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Porto Alegre, 16 de julho de 2019                                              Ano 13 - N° 3.023

   GDT
 

 
(GDT, adaptado pelo Sindilat)
 
                  

Sindilat participa de encontro que avalia modernização trabalhista

Nesta terça-feira (16/7), ocorre o 2º seminário sobre "A Evolução da Modernização Trabalhista", no Centro de Eventos da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), em Porto Alegre. O encontro reuniu representantes de indústrias, entidades e sindicatos, dentre os quais o Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat).

O objetivo de discutir o futuro do mercado de trabalho brasileiro a partir da reforma trabalhista, aprovada em 2017, e que alterou regras para flexibilizar o regime de trabalho e simplificar a relação entre empregador e trabalhador.

Para o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, é de suma importância que esses temas sejam debatidos, visto que precisamos reconstruir a atividade econômica do Brasil. "Um País só cresce na medida em que as empresas crescem", afirmou.

O seminário contou com diversos painelistas que abordaram, também, a reforma da previdência, taxa de desemprego do País, terceirização, flexibilização de horários e trabalho home office, dívida pública, concessões e privatizações, entre outros pontos.

Segundo a especialista em Direito do Trabalho Alessandra Lucchese, que comandou um bate papo sobre os novos modelos legais de realização do trabalho, para se ter uma empresa inovadora, é preciso ter pessoas inovadoras trabalhando. "Estamos em uma nova era de tecnologia e informação onde, a cada dia, serviços que nunca imaginamos são criados", reflete. (Assessoria de Imprensa Sindilat)


Crédito: Stephany Franco

Os motivos que fazem os jovens ficarem ou deixarem o campo no RS 

Em meio ao desafio de reter jovens em um campo cada vez mais envelhecido, o papel da família no processo de sucessão é o que acaba determinando a decisão dos filhos de deixarem o meio rural ou darem continuidade aos negócios da família. Embora o cenário externo exerça influência, como rentabilidade da atividade e quantidade de terra, é o ambiente interno que conduzirá o caminho escolhido pela juventude rural. É o que mostra pesquisa feita pelo Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) com 743 filhos de agricultores no Estado, com idades entre 13 e 21 anos.
 
-- O ponto chave da sucessão está dentro das famílias. Se os jovens crescem ouvindo os pais reclamando da profissão, é provável que migrem para a cidade. Claro que tem a ver com vocação também mas, de qualquer forma, os filhos precisam ser preparados para o futuro -- afirma Raquel Breitenbach, professora do IFRS no campus Sertão e coordenadora da pesquisa.
 
O levantamento, realizado no ano passado em todas as regiões gaúchas, mostra os determinantes do interesse e da falta de vontade em serem sucessores familiares na atividade agrícola (veja detalhes da pesquisa no final da matéria).
 
-- Os resultados contrariam o senso comum de achar que é só a questão financeira que interfere na decisão. E as motivações são muito semelhantes em todas as regiões -- detalha Raquel.
 
Uma das causas que levam os filhos de produtores a quererem ser sucessores, segundo a pesquisa, é a autonomia dada pelos pais para participarem das decisões referentes à propriedade.
 
-- O diálogo dentro da família é fundamental. Direito à herança todos terão, mas ser sucessor é uma decisão dos jovens a partir das oportunidades que a família oferece -- acrescenta Clarice Vaz Emmel Böck, coordenadora estadual de Juventude Rural, Gênero e Educação do Campo da Emater-RS.
 
Homens ainda são mais estimulados a se manterem na propriedade
O índice de interesse dos entrevistados em ser sucessor é de 45,2%. Quando os resultados são divididos por gênero, o percentual aumenta para 59,6% entre os meninos e despenca para 28,6% entre as meninas.
 
-- É uma questão cultural e histórica. As meninas ainda são mais incentivadas a saírem do campo, a estudarem nas cidades. Mais um indicativo da influência da família nesse processo -- indica Clarice.
 
Apesar do ambiente ainda mais propício aos homens, a diferença de gênero no campo vem diminuindo, com cada vez mais mulheres dispostas a assumirem os negócios -- quebrando barreiras machistas ainda presentes. 
 
É o caso da estudante Silvia Kanigoski, 17 anos, de Viadutos, no norte do Estado. Cursando técnico em agricultura, ela pretende continuar trabalhando na produção de leite e de grãos em 18 hectares. Os dois irmãos, ambos mais velhos, já deixaram a propriedade da família para trabalhar na cidade. 
 
-- Meus pais sempre me incentivaram a ficar, a dar continuidade. Eu vejo meu futuro aqui -- conta Silvia, que leva quase três horas por dia para ir estudar na cidade e retornar para casa.
Quando concluir o Ensino Médio, a jovem pretende cursar Zootecnia. Para isso, terá de passar um tempo fora da propriedade.
 
-- Mas depois vou querer voltar -- garante Silvia. 
 
O mesmo caminho é trilhado por Ana Gabriela Zorzan, 18 anos. Filha de produtores rurais de Getúlio Vargas, no norte do Estado, mora durante a semana em um internato em Sertão, onde cursa técnico em agropecuária no IFRS. Nos finais de semana, ajuda os pais na produção de leite e de grãos e também na gestão da propriedade de 32 hectares.
 
-- Sou eu que faço os orçamentos para compra de insumos, como farelo para alimentação das vacas -- conta Ana Gabriela, que sente-se inserida no negócio da família.
 
E, embora tenha gosto natural pela pecuária, confessa que hoje está dividida entre seguir os estudos na Veterinária ou na Agronomia. 
 
-- Gosto das duas áreas na verdade, mas acho que a parte vegetal está em vantagem -- revela a jovem, que tem uma irmã de 20 anos cursando Veterinária na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). 
 
Os dois irmãos, mais velhos, não seguiram a atividade agrícola.
 
-- Acho que sobrará para as mulheres da casa -- brinca Ana Gabriela. 
 
Fatores de Influência
Entre os que decidiram ficar:
• Quantidade de terra que os pais têm
• Boa remuneração das atividades
• Investimentos feitos pelos pais na propriedade (tecnologia e melhorias em geral)
• Incentivo de políticas públicas
• Autonomia dada pelos pais para participar das decisões
• Relações de confiança com vizinhos e comunidades
• Possibilidade de alimentação e moradia barata
 
Entre os que decidiram sair:
• Baixo investimento dos pais na propriedade (tecnologia e melhorias em geral)
• Vergonha de ser agricultor
• Falta de incentivo de políticas públicas
• A ideia de que a agricultura não dá dinheiro
• Presenciar reclamações constantes dos pais sobre a atividade
• Não gostar da agricultura, não se identificar com a profissão
 
Herdeiros precisam se profissionalizar
No caminho para a troca ou compartilhamento de bastão no meio rural, um ponto é visto como chave entre especialistas: a necessidade de profissionalizar os sucessores para enfrentarem um mercado global cada vez mais competitivo.
 
-- É fundamental que os pais e os filhos tenham essa consciência. Não pode se acomodar por ser proprietário. É preciso desenvolver os jovens como profissionais, para que estejam em constante atualização e modernização em questões de mercado e tecnologia -- explica Teresa Roscoe, professora da Fundação Dom Cabral. 
 
A informalidade do campo, alerta Teresa, não pode ser confundida com a falta de necessidade de adotar práticas comuns do mundo empresarial: 
 
-- É preciso construir um alinhamento entre os membros da família, com propósito e visão de futuro. A transmissão da cultura e do conhecimento são essenciais. 
 
A hora certa para os pais começarem a falar sobre sucessão dependerá da maturidade de cada filho, mas pequenos detalhes na infância já podem conduzir o processo, segundo Luis Fernando Cavalheiro Pires, assessor do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-RS):
 
-- As crianças e os jovens precisam ser ensinados a valorizar o trabalho da família, como a importância da produção de alimentos. 
 
E, mesmo quando os herdeiros não têm pretensão de participar das atividades imediatamente, eles precisam ser inseridos no planejamento sucessório da propriedade. 
 
-- Um dia, os herdeiros, querendo ou não, farão parte do negócio. Então, o melhor é que sejam preparados para quando esse dia chegar -- destaca o assessor do Senar-RS. 
 
Busca de conhecimento
Neto de produtor rural, Conrado Pereira Zanferari, 19 anos, está se preparando para assumir os negócios da família. Estudante de Administração na Pontifícia Universidade do Rio Grande do Sul (PUCRS), o jovem pretende buscar o máximo de conhecimento para contribuir com a produção de grãos e a criação de gado de corte. No total, a propriedade da família soma cerca de 12 mil hectares.
 
-- Quero me formar, ficar um tempo nos Estados Unidos e, depois, me inserir efetivamente nos negócios da família -- afirma Zanferari.
 
Natural de Bagé, mudou-se para Porto Alegre ainda criança. Mas nunca perdeu os laços com o Interior e com a agropecuária.
 
-- Cresci em cima de um trator, andando pela fazenda com meu avô e com meu tio, que é também meu padrinho. Estou me preparando para compartilhar com eles técnicas para aprimoramento da gestão rural -- projeta Zanferari, neto mais velho de Gedeão Pereira, presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul). (Zero Hora)
Agro em 1 Minuto 
CLIQUE AQUI para assistir o vídeo da série "Agro em 1 minuto" para deixar claro que os produtores rurais de todos os tamanhos são importantes para você e para nós do Sistema CNA/Senar. (Sistema CNA/Senar)

 

Porto Alegre, 15 de julho de 2019                                              Ano 13 - N° 3.022

   Sindilat visita fábrica da Domilac em São Domingos do Sul

Aproveitando a visita à região Noroeste na última sexta-feira (12/7), o secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), Darlan Palharini, acompanhou o senador Luis Carlos Heinze e o deputado estadual Ernani Polo, ambos do PP, em uma visita à fábrica da Domilac, no município de São Domingos do Sul. O convite para conhecer as instalações da associada ao Sindilat, que processa diariamente 100 mil litros de leite e tem foco na comercialização de queijos, partiu dos diretores Rodrigo Polh e Charles Pansera.


