximas semanas. 
Durante a reunião de hoje, os executivos ainda avaliaram os impactos das novas instruções normativas (INs 76 e 77) que regem a qualidade do leite, um dos pontos essenciais a ser trabalhado com o governo federal, garante Guerra. O tema, informa ele, ainda não foi tratado com a ministra, mas deverá estar na lista de assuntos a ser alinhada com o grupo de trabalho. “Precisamos achar formas que viabilizem ao setor cumprir esse novo regramento e, para isso, precisaremos de tempo”, informou.
Reunidos na sede do Sindilat, os representantes das indústrias ainda avaliaram os dados divulgados pelo Conseleite e o cenário do mercado gaúcho, que sinaliza com estabilidade de preços no campo. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
 
 
 Crédito: Carol Jardine
 
 
Conseleite/PR

A diretoria do Conseleite-Paraná reunida no dia 22 de Janeiro de 2018 na sede da FAEP na cidade de Curitiba, atendendo os dispositivos disciplinados no Capítulo II do Título II do seu Regulamento, aprova e divulga os valores de referência para a matéria-prima leite realizados em Dezembro de 2018 e a projeção dos valores de referência para o mês de Janeiro de 2019, calculados por metodologia definida pelo Conseleite-Paraná, a partir dos preços médios e do mix de comercialização dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes.
 

Os valores de referência indicados nesta resolução para a matéria-prima leite denominada “Leite Padrão”, se refere ao leite analisado que contém 3,50% de gordura, 3,10% de proteína, 500 mil células somáticas/ml e 300 mil ufc/ml de contagem bacteriana. Para o leite pasteurizado o valor projetado para o mês de Janeiro de 2019 é de R$ 2,4022/litro.

Visando apoiar políticas de pagamento da matéria-prima leite conforme a qualidade, o Conseleite-Paraná disponibiliza um simulador para o cálculo de valores de referência para o leite analisado em função de seus teores de gordura, proteína, contagem de células somáticas e contagem bacteriana. O simulador está disponível no seguinte endereço eletrônico: www.conseleitepr.com.br. (Conseleite/PR)

'Robôs fazendeiros' são nova aposta para pequenos produtores

BULGER, PENSILVÂNIA - Cerca de 150 vacas da propriedade Rivendale Farms usam coleiras semelhantes ao Fitbit para monitorar seus padrões de alimentação, movimento e pasto. São ordenhadas por máquinas robóticas. Uma pequena estufa, cheia de couve, rúcula e cenouras, é automatizada. Temperatura, umidade e luz do sol são controlados por sensores e telas metálicas retráteis. E, em breve, é possível que pequenos robôs caminhem pelos 7,5 acres de plantação de verduras em busca de pragas e ervas daninhas.

A agricultura é uma atividade que envolve cada vez mais alta tecnologia. Drones, imagens de satélite, sensores de solo e supercomputadores ajudam na produção de alimentos. Mas essa tecnologia é criada principalmente para as grandes fazendas industriais, cujos campos se estendem até onde o olho alcança. A Rivendale Farms, que completou recentemente seu primeiro ano de funcionamento, oferece uma amostra da tecnologia que está disponível para o pequeno agricultor.

 
Pequenas propriedades agrícolas estão apostando em novas tecnologias para produzir alimento saudável usando menos combustíveis fósseis e fertilizantes.  Foto: Ross Mantle para The New York Times

Fazendas menores costumam se dedicar ao cultivo de gêneros mais especializados, que requerem uma abordagem em menor escala, como os pequenos robôs em fase de - para a Rivendale nos laboratórios da Universidade Carnegie Mellon, em Pittsburgh, não muito longe. A Rivendale pode gastar com tecnologia de ponta e pesquisa científica porque o proprietário da fazenda, Thomas Tull, é um empreendedor bilionário, investidor em projetos de tecnologia e ex-produtor de cinema. Gastou milhões de dólares com Rivendale. Ele diz que o plano é tornar a fazenda autossustentável já em 2020.

Com isso, Rivendale pode fazer mais apostas simultâneas do que a maioria. Mas, para especialistas, tais esforços fazem parte de uma tendência entre os pequenos agricultores, que tentam produzir alimentos saudáveis usando menos combustíveis fósseis, fertilizante e ração processada. Incluindo suas terras, pastos, área plantada e mata nativa, Rivendale ocupa 175 acres. Faz décadas que as propriedades rurais estão se consolidando nos Estados Unidos, e seu tamanho médio era de 445 acres em 2017. E mais da metade do valor na agricultura é produzida por uma pequena fração de fazendas muito grandes, com tamanho médio de 2.670 acres. Ao entrar no celeiro da Rivendale, não vemos pessoas - há apenas as vacas, um sistema automatizado de distribuição de ração e três máquinas de ordenhar.

As vacas são ordenhadas quatro vezes ao dia, quando se sentem prontas, em comparação às duas ordenhas diárias das fazendas operadas por humanos. E seu gado Jersey produz 15% mais leite do que a média dessa espécie, com mais proteína e menos gordura, disse a gerente-geral, Christine Grady. "As vacas comem quando desejam, deitam-se quando desejam e produzem leite quando querem", disse Christine. "E uma vaca mais contente produz leite melhor e em maior quantidade".

A ordenha robótica está disponível há anos. Mas a tecnologia foi aprimorada, exigindo muito menos assistência humana do que há alguns anos. As máquinas custam cerca de US$ 200 mil cada. Sem elas e o sistema de alimentação automatizado, o celeiro de ordenha de Rivendale exigiria cinco funcionários em vez de um, disse Christine.

As máquinas são produzidas pela holandesa Lely. Em alguns países europeus, até 30% das vacas são ordenhadas por máquinas, enquanto nos Estados Unidos essa proporção é de aproximadamente 2%, estima Mathew Haan, da Universidade Estadual da Pensilvânia. Ele disse que a diferença é explicada pelos programas mais generosos que subsidiam o preço do leite na Europa, bem como o custo mais elevado da mão de obra, fatores que incentivaram o investimento na automação.

O proprietário da fazenda Rivendale, Tull, não tem dúvidas quanto à transformação que os avanços da tecnologia trarão para as pequenas propriedades rurais. Mas, depois de observar as operações no ano passado, ele disse ter aprendido a respeitar muito o agricultor, "que desempenha um trabalho árduo e complexo. A chave está no equilíbrio entre arte e ciência". (Estadão)

 
Cartilha esclarece dúvidas sobre a Qualidade do Leite
O Ministério da Saúde elaborou uma cartilha especial com esclarecimentos sobre a qualidade de leite. O documento é formado por 28 perguntas e respostas em relação às Instruções Normativas (IN) n. 76 e n. 77, de 2018, e está disponível para todos os associados. A cartilha esclarece, por exemplo, como deve ser feito o controle de brucelose, que consta no artigo 4 da IN n. 77, ou ainda como será realizada a avaliação do Plano de Qualificação de Produtores. Constam ainda questionamentos sobre a utilização do tanque de uso comunitário, o tempo de estocagem no posto de refrigeração do leite cru, entre outras dúvidas sobre a qualidade do leite. CLIQUE AQUI para acessar o conteúdo. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

Porto Alegre, 21 de janeiro de 2019                                              Ano 13 - N° 2.902

     Ministério remove 'blindagem' de superintendências estaduais

No segundo dia de mandato, o presidente Jair Bolsonaro baixou um decreto removendo a exigência para que os cargos de superintendente regional do Ministério da Agricultura fossem ocupados por servidores de carreira do órgão. A exigência entrou em vigor em 2017, como parte da reação do governo federal às revelações da Operação Carne Fraca.

Para servidores e auditores fiscais do Ministério da Agricultura consultados pela reportagem, o fim da exigência preocupa e abre margem para indicações político-partidárias, principalmente vindas da bancada ruralista. Historicamente, as superintendências sempre foram cobiçadas por partidos.

O dispositivo legal (Decreto 8.762/2016) revogado pelo novo governo entrou em vigor em maio de 2017, dois meses após as descobertas da Operação Carne Fraca, que investigou um esquema de corrupção entre fiscais e frigoríficos. À época, foram exonerados dois superintendentes: Gil Bueno de Magalhães, no Paraná, que chegou a ser preso, e Júlio César Carneiro, de Goiás, alvo de condução coercitiva.

Procurada pelo Valor, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que também assinou o decreto, disse não ver problema em nomear superintendentes que venham de fora do ministério, desde que sejam qualificados para a área e a escolha obedeça a critérios técnicos, como a análise de currículo. De acordo com ela, essa será a orientação para o preenchimento de cargos em sua gestão. "Há pessoas competentes fora do serviço público que não poderiam assumir cargos estratégicos se não houvesse essa abertura", respondeu a ministra, em nota, por meio da assessoria de imprensa.

Até agora, a ministra não nomeou nenhum superintendente, mas é fato que a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) tem exercido grande influência sobre a gestão de Tereza Cristina. A ministra indicou dois ex-deputados da bancada ruralista para sua equipe. Para a secretária-executiva da Pasta, nomeou Marcos Montes (PSD-MG), ex-presidente da FPA. Nas últimas eleições, Montes foi derrotado na disputa ao governo de Minas Gerais. Ele concorreu como vice na chapa do senador Antônio Anastasia (PSDB). No início desta semana, Tereza também indicou o deputado Valdir Colatto (MDB-SC) para a presidência do Serviço Florestal Brasileiro. Ruralista tradicional, Colato não conseguiu ser reeleito no último pleito.

"Imagino que a Tereza queira ouvir os parlamentares da FPA sobre os cargos de superintendência, já que também é deputada da FPA", afirmou o deputado Alceu Moreira (MDB-RS), líder de bancada ruralista, ao Valor. "Temos que primar pela qualidade dos nomes e observar critérios técnicos. Não há nada contra servidores ocuparem esses cargos, mas não pode haver essa obrigação", ponderou o parlamentar.

Uma fonte do ministério também explica que, como a nova estrutura da Pasta foi ampliada e cuidará também de áreas como pesca, agricultura familiar e questões fundiárias, não faz mais sentido que os fiscais agropecuários ocupem as superintendências nos Estados, já que as questões sanitárias não deverão concentrar mais as demandas, como acontecia até então.

