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Porto Alegre, 04 de outubro de 2019                                              Ano 13 - N° 3.080

   Decreto facilita abertura de novos mercados para produtos de origem animal

Decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro nesta semana amplia a possibilidade de novos mercados para produtos de origem animal, como queijos e embutidos, inspecionados por consórcios públicos. A nova norma, que entrará em vigor em 3 de fevereiro de 2020, permite a comercialização desses itens em qualquer um dos municípios que fazem parte da associação. Consórcios públicos são parcerias entre entes da federação — União, Estados, municípios — na prestação de serviços. Por exemplo, municípios com pouca capacidade financeira se associam para tocar determinado trabalho, diminuindo custos. 

Na prática, um produtor que tem selo do serviço de inspeção municipal concedido por um consórcio poderá vender seus itens para as demais cidades que fazem parte dessa parceria. A legislação atual prevê que esses produtos podem ser vendidos apenas no município de origem.

Presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), Carlos Joel da Silva, entende que medida traz benefícios para as agroindústrias que tentam expandir seus negócios para outros consumidores:

— É uma questão importante que ajuda os municípios com maiores dificuldades. Isso também vai ajudar as agroindústrias na ponta a se desenvolver e buscar mercados com uma inspeção oficial.

O decreto também prevê que "caso o consórcio de municípios não adira ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-POA) no prazo de três anos, os serviços de inspeção dos Municípios consorciados terão validade apenas para o comércio realizado dentro de cada Município".

Silva entende que essa equivalência permitirá a entrada de produtos de agroindústrias em outros Estados, pois também abre espaço para adesão ao selo Arte. Regulamentado em julho deste ano, o selo arte permite o comércio em todo o país desde que o item passe por algum tipo de inspeção, seja municipal, estadual ou federal.  

O Ministério da Agricultura deve divulgar nos próximos meses as orientações sobre o cadastramento e demais procedimentos para aderir a esse sistema. (Zero Hora)

Leite/Espanha 

A captação de leite na Espanha, em agosto último, não só seguiu mantendo a tendência de alta iniciada em março, depois de seis meses de quedas contínuas, mas, também registrou um aumento significativo. 
 
O incremento foi de 2,5% em relação a agosto de 2018. Esse é o maior aumento percentual dos últimos 12 meses (o segundo maior foi em abril, 1,7%). Em agosto de 2019 foram captados 599.835,90 toneladas, de acordo com os dados do Fundo Espanhol de Garantia Rural (FEGA).
 
 

A captação de agosto alcançou um volume recorde para o mês, e foi bem mais elevada do que nas campanhas precedentes.

Em agosto 13.075 produtores entregaram leite, 4.782 menos que em janeiro. Quanto aos preços, em agosto subiu ligeiramente: 32,3 centavos de euros por litro, mais do que os 32 centavos pagos em julho. É, no entanto, o menor preço de todo o ano de 2019, ainda que esteja acima dos registrados no mesmo mês dos últimos quatro anos.(Agrodigital – Tradução livre: Terra Viva)


POF/IBGE: famílias com até 2 salários gastam 61% do orçamento com alimentos e habitação

As famílias com rendimento de até dois salários mínimos (R$ 1.908) comprometem uma parte maior de seu orçamento com alimentação e habitação que aquelas com rendimentos superiores a 25 salários mínimos (R$ 23.850).

Somados, os dois grupos representam 61,2% das despesas das famílias com menores rendimentos, sendo 22% destinados à alimentação e 39,2% voltados à habitação. Entre aquelas com os rendimentos mais altos, a soma atinge 30,2%, sendo 7,6% com alimentação e 22,6% com habitação.

É o que mostra a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018, divulgada hoje (04) pelo IBGE.

O gerente da pesquisa, André Martins, diz que “o entendimento do orçamento doméstico, no que se refere às despesas, muda de acordo com a classe de rendimento das famílias”.

É o caso da alimentação. Para as famílias que formam a classe de maiores rendimentos, as despesas com alimentação (R$ 2.061,34) são mais que o triplo do valor médio do total das famílias do país (R$ 658,23) e mais de seis vezes o valor da classe com rendimentos mais baixos (R$ 328,74).

Para André, quando se olha para despesas, como as de saúde (6,5%), a participação percentual é bastante parecida entre os dois extremos de rendimento, mas os valores em si são em níveis e tipos diferentes. “Nas famílias de maiores rendimentos, essas despesas vão para plano de saúde [2,9%]. Nas famílias com menores rendimentos, são despesas com remédios [4,2%]”, ressaltou.
 
 

Segundo a POF, alimentação, habitação e transporte comprometiam, em conjunto, 72,2% dos gastos das famílias brasileiras, no que refere ao total das despesas de consumo, ou seja, aquelas utilizadas para a aquisição de bens e serviços.

No caso da alimentação, a proporção nos gastos totais das famílias em situação rural (23,8%) superou a da urbana (16,9%), bem como as despesas com transporte (20% rural e 17,9% urbano). Educação (4,7%) foi o grupo que apresentou a diferença mais relevante entre as participações da situação de residência urbana (4,9%) e da rural (2,3%).