Crédito: Julio Cezar Medeiros

No encontro, Palharini se mostrou preocupado com a situação dos laticinistas após o acordo de livre comércio firmado entre o Mercosul e a União Europeia. Na oportunidade, o secretário-executivo do Sindilat também citou a falta de poder de compra da população para o consumo de lácteos devido ao momento econômico do País. Heinze disse entender os questionamentos e prometeu defender os interesses das indústrias do Rio Grande do Sul.

Segundo Pansera, o encontro na fábrica da Domilac foi de grande valia, uma vez que o resultado do acordo entre os blocos reflete diretamente nas indústrias de laticínios por conta da entrada de queijo no país. Durante a visita, Pansera reforçou o pedido de investimento na infraestrutura viária da cidade. O prefeito de São Domingos do Sul, Fernando Perin, presente no encontro, afirmou que irá trabalhar juntamente o senador Heinze e o deputado Polo para que seja possível uma parceria entre o município, o Estado e iniciativa privada. (Assessoria de imprensa Sindilat)

                  

Italiana Brazzale alerta para falta de competitividade de lácteos no Brasil

Piercristiano Brazzale, que com os irmãos Roberto e Gian dirige a Brazzale, mais antiga indústria de lácteos da Itália, não esconde a surpresa com o que viu recentemente num supermercado de Campo Grande (MS): seu queijo Grana Padano, mesmo submetido a uma tarifa de importação de 28% para entrar no Brasil, era vendido mais barato que seu concorrente brasileiro.

Enquanto o quilo do queijo italiano tipo parmesão custava R$ 99,99, o concorrente brasileiro era oferecido a R$ 129,99 - 30% mais caro. Para Piercristiano, esse é um sinal do choque de competitividade que o segmento de lácteos no Brasil enfrentará com o acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia.

Pelo acordo, a UE terá uma cota, a ser implementada em dez anos, de 30 mil toneladas para exportar queijos para Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. A tarifa de importação intra-cota partirá do nível atual de 28% e chegará a zero em uma década. A muçarela foi excluída dos queijos que a UE poderá exportar para o Mercosul.

 "O segmento de queijo no Brasil teve protecionismo, mas vai precisar melhorar muito a qualidade e ter um sistema eficiente de produção para enfrentar a concorrência que virá", diz Piercristiano. Ele lembra que o Brasil é um dos maiores produtores mundiais de leite, mas que a qualidade do produto é considerada baixa. E diz que o país precisará melhorar muito também para aproveitar o acesso ao mercado europeu oferecido pelo acordo. Para o empresário, uma possibilidade para os brasileiros é inicialmente vender leite em pó, desde que adaptado aos padrões internacionais.

Como presidente do Comitê Científico da Federação Internacional do Leite (FIL), sediada em Bruxelas, Piercristiano quer atrair mais participantes do segmento do Brasil, incluindo o governo, para trabalhos conjuntos na melhora de condições higiênico-sanitários, padronização de máquinas, marketing etc. O governo pode também se tornar membro da FIL, se quiser, e participar diretamente da elaboração de normas internacionais para o segmento.

De outro lado, o empresário não esconde o interesse em ter melhores condições para, mais tarde, investir no Brasil. "É o país que tem o maior potencial para produção agrícola no mundo", diz. Mas insiste que, além de maior eficiência no segmento, espera uma redução do custo Brasil. A Brazzale produz sobretudo queijo e manteiga, exporta para 65 países e faturou € 205 milhões em 2018. É a única grande indústria de lácteos italiana que construiu fábricas fora da Itália. Produz queijos na Moravia, a mais rica região agrícola do antigo império austro-húngaro, hoje na República Checa, e muçarela e ricota na China.

No Brasil, tem a Fazenda Ouro Grande, em Mato Grosso do Sul, que abriga um projeto de sustentabilidade ambiental de criação de gado e produção de carvão vegetal em 3,8 mil hectares - para cada vaca, há 300 árvores de eucalipto. A empresa tem certificação para exportar a carne à Europa. No momento, vende para JBS e Marfrig.

Em termos de custo, o empresário compara o Brasil à Itália. Exemplifica que na República Checa o salário líquido médio de um empregado é de € 1 mil, semelhante ao da Itália. A diferença é que o custo total por empregado para produzir será de € 1,4 mil na República Checa e de € 2,4 mil na Itália. No Leste Europeu, por exemplo, a energia elétrica é 50% mais barata e o gás, 20%. "O Brasil precisa ter uma estratégia de política pública para melhorar o padrão de seu leite e reduzir os custos para concorrer no mercado internacional e atrair investimentos". (Valor Econômico)

 

Nova liderança toma forma no país
Demorou quase dois anos para que a compra da mineira Itambé pela francesa Lactalis fosse concretizada. Mas o fim da disputa travada com a mexicana Lala confirmou o negócio na última semana, mudando a liderança do setor no país.
Com a nova composição da empresa, a captação anual de leite no Brasil passará a ser de 2,3 bilhões de litros, à frente da Nestlé, com 1,6 bilhão de litros ao ano. O faturamento anual é estimado em R$ 8 bilhões.
- A operação tem sinergia grande, porque as regiões de captação são muito complementares, com períodos diferentes de safra - observa Guilherme Portella, diretor de comunicação da Lactalis.
A companhia tem cinco unidades no Rio Grande do Sul. (Zero Hora)
 

 

Porto Alegre, 12 de julho de 2019                                              Ano 13 - N° 3.021

    Santa Clara inaugura nova unidade em Casca
 

Foto: Vitorya Paulo

Com 22 mil metros quadrados e R$ 130 milhões investidos, a nova unidade fabril da Cooperativa Santa Clara, situada em Casca (RS), foi inaugurada na tarde dessa sexta-feira (12/7). Cerca de mil pessoas entre autoridades, associados da cooperativa e moradores do município compareceram ao evento. 
A unidade tem capacidade de processamento de 600 mil litros de leite por dia. A largada, na próxima segunda-feira (15), será com 300 mil litros/dia. Sobre esse expressivo investimento, o governador do RS, Eduardo Leite, afirmou que os órgãos públicos se inspiram naqueles que empreendem em momentos delicados para a economia, a exemplo da Santa Clara. "Se vocês têm coragem de empreender nesses momentos tão difíceis, quem somos nós, homens públicos, para não enfrentar os poréns da máquina pública?", indagou. Leite ainda destacou a importância das parcerias público-privadas que, segundo ele, auxiliam o RS a avançar em diversos setores, como o de energia, de infraestrutura e do agronegócio. "O Estado deve ser menor não para ser ausente, mas para ter forças onde ele deve estar presente", afirmou.
Na opinião do presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat) e diretor da Santa Clara, Alexandre Guerra, a instalação dessa unidade é um divisor de águas para o município de Casca não só pelos empregos gerados, "mas pela oportunidade de gerar diversos outros negócios". Guerra aproveitou o momento para expor sua preocupação com a competitividade do Rio Grande do Sul frente ao novo acordo entre União Europeia e Mercosul. "Queremos competir, sim, mas queremos as mesmas armas e as mesmas condições", afirmou sobre os tributos e impostos dos produtos gaúchos que não existem sobre os europeus. 
 
Também destacando o acordo, o senador Luis Carlos Heinze afirmou que haverá discussões durante a Expointer desse ano acerca do assunto. "Os europeus subsidiam seus agricultores com 126 bilhões de dólares por ano, o Brasil só subsidia com sete. Nós não temos subsídio, não temos a carga tributária que eles têm", disse. Assim, o senador ressaltou que o assunto deve ser mais debatido na Assembleia Legislativa, Câmara dos Deputados e Senado Federal. (Assessoria de imprensa Sindilat)
                  
CCGL investe em inovação e pesquisa para qualificar produção e garantir rentabilidade; leite na mira
Considerada uma das maiores cooperativas do Brasil, a Cooperativa Central Gaúcha Ltda. (CCGL) possui mais de 171 mil produtores. Os associados contam com apoio de suas unidades especializadas em tecnologias aplicadas na agropecuária, logística e laticínios.
Na área de tecnologia é feita a experimentação, validação, difusão de tecnologias e práticas agrícolas, buscando a rentabilidade das propriedades rurais de forma sustentável. Já a área de logística, é composta pelos terminais Termasa e Tergrasa, responsáveis pelos serviços de recebimento, armazenagem e expedição de granéis agrícolas no porto do Rio Grande. Juntos, os terminais representam cerca de 14% das exportações da soja brasileira e 52% do movimento dos grãos do Rio Grande do Sul. E, por último, a Unidade de Laticínios, com capacidade para produção de 2,2 milhões de litros de leite por dia, o parque industrial da CCGL conta em sua estrutura com um dos mais modernos processos de fabricação da América Latina.
Conforme o vice-presidente da CCGL, Darci Hartmann, mesmo com o planejamento de investimentos da cooperativa, os impactos da economia nacional refletem na comercialização dos laticínios. "O leite é uma atividade econômica que depende da confiança do mercado. Estamos vendo com preocupação essa redução da expectativa de confiança no crescimento econômico do País. É preciso que o governo elimine barreiras para que os investimentos possam ser feitos. No entanto, queremos acreditar que com a aprovação de reformas possamos ter uma expectativa de um mercado mais promissor para 2020", disse ele.
Hartmann destaca que a cooperativa, ao definir seus diferenciais competitivos, entendeu que investir em pesquisa seria importante para qualificar os seus produtores, com foco na sustentabilidade e na produção em escala e na rentabilidade. "Apesar dos desafios, conseguimos investir em projetos de inovação e na industrialização por meio da intercooperação", destacou. Nesse modelo intercooperativo, explica ele, a CCGL atua onde uma cooperativa individual não consegue trabalhar sozinha. "Recebemos aqui o leite de todas as cooperativas e nós ajudamos no processo de industrialização", ressaltou.
Conforme o dirigente, outro destaque são os projetos da Unidade de Tecnologia, que desenvolve estudos sobre a produção do leite, que tem por objetivo desenvolver e validar tecnologias que atendam às demandas do dia a dia dos produtores, servindo de base para a construção de um sistema simples de produção de baixo risco, alta rentabilidade e racionalização da mão-de-obra. (Jornal do Comércio)
 