A redução do papel dos superintendentes na área sanitária é também uma decorrência de um decreto de março do ano passado. A mudança, feita durante a gestão do então ministro Blairo Maggi, verticalizou o sistema de inspeção animal, centralizando na sede do ministério, em Brasília, importantes assuntos sanitários que antes eram tratados, em grande medida, pelos superintendentes do ministério.

Com a mudança, assuntos envolvendo o Serviço de Inspeção Federal (SIF) e o Vigiagro, departamento que cuida da fiscalização em barreiras aduaneiras, como portos e aeroportos, saíram da zona de influência dos superintendentes. Na prática, esse decreto tirou poder dos superintendentes, concordam fiscais agropecuários.

De toda forma, dirigentes do Anffa Sindical, sindicato nacional da categoria dos fiscais agropecuários federais, contestaram, em reunião com a ministra, a alteração nas regras para os cargos. Ao Valor, Marcos Lessa, vice-presidente da entidade, admitiu que há casos de servidores indicados por "padrinhos políticos", mas sustentou que o decreto havia sido uma vitória.

"Essa medida é um grande retrocesso, porque abre novamente para indicações políticas, o que é totalmente contra o discurso do novo governo de priorizar cargos técnicos", criticou Lessa. Além de pedir a volta da exclusividade de servidores do Ministério da Agricultura nas superintendências, o sindicato defende a fixação de mandato para o cargo e a exigência de apresentação de um plano de trabalho pelos futuros superintendentes da Pasta. (As informações são do Mapa)
 
 

Preços LTO

O cálculo da média mensal de preços do leite em novembro de 2018 foi de € 34,66/100 kg, [R$ 1,52/litro], para o leite padrão. Queda de € 0,16/100 kg em relação ao mês anterior. Quando comparado com novembro de 2017, a média de preços foi € 2,99 ou 7,9% menor.

Desde junho a média dos preços pagos pelas principais indústrias europeus subiu, mas, em novembro, esses aumentos terminaram. A expectativa é de que os valores caiam novamente, em dezembro. As indústrias DMK e Arla já anunciaram redução de € 1,0/100 kg em dezembro. O cálculo do preço anunciado pela Dairy Crest também é de queda € 1,2/100 kg, mas, isso é decorrente, principalmente, da variação cambial, e ajustes nas bonificações sazonais. No início de 2019 parece que o preço também estará em queda. FrieslandCampina, Arla e Royal A-ware anunciaram reduções em janeiro de 2019, e a Dairy Crest em fevereiro. Embora os preços de dezembro não sejam totalmente conhecidos, pode ser feita uma estimativa para a média de todo o ano de 2018. Assim, um cálculo preliminar chega à média em torno de € 34/100 kg, [R$ 1,50/litro], para todo o ano de 2018. Isto é, aproximadamente, a média que vigorou de 2013 a 2017.

Deve-se enfatizar que se trata do adiantamento feito pelas indústrias, não estando incluída nenhuma bonificação ou distribuição suplementar de lucros. Somente em junho de 2019, todos os valores estarão inclusos e os preços finais serão conhecidos. A tabela seguinte mostra que a média da antecipação do preço do leite caiu 3,6% em 2018, quando comparado com 2017.

 

O cálculo do preço do leite na mais recente projeção da Fonterra (6 de dezembro de 2018) para a temporada atual foi entre NZ$ 6-6,30/kgMS mais dividendos de NZ$ 0,25/0,35, podendo totalizar NZ$ 6,45/100kgMS, [R$ 1,25/litro], na temporada. Nos Estados Unidos o leite Classe III caiu de US$ 15,53, [R$ 1,32/litro], em outubro, para US$ 14,44/cwt, [R$ 1,23/litro], em novembro. Em dezembro esse preço cairá um pouco mais, chegando a US$ 13,78/cwt, [R$ 1,18/litro]. Para o ano calendário de 2018, o preço médio do leite Classe III será de US$ 14,61/cwt, [R$ 1,25/litro], o que representa queda de 10%, porque em 2017 a média do preço do leite Classe III foi de US$ 16,17/cwt, [R$ 1,38/litro]. (LTO Nederland – Tradução livre: Terra Viva)
 

Pecuaristas se dividem sobre vacina da aftosa 

Um encontro realizado no Sindicato Rural de Dom Pedrito, ontem, debateu os ganhos e riscos da retirada da vacinação contra a febre aftosa no Estado e teve como palestrantes o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Antônio Camardelli, e o ex-presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária, José Fernando Dora. Não houve consenso entre o grupo sobre o que é melhor para o Estado, mas segundo Rodrigo Coradini, presidente em exercício do sindicato, a maioria dos presentes se posiciona contra a retirada antecipada. O fim da vacinação nacional está previsto para 2023. "Eu confesso que ainda não tenho certeza sobre o que é melhor. Foi justamente para entender questões técnicas de sanidade e de mercado que fizemos o evento. Mas aqui ainda é muito forte o trauma de Joia, quando em 2000 houve aquele abate de gado em massa. Então, a maioria se posiciona contra a retirada", explica Coradini. Do encontro participaram produtores de municípios que concentram boa parte do rebanho gaúcho, como Caçapava do Sul, Lavras do Sul, Dom Pedrito e São Gabriel, por exemplo. Se entre a maioria dos produtores a posição ainda é contrária à retirada, há quem defenda o fim especialmente dado o fato de que o Paraná fará sua última vacinação em maio.

O fim da vacinação no Paraná deixaria o Rio Grande do Sul isolado sanitariamente no Sul, já que Santa Catarina é livre sem vacinação - e implicaria em perda de mercados. "Por isso, a melhor decisão seria abolir aqui também", defende o presidente do Sindicato Rural de São Gabriel, Tarso Teixeira. "Não tenho dúvidas de que temos que retirar a vacina. Só temos que marcar a data. Estamos perdendo mercados importantes, como do Japão e dos Estados Unidos. E acho que temos condições de fiscalização de fronteiras, sim. Inclusive o Fundesa (Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal) está reforçando as inspetorias no interior", opina Teixeira. O pecuarista diz ainda que, com a vacina, o Estado já perdeu um importante mercado nos EUA devido aos abcessos provocados na carne com a aplicação da vacina no gado, como ocorreu em 2017. Com isso, diz Teixeira, o Rio Grande do Sul deixou de vender carne de dianteiro, pouco consumida por aqui, e que os norte-americanos compram especialmente para fabricar hambúrgueres. Teixeira pondera que se o Estado mantiver a vacinação enquanto Paraná e Santa Catarina não o fazem, haverá problemas para comercialização e trânsito nacional de carne com osso e de animais reprodutores para o restante do País. Mas são os criadores de animais de alta qualidade genética justamente um dos grupos mais temerosos com o fim da vacinação. 

Criadores de Angus, por exemplo, ressaltam que os valores indenizatórios para o caso de abates massivos não preveem verba extra para genética de ponta. "O que podemos fazer, nestes casos, é criar bancos de armazenamento genéticos que possam preservar esses investimentos", avalia Teixeira. Para o presidente da Farsul, Gedeão Pereira, o grande temor são os controles sanitários, que vão além da fiscalização eficiente nas fronteiras terrestres. Gedeão questiona a eficiência do governo inclusive nos controles no Porto de Rio Grande e em aeroportos. "A doença pode chegar por meio de um dos muitos navios que atracam no Porto de Rio Grande, mesmo sem animais. Um resquício da doença em qualquer carga pode trazer o problema de volta aos rebanhos e ao Estado. A minha pergunta é, estamos preparados para controlar tudo isso?", questiona Gedeão. 

A resposta à pergunta do presidente da Farsul estaria no levantamento que a o Ministério da Agricultura fará em breve no Estado para verificar as condições das inspetorias sanitária por aqui, entre outras questões. Para o ex-presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária a vacinação, porém, é uma garantia ilusória contra a doença. Dora afirma que a vacina apenas reduz o risco da presença no rebanho, que nem sempre é totalmente vacinado, e reduz os danos da doença, mas não é capaz de evitar totalmente a aftosa. "E no caso de ocorrer a doença e termos a vacinação, para reverter a classificação internacional levará dois anos. Sem a vacina, se a doença ocorre, podemos voltar ao status original em seis meses", diz José Fernando Dora, lembrando ainda que hoje a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) já não prevê como medida de segurança abates em uma abrangência tão grande como ocorreu em Joia, há quase 20 anos. (Jornal do Comércio) 


Exportações do agro com alta de quase 6% ultrapassam US$ 100 bilhões
As exportações do agronegócio atingiram o valor recorde nominal de US$ 101,69 bilhões em 2018, com crescimento de 5,9% em relação aos US$ 96,01 bilhões exportados em 2017. O recorde anual anterior ocorreu em 2013, quando o país exportou US$ 99,93 bilhões em produtos do setor. De acordo com a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), as vendas para a China explicam o comportamento da balança do agro. As exportações para o país aumentaram US$ 9 bilhões. O valor supera o aumento US$ 5,67 bilhões registrado no mercado externo de alimentos como um todo. nA participação do Agronegócio representou 42,4% do total das vendas externas brasileiras no ano. As importações do agro registraram retração de 0,8%, somando US$ 14 bilhões. Como resultado, o saldo da balança comercial do setor foi de US$ 87,6 bilhões (+7a,1%). A divulgação dos dados da Balança Comercial do Agronegócio, elaborados pela Secretaria Comercial e Relações Internacionais, foi feita nesta última sexta-feira (18). (As informações são do Mapa)

Porto Alegre, 18 de janeiro de 2019                                              Ano 13 - N° 2.901

     Setor lácteo e governo irão traçar plano de desenvolvimento para a cadeia produtiva do leite

O Sindicato da Indústrias de Laticínios e Derivados do RS (Sindilat) e outras entidades da cadeia produtiva do leite assinaram um documento para que, juntamente com o governo federal, possam construir as bases e diretrizes de uma política nacional para o leite. O objetivo, traçado em reunião realizada no Ministério da Agricultura, em Brasília, nesta quinta-feira (17/01), é trabalhar uma pauta única entre produtores e indústria, via Câmara Setorial do Leite, para tornar o setor mais competitivo e previsível em termos de negócio.