Brasileiros investem menos e pagam mais dívidas
A participação das despesas destinadas ao aumento do ativo, como aquisição e reforma de imóveis, foi de 4,1% em relação ao total das despesas. Esse grupo teve forte queda ao longo dos quase 30 anos que se passaram entre o Estudo Nacional de Despesa Familiar (Endef), com 16,5%, e a POF de 2003, com 4,8%. Para o período mais recente, o percentual vem apresentando menor variação, atingindo 5,8% em 2009 e 4,1% em 2018.

Já a diminuição do passivo, que inclui pagamentos de débitos, juros e seguros com empréstimos pessoais, apresentou menores variações na tendência histórica. Após uma manutenção na participação em 2003 (2%) e 2009 (2,1%), o percentual foi um pouco maior para 2018, chegando a 3,2%. Esse percentual está próximo do observado no Endef, quando representava 3,6% da despesa total.

Para o gerente da pesquisa, “quando se compara com o Endef, reparamos que a parcela destinada ao aumento do ativo era maior, quando comparada com a pesquisa de 2003. De 2009 a 2018, vimos um pequeno aumento com as despesas para pagamento de empréstimo”.

Como as despesas correntes comprometem 92,7% das despesas do domicílio, “sobra essa outra parcela para dividir entre investimentos e a diminuição do passivo”, concluiu André, lembrando que os gastos correntes incluem, além das despesas de consumo, impostos, contribuições trabalhistas, serviços bancários e pensões.

Brasileiro gasta, em média, R$ 4,6 mil por mês
A despesa total média mensal familiar no Brasil foi de R$ 4.649,03 em 2018, sendo 7,2% mais alta nas áreas urbanas (R$ 4.985,39) e 45,3% menor nas áreas rurais (R$ 2.543,15). Os maiores valores ocorreram nas regiões Centro-Oeste (R$ 5.762,12) e Sudeste (R$ 5.415,49). Norte (R$ 3.178.63) e Nordeste (R$ 3.166,07) ficaram abaixo da média.

André disse, ainda, que “essa pesquisa trabalha com despesas monetárias e não monetárias, que são as parcelas em que as famílias têm a aquisição de determinado produto, mas não precisaram desembolsar determinados valores para isso. E têm tido uma importância de cerca de 18% em relação às despesas totais”.

No Brasil, as despesas monetárias, realizadas mediante pagamento em dinheiro, cheque ou cartão de débito ou crédito, representam 81,9% do total. Já as despesas não monetárias representam 18,1%, aquelas provenientes de produção própria, retiradas do negócio, troca, doação e outras formas de obtenção que não envolveram pagamentos em dinheiro.
As despesas não monetárias têm uma participação maior nas áreas rurais (22,5% contra 17,7% nas áreas urbanas). A região Centro-Oeste mostrou o menor percentual (15,9%), enquanto o maior foi registrado no Norte (19%). (As informações são do IBGE)
 
Divergência
Estudo da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil indicou que pecuária leiteira teve prejuízo de 11% no acumulado do ano. Levantamentos feitos pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, divulgados nesta quarta-feira, 2, apresentaram divergências em relação à lucratividade do setor leiteiro em 2019. Enquanto a CNA concluiu que no acumulado do ano houve prejuízo de 11% estimulado pelo aumento de custos, o Cepea apontou que a renda foi positiva puxada pelo aumento no preço pago pelo litro. Mas segundo análise Benedito Rosa, ex-secretário do Ministério da Agricultura e comentarista do Canal Rural, as pesquisas não possuem divergências e que os estudos só possuem  objetivos diferentes. “A pesquisa do Cepea se baseia em números dados por empresas e cooperativas. Eles somam todos os números e mostra uma média ponderada”, afirma. “Já a CNA buscou números de estados em que há produção menores, que refletem melhor a situação do pequeno produtor do Brasil. A federação mostra números mais ligados a realidade, que infelizmente não tende a melhorar”, afirma. (Canal Rural)

Porto Alegre, 03 de outubro de 2019                                              Ano 13 - N° 3.079

   Importações disparam em setembro!

Segundo dados divulgados recentemente pelo MDIC (Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços), o volume de lácteos importado pelo Brasil em setembro subiu 26% em relação a agosto, fazendo com que a “balança comercial láctea” atingisse o mês de setembro com o maior déficit dos últimos três anos. Confira abaixo no gráfico 1:

Gráfico 1. Saldo da balança comercial de lácteos no Brasil em equivalente leite (milhões de litros); elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do COMEXSTAT.
 

O volume internalizado de leite em pó (produto responsável por 68% das importações), impulsionado por Argentina e Uruguai (ambos fornecedores de 83,5% das importações lácteas brasileiras de setembro), aumentou 11,8% em setembro em relação ao mês anterior e 7,4% em relação a set/18. No acumulado do ano, as importações dos leites em pó já são 8,2% maiores do que 2018.

Além disso, vale destacar as maiores vendas uruguaias frente às argentinas. No último mês, o Uruguai aumentou 54,8% as exportações ao Brasil, enquanto a Argentina 6,6%, isso, apesar da produção menor em ambos os países.

Gráfico 2. Principais derivados lácteos importados em setembro; elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do COMEXSTAT.
 

Com relação aos demais derivados, ainda que tenha havido queda no volume internalizado de soro de leite (-9%), em setembro, as importações do produto foram 36% maiores do que set/18. Por outro lado, o volume importado de queijos subiu 3% no mês, porém, sofreu queda de 28% na comparação anual. (Milkpoint Mercado)

Tabela 1. Balança comercial láctea em setembro de 2019; elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do COMEXSTAT.
 