 
Brasileiro é reeleito para a presidência do Codex Alimentarius
O brasileiro Guilherme Costa foi reeleito para a Presidência da Comissão Codex Alimentarius. A reeleição ocorreu por aclamação, que é quando todos os países concordam com a escolha de um mesmo nome e nenhum outro membro lança candidato para concorrer ao cargo. A decisão ocorreu nesta segunda-feira (8), durante a 42ª Sessão da entidade, em Genebra, na Suíça.
Guilherme Costa foi eleito para seu primeiro mandato em 2017 e foi reeleito no ano passado, na FAO, em Roma. Ele se comprometeu a continuar priorizando os trabalhos do Codex Alimentarius nas necessidades mundiais dos Países Membros relacionadas à segurança dos alimentos e às práticas leais de comércio. Guilherme Costa é veterinário e auditor Fiscal Federal Agropecuário e trabalha como Adido Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em Bruxelas, na Bélgica.
Segurança
Na abertura da 42ª Sessão do Codex Alimentarius, Guilherme Costa destacou a importância da segurança dos alimentos e do comércio para alcançar a segurança alimentar.  Segundo ele, como uma organização de gerenciamento de risco, o Codex Alimentarius “deve ter a ciência como base”.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que as normas e diretrizes do Codex têm um papel crítico a desempenhar para garantir que as pessoas tenham dietas saudáveis e alimentos seguros. “Todos os países têm o dever de garantir que as normas e diretrizes do Codex sejam desenvolvidas e atualizadas para atingir essas metas”, disse Tedros.
Bukar Tijani, diretor-geral adjunto da FAO, disse que todos os países devem participar efetivamente do trabalho da Comissão do Codex Alimentarius. “Cada pessoa em cada país merece comida segura”.
Codex Alimentarius
O Codex Alimentarius foi criado em 1963 pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Atualmente, 189 Membros fazem parte da entidade. A comissão é responsável por definir padrões internacionais para a produção, controle, verificação e comercialização de alimentos. Esses padrões alimentares visam proteger a saúde dos consumidores e garantir práticas justas no comércio de alimentos. (Terra Viva)
 
 
 
Embrapa lança APPLeite para facilitar a busca de informações tecnológicas sobre a atividade
A Empresa de Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) irá comemorar seus 46 anos de fundação com o lançamento de tecnologias votadas para o agronegócio. Entre os lançamentos está o APPLeite, desenvolvido pela Embrapa Gado de Leite, uma das unidades de pesquisa da instituição. O aplicativo tem o objetivo de tornar mais simples a busca por informações tecnológicas relativas à pecuária de leite para o pequeno e o médio produtor com acesso à internet, via smartphone ou tablet.(As informações são da Embrapa)
 

 

Porto Alegre, 11 de julho de 2019                                              Ano 13 - N° 3.020

    Lactalis faz acordo com Lala e fica de vez com a Itambé
 

A disputa envolvendo o controle do laticínio mineiro Itambé terminou em acordo. Em litígio desde o fim de 2017, a francesa Lactalis anunciou ontem que, após chegar a um entendimento com a mexicana Lala, assumiu definitivamente o controle da empresa criada pela Cooperativa Central dos Produtores Rurais de Minas Gerais (CCPR).

Pelo acordo, as empresas abriram mão de contenciosos que mantinham no Brasil, disse ao Valor o CEO da Lactalis para a América Latina, Patrick Sauvageot. Em contrapartida, a Lala encerrou no México a "relação contratual" com a Parmalat, que pertence à multinacional francesa.

Com a Itambé, a Lactalis consolida a liderança no mercado brasileiro de lácteos, reunindo marcas como Parmalat, Batavo, Président e a própria Itambé, entre outras. O faturamento combinado no Brasil é de quase R$ 8 bilhões por ano, segundo a multinacional francesa.

A compra da Itambé também dá ao grupo francês a liderança em captação de leite no Brasil. No ano passado, a suíça Nestlé figurou na primeira posição, captando 1,6 bilhão de litros, de acordo com o ranking da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Leite Brasil).

Juntas, Lactalis e Itambé captam 2,3 bilhões de litros de leite por ano, o equivalente a 9,4% da produção formal de leite no país. Da última vez em que divulgou dados para ao ranking, em 2017, o laticínio mineiro informou ter captado quase 1 bilhão de litros de leite.

De acordo com Sauvageot, a Lactalis ainda tem espaço para crescer no país. "Se você olha outros mercados no Brasil, os líderes em geral têm mais de 15% [de participação]", disse o executivo.

Perguntado pela reportagem, ele admitiu o interesse da Lactalis na Dairy Partners Americas (DPA), joint venture entre Nestlé e Fonterra que foi colocada à venda neste ano. "Acho que todos do mercado vão estar interessados", afirmou. Se adquirir a DPA, empresa que faturou cerca de R$ 1 bilhão em 2018, a Lactalis desbancará a Danone da liderança do mercado brasileiro de iogurtes.

Encerrado oficialmente ontem, o conflito entre Lactalis e Lala remonta a agosto de 2017, quando a Vigor, que era controlada pela J&F Investimentos, foi vendida para os mexicanos. Na ocasião, a Lala acertou a compra da Vigor e da fatia de 50% que a companhia da J&F tinha na Itambé por R$ 5,7 bilhões. No entanto, a CCPR decidiu fazer valer o direito de recompra dos 50% da Itambé que pertenciam à J&F e retomou 100% do capital do laticínio mineiro. Um dia depois, porém, a cooperativa vendeu a totalidade da Itambé à Lactalis, por estimados R$ 1,9 bilhão.

A reviravolta envolvendo o controle da Itambé levou o grupo Lala à Justiça e à Câmara de Arbitragem Brasil Canadá. Os mexicanos questionaram o que consideravam ser o descumprimento, pela CCPR, do acordo de acionistas que tinha com a Vigor. Um dos argumentos era que o acordo proibia a venda da Itambé a um grupo concorrente, justamente o caso da Lactalis.

Ao Valor, o presidente da CCPR, Marcelo Candiotto, afirmou ontem que o acordo entre Lala e Lactalis é positivo para a cooperativa. "Escolhemos o parceiro que queríamos", disse, defendendo a legitimidade da venda da Itambé ao grupo francês. A CCPR terá um acordo de longo prazo para fornecer o leite produzido pelos cooperados exclusivamente à Lactalis. (Valor Econômico)            

Novas regras para fretes pesam sobre o custo dos adubos
Historicamente beneficiadas por descontos expressivos no "frete de retorno", as empresas de fertilizantes que atuam no país, dependentes de matérias primas importadas, viram seus custos com o transporte de insumos aumentar em pelo menos 50% com a entrada em vigor das novas regras que passaram a nortear a atividade nas rodovias brasileiras.
Segundo David Roquetti Filho, diretor-executivo da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), que representa cerca de 130 companhias fabricantes de matérias-primas ou misturadoras - que fazem os produtos finais vendidos aos produtores rurais -, o segmento foi especialmente prejudicado porque a cobrança do frete de retorno passou a ser obrigatória e os valores cheios para o transporte em suas principais rotas subiram.
Em períodos de escoamento das exportações de soja, diz ele, as cargas de fertilizantes que chegam aos portos costumam ter fartura de caminhões à disposição para chegar ao interior do Brasil. De acordo com Roquetti, em portos como Santos (SP) e Paranaguá (PR), por exemplo, nesses períodos são seis ou sete caminhões que descem com o grão para cada veículo que sobe com adubo. E se antes das novas regras era interessante para um motorista voltar com fertilizantes por valores em média 60% mais baixos que os cobrados na ida, com o "frete de retorno" a prática deixou de ser vantajosa.
Acordos de gaveta entre quem contrata o frete e transportadoras ou motoristas autônomos sempre podem ser negociados, mas a nova legislação prevê multas para quem descumprir os valores mínimos previstos na tabela, que no dia 20 deste mês ganhará novos parâmetros. Cada real pago a menos é passível de multa de R$ 2, o que, se o fio do bigode romper, pode gerar multas milionárias - segundo a Anda, as importações brasileiras de fertilizantes intermediários somaram 27,5 milhões de toneladas no ano passado.
 