Segundo o presidente do Sindilat-RS Alexandre Guerra, os representantes da cadeia produtiva do leite propuseram à ministra da Agricultura, Tereza Cristina, uma agenda positiva para promover o leite, tanto no mercado interno, como externo. “Ela está dando uma importância muito grande ao leite, o que nos entusiasma para que, juntos, possamos encontrar a solução para a modernização do setor”, destaca. Em sua participação no encontro, o dirigente solicitou compras governamentais e ressaltou a importância do projeto leite saudável para desenvolvimento da produção no campo. Também mencionou a necessidade de retomada do PEP e a urgência da implementação da isonomia tributária e da simplificação tributária. O vice-presidente do Sindilat-RS, Caio Vianna, que também participou da reunião, salientou que o documento ganha maior importância por ter sido harmonizado por todas as entidades de representação de produtores e indústrias.

A agenda positiva proposta pelo setor será norteada pelos seguintes eixos:
- Defesa comercial contra importações desleais;
- Competitividade (desoneração tributária, política agrícola, isonomia competitiva, infraestrutura, assistência técnica, qualidade e sanidade, dentre outros);
- Inovação tecnológica;
- Promoção do consumo e imagem do setor;
- Estímulo às exportações.

Também assinaram o documento o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas; o presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Leite e Derivados e da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA, Rodrigo Sant´Anna Alvim; o diretor executivo da Viva Lácteos, Marcelo Martins; o presidente da ABIQ, Fábio Scarcelli; o chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, Paulo do Carmo Martins; o presidente da Abraleite, Geraldo Borges, e o presidente do G100, Vasco Praça Filho. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
Foto: Divulgação Sindilat-RS

 
Preço do leite 

O movimento nas cotações do leite visto em 2018 deve persistir em janeiro deste ano segundo pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. No entanto, a expectativa do mercado é de que já em fevereiro as cotações possam sinalizar certa recuperação.

A oferta, que não está se elevando de forma intensa, e o aumento da competição entre empresas para assegurar a matéria-prima podem elevar os valores do produto. Apesar de, no geral, 2018 ter sido um ano de valorização do leite ao produtor, os custos de produção subiram justamente nos meses em que a receita do pecuarista recuou, contexto que freou novos investimentos.

Além disso, no final de 2018, as assimetrias de informações e ações especulativas diminuíram a confiança de produtores em seguir aumentando a produção, limitando a oferta já em janeiro. Assim, a expectativa é de que os preços fiquem acima dos patamares observados no início de 2018, mas abaixo dos negociados no começo de em 2017.

Produção
A produção de leite, contudo, pode ser estimulada ao longo de 2019, tendo em vista a possível maior disponibilidade de grãos neste ano. De acordo com o Cepea, para a temporada 2018/2019, é esperado aumento na oferta de milho no Brasil e no mundo.

No Brasil, a elevação deve ocorrer devido aos maiores patamares de preços do cereal nos últimos meses e ao rápido semeio da soja na primeira safra, que favorece o cultivo da segunda temporada de milho. Com isso, deve haver aumento do excedente interno, mesmo com maior consumo, o que pode pressionar as cotações.

Em termos mundiais, porém, a demanda deve aumentar mais que a oferta, pressionando os estoques e podendo elevar os preços internacionais. Espera-se, também, aumento nas transações internacionais, o que deve ser uma boa alternativa para as exportações brasileiras.

Demanda
O mercado espera que a possível retomada de crescimento da economia, com inflação controlada, taxa de juros baixa e melhora do mercado de trabalho, resulte em aumento no poder de compra de brasileiros, o que, por sua vez, tende a aquecer o consumo de lácteos.

O Cepea indica que ainda que a expectativa de aumento do Produto Interno Bruto (PIB) seja de modestos 2,5%, a perspectiva de elevação do poder de compra do brasileiro aumenta as possibilidades de maior ajuste entre oferta e demanda, o que diminui as expectativas de preços despencando, especialmente no primeiro trimestre de 2019.

No entanto, é importante destacar que a sustentação desse cenário econômico favorável vai depender da habilidade do novo governo em aprovar medidas para controle dos gastos públicos.

Mercado internacional
O aumento da taxa de juros norte-americana para o ano de 2019 deve elevar o dólar, que pode ficar entre R$ 3,70 e R$ 3,80. Os preços internacionais dos lácteos podem estar ligeiramente menores em 2019, devido ao estoque elevado de leite em pó no final de 2018 e ao crescimento da produção da Nova Zelândia e dos Estados Unidos.

Além disso, o consumo internacional pode se desacelerar, em função da disputa comercial entre China e Estados Unidos e da queda nos preços do petróleo. Assim, as importações de lácteos podem ser favorecidas. No que diz respeito às exportações, é possível maior participação brasileira no mercado mundial, por conta dos esforços conjuntos realizados nos últimos anos por organizações do setor. (Canal Rural)


Exportações/Uruguai 

As exportações de leite em pó integral alcançaram seu máximo histórico em 2018, tanto em volume como em faturamento. O ano fechou com exportações de 144.154 toneladas, um crescimento de 33% em relação às 107.965 toneladas de 2017. O faturamento foi de US$ 428 milhões, 24% a m¬ais que os US$ 344 milhões de 2017. A Argélia foi responsável por 50% das exportações deste produto, tanto em volume como em divisas.

 
A participação do Brasil despencou para 17% nos dois casos, ficando bem abaixo do percentual de 39% de 2017.

Exportações totais: a maior em quatro anos
As exportações totais de produtos lácteos do Uruguai alcançaram seu máximo valor em quatro anos. Totalizaram US$ 680 milhões, um incremento de 15% em relação aos US$ 589 milhões do ano anterior com consequência de maiores volumes, 230.582 toneladas, 20% a mais do que em 2017. Os produtos que contribuíram para o crescimento foram o leite em pó integral e a manteiga. A Argélia surge como o principal comprador com participação de 32%, deslocando o Brasil do pódio (20%) que ocupava há 10 anos. 99% das compras da Argélia são de leite em pó integral, 72.513 toneladas. Em 2016 as vendas para o país africano totalizaram 17.770 toneladas, um ano mais tarde ascenderam a 39.143 toneladas, volume largamente superado em 2018.


 
O Brasil registrou queda acentuada este ano devido à maior produção interna e à forte desvalorização do real. Em 2018 foram exportadas para o Brasil 44.520 toneladas, 23.358 menos (34%) que as 67.878 vendidas no ano anterior. A Rússia foi o terceiro maior destino em 2018, com 22.677 toneladas pelo valor de US$ 84 milhões, um crescimento interanual de 30% em volume e em valores.

Por produtos, atrás do leite em pó integral, os mais vendidos foram: queijos, leite em pó desnatado e manteiga. (Blasina y Asociados – Tradução livre: www.terraviva.com.br)
 
Lácteos 
A francesa Louis Dreyfus Company (LDC), uma das maiores empresas de agronegócios do mundo, anunciou ontem que está deixando o negócio de lácteos. A medida faz parte da estratégia para se concentrar em áreas estratégicas ("core business", no jargão do mercado). "A saída praticamente não terá impacto nas vendas globais, que continuam a crescer globalmente, e espera-se que isso tenha um leve efeito positivo em nosso capital de giro a partir de 2019", disse o diretor financeiro da LDC, Federico Cerisoli. A área de lácteos responde por apenas 1% do faturamento global da LDC, ou seja, pouco mais de US$ 400 milhões. Em 2017, o último dado anual disponível, as vendas totais da múlti francesa renderam US$ 43 bilhões e, no primeiro semestre de 2018, US$ 18,8 bilhões. (Valor Econômico)

Porto Alegre, 17 de janeiro de 2019                                              Ano 13 - N° 2.900

     Reajuste da tabela do frete será pelo IPCA

Uma das conquistas dos caminhoneiros após a paralisação de maio, a tabela de preço mínimo do frete rodoviário será atualizada na semana que vem usando como base o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), informou o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, a entidades que representam os profissionais. A vigência dos preços atuais se encerra no domingo (20). O governo Jair Bolsonaro considera que poderá mudar o parâmetro de atualização da tabela no reajuste seguinte, programado para 20 de julho deste ano, após ter aprofundado as discussões técnicas com a categoria. 

A atualização do preço mínimo do frete está prevista para ocorrer a cada semestre. Na reunião com os caminhoneiros, o ministro informou ainda que pretende estreitar a relação com a categoria. Essa proximidade, segundo ele, virá da abertura de canais de comunicação pelas redes sociais e de reuniões mensais no órgão. Mesmo após a decisão do governo Michel Temer de subsidiar o diesel para segurar a cotação, a redução no preço dos combustíveis ainda é a principal reivindicação dos caminhoneiros brasileiros, de acordo com levantamento da Confederação Nacional do Transporte (CNT). Do total de entrevistados, 51,3% consideram essa demanda como a mais urgente da categoria. 

O aumento e as oscilações no preço do diesel verificados no início do ano passado foram os principais motivos para a paralisação da categoria em maio, que comprometeu o abastecimento de dezenas de cidades e freou o crescimento da economia naquele período. Para pôr fim ao movimento, o governo tomou uma série de medidas, como a subvenção do preço do diesel, que venceu no fim de dezembro, e a criação da tabela de preço mínimo do frete. O levantamento indicou que o segundo maior pleito dos caminhoneiros é a necessidade de ações para oferecer mais segurança nas rodovias (38,3%). Os financiamentos oficiais, a juros mais baixos, para a compra de veículos constam como demanda de 27,4% dos trabalhadores, seguidos do pleito por aumento do valor do frete (26,2%). A pesquisa foi realizada entre 28 de agosto e 21 de setembro de 2018. Ao todo, foram entrevistados mais de mil profissionais em todo o país, sendo 714 autônomos e 352 empregados de frota. (Valor Econômico)

 
Pecuária de leite

Embora o produtor de leite esteja acostumado com desafios e sobressaltos, 2018 foi atípico, desafiando o produtor em diversos aspectos. Melhora no cenário econômico e safra recorde de grãos devem fazer este ano ser de retomada de crescimento para a pecuária leiteira brasileira.