Lácteos 

O mercado de lácteos permaneceu em queda na última semana de setembro. Segundo pesquisas do Cepea, as negociações entre laticínios e atacados estiveram enfraquecidas. 

Alguns laticínios, com estoques baixos, produziram de acordo com suas negociações, enquanto os atacados permanecem abastecidos. De 23 a 27 de setembro, o preço médio do leite UHT foi de R$ 2,4051/litro, queda de 1,77% frente à semana anterior. O queijo muçarela, por sua vez, teve baixa de 0,58%, com cotação média de R$ 16,7953/kg, no mesmo período. Participe da pesquisa do leite UHT e do queijo muçarela no atacado de São Paulo e receba informações exclusivas. (Cepea)

Empresas criam normas para controlar uso do WhatsApp

Empresas têm estabelecido regras para a participação de gestores e funcionários em grupos de trabalho no WhatsApp ou aplicativos similares. A principal preocupação das companhias é com processos trabalhistas, mas também com a possibilidade de vazamento de informações sigilosas e com a própria imagem. Empregadores já foram condenadas, por exemplo, a pagar danos morais a ex-funcionários pela cobrança de metas fora do expediente ou pela exposição a situações constrangedoras. Há ainda casos de trabalhadores demitidos por meio do aplicativo. A ideia é deixar claro quais são as responsabilidades dos funcionários e gestores no uso desses aplicativos e alertar que o empregador pode ter acesso às informações publicadas e tomar medidas por eventuais abusos. Segundo Paulo Sardinha, presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), as empresas tentam ter um controle maior e mitigar riscos de ações judiciais ou o uso indevido de informações das organizações. Os termos preveem, em geral, que a participação em grupos de WhatsApp é voluntária e que o empregado não tem obrigação de responder a mensagens durante a jornada, após o expediente ou durante as férias. Ainda estabelece que a empresa deve ser comunicada da criação de grupos para discutir assuntos profissionais. Alguns textos também informam que dados como custos, clientela, fornecedores, estratégias, sistemas e negócios da empresa são confidenciais. E se necessário, autorizam o acesso do empregador ao celular do funcionário.

Em alguns casos, estabelecem que se ocorrer a rescisão contratual o funcionário deve se retirar do grupo. Os termos assinados pelos empregados, juntamente com o código de conduta e ética, são usados para que se dê ciência ao tipo de comportamento esperado e medidas cabíveis em caso de descumprimento, segundo o advogado trabalhista Alexandre Almeida Cardoso, do TozziniFreire Advogados. Apesar de o tema ser importante, o advogado diz ser mais usual a política de monitoramento de e-mails. Mas o interesse, acrescenta, tem aumentado. “Alguns clientes acabam discutindo a questão do WhatsApp por sugestão nossa. Muitas vezes o tema não estava no radar”, afirma. Esses termos, em geral, são personalizados conforme as peculiaridades de cada companhia. O advogado Túlio Massoni, do Romar, Massoni e Lobo Advogados, também tem redigido termos semelhantes para grandes empresas preocupadas com o alcance das mensagens. “Tem que ficar esclarecido que se trata de uma ferramenta de trabalho para circular informações, sem obrigatoriedade de resposta, e não ordem de serviço.” Para ele, a comunicação deve ser respeitosa. “Os gestores não podem fazer represálias públicas, que gerem desconforto ao funcionário”, diz. Ele acrescenta ser importante oferecer treinamentos sobre a política de valores da empresa para prevenir assédio moral, discriminação, entre outras condutas.

Mesmo em grupos informais criados entre colegas, se houver qualquer tipo de reclamação sobre o conteúdo, a empresa, de acordo com Massoni, tem que tomar providências para zelar pelo ambiente de trabalho saudável. O principal objetivo desses termos, destaca Alexandre Cardoso, do TozziniFreire Advogados, tem sido regulamentar o acesso das empresas a aparelhos celulares, até mesmo pessoais, “sem que isso gere desconforto por parte do empregado com relação à privacidade”. É importante, diz, que as companhias possam monitorar o conteúdo das discussões por questões de segurança, sigilo, cumprimento de regras de compliance e de conduta, o que pode evitar ações judiciais. A cobrança de metas pelo WhatsApp fora do expediente, por exemplo, já rendeu pelo menos duas condenações no Tribunal Superior do Trabalho (TST). Os casos envolvem empresas de telefonia. Uma delas foi obrigada a indenizar em R$ 5 mil uma ex-funcionária (AIRR - 108 22- 50.2015.5.01.0008). 

Os ministros da 3ª Turma entenderam que houve a prática de abuso dos superiores, ao cobrarem metas durante o período de descanso, “de forma a causar dano à integridade física e psíquica”. O outro processo gerou condenação de R$ 3,5 mil. “Para que mandar mensagem fora do horário de trabalho? Isso invade a privacidade, a vida privada da pessoa, que têm outras coisas para fazer e vai ficar se preocupando com situações de trabalho fora do seu horário”, ressaltou o relator, ministro Alexandre Agra Belmonte em sua decisão (RR - 10377-55.2017.5.03.0186). Outra condenação foi por danos à imagem. Uma empresa de varejo alimentício foi obrigada a pagar R$ 3 mil de danos morais a um empregado que teve foto divulgada pelo superior hierárquico, sem autorização, em grupo de WhatsApp com outros empregados. A decisão é da juíza Lilian Piovesan Ponssoni, em atuação na 34ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte. Na foto, o trabalhador aparecia em frente à loja onde trabalhava, mexendo com o celular. No grupo, o chefe teria escrito, segundo o processo, que “aquilo não era exemplo de funcionário”. Para a magistrada, ficou clara a intenção do chefe de macular a imagem do trabalhador (processo nº 0011623-14.2017.5.03.0113).