 
"O Brasil importa 80% do fertilizante utilizado em suas plantações (...) Os portos brasileiros recebem todo esse volume e, a partir daí, começa um périplo logístico até o proprietário, o qual se dá essencialmente pela via rodoviária. A depender do corredor logístico escolhido, a viagem terrestre pode variar de 400 km a 2.000 km", diz a Anda em estudo enviado a Mario Rodrigues Junior, diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Nesse material, a Anda lembra que o frete responde por "expressiva parcela" do custo do fertilizante - entre 7% e 20% - e que o insumo, por sua vez, representa de 30% a 40% do custo de produção de grãos. Roquetti reconhece que a tendência é que as empresas de adubos repassem seu aumento de custos para os agricultores, reduzindo suas margens. "A Medida Provisória que originou a tabela e a Lei do Frete [13.703/18] são inconstitucionais. Representam indevida intervenção do Estado na economia e estão na contramão dos princípios da livre iniciativa e da livre concorrência", afirma ele.
Segundo ele, a metodologia de tabelamento preparado pelo grupo de pesquisa e extensão em logística da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz (EsalqLog/USP), que norteia os valores que entrarão em vigor no dia 20, também apresenta falhas que continuarão a onerar a cadeia de fertilizantes. O executivo lembra que, em suas contas, a EsalqLog considera, por exemplo, que os caminhões no país têm idade média de sete anos e rodam, em média, a 75 quilômetros por hora, ao passo que no caso dos motoristas autônomos a idade média dos veículos é de 14 a 18 anos e que em seus velocímetros a média é de 40 quilômetros por hora.
"Toda a base do EsalqLog é o frete lotação, que significa transporte do ponto A ao ponto B com o caminhão cheio. Não prevê cargas fracionadas, que param em vários pontos no meio do caminho. Outra questão é o valor do diesel. Para calcular os valores do frete, a EsalqLog pega por referência o preço do combustível na bomba, dado pela ANP. Mas todos sabemos que há negociações diretas entre transportadoras e motoristas com postos que resultam em descontos", afirma Roquetti Filho.
Embora saiba que a Lei do Frete não vai cair, a Anda ainda tem esperanças de que a discussão sobre ela no Supremo Tribunal Federal (STF) possa corrigir o que acredita serem distorções, aprofundadas pelo fato de a tabela não prever a sazonalidade dos transportes de fertilizantes, concentrados entre julho e novembro, com pico em outubro. "Podemos ter uma tabela só para os caminhoneiros autônomos, da mesma forma que o frete de retorno poderia ser liberado em algumas rotas. Outra saída, também para alguns casos, seria a empresa que contrata o frete assumir o custo do diesel", defende. (Valor Econômico)
 
 
Plano de qualificação do fornecedor deve ter envolvimento de toda a cadeia do leite
Plano de qualificação - “Para que o setor leiteiro seja realmente competitivo é preciso que o objetivo de fortalecer a cadeia leiteira seja de todos os integrantes: governo, setor privado, produtores, fornecedores de insumos e clientes”.
 

A afirmação é do auditor e membro da Comissão de Boas Práticas e Bem-Estar Animal do Ministério da Agricultura (MAPA), Bruno Leite. Ele esteve na Embrapa Gado de Leite para detalhar o Plano de Qualificação do Fornecedor de Leite (PQFL), que integra a Instrução Normativa nº 77 (IN77), em vigor desde o início do mês passado. Para nortear as indústrias na confecção de seus planos, o MAPA lançou um guia orientador, disponível gratuitamente no site do Ministério. 
 
 A apresentação de Bruno Leite está disponível para acesso online em: 

http://www.repileite.com.br/page/palestras-recentes

 A normativa estabelece que os laticínios devem manter um programa de autocontrole da qualidade da matéria prima, o leite, para que preserve as condições higiênico-sanitárias adequadas. Para isto, necessitam estabelecer um plano de qualificação de produtores rurais, contemplando assistência técnica e gerencial, bem como a capacitação com foco em gestão da propriedade e implementação das boas práticas agropecuárias. Após a apresentação do auditor, foi realizada uma reunião com as equipes do Laboratório de Qualidade do Leite (LQL), do ensino a distância E@DLeite e do núcleo temático de pesquisa em Saúde Animal e Qualidade do Leite, visando iniciar as discussões para a elaboração do modelo de curso que o laboratório da Embrapa irá oferecer, já que os técnicos dos laticínios devem ser capacitados pela Rede Brasileira de Laboratórios de Controle da Qualidade do Leite (RBQL), conforme prevê a IN77.

Segundo gestor do Núcleo Temático Saúde Animal e Qualidade do Leite, Alessandro de Sá, a associação de cursos teóricos a distância e cursos práticos presenciais é um caminho que está em discussão para se configurar como base do plano de capacitação do LQL. “Temos conhecimento, massa crítica, infraestrutura e espaço nos campos experimentais para elaborar um bom programa de treinamento,” afirmou. O coordenador geral de produção animal do MAPA, André Brugnara, que também participou da reunião e afirmou que o engajamento da Embrapa neste processo é fundamental. “O conteúdo da capacitação que os 10 laboratórios da RBQL vão oferecer aos técnicos de laticínio deve ser padronizado. Essa é uma questão importante. Cada laboratório não deverá ter um plano diferente do outro”, pontuou.
Para Sá, a fidelização entre produtores e laboratórios e entre laticínios e produtores deverá ser uma consequência natural, o que facilitará o processo, já que caberá a cada laticínio ou laboratório convidar seus clientes e fornecedores para estreitar a parceria. Tudo isto tem como objetivo alinhar e aproximar produtores de leite e indústria, de forma que atuem em conjunto para a obtenção de produtos cada vez melhores em qualidade e segurança alimentar. “Laticínio e produtor de leite devem trabalhar alinhados e em sintonia. Não há avanço se cada um caminhar em sentido oposto”, observou Bruno Leite.
Bruno Leite destaca que as INs 76 e 77 são um avanço em relação as legislações anteriores e ao Plano Mais Leite Saudável, que o MAPA estabeleceu em 2015 e alcançou 2023 municípios de norte a sul do país. Ele acrescenta que é a Superintendência Federal de Agricultura (SFA/MAPA) que fará o acompanhamento da execução dos planos de qualificação de fornecedores de leite, ou seja, produtores rurais, por meio de auditorias in loco: “É com base nas experiências anteriores, seus erros e acertos, que conseguiremos avançar. O PQFL é, certamente, um aperfeiçoamento”, salientou.
A IN76 refere-se à aprovação de regulamentos técnicos que fixam a identidade e as características de qualidade que devem apresentar o leite cru refrigerado, o leite pasteurizado e o leite tipo A. A IN77 traz os critérios e os procedimentos para produção, acondicionamento, conservação, transporte, seleção e recepção do leite cru, incluindo a organização da propriedade, suas instalações e equipamentos, a capacitação de funcionários e o controle sanitário sistemático. (Terra Viva)
 
 
Cenário internacional no fórum milkpoint mercado
A China tem aumentado suas compras de derivados lácteos este ano (crescimento de cerca de 26% em equivalente leite nos primeiros 5 meses de 2019 em relação ao mesmo período do ano passado). Ao mesmo tempo, depois de começar o ano em desaceleração, a produção europeia apresentou crescimento significativo no mês de abril (quase 190 milhões de litros adicionais, volume maior do que toda a produção de 1 mês no Uruguai, grande exportador lácteo do Mercosul). (Milkpoint)
 

 

 

Porto Alegre, 10 de julho de 2019                                              Ano 13 - N° 3.019

     Política agrícola a ser exportada 
A cada dia se amplia a participação do governo federal no estímulo à produção da agricultura familiar, por meio das compras públicas para seu abastecimento. Com essa modalidade de compra se permite que administração pública direta e indireta dos governos federal, estadual e municipal possam a ter a possibilidade de adquirir alimentos dos pequenos agricultores, de forma mais simplificada pelo site institucional www.comprasagriculturafamiliar.gov.br O governo brasileiro estima que, de 2016 a 2019, as compras institucionais de alimentos dos produtores da agricultura familiar cheguem a R$ 864 milhões, quase oito vezes mais que o período de 2012 a 2015, quando adquiriu R$ 112,6 milhões de produtos. Os valores demonstram o reflexo positivo dessas compras públicas de alimentos produzidos por agricultores familiares. Com isso, valoriza-se o que se produz regionalmente e se fortalece as cadeias produtivas curtas por meio das compras que são realizadas por órgãos federais, tais como: hospitais públicos, as Forças Armadas, presídios, refeitórios de creches e restaurantes universitários, entre outros.
 
De todos esses, a participação efetiva tem sido das Forças Armadas, responsável por, em média, 75% das compras institucionais brasileiras. Isso é um exemplo do fortalecimento desta política institucional porque, apenas nos 100 primeiros dias da nova gestão, as compras institucionais foram da ordem de R$ 100 milhões, o equivalente a R$ 1 milhão ao dia, o que demonstra o esforço do Ministério da Cidadania, liderado pelo ministro Osmar Terra. Como dirigente de organismo internacional de cooperação para a agricultura, ligado à Organização dos Estados Americanos (OEA), vejo que esta política com sua metodologia que o governo pode dar. Assim, o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) deve ser ponte para troca de experiências e apoio na realização de projetos de cooperação técnica com outros países que, com base na experiência brasileira de venda institucional de produtos da agricultura familiar, repliquem este modelo em seus países e desenvolvam seus pequenos e médios produtores. 
 
Os dados revelam que um programa que trabalha com inclusão produtiva rural faz com que o agricultor possa ter a possibilidade de melhorar sua renda e, cada vez mais, sair do assistencialismo governamental. Somado a isso, como as compras acabam sendo regionalizadas, permite-se, ainda, que o desenvolvimento econômico e social floresça de forma descentralizada pelo interior do País.  
 

Caio Tibério da Rocha - Coordenador Regional do Mercosul do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura e ex-secretário de Agricultura/RS   (Jornal do Comércio)                 

 
Mercosul-UE: veja como ficam as tarifas e cotas para produtos agrícolas
Produtos agrícolas brasileiros vendidos para o mercado europeu terão as tarifas zeradas ou reduzidas. O acordo prevê ainda normas para a aplicação do princípio da precaução.
Com o acordo Mercosul-União Europeia, cerca de 99% das exportações agrícolas brasileiras terão as tarifas eliminadas (zeradas) ou parcialmente reduzidas. Aproximadamente 82% dos produtos agrícolas terão acesso livre ao mercado europeu e o restante ampliará a participação por meio de cotas preferenciais fixas. 
Livre comércio
Produtos brasileiros que terão as tarifas totalmente eliminadas. As importações europeias desses produtos somam quase a totalidade das vendas agrícolas brasileiras em 2018 (US$ 14 bilhões).
 
Cotas 
Lista dos produtos que terão acesso ampliado ao mercado europeu por meio de cotas tarifárias.
 
Tratamentos mistos
Concessões do Mercosul 
No acordo, quase 96% das importações do Mercosul alcançarão livre comércio em 15 anos. Foram estabelecidas cotas e períodos de transição mais longos para produtos considerados mais sensíveis pelos países sul-americanos.  
 