A análise é de pesquisadores da equipe de socioeconomia da Embrapa Gado de Leite (MG) que fizeram um balanço do setor leiteiro no ano que se passou. Segundo Glauco Carvalho, um dos integrantes da equipe, quando forem publicados os índices do período, a atividade deve fechar o ano estagnada ou crescer muito pouco em relação a 2017. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), naquele ano, a produção de leite inspecionado cresceu 5%, após um biênio complicado: 2015 (queda de 2,8%) e 2016 (queda de 3,7%). Isso significa que o setor deve fechar 2018 com um volume anual menor que o ano de 2014, antes da intensificação da crise econômica, quando a produção inspecionada foi de 24,7 bilhões de litros de leite e o volume total chegou a 35,1 bilhões de litros. “Embora o produtor de leite esteja acostumado com desafios e sobressaltos, 2018 foi atípico, desafiando o produtor em diversos aspectos”, observa Carvalho. O primeiro desafio, de acordo com o especialista, foi o preço do litro de leite pago ao produtor, que começou o ano em cerca de R$1,20 (pouco acima do que era pago em 2016, no auge da crise).
 
Além dos preços baixos no início do ano, o custo de produção ficou elevado, fechando o primeiro semestre com alta de quase 6% em relação ao mesmo período do ano anterior. Os itens que mais tiveram impacto na rentabilidade do pecuarista foram os ligados à alimentação do rebanho (concentrado, produção de volumosos e sal mineral). Os preços do milho e da soja subiram em plena safra devido à quebra da produção de grãos na Argentina e à redução da safra brasileira de milho, entre outros fatores.
 
Alta de 18,5% dos custos em 12 meses
Os preços internacionais dos grãos também foram influenciados pela forte valorização do dólar frente ao real e pelos reflexos da guerra comercial entre Estados Unidos e China. Somados ao aumento dos preços da energia e do combustível no Brasil, isso levou a uma alta de 18,5% nos custos de produção no período de outubro de 2017 a outubro de 2018. Dessa forma, o preço real ao produtor em 2018, deflacionado pelo custo de produção, registrou queda de 1,5% em relação a 2017. Outro desafio foi a greve dos caminhoneiros, que além de afetar a produção primária, comprometendo a alimentação dos animais, paralisou as atividades da indústria e consumiu os estoques dos laticínios e dos varejistas. Em maio, quando ocorreu a greve, registrou-se o pior índice que se tem notícia para um único mês, com a produção ficando 9,3% mais baixa em relação a maio do ano anterior. Esse número revela que deixaram de ser captados 176,7 milhões de litros de leite. Sem poder escoar a produção durante os dez dias de paralisação, a conta da greve foi paga pelos pecuaristas e laticínios.
 
Leite argentino e uruguaio mais competitivo
O terceiro desafio veio de fora. Argentina e Uruguai, os principais exportadores de leite do Mercosul, apresentaram preços mais competitivos que o Brasil, com o produto chegando a custar R$ 1,00 o litro. Por aqui, no pico do preço, o produtor chegou a receber pelo litro de leite acima R$ 1,50. Com valores dos países vizinhos tão baixos, a importação foi estimulada, principalmente no último trimestre. “O País continua sendo um importador líquido e devemos fechar 2018 com um déficit de meio bilhão de dólares, o que equivale a um bilhão de litros de leite”, frisa Carvalho. O cenário mundial, para além do Mercosul, também não é favorável aos preços. Segundo o índice do Global Dairy Trade (GDT), o leite em pó integral foi vendido, na primeira semana de dezembro, a US$ 2.667,00 a tonelada. Nos últimos três anos, a melhor cotação ocorreu em dezembro de 2016: cerca de US$ 3.600,00.

Já o quarto desafio é um velho conhecido da cadeia produtiva do leite: o fraco desempenho do consumo de produtos lácteos, associado à baixa renda da população. Apesar da tímida recuperação da economia, a taxa de desemprego ainda é alta (11,6%). O pesquisador da Embrapa Gado de Leite João César Resende diz que o consumo de lácteos é bastante sensível às variações do poder de compra do consumidor. Segundo ele, quando há uma retração da economia, produtos como iogurte e queijo são alguns dos primeiros a serem eliminados da lista de compras. Mesmo com o litro do leite UHT sendo vendido a R$ 1,85 em alguns supermercados, no quarto trimestre, a demanda não demonstrou fôlego para se aquecer. As previsões para o PIB também decepcionaram. Em janeiro, a expectativa dos economistas era de que o PIB fechasse 2018 com um crescimento de 2,66%. No fim do ano, a expectativa caiu para 1,30%.

Os pesquisadores acreditam que 2019 será melhor para a cadeia produtiva do leite. A primeira barreira a ser superada diz respeito aos preços dos concorrentes no Mercosul. O analista da Embrapa, Denis Teixeira da Rocha, afirma que os preços praticados pelos parceiros do Cone Sul não são sustentáveis e devem, em algum momento, voltar à realidade. “Devido à rentabilidade negativa, nos últimos anos, três grandes laticínios fecharam suas portas no Uruguai”, destaca Rocha.

O mundo precisará de mais leite
Com relação ao mercado global, durante a conferência anual da International Farm Comparison Network (IFCN), em 2018, realizada em Parma, na Itália, os especialistas estimaram um crescimento um pouco mais robusto na demanda de lácteos para 2019. Segundo o pesquisador da Embrapa Gado de Leite Lorildo Stock, que representou o Brasil na conferência, as estimativas do IFCN são que, para atender à demanda por produtos lácteos em 2030, o setor deverá aumentar a produção em 304 milhões de toneladas por ano. Isso equivale a três vezes a produção leiteira dos Estados Unidos, atualmente. Para ativar essa produção, o IFCN acredita que o preço do leite mundial atinja US$0,40, valor superior à média histórica. 

Internamente, a expectativa de mudanças na economia com o novo governo tem animado o mercado. A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) prevê um crescimento da economia brasileira de 2,1%. Já o mercado espera por um índice um pouco maior: 2,5%. De qualquer forma, segundo Carvalho, será o ritmo de andamento das reformas que irá ditar o compasso do mercado para este ano.

Para o pesquisador, há uma demanda reprimida por produtos lácteos que se arrasta por anos e algum crescimento econômico irá impulsionar a venda desses produtos. Carvalho acredita ainda em melhoria nas margens de lucro dos laticínios, que se encontram baixas desde meados de 2016.

Mais grãos, menos custos com alimentação
No que diz respeito aos lucros do produtor, 2019 começou com os preços em patamares um pouco mais elevados que os do início do ano anterior. A boa produção de grãos da safra 2018/2019, que pela expectativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) deve superar 230 milhões de toneladas, é um ponto positivo para a pecuária de leite. O recorde nas safras de soja e milho contribui para o recuo nos custos com a alimentação das vacas, sobretudo a produção de concentrados. “A redução do preço de importantes insumos deve melhorar a rentabilidade das fazendas, culminando na expansão da produção leiteira em 2019”, conclui Carvalho. (Compre Rural)
 
RAR vai consolidar expansão
O próximo ano deve ser marcado pela consolidação de ações de expansão da RAR, empresa fundada por Raul Anselmo Randon, que abarca as marcas Rasip, Gran Formaggio, Campos de Vacaria, RAR Gourmet, RAR Importados, RAR Vinhos e RAR Agrícola. A expectativa é manter o ritmo ascendente de 2018, que leva em conta sobretudo a expansão da rede de franquias Spaccio RAR e o incremento na exportação de maçãs. Situada em Vacaria, nos Campos de Cima da Serra, a RAR iniciou as atividades em 1979 focada na fruticultura. Hoje a marca Rasip é a terceira maior produtora de maçãs do país e investe no mercado mundial. “Em 2018 exportamos 20% da produção e a média deve se manter, mas em razão da qualidade elevada da próxima safra será possível explorar mercados mais exigentes”, diz o diretor-superintendente da RAR, Sergio Martins Barbosa. A empresa exporta para a Rússia e outros países da Europa e da Ásia. (Correio do Povo)

Porto Alegre, 16 de janeiro de 2019                                              Ano 13 - N° 2.899

     Executivo gaúcho irá focar medidas para otimizar a arrecadação de impostos 

Uma das primeiras ações do governador Eduardo Leite foi um decreto que busca otimizar a arrecadação de impostos. O objetivo da medida é aumentar a arrecadação do Estado através de medidas de simplificação tributária e aprimoramento do processo de recuperação de valores da dívida ativa - pontos que já faziam parte da plataforma de campanha de Leite. 

Ao assumir o comando da Receita Estadual no dia 2 de janeiro, o subsecretário Ricardo Neves Pereira também citou uma série de medidas que pretende adotar na administração tributária, que vão desde a revisão completa dos incentivos fiscais, da qualificação das ações de cobrança e combate à sonegação, mas também de avançar na simplificação da vida das empresas. "A única obrigação do contribuinte deve ser a de emitir a Nota Fiscal", afirmou Pereira. 

"A Receita 100% digital", como ele prevê o avanço das ferramentas tecnológicas como mecanismo para melhorar a arrecadação, é uma das principais metas para os próximos quatro anos, assim como o planejamento das ações fiscais para recuperar créditos. Sobre o volume de recursos concedidos em forma de benefícios fiscais, o subsecretário da Receita prometeu instituir mecanismo de análise para ampliar o controle e a transparência. 

Na avaliação do secretário da Fazenda, Marco Aurelio Santos Cardoso, as ações para melhorar a arrecadação são fundamentais ao equilíbrio fiscal. "Não podemos apenas olhar pelo lado da despesa, por isso entre os primeiros atos do governo incluímos esta questão focada em melhorar a receita de impostos. Precisamos de soluções inovadoras", disse Cardoso. Em 90 dias, acrescentou o secretário, será estabelecido um plano detalhando estas medidas e desafiou a equipe da Receita Estadual a participar diretamente deste processo. (Jornal do Comércio) 
 
 

Liminar livra indústria de multa por descumprir tabela do frete

As 150 mil associadas da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e do Centro das Indústrias do Estado (Ciesp) conseguiram liminar da Justiça Federal que impede a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) de aplicar multa por descumprimento da tabela de preços mínimos para fretes rodoviários. A Resolução nº 5.833, da ANTT, estabelece a aplicação de penalidade de até R$ 10,5 mil às empresas que contratarem o serviço de transporte rodoviário de cargas abaixo do piso mínimo. A resolução da ANTT também determina a aplicação de multa ao transportador, aos responsáveis por anúncios de ofertas desse serviço e a outros agentes do mercado. 