Há ainda condenações por demissão por meio do aplicativo. Um caso envolve uma empresa do Distrito Federal, obrigada a pagar R$ 10 mil de danos morais porque um gestor demitiu uma instrumentadora cirúrgica pelo grupo. Segundo a juíza Maria Socorro de Souza Lobo, em exercício na 19ª Vara do Trabalho de Brasília, ficou clara a forma vexatória como o empregador expôs a rescisão contratual, submetendo a trabalhadora a constrangimento perante seus colegas (processo nº 0000999-33.2016.5.10.0019). Diante das condenações judiciais o advogado Marcos Alencar afirma que os empregadores precisam orientar seus gestores para que tenham cautela no uso das ferramentas digitais “que são imprescindíveis, mas que podem se tornar uma arma contra a organização empresarial”. Segundo ele, “a reputação de uma pessoa, seja ela empregado, cliente, fornecedor e da própria pessoa jurídica, podem ser abaladas significativamente por situações infelizes”. Apesar dos cuidados, Paulo Sardinha, presidente da ABRH, ressalta que as companhias correm o risco de não ter sucesso. “A empresa pode não ter culpa, mas mesmo assim a Justiça pode entender que é responsável pelo ocorrido”, diz. Segundo ele, o WhatsApp e o Skype, por exemplo, são ferramentas públicas. Por isso, as empresas não conseguem ter domínio sobre o conteúdo e, diante dessa realidade, algumas têm optado por aplicativos desenvolvidos para a comunicação interna, que permitem maior controle das informações. (Valor Econômico)

Seis atividades agrícolas acumularam prejuízos neste ano conforme estudo divulgado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil. Criadores de aves tiveram a menor lucratividade (33%), seguidos por cafeicultores (28%), triticultores (15%), bovinos de leite (11%) e produtores de suínos e tilápias (4%). (Zero Hora)

Porto Alegre, 02 de outubro de 2019                                              Ano 13 - N° 3.078

   Desenvolvimento do Setor Lácteo 

O desenvolvimento da pecuária de leite caminha igual foi nos países desenvolvidos, ainda que mais lento, mas se dá essencialmente por via de aumento da produção por vaca , diminuição do número de produtores se intensificando nos últimos anos.


 
Dados: IBGE - Pesquisa da Pecuária por Municípios. Elaboração Terra Viva

Está cada vez mais evidente que há necessidades de definição de política pública de assistência social e de manutenção do homem no campo, focando os micro produtores que somam quase um milhão. Por outro lado, é preciso intensificar as políticas do tipo " leite mais saudável" que já atinge hoje mais da metade dos produtores de leite que realmente necessitam dessa política público-privada de desenvolvimento equilibrado e calibrado de apoio. 

Esse segmento que vai de uma produção de 100 a 1.500 litros de leite dia responde satisfatoriamente aos estímulos e alcançam excelentes resultados de qualidade e produtividade, haja visto o resultado do programa "mais leite saudável do Mapa/setor lácteo", por excelência um modelo de política público-privado de sucesso.  

É necessário que na presente discussão tributária que se faz no congresso que sejam mantidas as condições atuais de financiamento desse programa " Mais Leite saudável". (Terra Viva)

Lácteos/Rabobank

Segundo o último relatório trimestral de lácteos do Rabobank, o mercado global deverá permanecer firme nos próximos seis meses, com perspectivas de crescimento da demanda o suficiente para absorver o aumento da produção de leite. Apesar do alto preço ao produtor, o relatório diz “os produtores de leite na maioria das regiões exportadoras estão lutando para transformar as boas condições do mercado em crescimento de produção”.
 
A produção dos BIG 7 (Estados Unidos, União Européia, Nova Zelândia, Austrália, Brasil, Argentina e Uruguai) tem a expectativa de crescer 0,4% no quarto trimestre e 0,8% no início de 2020. Várias restrições impediram o crescimento da oferta, segundo o relatório, como o verão queda na China e no norte da Europa, por exemplo.

Mas, são as restrições regionais do mercado, como aumento dos custos de produção, instabilidades locais, restrições na capacidade de produção e normas ambientais, que limitaram e continuarão limitando o aumento da produção ao nível das fazendas, o que manterá o mercado firme.  

Na Nova Zelândia, 2019/20 “começou bem” e pode ter um bom fluxo na primavera, garantindo a produção no primeira metade da temporada.

A analista do Rabobank, Emma Higgins disse que uma vez concluídas as parições na Nova Zelândia, os volumes aumentarão significativamente semana, após semana. “Um inverno ameno proporcionou condições quase perfeitas em muitas bacias leiteiras, antes mesmo do pico da primavera. As pastagens variam de boas a muito boas, proporcionando amplas reservas de alimento e antecipando o corte de silagem em grande parte da Ilha Norte, ajudando a manter baixos os custos da alimentação”, disse Higgins.