Princípio da Precaução  
 

Indicadores sinalizam a melhora do emprego no 2º semestre, aponta FGV

Menor incerteza no cenário político e previsão de atividade mais aquecida no segundo semestre impulsionaram melhora em dois indicadores de emprego da Fundação Getulio Vargas (FGV). Após recuar por quatro meses, o Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) subiu 0,8 ponto entre maio e junho, para 86,6 pontos, informou ontem a fundação. Já o Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) caiu 1,1 ponto para 94,6 pontos. Mas a continuidade da melhora ainda é uma incógnita, na análise de Rodolpho Tobler, economista da FGV. Isso porque é preciso ver se a atividade econômica mais aquecida se confirmará neste semestre - e se ela se converterá em maior abertura de vagas.

Cinco componentes contribuíram positivamente para o IAEmp em junho. Os destaques foram os de expectativas dos consumidores em relação ao emprego nos seis meses seguintes e o que avalia a percepção sobre a situação atual dos negócios das empresas do setor de Serviços, que subiram 7,4 pontos e 6,4 pontos, entre maio e junho, respectivamente. Já no caso do ICD, a classe de renda que mais contribuiu para o recuo foi a de consumidores com renda familiar mensal de R$ 2,1 mil a R$ 4,8 mil. 

Foram observados sinais de cenário melhor para os próximos meses, tanto para a economia quanto para a política. Ocorreram avanços no andamento da reforma da Previdência, que, se aprovada, vai conferir maior confiança. 

Apesar de sinais claros de atividade fraca no primeiro semestre, há um entendimento tanto de mercado quanto do empresariado de que a economia vai operar de forma mais aquecida. Mesmo assim, ele chamou atenção para o fato de que, mesmo com a alta em junho, o IAEmp opera em patamar muito baixo. Em maio, o indicador estava em 85,8 pontos, menor pontuação desde junho de 2016 (82,2). "Foi uma alta sim em junho, mas em cima de uma base de comparação muito fraca", afirmou ele.

Ele salientou ainda que, embora a reforma da Previdência seja o primeiro passo para otimismo maior com a economia, não é a única reforma necessária. Outras, como a tributária, também devem ser realizadas para aumento de otimismo entre o empresariado - que possa favorecer rodada de abertura de vagas. 

O especialista reiterou ser fundamental, além da aprovação da Previdência, ações mais incisivas do governo para reativar a economia e impulsionar o aumento de abertura de vagas. (Valor Econômico)

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse na segunda-feira que, "se
Deus quiser", conseguirá um orçamento de R$ 2 bilhões para o programa
federal de subsídios aos prêmios do seguro rural no Plano Safra 2020/21, que
entrará em vigor em 1º de julho do ano que vem. A indicação da ministra
ainda está distante tendo em vista que o Plano Safra 2019/20 acabou de
começar - com R$ 1 bilhão prometidos para o seguro. Vale lembrar, porém,
que esse montante, que já é mais que o dobro do disponibilizado na safra
passada, pode ser contingenciado ao longo do próximo ano. A possibilidade
de contingenciamento dos recursos para o seguro, comum nos últimos anos,
continua a provocar muitas incertezas entre seguradoras e produtores. A fala
da ministra sobre o Plano Safra 2020/21 foi feita em cerimônia do Banco do
Brasil em Campo Grande (MS).

Porto Alegre, 09 de julho de 2019                                              Ano 13 - N° 3.018

     Câmara Setorial do Leite do RS debate os impactos das INs 76 e 77
 

Crédito: Stéphany Franco
Diversas entidades ligadas ao setor lácteo, entre elas o Sindicato da Industria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), participaram da reunião da Câmara Setorial do Leite, realizada nesta terça-feira (09/7), na sede da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Estado. O objetivo do encontro foi debater os impactos da implementação das Instruções Normativas (INs) 76 e 77,  que regulamentam a qualidade, conservação, acondicionamento e transporte do leite em todo o País desde 30 de maio.
Para o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, o encontro visa a aproximar a cadeia produtiva e discutir estratégias para driblar as dificuldades encontradas no dia a dia da atividade leiteira. "Os produtores ainda enfrentam problemas para se adequar às normativas, mas eles entendem que as mudanças vieram para melhorar a qualidade do produto e fomentar a exportação", reflete. 
Na oportunidade, a médica veterinária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) Milene Cé, citou os motivos para a criação das INs 76 e 77 e as principais vantagens das novas regras. "Os produtores podem fazer o número amostras que acharem necessário", afirma Milene, lembrando que o RS possui quatro laboratórios credenciados para fazer a análise do leite cru.
O Plano de Qualificação de Fornecedores de Leite foi pautado pelo médico veterinário do Mapa Roberto Lucena. Ele apresentou um panorama geral sobre o programa Mais Leite Saudável, iniciativa que já conta com mais de 30 mil produtores beneficiados no Rio Grande do Sul, e ressaltou a importância da assistência técnica e do manejo ambiental dentro das propriedades.
Ao final na reunião, o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, fez considerações a respeito das reuniões itinerantes realizadas pelo interior do Estado. "Após nove encontros, percebemos que a maior preocupação dos produtores é em relação à falta de  infraestrutura viária e energia elétrica", pontua Palharini. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
                  
 
Produção/AR 
As exportações de lácteos da Argentina enfraqueceram no primeiro trimestre em relação ao ano passado, pressionadas pela apertada oferta doméstica.
A Argentina é uma das principais regiões exportadoras de lácteos do mundo, mas, a produção de leite no país permanece abaixo da do ano passado, em meio a preocupações econômicas e climáticas.
Os números argentinos de produção de leite para maio foram estimados em 785 milhões de litros, uma queda de 1,7% em um ano. A diferença entre os números da produção diminuiu consideravelmente desde o início da temporada. A produção de abril foi 5% menor do que a registrado no mesmo mês do ano passado.
O aumento na produção de leite pode ser atribuído às margens melhores. As grandes safras de soja e milho em toda a América do Sul resultaram em suprimentos abundantes que reduziram os preços dos alimentos nas últimas semanas. O fornecimento mais restrito de leite doméstico contribuiu para o aumento do preço do leite em maio, 9% a mais que abril. Os preços mais elevados do leite e a queda na alimentação estimularam a produção no período que antecede o pico, em outubro.
As exportações de lácteos caíram em grande parte do ano passado. As exportações de leite em pó no primeiro trimestre deste ano foram de 8,3 mil toneladas a menos que no mesmo período do ano passado. Menor produção de leite reduziu o processamento nas fábricas e as indústrias priorizaram a manutenção de suprimentos domésticos em detrimento das exportações. Isso deve ser invertido, se a produção de leite continuar a aumentar com preços mais baixos e melhores margens. O acordo comercial UE-Mercosul, assinado recentemente, reduzindo as tarifas entre os membros sul-americanos  deve dar a oportunidade para aumentar as exportações de produtos lácteos para a UE. (Terra Viva)
 
 
 
Indústria de laticínios terá que aumentar a competitividade para enfrentar a concorrência da União Europeia
O presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios, Alexandre Guerra, avaliou o impacto do acordo Mercosul e União Europeia para o setor de lácteos. Destacou também o desempenho do primeiro semestre do segmento. Clique aqui para ouvir o áudio da entrevista (Agert)

Porto Alegre, 08 de julho de 2019                                              Ano 13 - N° 3.017

     Governador Eduardo Leite visita a Cooperativa Santa Clara
Na tarde da última sexta-feira, 05, o Governador do Estado, Eduardo Leite, juntamente com o vice, Ranolfo Vieira Júnior, acompanhados de outras lideranças políticas, estiveram na Cooperativa Santa Clara, onde foram recepcionados pelo presidente Rogerio Bruno Sauthier, pelo diretor administrativo e financeiro, Alexandre Guerra, e demais gestores. 
Além de conhecer a estrutura da Cooperativa, Leite aproveitou para confirmar presença na inauguração da nova unidade de Laticínios da Santa Clara, na próxima sexta-feira, 12, em Casca. À noite, Eduardo Leite e Ranolfo Vieira Júnior também passaram pelo estande da Santa Clara no Festiqueijo. (Assessoria de imprensa Santa Clara)
 

Fotos: Gustavo Mansur / Palácio Piratini 
 
                

Em parceria com o Mapa, Ministério Ciência e Tecnologia pretende expandir a conectividade no campo

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento avançou nesta semana com as discussões para ampliar o acesso à internet no campo. Em reunião do Grupo de Trabalho sobre conectividade no mundo agro, realizada nesta última quinta-feira (4), o Mapa consolidou a parceria com o Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações para definir as ações prioritárias que devem ser empreendidas para expandir a conectividade na área rural.

Além de integrantes dos dois ministérios, participaram do encontro representantes do setor produtivo, de operadoras de telecomunicações e da Frente Parlamentar da Agropecuária. Também integram o GT profissionais da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater), entre outros.

O Departamento de Inovação para a Agropecuária do Mapa estima que de 6% a 9% da agricultura brasileira tenha algum tipo de conectividade. Só na área urbana, há uma demanda urgente por mais de 100 mil torres de conexão e, com o avanço da rede 5G, essa meta salta para 500 mil.

“Tem muita coisa para ser trabalhada para melhorar a conectividade no campo. Hoje, o Brasil tem algo em torno de 90 mil torres de conectividade na área urbana. Os Estados Unidos têm cinco vezes esse número, algo em torno de 500 mil torres. A China tem dois milhões de torres”, comentou Luís Cláudio França, diretor de Inovação para Agropecuária do Mapa.

Para ter um mapeamento mais exato sobre o gargalo de acesso à internet no país, o Ministério da Agricultura firmou uma parceria com a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP) para a elaboração de um estudo inédito. “Esse estudo é importantíssimo para qualificar a tomada de decisão sobre conectividade. Ele vai dar uma noção sobre o que realmente vamos precisar para fazer investimento nos próximos anos. Também vamos identificar o quanto cada real investido em infraestrutura vai gerar de outros reais no setor produtivo”, explicou França.

O resultado do levantamento deverá ser apresentado aos integrantes do Grupo de Trabalho até o início da próxima semana. Um dos principais objetivos é dar condições de avanço na pesquisa de apoio à agricultura digital e qualificar o trabalho de assistência técnica rural.