O tabelamento foi instituído pela Lei nº 13.703, de 8 de agosto de 2018. Em novembro do mesmo ano, a ANTT regulamentou a obrigatoriedade esclarecendo os detalhes para a lei ser aplicada por meio da Resolução 5.833. Inconformadas, as empresas foram à Justiça para questionar a constitucionalidade da lei, mas também para suspender a aplicação das multas até os ministros julgarem se a legislação é válida. No dia 6 de dezembro, ao analisar ação direta de inconstitucionalidade (Adin nº 5.956) da Associação do Transporte Rodoviário de Carga do Brasil, o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu liminar para suspender a aplicação de multas para transportadoras que descumprissem a tabela de fretes. Porém, sete dias depois, o magistrado revogou a própria decisão para o Plenário do STF analisar o mérito da causa. Ainda não há data para o julgamento. 

Contrariando a decisão de Fux, o juiz Márcio de França Moreira, da 8ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal, acolheu o pedido de liminar da Fiesp/Ciesp (processo nº 1025574-95.2018.4.01.3400). A decisão do magistrado do DF fundamenta-se no fato de que a conversão da Medida Provisória nº 832, de 2018, na Lei nº 13.703, introduziu novos requisitos inerentes ao tabelamento. Por consequência, a regulamentação, que fixa o preço do tabelamento, teria sido revogada por incompatibilidade. Na liminar, o juiz entendeu que a decisão de Fux, na Adin nº 5956, não afeta a ação da Fiesp/Ciesp porque esta não trata da constitucionalidade em discussão no Supremo. (Valor Econômico)

Conseleite/MS

A diretoria do Conseleite – Mato Grosso do Sul reunida no dia 11 de janeiro de 2019, aprova e divulga os valores de referência para a matéria-prima, referente ao leite entregue no mês de dezembro de 2018 e a projeção dos valores de referência para leite a ser entregue no mês de janeiro de 2019. (Famasul)

 

LÁCTEOS: QUEDA NO DÉFICIT NA BALANÇA COMERCIAL EM 2018

A balança comercial brasileira de lácteos registrou déficit de US$413,35 milhões em 2018, segundo o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC). Esse número é 6,7% inferior a 2017 e 14,7% menor frente a 2016 (figura 1). A queda se deu em decorrência da importação menor em 2018.

Figura 1. Saldo da balança comercial brasileira de lácteos desde 2000, em milhões de dólares.


 Fonte: MDIC / Elaborado por Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

Importação
No acumulado do ano, a importação de lácteos caiu 9,9% em volume e 14,1% em gastos em relação a 2017. No entanto, isso ocorreu por conta de um primeiro semestre fraco em termos de volume importado, considerando que na segunda metade do ano o país importou 27,8% mais em volume que igual período de 2017 e aumentou em 21,7% as despesas.

Os maiores fornecedores em valor, foram a Argentina e o Uruguai, com 55,2% e 29,2%, respectivamente. Ou seja, 84,5% do total adquirido veio dos nossos vizinhos. O principal produto comprado foi o leite em pó. O Brasil adquiriu, 96,7 mil toneladas, dispendendo US$271,47 milhões.

Considerando o leite em pó, o preço médio do produto importado em 2018 foi de US$2.808,00 por tonelada, 12,6% menor na comparação com a média de 2017, cuja cotação fora de US$3.212,00/tonelada. Para uma comparação, o quilo do produto no mercado doméstico em 2018 ficou cotado, em média, em R$14,96 ou US$4.093,69 por tonelada, considerando o câmbio médio no ano passado de R$3,65 por dólar.

Em resumo, o produto importado custou 31,4% menos que o nacional. Destacamos também que os limites impostos através de cotas de importação de leite em pó argentino já não existem e este fato colaborou com o aumento nas compras do país.

Exportação
A exportação de produtos lácteos em 2018 caiu em volume e faturamento, 38,3% e 46,2%, respectivamente, na comparação com 2017. O principal produto exportado foi o leite em pó, perfazendo 45,4% do total de lácteos embarcado. Em 2018, o Chile foi o principal comprador do produto brasileiro, seguido de Trinidad e Tobago e Rússia.

Expectativas para 2019
Para o primeiro semestre, os preços futuros do leite em pó no mercado internacional estão entre US$2.682,00 a US$2.756,00/tonelada, segundo a plataforma Global Dairy Trade.

Tabela 1. Preços futuros do leite em pó integral nos leilões da Global Dairy Trade.


 *cotações do dia 2/1.
Fonte: Global Dairy  Trade / Compilado pela Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

Se os preços futuros se consolidarem, estes ficarão, em média, 14,8% menores que igual período de 2018, o que poderá favorecer a importação. Veja a figura 2.

Figura 2. Preços médios do leite em pó integral, em US$ por tonelada.

* projeção.
Fonte: Global Dairy Trade / Elaborado por Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

Com relação ao câmbio, o dólar em patamar menor também é um fator de incentivo às importações. No último Boletim Focus do Banco Central, de 4 de janeiro, a estimativa é de que o valor médio do dólar seja de R$3,80 para 2019 e para 2020. Em contrapartida, a produção nacional deverá crescer moderadamente em 2019. O ano começa com expectativas positivas do lado da demanda e custos com alimentação concentrada menores em relação a 2018. Com isso, a projeção é de que a balança comercial de lácteos brasileira continue negativa em 2019. (Scot Consultoria)

 
 
Estoques/UE
A última licitação aberta pela Comissão Europeia vendeu 80.424,05 toneladas de leite em pó desnatado (LPD) dos estoques de intervenção. Esta venda reduziu para 22.000 toneladas, as 380.000 toneladas originais, armazenadas desde quando foi iniciada a crise do setor lácteo, em 2015.  A CE abriu no final de 2016 um processo de licitações públicas mensais e posteriormente, bimensais, para colocar no mercado de forma gradual e cautelosa, o leite dos estoques, para evitar um impacto negativo sobre os produtores. As ofertas da última quinta-feira obtiveram os maiores preços, refletindo a recuperação do mercado, segundo a CE. O preço mínimo foi de 155,4€/100 kg, sendo, que na última venda em dezembro de 2018, o mínimo era de 145,1€/100 kg. A próxima venda será realizada no dia 24 de janeiro de 2019. (Mundo Agropecuario – Tradução livre: www.terraviva.com.br)

Porto Alegre, 15 de janeiro de 2019                                              Ano 13 - N° 2.898

      Sindilat se reúne com a ministra da Agricultura nesta quinta-feira 

Para levar às instâncias federais as pautas do setor leiteiro gaúcho, o Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat) e demais entidades da cadeia se reunirão com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, nessa quinta-feira (17/1), em Brasília (DF), a partir das 14h. Um dos pontos importantes a serem abordados no encontro é a compra governamental de leite em pó, a fim de aliviar a pressão do mercado interno, e a criação de programa de incentivo à exportação de lácteos. O Sindilat será representado pelo presidente, Alexandre Guerra. 

Segundo o dirigente, a reunião é um dos passos para recuperar a competitividade do setor, que sofre desvantagem se comparado ao Mercosul. O panorama pode ser revertido, de acordo com Guerra, com a criação de cotas de importações mensais da Argentina e Uruguai que deem previsibilidade do volume que chegará ao Brasil. "Em outubro e novembro do ano passado foi importado o dobro de produtos em comparação a 2017. Isso gera desequilíbrio comercial e enfraquece o mercado como um todo", explica. Além disso, Guerra pontua que não é só a produção que determina a falta de competitividade, mas também os custos envolvidos no processo, como preço do combustível, de insumos, de peças de maquinário etc. 

É com otimismo que o presidente vê a relação das entidades do setor leiteiro gaúcho com o novo governo federal, visto que essa será a segunda reunião com Tereza Cristina. A primeira, realizada em 18/12, antes da posse da ministra, já sinalizou o contato. "Temos que trabalhar em diversas frentes com objetivo de manter um setor tão importante para a economia brasileira, proteger nosso mercado pelo número de família ligadas ao setor e nos transformar de importador para exportador", conclui. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
 
 
GDT
 
Fonte: GDT
 
 
 

Indenizações a produtores de leite crescem em 2018 

O Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa) anunciou nesta terça-feira (15/1) durante Assembleia Geral Extraordinária o aumento de recursos destinados a indenização de produtores de leite em 2018 com relação a 2017. O ano fechou com R$ 4,2 milhões designados a erradicação de animais positivos para tuberculose ou brucelose - 9,64% a mais do que no ano anterior. Esses números, de acordo com o secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios (Sindilat), Darlan Palharini, sinalizam que os criadores estão cada vez mais conscientes sobre a importância da eliminação dessas zoonoses no Estado. 

O valor que coube às indenizações no setor leiteiro correspondem a mais de 60% do valor utilizado nas quatro cadeias que compõem o Fundo (aves, suínos, pecuária de corte e pecuária de leite) - R$ 6,5 milhões. Para o presidente do Fundo, Rogério Kerber, os números demonstram que o Rio Grande do Sul está trabalhando com muita competência para redução na incidência da tuberculose e da brucelose nos rebanhos. Além disso, para Kerber os dados também enfatizam que os criadores vêm trabalhando o saneamento em suas propriedades. 

Na ocasião, o Fundesa divulgou o saldo do fundo que fechou o ano em R$ 84,84 milhões, com o ingresso de R$ 10,5 milhões em contribuições de produtores e indústrias. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
 

Sementes

A onda de fusões entre as grandes empresas produtoras de sementes no mundo inteiro acabou criando um grupo com seis principais, dentre elas Monsanto, Bayer, BASF, Syngenta, Dow e DuPont.

No entanto, esse movimento de junção ocorrido durante as últimas três décadas acabou influenciando nos preços das sementes.

De acordo com especialistas da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), uma instituição formada por 36 países, a agricultura global enfrenta o triplo desafio de aumentar a produtividade, garantindo a sustentabilidade e melhorando a resiliência e, para atingir esses objetivos, a inovação na forma de variedades de alto desempenho é essencial.