Higgins lembrou que as potenciais condições adversas do clima anunciadas pelo serviços de meteorologia NIWA para o final de setembro e início de outubro não ocorreram, levando o banco a projetar crescimento de 1% na produção de leite até 31 de maio de 2020.

“Essa é nossa expectativa, já que em bacias leiteiras importantes a volatilidade do clima na primavera poderá não ocorrer”, disse ela.

Com base nas projeções para as cotações internacionais das commodities lácteas no restante da temporada 2019/20, o Rabobank mantém a previsão de que o preço do leite ao produtor será de NZ$ 7,15/kgMS, [R$ 1,42/litro].

Riscos
No entanto os ventos econômicos trazem “alguns riscos”, alerta Higgins.

Do lado da demanda, o relatório mostrou uma notável desaceleração da atividade econômica global, com queda na confiança do consumidor e permanência das tensões comerciais, que continuam a ser um desafio para a logística dos exportadores de lácteos. A China registrou seu menor crescimento anual do Produto Interno Bruto (PIB) em 20 anos, no segundo trimestre de 2019, quando comparado com o de 2018, e os mercados do Sudeste Asiático sentiram o impacto, diz o relatório.

Enquanto isso, desafio similar é verificado na União Europeia (UE), com a economia alemã registrando contração no segundo trimestre, na comparação anual, bem como um incerto Brexit.

Os Estados Unidos também mostram dados preocupantes, com inversão da curva de renda depois de dez anos, alimentando especulações sobre uma iminente recessão.

Os produtores de leite da Nova Zelândia também enfrentam o desafio de atender às novas regulamentações sobre a água, que foram anunciados pelo Governo, disse Higgins.

“Embora muitos dos detalhes e potenciais custos do novo regulamento não tenham ficado bem claros, a certeza é de que haverá mais custos para os agricultores a partir de 2020, como parte do programa de melhores formas de produção nas fazendas, novas práticas de gerenciamento das pastagens de inverno, exclusão de estoques e redução de perdas de nitrogênio”.

Perspectivas Global
O relatório diz que a demanda por lácteos continuará com a mesma expansão que está sendo verificada nos dois últimos anos, até meados de 2020. No entanto, a China pode ser a exceção, uma vez que as compras agressivas do primeiro semestre do ano, elevaram os estoques.

No geral, o relatório diz que o mercado global de lácteos parece pronto para continuar firme nesse final de 2019, até 2020.

A oferta pode se tornar mais apertada do que o previsto atualmente, “se os produtores tiverem mais restrições, e a demanda permanecer forte diante de problemas comerciais e desaceleração econômica global”, o que poderá levar a alguns aumentos de preços.

Mais no final de 2020, se houver oferta acima do crescimento da demanda, poderá haver alguma pressão negativa sobre os preços, afirmou o relatório. (NZ Herald – Tradução livre: Terra Viva)

 
Abraleite regulamenta leite a2
Após dois anos desde sua primeira manifestação e trabalho persistente na busca da regulamentação da rotulagem do leite a2, a Abraleite finalmente recebeu do Mapa a confirmação sobre a regulamentação da origem de vacas a2a2 nos rótulos de produtos lácteos. A associação esteve em reuniões e apresentou ofícios, documentos e pareceres para o Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal/Secretaria de Defesa Agropecuária (Dipoa/SDA), no Mapa, e para Anvisa. Este tipo de leite existe comercialmente no exterior desde 2003 e o Brasil apenas agora reconheceu oficialmente a denominação de origem para vacas com caseína a2a2. Para essa inclusão, é fundamental a certificação do rebanho e industrialização do leite oriundo de vacas a2a2. Entretanto, a conquista não está completa. Ainda não é possível ser feita menção ao leite a2, ou mesmo explicar ao consumidor nos rótulos o que ele traz de diferenças. Em outros países esse foi um processo bastante simples, onde uma única frase resume o diferencial – “Easier on digestion”. A Abraleite, através de sua Comissão do Leite e Derivados A2, está solicitando ao Mapa tratamento jurídico e de entendimento equitativo ao leite sem lactose, já que as semelhanças são grandes. A regulamentação foi importante para classe produtora de leite, para a indústria láctea e para os consumidores de todo o país, mas a Abraleite continua empenhada em concluir a regulamentação de rotulagem para o leite a2 junto às autoridades do Mapa e Anvisa. (As informações são da Abraleite, adaptadas pela Equipe MilkPoint)

Porto Alegre, 1º de outubro de 2019                                              Ano 13 - N° 3.077

   Estão abertas as inscrições para o 5º Prêmio de Jornalismo do Sindilat RS

Como objetivo de valorizar o trabalho da imprensa que cobre o setor lácteo gaúcho, o Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat) promove o 5º Prêmio de Jornalismo. As inscrições vão até 25/10 e podem ser realizadas através do e-mail imprensasindilat@gmail.com (confira o regulamento).
 
Os trabalhos inscritos devem abordar os aspectos relacionados ao setor lácteo, seu desenvolvimento tecnológico, avanços produtivos e desafios. Serão recebidos trabalhos publicados em língua portuguesa em veículos com sede no Brasil, entre 28/10/2018 a 25/10/2019. Podem participar jornalistas devidamente registrados ou grupo de profissionais, sendo ao menos um jornalista. Não há limite de número de trabalhos a serem inscritos por candidato. 
 