“O Brasil tem que promover o crescimento de 20% na produção agropecuária nos próximos dez anos. Nós só vamos conseguir isso inovando a nossa forma de produzir”, declarou França.

Os participantes decidiram elaborar um manifesto com os principais pontos que impedem o desenvolvimento de infraestrutura de comunicação no país. Entre as reivindicações colocadas na carta está a aprovação de projetos de lei que estão parados no Congresso Nacional e que, se aprovados, poderiam flexibilizar o uso de recursos de alguns fundos para investimento em infraestrutura de conectividade no campo. (As informações são do Mapa)

 

Perspectivas do USDA sobre o mercado lácteo da América do Sul – Relatório 27 de 03/07/2019

Leite/América do Sul – A produção de leite ao nível das fazendas está melhorando progressivamente na América do Sul, especialmente no Cone Sul da região. As condições climáticas estavam favoráveis nas principais bacias leiteiras na última semana, com efeitos insignificantes da El Niño. 
Na verdade, o clima seco está favorecendo a colheita de milho, e o plantio de grãos de inverno, principalmente na Argentina. A oferta de leite e creme tem sido suficiente para atender as necessidades de processamento em todo o Cone Sul. Com o início das férias escolares de inverno, o volume de leite para outros produtos deve aumentar nos próximos dias. A demanda doméstica por produtos lácteos, em nível de varejo, está estagnada, especialmente na Argentina e no Brasil, já que a instabilidade econômica está prejudicando o poder de compra dos consumidores.  
Ainda assim, na semana passada, a União Europeia (UE) e o Mercosul chegaram a um acordo comercial, depois de 20 anos de negociações. O acordo comercial estabeleceu cotas de importações de lácteos da UE para o Mercosul, que serão implantadas gradualmente. Em dez anos 30.000 toneladas de queijo, 10.000 toneladas de leite em pó, e 5.000 toneladas de fórmulas infantis. As tarifas também serão reduzidas gradualmente no mesmo período, e em dez anos chegarão a zero. Por enquanto, no entanto, o acordo precisa ser aprovado pelo parlamento de todos os países dos dois blocos, bem como pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho da UE. (Terra Viva)
 
 
 
Rússia amplia proibição de produtos lácteos dos EUA e da UE
Vladimir Putin, presidente da Rússia, estendeu na semana passada a proibição do país às importações de lácteos  dos Estados Unidos e da União Europeia (UE) até 2020, informou o boletim do Dairy and Food Market Analyst. A proibição foi instituída pela primeira vez em 2014, depois que os EUA e a UE sancionaram a Rússia pela invasão da Ucrânia imediatamente após as Olimpíadas de 2014. A Rússia importava enormes quantidades de queijo da Europa, ao mesmo tempo, a UE havia acabado de elevar as cotas de produção de leite que estavam em vigor desde os anos 80. A combinação de aumento na produção de leite na Europa e menores vendas de queijos resultou na criação pela Europa de enormes estoques de leite em pó, que pairaram sobre os mercados nos quatro anos seguintes. Esses estoques foram finalmente eliminados no inverno passado. Muitos analistas acreditam que as sanções comerciais russas foram o início da espiral descendente dos preços dos lacticínios, que só agora começou a inverter. (As informações são do https://www.milkbusiness.com, traduzidas pela Equipe MilkPoint) 

 

 

Porto Alegre, 05 de julho de 2019                                              Ano 13 - N° 3.016

     Seminário atrai produtores de leite e estudantes em Erechim
Com foco na agricultura familiar, o  III Seminário de Bovinocultura de Leite do Alto Uruguai, realizado na última quinta-feira (04/7), reuniu estudantes e pequenos produtores de leite da região a fim de discutir assuntos que refletem diretamente na atividade. O encontro, promovido pela Emater/Rs-Ascar, ocorreu na sede da Associação Comercial, Cultural e Industrial de Erechim (ACCIE) e contou com a participação do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat).
Entre os temas debatidos está a implementação das Instruções Normativas (INs) 76 e 77 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que, desde 30 de maio, regulamentam a qualidade, conservação, acondicionamento e transporte do leite. Foram abordados itens como o percentual da produção gaúcha que atende os novos parâmetros e perspectivas do mercado lácteo no Estado, no Brasil e no mundo. Os temas foram abordados pelo secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, que participa do ciclo de palestras itinerantes que acontece no interior do Rio Grande do Sul, desde maio, sobre as novas normativas do Mapa.
Na oportunidade, Palharini também citou os principais pontos em discussão sobre o acordo entre a União Europeia e o Mercosul, esclarecendo o que poderá significar risco ou oportunidade para o setor. "O meu objetivo era tranquilizar e sanar algumas  dúvidas, pois o acordo deverá permitir o livre comercio de produtos", disse, alertando que o acordo somente valerá após aprovação de todos os países integrantes dos blocos.
Durante o evento, as produtoras Franciele Gusatto, de Francisco Beltrão (PR) e Larissa Zambiasi, de Coqueiros do Sul (RS) contaram aos participantes os desafios do dia a dia da atividade leiteira com relação, principalmente, à sucessão rural, mostrando como é possível fazer essa transição e aumentar a produção. Atualmente, a propriedade de Franciele produz 10.000 litros/dia e a de Larissa, 1.250 litros/dia.

Segundo  o assistente técnico regional da Emater Vilmar Fruscalso, o encontro foi um sucesso e teve a participação de cerca de 600 pessoas. "O seminário foi acima das expectativas. Vieram representantes de 40 municípios para prestigiar as palestras que tratavam de assuntos muito pertinentes à atividade leiteira dentro das propriedades", finalizou Fruscalso, já planejando o evento do próximo ano. O evento contou com a cobertura da imprensa local, confira aqui:  https://globoplay.globo.com/v/7739897/programa/. (Assessoria de Imprensa Sindilat)


Crédito: Terezinha Vilk/Emater/RS-Ascar  

                  
 
Acordo Mercosul-UE vai aumentar a competitividade da agricultura brasileira, diz ministra

O acordo entre o Mercosul e a União Europeia vai modernizar e aumentar a competitividade da agricultura brasileira, avaliou a ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) nesta quarta-feira (3). Em entrevista à imprensa, ela afirmou que o acordo irá permitir que os produtos do país se tornem mais atraentes e alcancem um mercado de aproximadamente 700 milhões de pessoas.

"Vai trazer para o Brasil uma busca de mais qualidade e competitividade para acessar esse mercado, que é um mercado acessado por países como Canadá, Coreia. O Brasil vai estar em igualdade de condições", disse a ministra. 

Além de tornar as exportações para a União Europeia mais acessíveis para os grandes produtores, a ministra afirmou que a intenção do governo com a parceria é colocar os pequenos e médios produtores num patamar para que eles possam atingir esse mercado. "Nós vamos trazer essa possibilidade para esses produtos agrícolas que já são muito competitivos dentro da porteira". 

Durante a entrevista, a ministra ainda esclareceu os principais pontos do acordo, como o princípio da precaução, os prazos para ele entrar em vigor e as cotas com as quantidades alguns produtos agrícolas que poderão ter benefícios fiscais ao serem vendidos ao bloco europeu.

Ela também lembrou que a parceria poderá abrir caminho para novos acordos comerciais do Brasil, lembrando que há quatro acordos em vista que podem ser fechados nos próximos anos: com Associação Europeia de Livre Comércio, Canadá, Coreia do Sul e Cingapura.

A ministra avaliou que a resistência da França ao acordo Mercosul-UE revela que os produtores daquele país "estão temendo a nossa competitividade". "Para os brasileiros é muito bom, mostra que estão temendo nossa entrada no mercado", afirmou. Para Tereza Cristina, a reação é "normal e esperada". "Assim como nós vamos ter que fazer alguma adaptação, eles também terão que fazer".

Princípio da precaução
O secretário de Comércio e Relações Internacionais, Orlando Ribeiro, explicou a inclusão do princípio da precaução acordo. Segundo ele, esse era um elemento central para que o acordo fosse assinado. "A gente manteve a expressão mas encapsulou completamente qualquer possibilidade de uso do princípio contra o Brasil. Nós buscamos garantias para evitar ou reduzir o risco desse abuso que justificassem barreiras ao comércio", disse.

Ele também explicou que princípio não consta do capitulo fitossanitário, apenas no capítulo sobre meio ambiente e sustentabilidade. "Isso já tira qualquer possibilidade de aplicação do princípio da precaução para temas sanitários", disse.

"Nós colocamos várias garantias para que isso não fosse usado politicamente", disse a ministra, lembrando que o princípio da precaução é um ponto que a União Europeia coloca como base nos seus acordos.  

O secretário explicou que, em teoria, o princípio da precaução permite que um país rejeite a importação de um produto alegando que ele faz mal à saúde humana e quem tem que provar o contrário é o país exportador. "Se a gente aceitasse na acepção original, toda vez que fôssemos exportar os europeus poderiam dizer que não queriam importar um produto porque acham que faz mal à saúde".

No entanto, foram incluídas nas negociações cláusulas expressas para evitar restrições arbitrárias. Assim, no acordo Mercosul-União Europeia, haverá a necessidade de basear as medidas em evidências cientificas. Caso essas evidências sejam inconclusivas, a aplicação do dispositivo ficou restrita a situações que ocorram no território da parte que aplica a medida, que deverá também assumir o ônus da prova.