Eles ainda explicam que as sementes usadas pelos agricultores vêm de três fontes diferentes, como aquelas conservadas em fazendas, adquiridas do plantio público e aquelas compradas do setor privado. Nesse último caso, as fusões podem causar aumento da concentração, que levará a preços de sementes mais altos para os agricultores, reduzir a inovação e a P & D na indústria de sementes e também o número de escolhas que os agricultores têm ao escolher variedades.

De acordo com a OCDE, globalmente, 78% da área plantada com soja utiliza variedades geneticamente modificadas. As características de propriedade da Monsanto são particularmente proeminentes, especialmente nos mercados em que menos culturas OGM foram aprovadas. Por outro lado, os dados sobre patentes da CRISPR-Cas9 sugerem que esta nova tecnologia é predominantemente dominada por institutos acadêmicos, com alguma presença do Dow DuPont, mas sem uma posição forte para as outras empresas multinacionais. (Agrolink)

 
 
NO RADAR
Com ou sem subsecretaria, um dos temas que precisará ser tratado é o da crise na produção de leite, que tem feito número expressivo de famílias abandonarem a atividade. Na semana passada, o secretário da Agricultura do RS Covatti Filho conversou com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, sobre aquisição do governo federal de leite em pó. A expectativa é de que o mecanismo saia em fevereiro. (Zero Hora)

Porto Alegre, 14 de janeiro de 2019                                              Ano 13 - N° 2.897

      China favorece as exportações de alimentos com a redução de tarifas

A Argentina, como sócio estratégico é um dos países favorecidos com a medida. Foram prorrogados os benefícios para pescados, soro de leite, queijos e alimentação animal. A Secretaria da Agroindústria informou que a China renovou a lista de produtos que contam com tarifas alfandegárias reduzidos a partir de 1º de janeiro de 2019.

“Este tipo de ação de um dos nossos principais sócios comerciais é um novo estímulo para a inserção de nossos produtos agroindustriais, e fortalece o vínculo com a China. É uma vantagem competitiva de um dos principais mercados do mundo para o desenvolvimento e crescimento de nossos produtores” destacou o Secretário, Luis Miguel Etchevehere. No dia 28 de dezembro, o Ministério de Finanças da República Popular da China publicou o comunicado nº 65/2018 com a lista de produtos com tarifas alfandegárias temporariamente reduzidos prorrogando:

- Pesca – redução de 5% para 2% para camarões congelados;
- Lácteos – redução de 6% para 2% para o soro de leite e queijos, exceto os frescos, que caem de 15% para 8%, o que melhora a competitividade dos exportadores argentinos;
- Alimentação animal – a redução é de 15% para 4%, medida que favorece a competitividade das quatro indústrias argentinas habilitadas, até o momento, a exportar para a China.

Cabe lembrar que esta política do país asiático tem como objetivo reduzir os preços e estimular o consumo de 706 produtos, entre os quais 95 são agroindustriais que a China não produz e é um importador líquido.
Desde o final de 2016 o Ministério de Finanças publica ao menos uma vez por ano comunicados estabelecendo redução temporária de tarifas sobre a importação de produtos que são aplicadas nas importações em geral, sem distinção de origem. (Agrositio – Tradução livre: www.terraviva.com.br)
 
 

Para evitar risco de desabastecimento, China deve triplicar compras de milho

A redução nos estoques de milho na China deverá aumentar a necessidade de importações do país nos próximos três anos. De acordo com análise do banco holandês Rabobank, o consumo no gigante asiático deve chegar próximo de 300 milhões de toneladas do cereal na temporada 2021/22. Para fazer frente a essa demanda, os chineses terão de triplicar suas importações, conforme o banco. Nesse cenário, grandes produtores do cereal, como é o caso do Brasil, poderão se beneficiar da demanda extra vinda de Pequim. "A demanda maior que a oferta no país duraria por múltiplos anos, a menos que o governo mude suas políticas de importações", apontou o Rabobank, em estudo assinado por Lief Chiang. Conforme as últimas estimativas do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), de dezembro, os estoques de milho na China ao final da atual safra (2018/19) totalizarão 207,5 milhões, redução de 6,7% ante as 222,5 milhões de toneladas da temporada anterior. Segundo o Rabobank, esse volume cairá rapidamente a níveis críticos. 

Mesmo com um provável aumento de área destinada ao milho no país, apontou o estudo, será necessário ampliar as importações. Até o ciclo 2021/22, a produção na China deverá crescer cerca de 10% por safra e chegar aos mesmos níveis de 2015, quando a colheita alcançou o pico de 265 milhões de toneladas. "Ainda assim, a China necessitará importar 40 milhões de toneladas de grãos para ração, sendo 15 milhões de milho e 25 [milhões] de grãos alternativos", projetou o banco holandês. Para a atual temporada, o USDA estima que 5 milhões de toneladas de milho serão importadas pela China. Esse volume é 44% superior às importações da última safra (2017/18), estimadas em 3,4 milhões de toneladas. Além disso, as reservas estatais do país caíram bastante, de 236 milhões de toneladas em 2015/16 para 89 milhões de toneladas em 2017/18. "Isso é consequência de uma política de vendas e nenhuma aquisição", ressaltou o Rabobank. Em 2016, a China mudou a política de estocagem de milho. Naquele momento, o gigante asiático tinha estoques suficientes para mais de um ano de consumo. Pequim aplicava a política de comprar milho a preços até 50% superiores aos praticados no mercado. Agora, apontou o Rabobank, o país asiático terá de voltar a buscar milho em outros mercados. Segundo o Rabobank, nos próximos dois anos Pequim deverá repensar as políticas de aquisição de milho. "Sem aumentar a oferta de forma rápida e eficaz, a China correrá o risco de ter um esgotamento do estoque de milho", apontou o banco holandês. Essa avaliação já considera a desaceleração do ritmo de crescimento da demanda.

Segundo dados analisados pelo Rabobank, a taxa de crescimento anual composta (CAGR) da indústria de milho na China deve desacelerar para 5% até 2021/22. Nos últimos cinco anos, essa taxa foi de 8,5%. A taxa de crescimento de uso de milho para ração também deve desacelerar, para 3%. Nos últimos cinco anos, esse indicador foi de 6% ao ano. Mesmo com o ritmo mais fraco, o consumo doméstico na China pode chegar a 291 milhões de toneladas, enquanto a produção alcançaria 268 milhões de toneladas, projetou o banco. "Qualquer quebra de safra em decorrência de problemas climáticos causaria sérios problemas aos participantes do mercado", advertiu o analista do Rabobank. (Valor Econômico)

 
 
 
Cadeia do leite
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e produtores de leite se reúnem, na próxima quinta-feira (17), em Brasília, para avaliar a situação do setor, que enfrenta dificuldades com a queda de preço, acentuada no segundo semestre do ano passado. “Vamos nos reunir com os produtores para discutir a conjuntura da cadeia do leite e ver o que é possível fazer para apoiá-la”, disse ao AGROemDIA, nesta quinta-feira (10), o secretário de Política Agrícola do Mapa, Eduardo Sampaio. No entanto, o secretário não adiantou quais medidas poderiam ser tomadas pelo governo para apoiar o setor leiteiro. Isso, assinalou, vai depender justamente da avaliação que será feita durante a reunião. O setor deve apresentar uma pauta com reivindicações ao ministério. O encontro agendado para a próxima quinta-feira é resultado da decisão da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, de instalar uma mesa de negociação com a cadeia produtiva do setor de leite. (Agro em Dia)

Porto Alegre, 11 de janeiro de 2019                                              Ano 13 - N° 2.896

     Novo cadastro de produtores não impacta na indústria de leite
 
A partir de terça-feira (15/1), o Cadastro de Atividade Econômica da Pessoa Física (CAEPF) passa a ser obrigatório para produtores rurais. A modalidade substitui o Cadastro Específico do INSS (CEI), obrigatório até 14/1. O secretário executivo do Sindicato das Indústrias de Leite do Rio Grande do Sul (Sindilat), Darlan Palharini, esclarece que o número deste registro não será utilizado para retenção do Funrural. “Para isso, continuará sendo usado o número do CPF do produtor de leite”, esclarece.
 
Para fazer o cadastro, os produtores contam com auxílio da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no RS (Fetag) e da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), que firmaram convênio com alguns sindicatos rurais para evitar o pagamento da taxa de certificação digital. A orientação, afirmam a tesoureira geral da Fetag, Elisete Hintz, e o assessor da Presidência do Sistema Farsul, Luís Fernando Cavalheiro Pires, é de que os produtores se informem sobre o cadastro com os sindicatos aos quais são associados. “Algumas empresas já estão pedindo o CAEPF, como a BRF Foods e a JBS”, afirma Elisete. 
 
Segundo publicação do Diário Oficial de 11 de setembro de 2018, a obrigatoriedade da inscrição vale para quem possua segurado que lhe preste serviço, pessoa física não produtor rural que adquire produção rural para venda, no varejo, a consumidor pessoa física nos termos do inciso II do §7º do art. 200 do Regulamento da Previdência Social, produtor rural contribuinte individual e segurados especiais. 
 
A quantidade de inscrições por pessoa física varia de acordo com a natureza da atividade exercida. Se for de natureza rural, haverá uma inscrição para cada imóvel rural em que se exerça atividade econômica. Se a atividade for de natureza urbana, haverá uma inscrição para cada estabelecimento em que se exerça atividade econômica, desde que se mantenha empregado vinculado a cada um deles.
 
O CAEPF é administrado pela Receita Federal do Brasil e reúne informações das atividades econômicas exercidas pela pessoa física. Ele será utilizado pelos produtores rurais ao prestar as informações no eSocial, plataforma que unifica a entrega das informações previdenciárias, trabalhistas e fiscais. CLIQUE AQUI para acessar as orientações para cadastro. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
 
 

Leite/NZ 

O setor lácteo é um dos principais garantidores do padrão de vida e bem-estar da Nova Zelândia e desempenha um papel fundamental no desenvolvimento econômico regional, de acordo com o relatório NZEIR divulgado recentemente. 