O 5º Prêmio Sindilat de Jornalismo divide-se em quatro categorias: 
1) Impresso: reúne trabalhos de veículos impressos a serem enviados em formato PDF;
 
2) Eletrônico: reúne trabalhos divulgados em veículos eletrônicos (rádio e televisão) a serem enviados mediante link;
 
3) Online: Reportagens ou série de reportagens veiculadas no período recomendado desde que apresentem indicação expressa da data de veiculação e fornecimento do link ativo;
 
4) Fotografia: Imagens alusivas à atividade leiteira veiculadas na imprensa, independentemente da plataforma dentro do período definido por este regimento e com comprovação de publicação expressa. Enviar a imagem original (em JPG) e PDF da publicação;
 
Os vencedores serão conhecidos na festa de fim de ano do Sindilat, no dia 05 de dezembro. Neste ano, a cerimônia ainda marcará os 50 anos de atividade do sindicato.
 
 
 
(Assessoria de Imprensa Sindilat)

GDT
 
 
(Fonte: GDT, adaptado pelo Sindilat)
 
 
Leite/Oceania 
 
Como a Austrália caminha para o pico da produção de leite, a expectativa é de que em poucas semanas, haverá um otimismo moderado.
 
O preço pago está em um nível que parece incentivar o aumento da produção em áreas com menor necessidade de comprar água e alimentação. A concorrência entre as indústrias pelo leite levou a oferecer preços mais altos. Há evidências de transferência de rebanhos do norte para o sul, onde a irrigação é menos necessária. Isso também pode ajudar a aumentar a produção de leite, ou, de uma forma mais realistas, reduzir a queda.
 
 
Muito depende do tempo e da água. Continuado as condições secas haverá queda na produção em algumas regiões. As melhores expectativas se concentram em partes de Victoria, Gippsland, Tasmânia e na Austrália Ocidental.
 
Observadores avaliam que a Austrália continuará fabricando produtos lácteos excedentes, no entanto, a oferta de matéria-prima pode limitar o volume das exportações.
 
A produção de leite em agosto de 2019 na Nova Zelândia, segundo a DCNAZ, foi de 1.394 milhões de toneladas, elevação de 0,8% em relação a agosto de 2018. Em termos de sólidos (MS) foram 119.066 milhões de quilos, crescimento de 2,2% em relação ao mesmo mês do ano anterior. A produção de leite na Nova Zelândia se aproxima do pico sazonal. Recentemente houve uma onda de frio na Nova Zelândia. As pastagens continuam em boas condições, e a expectativa é de que os resultados de setembro sejam bons. (Usda – Tradução Livre: Terra Viva)
Consumo dos idosos 
Instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), a data de 1 de outubro marca o Dia Internacional do Idoso, faixa etária que vem crescendo em quantidade e também oportunidade de mercado no Brasil. Entre julho de 2017 e 2019, o país ganhou 1,2 milhão de novos lares com mais de 65 anos, segundo a multinacional de painéis de consumo Kantar. Do total de 9,4 milhões de lares maduros brasileiros, 64% têm entre 1 e 2 pessoas, 86% não têm crianças de até 12 anos e 38% têm carro. Além de menores, estas famílias têm uma renda média domiciliar mensal 9% maior do que o restante da população. Neste cenário, os novos seniores são um mercado com grande potencial de crescimento no futuro próximo. Apesar de todas as faixas etárias terem reduzido a frequência de compra de bens de consumo massivo (FMCG) nos últimos anos, atualmente, os idosos são o único target que apresentou crescimento em unidades (+2,1%), volume comprado (+0,6%) e valor desembolsado (+5,3%) nos últimos 12 meses terminados em julho deste ano. Os lares maduros apresentam ainda índices positivos e gastam mais na compra de todas as categorias em comparação com a média geral da população, especialmente em higiene e beleza (+6,3%), bebidas (+7,3%) e commodities (+4,6%). "Entre as pessoas maduras, 90% têm telefone celular, 45% acessam internet e 11% trabalham fora. Elas não se enxergam mais como idosas, por isso buscam produtos específicos e qualidade de vida", analisa Giovanna Fischer, Diretora de Marketing e Insights da Kantar. Entre as categorias, destaque para o azeite, produto que mais conquistou lares acima dos 65 anos no intervalo de julho de 2017 e o mesmo mês deste ano. O produto ganhou 6,9 pontos de penetração e conquistou 651 novos domicílios dessa faixa etária, seguido por escova dental, leite fermentado, cereal matinal e inseticida. Enquanto donas de casa mais jovens de até 34 anos aumentaram o consumo dentro do lar de leite fermentado, petit suisse, leite em pó, água de coco e batata congelada, nesta ordem, maioria dos produtos relacionada ao consumo infantil. Com uma frequência de visita aos pontos de venda 7% maior, as donas de casa da terceira idade elegem as lojas de proximidade e conveniência como prioridade, destacando-se farmácias e supermercados independentes. Além deles, o atacarejo também vem conquistando espaço entre este target. Entre julho de 2018 e o mesmo mês de 2019, o canal ganhou 669 mil novos lares maduros como compradores. (Diário do Comércio/SP)

Porto Alegre, 30 de setembro de 2019                                              Ano 13 - N° 3.076

   Leite/América do Sul 

 A produção de leite ao nível das fazendas aumenta no Brasil e nos outros países do Cone Sul marcando a transição do inverno para a primavera, no Hemisfério Sul. 