Alíquotas
Orlando Ribeiro embrou que, com o acordo, 82% das exportações agrícolas brasileiras ficarão com tarifa zero em dez anos. "O acordo cobre 99% das exportações. Ficou o mínimo com cotas e essas cotas são bastante generosas. Arroz, por exemplo, ficou com uma cota de 60 mil toneladas, frango 180 mil toneladas, açúcar 180 mil toneladas. A reação do setor produtivo tem sido bastante favorável", disse. A ministra também citou o caso do café solúvel e torrado, cujas tarifas serão totalmente zeradas em quatro anos. Ela lembrou que o Brasil  hoje só exporta café verde, em grão,  e que países como  Alemanha e Itália fazem os blends e vendem caro o produto,  como café gourmet. "Café é um exemplo muito bom. Teremos alíquota de 9% e desgravação em quatro anos", explicou. Tereza Cristina destacou, ainda, que houve grandes ganhos ao Brasil na exportação de frutas, um grande potencial brasileiro, ainda pouco explorado. Ela anunciou que a uva, por exemplo, terá a tarifa eliminada assim que o acordo entrar em vigor. E abacate terá alíquota zerada em quatro anos. O Brasil também se beneficiou com cotas de açúcar, etanol e carnes, setores tradicionalmente protegidos na Europa.

Meio ambiente
Sobre questões envolvendo o meio ambiente, a ministra afirmou que isso não será um entrave para a execução do acordo. Ela lembrou que o Brasil tem leis ambientais como o Código Florestal que devem ser cumpridas. "Não muda nada para nós, onde a produção está, ela tem que estar legalizada. O Brasil assinou o acordo de Paris e deve cumprir todas as suas metas", afirmou.

Prazos
Antes de entrar em vigor, o acordo precisa ser aprovado pelos parlamentos da União Europeia e do Mercosul. A ministra disse confiar que isso ocorra em aproximadamente dois anos. (MAPA)

Puxadas pelos leites em pó, importações diminuem 22% com relação a maio

A Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) divulgou os dados da balança comercial láctea nesta quarta-feira (03). Segundo a SECEX, ocorreu uma diminuição de 22,1% na quantidade importada de leite (em litros equivalentes) no mês de junho em relação a maio, com 81,9 milhões de litros em equivalente leite importados. Na comparação de junho de 2019 com o mesmo mês do ano passado, a quantidade importada ficou 1,4% maior.

Os 6,9 milhões de litros exportados pelo Brasil em junho deste ano representaram uma redução de 35,7% em relação aos 10,7 milhões de litros de maio em equivalente leite. Na comparação com jun/18, essa diminuição foi de 1,9%. Confira a evolução no saldo da balança comercial láctea, que foi de -75 milhões de litros em junho, no gráfico 1.

Gráfico 1. Saldo da balança comercial de lácteos no Brasil. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados da Secex.
 

As diminuições das importações de leite em pó ocorrem em um momento de mercado internacional em que o desnatado vem se valorizando desde o começo do ano. No mesmo período, a Argentina e - principalmente o Uruguai - vêm apresentando redução em suas produções de leite, de -6,3% e de -9,4% respectivamente no acumulado de jan-mai/19 versus o acumulado jan-mai/18.

Assim, com a produção interna de leites em pó abastecendo o mercado brasileiro, junto à quantidade restrita de leite em pó dos vizinhos do Mercosul, foi possível notar uma redução nas importações.

Com essa conjuntura, as 5 mil toneladas de leite em pó integral (LPI) internalizadas em jun/19 representam uma redução de -17% em relação a mai/19, enquanto as 1,4 mil toneladas de leite em pó desnatado (LPD) representam uma redução de -39%, considerando o mesmo período. Outros produtos como queijos, manteigas e soro de leite também apresentaram redução nas importações brasileiras em junho. Na tabela 1, é possível observar as variações da quantidade importada desses derivados lácteos.

Tabela 1. Variação em % da quantidade importada em toneladas pelo Brasil por produto, jun/19 comparado com mai/19 e com jun/18. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados da Secex.
 

Desde o fim das cotas quantitativas com origem argentina (que se findaram em maio de 2018), o mês de maio de 2019 foi o primeiro no qual as importações brasileiras de leites em pó originadas do Uruguai superaram as importações dos leites em pó argentinos. Essa diferença se fez mais presente em junho de 2019, como é possível notar no gráfico 2.

Gráfico 2. Quantidade mensal de importações brasileiras de leites em pó da Argentina e do Uruguai em mil toneladas. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados da Secex.


 
Na tabela 2, é possível observar as movimentações do comércio internacional de lácteos para o mês de junho deste ano.

Tabela 2. Balança comercial láctea em junho de 2019. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados da Secex.
 
 (Milkpoint Mercado)

 
Guedes prepara corte tributário
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou ontem, que o governo tem dois anos para "simplificar, eliminar e reduzir impostos", em referência ao período previsto para que o acordo entre Mercosul e União Europeia entre em vigorar. Antes de começar de fato, o acordo precisa ser aprovado pelos congressos dos países que participam dos blocos. Guedes falou na apresentação na edição da Expert, evento da XP Investimentos, em São Paulo. O trabalho que o governo pretende fazer na área tributária tem o objetivo de tornar o país mais competitivo, em condições de disputar no mercado internacional e para que o acordo seja positivo para o Brasil. O ministro criticou a maneira como o MDIC (antigo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio) estava funcionando na relação com o setor privado, com lideranças industriais obsoletas que travavam a abertura. "Não teria sido possível (o acordo) se não tivéssemos juntado os ministérios", disse. (Correio do Povo)

Porto Alegre, 04 de julho de 2019                                              Ano 13 - N° 3.015

     Previstas medidas para o leite e o vinho

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse ontem que o governo busca medidas para aumentar a competitividade dos vinhos e lácteos brasileiros, setores que se consideram prejudicados pelo acordo entre Mercosul e União Europeia (UE). Para a cadeia do leite, informou que há tratativas que poderão gerar isenção de até 35% na importação de máquinas. Para o vinho, anunciou a criação de um fundo para incentivo à produção e industrialização. Os recursos para o fundo virão do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre a circulação de vinhos. "Isso deve entrar em vigor o mais rápido possível", adiantou a ministra, em coletiva de imprensa. Ainda sobre o leite, Tereza Cristina disse que o setor já causava preocupação, mesmo antes do acordo. Para a ministra, é preciso "fazer uma arrumação interna e achar políticas públicas" voltadas à competitividade. 

O presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, cobrou medidas compensatórias para que a cadeia consiga concorrer de igual para igual com as de outros países. "A gente já sofria pressão no Mercosul, e agora esta pressão aumenta com a retirada da tarifa de importação da Europa, que dá muitos subsídios aos seus produtores", preocupa-se. A respeito da redução de impostos para importação de máquinas, Guerra diz que este é pleito antigo da entidade, que inclui equipamentos, tecnologias, insumos. "Muitos fatores precisam ser pensados para que mais produtores se tornem competitivos", afirmou, citando a simplificação de impostos, estradas de qualidade e melhoria da energia elétrica, entre outros. 

Em relação ao vinho, o embaixador Orlando Ribeiro, que participou da coletiva de imprensa, disse não haver um valor fechado para o fundo, mas que "seria bom algo em torno de R$ 150 milhões ao ano para dar musculatura ao setor". Pelo acordo comercial, os vinhos terão um período de oito anos de transição, enquanto que para espumantes o tempo será de 12 anos. Ao final deste prazo, serão zeradas as tarifas e começa o livre comércio entre as partes. Para o presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Oscar Ló, o anúncio da criação do fundo mostra o reconhecimento do governo quanto aos prejuízos que o setor vai ter. "Além do fundo, precisamos de mais medidas, porque vamos ter um grave problema social se não dermos condição para os produtores rurais sobreviverem na atividade", advertiu. (Correio do Povo)
 
                  
 

Nota de pesar 

O Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat) comunica, com profundo pesar, o falecimento de Amilton Strelow, 51 anos, ex-integrante de sua diretoria, e se solidariza com toda a comunidade de São Lourenço do Sul, cidade na qual Strelow deixa um legado em prol da agricultura familiar e do fortalecimento do cooperativismo.

Ainda em 1990, o jovem agricultor já se destacava na defesa da pequena propriedade e, pouco tempo depois, esteve à frente da inauguração da Cooperativa Mista de Pequenos Agricultores da Região Sul (Coopar/Pomerano) na condição de sócio-fundador. 

De lá para cá atuou como presidente e gerente geral da cooperativa, período em que se consolidou como gestor focado nas necessidades e demandas da agricultura familiar. Foi um exemplo de superação, dedicação e prova de que a agricultura familiar pode estar à frente de grandes empreendimentos e contribuir para o crescimento coletivo no campo. (Assessoria de Imprensa Sindilat) 


Crédito: Benildo Barbosa/Comunicação e Marketing Coopar

Rolnei Volpi é indicado para presidência da Câmara Setorial do Leite e Derivados

O setor lácteo indicou o nome de Ronei Volpi para assumir, a partir de agosto, a presidência da Câmara Setorial do Leite e Derivados, do Ministério da Agricultura (Mapa). O nome foi escolhido em reunião da própria câmara, em Brasília. Médico veterinário da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) e coordenador da Aliança Láctea Sul Brasileira, Volpi tem passagem pela superintendência do Senar PR, é produtor de leite e um dos fundadores do primeiro Conseleite do Brasil. A indicação passará, ainda, pelo aval da ministra da Agricultura Tereza Cristina. Se confirmado para o cargo, será o primeiro representante da região Sul a assumir o posto, substituindo o atual presidente Rodrigo Alvim.

Segundo Volpi, a indicação foi uma grande e grata surpresa. "Fui indicado devido ao meu trabalho e dedicação à atividade leiteira. Fiquei muito feliz pelo reconhecimento dos colegas". Dois grandes desafios o esperam assim que assumir o novo cargo: a implementação das Instruções Normativas (INs) 76 e 77 e o acordo entre a União Europeia e o Mercosul, que permite o livre comercio de produtos entre os blocos. "Esse acordo tem ameaças e oportunidades que abrem portas para a comercialização de lácteos para o mundo", afirma. Volpi garante que irá trabalhar com afinco para que nenhum produtor seja impedido de realizar a atividade por não atingir os parâmetros exigidos pelo Mapa.