A diretora executiva da Associação das Indústrias de Laticínios da Nova Zelândia (DCANZ), Kimberly Crewther, disse que o trabalho foi encomendado pela DCANZ para responder ao questionamento do Ministério do Comércio Exterior. “Muitas pessoas reconhecem que o setor lácteo da Nova Zelândia é um grande exportador. O que esse relatório mostra é como a receita de NZ$ 17 bilhões é distribuída por toda a economia, tanto como receita quanto como impulsionadora da atividade econômica”, diz Crewther.

O relatório concluiu que:
- Houve crescimento de 70% nas exportações por vaca desde 2001
- O setor lácteo emprega 38.000 pessoas
- A produção de leite tem o maior salário médio entre as agroindústrias
- O processamento de lácteos tem o maior nível salarial médio entre as indústrias de alimentos da Nova Zelândia
- A produção de lácteos é o 5º maior salário médio feminino entre as 138 indústrias da Nova Zelândia
- Menos de 80% da renda do setor lácteo é gerado em áreas rurais
- O setor lácteo está entre os 10 maiores clientes de um terço de todas as indústrias da Nova Zelândia, que representam em seu conjunto, 40% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

Crewther ressalta que o setor lácteo impulsiona atividades econômicas e oportunidades de negócios em todas as regiões do país.

Os lácteos são grandes geradores de renda, e são responsáveis por 10% do PIB de Waikato, Southland, West Coast e Taranaki.  

É a segunda maior atividade econômica de Northland e Manawatu, e a terceira em Canterbury e Bay of Plenty. O setor também está altamente ligado à economia Maori, e cerca de 10% dos ativos da indústria são de propriedade dos Maoris.

É importante que as regiões da Nova Zelândia continuem a se desenvolver em torno dos principais centros. As exportações de lácteos oferecem oportunidades nas principais cidades para pessoas de diversas áreas, indo da ciência à engenharia, passando inclusive por administração e gerenciamento”.  (Dairy News – Tradução livre: www.terraviva.com.br)

Pico de produção de leite foi em dezembro no Brasil Central e região Sudeste

Os preços do leite ao produtor caíram pelo quarto mês consecutivo. Segundo levantamento da Scot Consultoria, a média nacional ficou em R$1,138 por litro, sem o frete. No pagamento realizado em dezembro/18, houve recuo de 3,0% frente ao pagamento anterior.  Fazendo um balanço do ano, de janeiro a julho o preço médio nacional subiu 21,3% e de lá para cá caiu 8,7%. Na comparação com o mesmo período de 2017, o produtor está recendo 9,6% a mais este ano.

A produção em alta, a demanda interna caminhando sem muitas novidades e o grande volume de leite em pó importado, que pressiona os preços do produto no mercado interno, são os principais fatores de baixa. Do lado da captação, a produção nacional cresceu 0,7% em novembro, na comparação mensal, segundo o Índice Scot Consultoria de Captação. Em dezembro, o aumento foi de 0,1%, frente à captação no mês anterior. 

As maiores médias diárias em termos de captação de leite foram registradas nas primeiras semanas de dezembro. Foi o pico de produção em importantes bacias como Minas Gerais, Goiás e São Paulo. Para o pagamento a ser realizado em janeiro/19, que remunera a produção entregue em dezembro/18, 68% dos laticínios pesquisados pela Scot Consultoria acreditam em queda no preço do leite e os 32% restantes falam em manutenção, em relação ao pagamento anterior.

No Brasil Central e região Sudeste o viés é de manutenção, segundo a maioria das empresas consultadas, mas quedas não estão descartadas. Já no Nordeste, com as chuvas e produção de leite aumentado, 92% dos laticínios acreditam em queda no preço pago ao produtor no pagamento a ser realizado em janeiro/19. Para fevereiro, o tom do mercado é de estabilidade a ligeira alta no preço do leite para o produtor. (Scot Consultoria)

Nova gestão no gado Jersey inicia suas atividades no Rio Grande do Sul 

Iniciando as atividades de 2019, a Associação de Criadores de Gado Jersey do Estado (Acgjrs) irá realizar no próximo dia 23 de janeiro, a primeira reunião da nova gestão. A reunião acontecerá às 19 horas na sede da entidade em Pelotas, e deve colocar em pauta o planejamento para 2019, além da posse do Conselho Técnico. 

A nova gestão foi eleita em dezembro para o biênio 2019/2020, tendo como presidente Darcy Bitencourt, que até então era diretor de fomentos da associação. Bitencourt, que também é pesquisador da Embrapa Clima Temperado e coordenador do Centro de Recria de Bovinos Jersey, afirma que seu principal objetivo é o resgate da participação dos associados. "Aceitei esse desafio pensando no desenvolvimento da raça Jersey no Estado. Precisamos avançar em vários sentidos, principalmente na busca de recursos e na participação efetiva dos criadores. Nosso primeiro objetivo é a integração e participação dos associados", destaca o presidente. 

Segundo Bitencourt, uma das primeiras ações da nova diretoria para 2019 será uma parceria com agropecuárias para oferecer descontos especiais em todos os produtos para associados da entidade. Esta ação já está sendo concretizada, com parcerias firmadas com agropecuárias de Pelotas, que oferecem descontos aos associados. A ideia é fazer o mesmo em outros municípios que tenham número expressivo de criadores de Jersey, como na Região de Santa Maria. (Jornal do Comércio) 

 

EUA: produtores querem que governo distribua excedente de queijo no país
Um grupo de produtores de queijo dos Estados Unidos está pedindo para o governo distribuir o produto que está armazenado em câmaras refrigeradas para ajudar a impulsionar os preços de leite. "Com o preço do leite em mínimas históricas, é necessário que esse excedente seja liquidado para impulsionar o setor", disse a Coalizão Americana de Lácteos, em carta endereçada ao presidente Donald Trump. O grupo, que representa grandes companhias do setor, alega que tarifas retaliatórias impostas sobre produtos norte-americanos contribuíram para o excesso de oferta de queijo. Cerca de 635 mil toneladas do produto estão armazenadas em câmaras refrigeradas nos EUA.  (As informações são do Estadão Conteúdo)

Porto Alegre, 10 de janeiro de 2019                                              Ano 13 - N° 2.895

     Produtores e entidades relatam prejuízos econômicos

De acordo com produtores rurais e líderes de entidades ligadas ao campo, não é preciso ir muito distante de centros urbanos para começar a conviver com os problemas da telefonia celular nas áreas rurais. Presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), Alexandre Guerra relata que produtores de leite, que trabalham com um produto de coleta diária, enfrentam problemas constantes devido à falta de sinal de celular nas propriedades. Assim como as próprias indústrias de processamento de leite.

Diretor da Cooperativa Santa Clara, de Carlos Barbosa, Guerra enfrenta "zonas escuras", dentro do prédio da empresa, localizada na área urbana do município. Guerra diz que o pior é a falta de contato digital com, ao menos, 10% dos cerca de 3,3 mil produtores que fornecem leite à cooperativa. O executivo ressalta que não está nem falando de conexão de internet, mas do sinal básico para receber e enviar mensagens.

"Muitas vezes, temos de mandar um técnico até a propriedade do produtor para avisar sobre algum problema nos testes do leite que ele forneceu. Não há, nesses casos, nem mesmo sinal para envio de mensagem. E isso tem custo de combustível e de tempo do profissional para uma coisa que poderia ser resolvida com uma mensagem", diz Guerra.

O diretor da cooperativa alarma ainda que, sem receber o aviso imediato de que sua produção necessita de ajustes, o produtor deixa de ter mais rápido um leite de melhor qualidade. E isso significa perda de renda, já que pode ter a produção rejeitada ou receber menos do que poderia pelo produto.

Douglas Peralta, gerente administrativo do Sindicato Rural de Dom Pedrito, destaca, ainda, problemas sociais, de segurança e de gestão de propriedades no município devido a carência de sinal no campo. 

O que ocorre com frequência é que isso só é descoberto após o produtor ter adquirido um aparelho ou conta. "Não se consegue chamar uma ambulância, nem a polícia, como muitas vezes é necessário. E, se algum funcionário da propriedade precisa falar com o dono, que está na cidade, para tomar alguma decisão, por exemplo, também não consegue em muitas áreas do Interior", explica Peralta. (As informações são do Jornal do Comércio)
 
 
Turma ampla do TRF exclui da Cofins o ICMS na nota fiscal

Pela primeira vez, a turma ampliada de um tribunal decidiu que deve ser excluído do cálculo do PIS e da Cofins o ICMS destacado na nota fiscal. O acórdão do Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região, com sede em Porto Alegre, foi proferido por três desembargadores da 2ª Turma e a participação de dois juízes federais. A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) vai recorrer em razão da relevância econômica da discussão. No TRF da 4ª Região já tramitam mais de 1.600 processos ou recursos para discutir esse cálculo, segundo levantamento da PGFN. E no sistema nacional de acompanhamento judicial do órgão há aproximadamente 20 mil processos cadastrados relativos à inclusão do ICMS no cálculo do PIS e da Cofins. A decisão do TRF da 4ª Região não vincula os demais tribunais do país. Mas tributaristas a avaliam como um precedente importante para empresas com processos semelhantes, nas Cortes das demais regiões, pelo fato de o acórdão ser de um colegiado amplo. 

A decisão foi proferida pela turma ampliada com base no artigo 942 do Código de Processo Civil (CPC). Segundo o dispositivo, quando o julgamento de recurso de apelação não é unânime, magistrados devem ser convocados em número suficiente para garantir uma possível reversão do resultado. Os magistrados levaram em conta precedentes da 1ª e da 2ª Turmas do próprio TRF, no sentido de que "deverá ser considerada a integralidade do ICMS destacado nas notas fiscais de saída, independentemente da utilização de créditos para a redução do quantum a ser recolhido aos cofres públicos". Somente o relator, desembargador Rômulo Pizzolatti divergiu do entendimento (processo nº 5013847-79.2017.4.04.7100/RS). Os advogados que representam a fornecedora de equipamentos industriais beneficiada pela decisão, Fabio Luís de Luca e Rafael Korff Wagner, do escritório Lippert Advogados, enxergam no precedente um indicativo forte de que o assunto será pacificado a partir dessa decisão. "Estamos informando em todos os outros processos em andamento para que seja aplicado o mesmo entendimento", diz Luca. 