As temperaturas ficam mais confortáveis para as vacas de leite, melhorando a produção. O fornecimento de grãos de boa qualidade está disponível para a maioria dos produtores de leite da região. No entanto, as condições das forrageiras são inadequadas em decorrência do clima seco na região. Embora o preço ao produtor esteja em níveis relativamente elevados, ainda não é suficiente para cobrir os custos operacionais. A oferta de leite é mais que suficiente para atender à maioria das necessidades das indústrias, no entanto, o consumo interno, principalmente na Argentina, continua caindo. Assim sendo, algumas indústrias procuram, como alternativa, o comércio exterior, fora do Mercosul. (Usda – Tradução Livre: Terra Viva)

"Precisamos superar o paradigma do crime"
ENTREVISTA | RICARDO NEVES PEREIRA, Subsecretário da Receita Estadual

Um dos idealizadores da nota fiscal eletrônica, que começou de forma pioneira no Rio Grande do Sul e se tornou uma realidade no país, o subsecretário da Receita Estadual, Ricardo Neves Pereira, classifica as mudanças em andamento no órgão como "uma revolução". Servidor estadual e auditor fiscal de carreira, Pereira trabalha para que a instituição responsável pela arrecadação do Estado atue cada vez mais mais focada "em prevenção, orientação e cooperação". A seguir, leia os principais trechos da entrevista.

Em junho, o governo lançou 30 medidas para simplificar e modernizar o sistema tributário. O que já foi implementado?
Uma das iniciativas em andamento é o Inova-RS. Fizemos reuniões com entidades representativas de setores e conversamos com grandes contribuintes, como Braskem, Petrobras Distribuidora, São João. Nesse diálogo, ficou claro o que as empresas querem de nós: certeza tributária.

Que medidas práticas foram tomadas?
Uma delas é a pactuação de regras tributárias com os setores. Por exemplo: em cooperação com a Agas (Associação Gaúcha de Supermercados), estamos elaborando um sistema de conformidade fiscal. A ideia é criar uma base de dados para dizer exatamente qual é o valor da tributação de cada produto, evitando o litígio. A grande sacada é que não estamos mais em posição reativa, mas proativa.

É uma mudança de cultura?
Sim, é uma revolução. Estamos criando grupos setoriais especializados que farão o acompanhamento econômico de cada setor, com metas de arrecadação. A ideia é priorizar a prevenção e a autorregularização, para identificar problemas de forma precoce e pedir às empresas para que se regularizarem. Não teremos mais metas de constituição de créditos tributários (autuações).

Isso não é arriscado?
A cobrança que a sociedade tem de fazer é: a Receita Estadual está conseguindo arrecadar aquilo que a legislação diz que deve ser pago pelos contribuintes? Essa é a meta. Se conseguirmos atingir a carga tributária efetiva, podemos ter zero autos de lançamento.

Há um debate, no Estado, sobre o combate à sonegação...
Se tu pegares qualquer manual de administração tributária de organismos internacionais, vais ver que isso (ter metas de autuação) é coisa do passado. Nenhum outro Estado tem essas metas. Estou tentando mudar esse paradigma.

Não pode passar a ideia de que o governo estadual afrouxou a fiscalização?
Não, ao contrário. A autuação vai estar cada vez mais focada nos devedores contumazes, que montam esquemas para lesar o erário. Estamos conversando com Ministério Público e Procuradoria-Geral do Estado para trabalharmos juntos no combate à fraude estruturada, a que desequilibra o mercado. Criamos um grupo especializado de inteligência fiscal, com auditores, promotores e procuradores.

E os contribuintes que recolhem imposto errado?
A maioria não tem intenção de sonegar. Nossa obrigação é identificar o erro e avisá-los para que se regularizem, sem deixar passar muito tempo. Quanto mais rápidos e mais preventivos formos, menor será a necessidade de autuações. Quanto aos devedores contumazes, vamos inibi-los fortemente, buscando fazer acordos para diminuir o litígio. Precisamos superar o paradigma do crime.

As autuações a devedores caíram 26%. Isso não preocupa?
Nem um pouco. A sociedade não está preocupada com quantos créditos tributários estamos lançando, mas com quanto arrecadamos. Temos de investir em prevenção e autorregularização.

A meta de ampliar a arrecadação em R$ 1,7 bilhão ao ano está mantida?
O compromisso é atingir esse número e estamos trabalhando para isso. Se não tivermos condições neste ano, pretendemos recuperar a partir de 2020. (Zero Hora)

LEITE/CEPEA: após forte queda nos últimos meses, preço ao produtor reage 2%

Depois de acumular queda de 12,1% em julho e agosto, o preço do leite recebido por produtores se valorizou em setembro. De acordo com o levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, o preço de setembro, referente à captação de agosto, foi de R$ 1,3728/litro na “Média Brasil” líquida, altas de 1,94% (ou de 3 centavos) frente à do mês anterior e de 9,5% em relação à de setembro/18, em termos reais (deflação pelo IPCA de agosto/19).

Este movimento atípico de mercado esteve atrelado à oferta limitada de leite no campo, já que a captação de agosto não se elevou conforme o esperado por agentes do setor, e à consequente maior disputa entre empresas por matéria-prima.