De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), Alexandre Guerra, a escolha de um representante da região Sul para a presidência da Câmara Setorial do Leite e Derivados é muito importante para os produtores gaúchos, ainda mais porque, além de ser produtor de leite,  o indicado tem vasta experiência profissional. (Assessoria de Imprensa Sindilat)


Crédito: Wenderson Araujo/CNA

 

Exportações aéreas para China ganham reforço 

A exportação de mercadorias brasileiras para a China, em especial os produtos frescos e de alto valor, ganhou novo impulso com a ampliação da frequência de voos de carga. O Consulado-Geral do Brasil em Cantão anunciou, nessa quarta-feira (03/7), que os serviços aéreos da Ethiopian Airlines, com voos de carga no trecho Chongqing-São Paulo operados por cargueiros 777, com escala técnica em Adis Abeba, será semanal. A capacidade do transporte é de 100 toneladas, aproximadamente. 

A informação foi repassada pela Secretaria de Comércio e Relações Internacionais Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Além disso, o Consulado informou que a holding Sino-Lac está em vias de finalizar entendimentos para estabelecer frequência regular de serviços aéreos de carga para São Paulo, com escala em Luanda. (Assessoria de Imprensa Sindilat) 

 
 
IN's 76 e 77 - Adaptação deve ser lenta
Os produtores ainda estão em fase inicial de adaptação às instruções normativas (INs) 76 e 77 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que entraram em vigor há pouco mais de um mês e estabelecem novos padrões de qualidade, identidade, transporte e conservação do leite em todo o país. O presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva, estima que o produtor precisa de pelo menos um ano para se adequar às regras e que, para isso, não depende só de fazer investimentos, como a compra de resfriadores, mas também de respostas a questões estruturais que não dependem dele, como a qualidade da energia elétrica. A veterinária e consultora de qualidade do Sindilat, Letícia Vieira, ressalta que as empresas gaúchas estão mapeando as condições de produção dos seus fornecedores. Algumas, diz ela, já elaboraram um check list para os agricultores apontarem sua capacidade de atendimento às novas regras. "Quando se tiver este diagnóstico é que vai ser possível estabelecer outras ações", destaca. (Correio do Povo)

Porto Alegre, 03 de julho de 2019                                              Ano 13 - N° 3.014

     Mercado Desigual

Com cota recíproca definida em 45 mil toneladas por ano, e redução progressiva de taxas em até 10 anos, o comércio de lácteos entre Mercosul e União Europeia preocupa a indústria brasileira.

- Já somos pressionados pelos países do Mercosul, que têm custos menores de produção. Agora teremos mais a pressão dos produtos europeus - prevê Alexandre Guerra, presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Rio Grande do Sul (Sindilat-RS).

Segundo o dirigente, a capacidade produtiva brasileira é bem diferente da dos europeus, que historicamente recebem incentivos para produção.

- O leite já vem passando por um momento difícil. Teremos de trabalhar a nossa competitividade - indica Guerra, acrescentando que o setor precisará de medidas compensatórias para competir de igual para igual.

Ontem, a Nestlé anunciou o fechamento de unidade de recebimento de leite localizada em Palmeira das Missões. Segundo a multinacional, o trabalho será absorvido pela fábrica de Carazinho, onde itens da marca são produzidos no Estado. Será mantida a compra de leite de 127 produtores na região. A medida visa a otimizar a logística e aumentar a eficiência. (Zero Hora)
 
                  
 

Mapa lança sistema para facilitar acesso da população a atos regulatórios

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento lançou nesta terça-feira (2) o Sistema de Monitoramento de Atos Normativos (Sisman), que visa dar transparência e facilitar a participação da sociedade nos atos de regulação de competência do Mapa. O sistema online, inédito no governo, facilita a interatividade, especialmente nos casos de consultas públicas para novas regras. No mesmo evento, foi assinado termo de cooperação com as confederações da Agricultura, Pecuária e da Indústria (CNA e CNI) para levantar o estoque regulatório da área de defesa agropecuária.

O objetivo da cooperação com as entidades do setor privado é identificar atos legais “para uma análise do que pode ser revogado, incorporado ou consolidado”, explicou o secretário de Defesa Agropecuária (SDA) do Mapa, José Guilherme Leal.

O secretário executivo do ministério, Marcos Montes, que representou a ministra no lançamento do Sisman, falou do empenho de Tereza Cristina em realizar uma gestão técnica e moderna. “A sociedade não suporta mais normas que não têm funcionalidade”. Ele também destacou a importância de trabalhar junto com o setor privado, “contando com a experiência de quem vive a prática do dia a dia”.

O sistema lançado pelo Mapa permite o acesso aos atos regulatórios, “possibilitando ao cidadão acompanhar todas as etapas desde a intenção de editar uma norma até a sua implementação”, de acordo com o coordenador de Qualidade Regulatória do Departamento de Suporte e Normas do ministério, Carlos Fonseca.

“O ministério inova ao tornar essa atividade totalmente pública, desde o período de intenção de redigir uma norma até a sua completa edição”, destaca o coordenador geral de Análise e Revisão de Atos Normativos da Secretaria de Defesa Agropecuária, Rodrigo Padovani.

Judi Nóbrega, diretora do Departamento de Normas da SDA, observou que o Sisman permite maior transparência e participação social para melhorar a governabilidade e a segurança jurídica dos atos normativos da secretaria.

Para acessar o Sisman, o usuário deve efetuar cadastro prévio no Sistema de Solicitação de Acesso - Solicita do Mapa. (MAPA)

Millennials cresceram e agora apresentam novos hábitos de consumo

Entender e acompanhar os hábitos dos millennials sempre foi um grande desafio para o mercado de consumo. Uma característica marcante desse público nascido entre o início da década de 1980 e o fim dos anos 1990 é a hiperconectividade: 9 em cada 10 usam celular frequentemente para se conectar. Até aí, nenhuma novidade, mas acontece que os integrantes dessa geração cresceram, ganharam novas responsabilidades e isso vem transformando suas escolhas na hora de gastar dinheiro.

Os primeiros millennials não estão longe de completar 40 anos de idade. Oito em cada dez pessoas da geração Y tiveram filhos e hoje precisam lidar com novas e complexas preocupações. Associar esse público apenas a jovens que consomem produtos e serviços de acordo com seus desejos individuais é não enxergar de forma ampla este grande grupo de pessoas. Para entender o novo momento, a Kantar elaborou o estudo "Desmistificando as Famílias Millennials". Uma das constatações é que, na América Latina, 25% das donas de casa atualmente têm menos de 34 anos. Este grupo etário representa um quarto da população da região e responde por 24% do consumo de itens básicos, o equivalente a US$ 30 milhões. 
 
Hábitos nas refeições
O dia a dia desses jovens adultos envolve lidar com restrições financeiras e com a preocupação em poupar. Com isso, alguns hábitos mudaram. Visitas a restaurantes e pedidos por delivery, por exemplo, diminuíram. Em média, as famílias chefiadas por millennials cozinham quatros vezes por semana. No Brasil, são gastos em torno de 30 minutos no preparo das refeições. As mulheres ainda são as principais responsáveis por esta tarefa, mas os homens desta geração têm cozinhado com uma frequência 50% maior em comparação a outras faixas etárias.

Compra de itens básicos
Em comparação com o restante da população da América Latina, os millennials compram 8% menos itens básicos. Em 2018, diminuíram em 3,1% o tíquete médio e visitaram 4,6% menos os pontos de venda em relação ao ano anterior. Produtos com bom custo-benefício e promoções são os mais populares. “Os Millennials gastam menos em bens de rápido consumo e compram com menor frequência”, analisa Giovanna Fischer, Diretora de Marketing e Consumer Insights da Kantar.

Famílias de baixa renda
O comportamento atual de consumo da geração Y é fortemente influenciado pela renda. Segundo a pesquisa, dois terços das famílias latino-americanas formadas por millennials são de baixa renda, e metade delas conta com fonte única de orçamento, já que 58% das mulheres não têm um trabalho remunerado, o que ocorre principalmente no Brasil, na Argentina e no México. Muitas dessas famílias de baixa renda são formadas por mais de cinco pessoas. Não por acaso, os itens mais comprados estão diretamente ligados aos cuidados infantis, como fralda descartável, leite em pó, snacks, biscoitos e pão. Há interesse especial em marcas próprias e econômicas, e o canal preferido é o atacarejo, devido à possibilidade de aproveitar ofertas.

Millennials com alto poder aquisitivo
Já no caso das famílias de alta renda, o mais comum são domicílios com até duas pessoas, sem crianças. A dependência de apenas uma fonte de renda cai para 37%. Famílias de millennials com renda alta costuma ter carro (63%), o que justifica a priorização de compras maiores e menos visitas aos pontos de venda. Nesse perfil, hipermercados e supermercados são os canais mais escolhidos. Segundo a Kantar, 45% do orçamento com itens básicos é gasto em missões de abastecimento. Marcas premium são as preferidas, e é bastante comum a compra de produtos associados à indulgência. A lista de compras dos millennials com alto poder aquisitivo costuma incluir: leite UHT, cerveja, iogurte, comida para pet e queijo. (As informações são do SA Varejo)

 
 
Conaprole
A Conaprole decidiu aumentar o preço do leite ao produtor, segundo fontes ligadas à diretoria da cooperativa. Será um aumento de 0,30 por litro, a partir de 1º de junho. Considerando que o pagamento estava em 10,50 pesos por litro, em média, variando de acordo com os teores de sólidos, o preço agora ficará em 10,80 pesos por litro. Segundo informou, o preço a partir de junho de 2019, para o leite com 3,92% de matéria gorda e 3,44% de proteína terá um valor médio de 10,70 pesos por litro. Com as bonificações por qualidade chegará a 10,90 pesos por litro, [R$ 1,19/litro]. Também poderá ter outra bonificação extra envolvendo os sólidos totais, que subirá de 3,50 para 8 pesos por quilo, [R$ 0,87/quilo]. (El Observador – Tradução livre: Terra Viva)