O precedente serve inclusive para as ações judiciais contra a aplicação da Solução de Consulta nº 13, da Receita Federal. A solução determina que deve ser excluído do cálculo das contribuições o ICMS a recolher - valor menor por considerar os créditos descontados do imposto. "Contudo, é o ICMS destacado na nota que vai para a base de cálculo do PIS e da Cofins", diz Wagner. Para a advogada Valdirene Lopes Franhani, do escritório Lopes Franhani Advogados, o mais importante é a decisão ter sido proferida pela turma ampliada. Mas ela também chama a atenção para o modo como o acórdão deixa claro porque deve ser subtraído o ICMS destacado na nota, e não o imposto efetivamente recolhido. "Não importa se houve utilização de crédito para a redução do tributo a ser pago, diz. 

Já para o advogado Rafael Nichele, do escritório Nichele Advogados, a decisão é relevante por sinalizar que os contribuintes não terão que discutir por anos a Solução de Consulta nº 13. "A Solução de Consulta 13 abriu um novo contencioso tributário", diz. "Mas a norma é só uma tentativa da Receita de criar obstáculos à aplicação de uma decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal (STF), favorável aos contribuintes", diz. A PGFN argumenta que ao julgar o Tema 69 de repercussão geral, o Supremo firmou o entendimento de que o ICMS não integra a base de cálculo do PIS/Cofins porque o imposto será repassado ao Estado. "Se é assim, o ICMS a ser excluído do cálculo é o ICMS a recolher, e não o ICMS destacado, que constitui mera indicação para fins de controle", afirma nota da PGFN. "Esse é o único critério que evita o enriquecimento sem causa do contribuinte", diz. (Valor Econômico)

Emergentes podem ter 7 dos 10 maiores PIBs em 2030

Em 2030, provavelmente 7 das 10 maiores economias do mundo vão ser países emergentes. A previsão dessa sacudida na lista de maiores Produtos Internos Brutos do mundo consta das novas estimativas de longo prazo do banco Standard Chartered, que incluem uma projeção da China se tornando a maior economia do mundo em 2020, usando taxas de câmbio pela paridade do poder de compra (PPP, na sigla em inglês) e o Produto Interno Bruto (PIB) nominal. A Índia provavelmente vai superar os Estados Unidos nesse período, pelo mesmo critério, e a Indonésia deverá entrar para o grupo dos cinco maiores.

"Nossas previsões de crescimento de longo prazo são sustentadas por um princípio-chave: a participação dos países no PIB mundial deverá em algum momento convergir com sua participação na população mundial, guiada pela convergência do PIB per capita entre as economias avançadas e emergentes", escreveram os economistas do Standard Chartered, equipe comandada por David Mann, em nota a investidores. Eles projetam que a tendência de crescimento da economia da Índia vai se acelerar para 7,8% na década de 2020, enquanto a da China vai se moderar seu ritmo para 5%, refletindo uma desaceleração natural, dado o tamanho da economia chinesa. A participação da Ásia no PIB mundial, que subiu de 20% em 2010 para 28% em 2018, provavelmente vai chegar a 35% em 2030 - igualando a da zona do euro e dos EUA somados. (Valor Econômico)

 
 
Exportações de lácteos 2019/EUA 
Em 2016 o Conselho de Exportação de Lácteos dos Estados Unidos (USDEC) lançou o projeto “The Next 5%” [Os próximos 5%]. Foi um conjunto de estratégias destinadas a impulsionar o crescimento das exportações de lácteos, passando de 15% de sólidos vendidos para o exterior, para 20%. 
Em 2018, o primeiro ano completo do plano, a indústria estabeleceu as bases para o primeiro passo. Ao longo de 10 meses, os exportadores norte-americanos conseguiram exportar 16,3% dos sólidos lácteos produzidos nos Estados Unidos, um recorde. Em 2017 o percentual de sólidos de leite exportados foi de 14,7%; e o maior valor anterior, em 2013, foi de 15,5%. A expectativa de crescimento em 2019 passa por oito indicadores que deverão influenciar o comércio.
1 – Esforços para remover as tarifas de retaliação
2 – Equilíbrio entre oferta e demanda
3 – Aprovação e implementação do acordo USMCA (Tratado entre Estados Unidos-México-Canadá)
4 – Andamento de outros tratados comerciais que para enfrentar concorrentes
5 – Crescimento da economia global
6 – Consumo chinês de lácteos
7 – Direção do consumo global de queijos
8 – Desenvolvimento do Brexit e suas consequências. (Usdec – Tradução livre: www.terraviva.com.br)

Porto Alegre, 09 de janeiro de 2019                                              Ano 13 - N° 2.894

     Queijo em pequenas quantidades

Um estudo publicado no Jornal de Nutrição Europeia indica que os benefícios dos diversos nutrientes presentes no queijo superam os malefícios. Nutrientes como aminoácidos, cálcio e probióticos seriam mais importantes ao corpo humano que as quantidades de gordura e sódio que põem alerta sobre o alimento. Para chegar a esta conclusão, pesquisadores chineses e holandeses fizeram uma revisão de vários estudos de diversos países. Eles descobriram que pequenas quantidades de queijo podem diminuir o risco de AVC em 14% e doenças cardíacas em 10%. Segundo os pesquisadores, a quantidade recomendada é de 40 gramas diárias. Quem come mais do que isso sofrem os efeitos inversos da pesquisa e têm mais chances de sofrer de doenças do coração. (Fonte: Metro)
 

 
*% valores diário com base em uma dieta de 2.000 kcal ou 8.400kj. Seus valores diários podem ser maiores ou menores dependendo de suas necessidades. Fonte: Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (Taco)
 
 

Classes mais baixas puxam retomada do consumo de itens básicos, aponta pesquisa

Após a retração do consumo que impactou os seis primeiros meses do ano passado, um leve impacto positivo foi detectado pelo Consumer Insights, estudo da Kantar Worldpanel que analisa o terceiro trimestre de 2018. A retomada ocorre por meio do volume médio por visita na cesta de FMCG (Fast Moving Consuming Goods), os bens de Rápido Consumo ou itens básicos. E os responsáveis pelo impacto positivo foram as classes C e DE. As regiões Leste + Interior do Rio de Janeiro e Nordeste foram as que mais contribuíram.

A análise aponta também que o atacarejo segue como o queridinho dos consumidores, sendo o principal canal para a compra dos FMCG. No entanto, varejo tradicional e porta a porta continuam perdendo espaço. Em relação às cestas, perecíveis – notadamente leite fermentado - e mercearia doce se destacam.

Ainda segundo a Kantar Worldpanel, em alimentos categorias mais sofisticadas crescem, trazendo praticidade, valor agregado e também uma alimentação mais prazerosa. A questão tem desempenhado papel importante na hora de decisão de compra - 27% de importância das ocasiões de consumo são por prazer. 

Além do leite fermentado, leite em pó, batata congelada, pão industrializado, massa fresca e azeite estão entre os itens que seguem na lista do supermercado pelo prazer que trazem para a alimentação do lar. Enquanto isso, fora de casa, os indivíduos buscam principalmente por sabor (50% das ocasiões de consumo fora do lar são por sabor). (As informações são da Kantar Wordpanel)

USDA prorroga prazo para agricultores solicitarem ajuda do governo

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) vai prorrogar o prazo para que agricultores prejudicados por disputas comerciais solicitem pagamentos do governo. O prazo final para inscrição no programa de ajuda era 15 de janeiro, mas a paralisação do governo federal impediu que muitos produtores rurais se inscrevessem.

“Vamos prorrogar o prazo de inscrição pelo número de dias úteis que a Agência de Serviços Agrícolas permanecer fechada, assim que a paralisação terminar”, disse o secretário de Agricultura dos EUA, Sonny Perdue. “Produtores que já se inscreveram e certificaram sua produção de 2018 continuam recebendo os pagamentos.”

Os pagamentos diretos a agricultores afetados por disputas comerciais vão totalizar US$ 9,6 bilhões, dos quais US$ 7,3 bilhões serão destinados a produtores de soja. (As informações são do Dow Jones Newswires, publicadas no jornal O Estado de S. Paulo)

Benefícios tributários

O Estado de Santa Catarina revogou recentemente, mais precisamente no final do ano passado, uma série de benefícios tributários no âmbito do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de segmentos da economia, incluindo a produção de alimentos. Nesse cenário, o Decreto 1.867/2018 foi assinado no dia 28 de dezembro do ano de 2018.
 
Sendo assim, a partir desse decreto, será implantado um aumento desse imposto, tanto em produtos que compõem a cesta básica, como pão, arroz e feijão e outros alimentos como queijos, maionese e achocolatados, entre outros. Além disso, o Estado reinstituiu a exigência cumulativa de 20% de exportação e saldo credor acumulado para empresas que detentoras do benefício descrito no art. 9° do Decreto 105/2007 (Programa Pró-Emprego).

O terceiro ato promovido pelo governo do Estado de Santa Catarina foi revogar o benefício que permitia à indústria catarinense adquirir sem ICMS alguns produtos. Dentre eles estão sucatas de metal, fragmentos, aparas de papel, papelão, cartolina, plástico, tecido e resíduos de qualquer natureza provenientes de fornecedores de dentro do próprio estado.

Dentre as reduções da base de cálculo, além da cesta básica de alimentos e da carne bovina e bufalina, também se enquadraram no decreto tijolo, telha, leite em pó, telemarketing e gás GLP. No setor da indústria, foi diferido o ICMS em sucatas de metais, fragmentos, cacos, aparas de papel, papelão, cartolina, plástico, tecido e resíduos de qualquer natureza, artigos têxteis, de vestuário, de artefatos de couro e seus acessórios. (Agrolink)

 
 
Temperatura animal
Depois do projeto para incentivar denúncias de maus-tratos a animais, o Conselho Regional de Medicina Veterinária do RS lança outra iniciativa, com foco nos cuidados que as altas temperaturas exigem em relação ao bem-estar dos bichos - desde os de estimação até os de rebanhos comerciais (veja ao lado). Entre as dicas da campanha batizada de Temperatura Animal, estão pontos comuns, como oferta constante de água fresca, e outros específicos de cada espécie. Mais informações podem ser obtidas CLICANDO AQUI. (Zero Hora)