É preciso destacar que, no Sudeste e Centro-Oeste, o período seco prejudica a disponibilidade de pastagens, limitando a produção. No Sul, por outro lado, as condições favoráveis de produção elevaram a captação de agosto em 10,9% no Rio Grande do Sul, em 11% em Santa Catarina e em 7,5% no Paraná. Com isso, o ICAP-L (Índice de captação de leite nacional) apresentou alta de 7,7% de julho para agosto/19. Apesar do aumento da captação, o volume de leite não tem sido suficiente para abastecer o mercado doméstico e, consequentemente, laticínios concorrem pela matéria-prima, visando reduzir a ociosidade.

A menor oferta no campo elevou, também, as cotações dos derivados lácteos. No mercado atacadista de São Paulo, o preço médio do leite longa vida em agosto, de R$ 2,53/litro, ficou 7,3% acima do verificado em julho/19. Entretanto, o cenário para setembro mudou e a média mensal deste mês (até o dia 26) caiu 2%, para R$ 2,48/litro. Segundo colaboradores do Cepea, indústrias reduziram o volume de produção e, agora, operam com níveis de estoques de médio a baixo, no intuito de evitar custos extras, uma vez que os atacadistas pressionam por cotações mais baixas.

É importante lembrar que os preços do leite no campo são influenciados pelos mercados de derivados e spot, com certo atraso de um mês nesse repasse de tendência. Os preços ao produtor de outubro, portanto, deverão ser influenciados pelo desempenho dos mercados de derivados e spot de setembro, que, vale observar, registraram quedas de preços na primeira quinzena do mês, pressionados pela expectativa de recuperação na produção, após o retorno das chuvas no Sudeste e Centro-Oeste. Assim, a valorização do leite ao produtor em setembro pode permanecer como um fato atípico e pontual. (As informações são do CEPEA)

Mapa esclarece informações sobre reprocessamento do Leite UHT
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) esclarece que as informações que circulam na internet sobre o reprocessamento do Leite UHT (Ultra Alta Temperatura) são falsas. Segundo a mensagem, os códigos numéricos ou imagens no fundo da embalagem longa vida indicariam que o leite foi reprocessado. “O reprocessamento térmico do leite para consumo humano direto é proibido pelo Parágrafo 8º, do Artigo 255 do Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem - RIISPOA, aprovado pelo Decreto no 9.013 de 29 de março de 2017, não podendo ser, de forma alguma, praticado pelos laticínios”, explica a diretora do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) da Secretaria de Defesa Agropecuária, Ana Lucia Viana. O Dipoa, juntamente com as unidades do Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sipoa), mantém seu trabalho de acompanhamento, fiscalização, inspeção e auditorias da produção dos alimentos de origem animal a fim de garantir que qualquer irregularidade seja evitada. (MAPA)

Porto Alegre, 27 de setembro de 2019                                              Ano 13 - N° 3.075

   Laticínios uruguaios com grandes oportunidades na China, mas com alta barreira tarifária

As barreiras tarifárias são um dos principais desafios para o avanço do setor de laticínios uruguaio na China, embora em um cenário de grandes oportunidades nesse mercado. Isso foi apontado por Mercedes Baraibar, da área de Estudos Econômicos e da Informação do Instituto Nacional do Leite (INALE), após recente missão ao gigante asiático.

Os 10 dias da missão incluíram visitas a fábricas de laticínios, reuniões com importadores do setor e participação em uma exposição na 25ª Conferência da Associação da Indústria de Laticínios da China, além de um seminário em Guangzhou.

Baraibar disse que o Uruguai tem uma grande oportunidade comercial para laticínios na China, considerando que a produção doméstica do país asiático não é suficiente. A isso se somam as limitações de seus principais fornecedores: a produção australiana está em quedas anuais sistemáticas há três ou quatro anos devido à seca e a Nova Zelândia está praticamente na fronteira máxima de seu suprimento, independentemente dos períodos de pico de produção. "Temos a possibilidade de avançar, a questão é tarifária", afirmou a especialista. No leite em pó, por exemplo, a tarifa é de 10%.

Ela considerou essencial destacar a produção de qualidade do Uruguai e continuar aprofundando os laços de confiança. E destacou o grande interesse das indústrias chinesas na compra de produtos e no investimento em diferentes partes do mundo.

“Antes de 2013, o Uruguai praticamente não exportava laticínios para esse destino. Em 2013, foi o boom da explosão da demanda chinesa de laticínios e, até 2015, teve uma participação muito importante na compra de leite em pó integral. Em 2016, a China reduziu as compras e os preços internacionais despencaram. E em 2018, as vendas do Uruguai para esse destino começaram a aumentar gradualmente. Atualmente, a China é o quinto maior destino de exportação de laticínios do Uruguai.”

A visita do Ministro da Pecuária, Agricultura e Pesca, Enzo Benech, juntamente com uma delegação local, está prevista para o final de novembro, informou Baraibar. (As informações são do Blasina y Asociados, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

Fonterra registra perda anual recorde após baixas contábeis

A Fonterra, o maior exportador de lácteos do mundo, registrou uma perda anual recorde à medida que a cooperativa da Nova Zelândia se recupera de uma expansão internacional conturbada, anunciando que também pagará menos em pagamentos de dividendos no futuro.

A Fonterra, com sede em Auckland, disse na quinta-feira que seu prejuízo líquido após impostos foi de NZ$ 605 milhões (US$ 381 milhões) nos 12 meses até julho, que estava na extremidade inferior da faixa anteriormente prevista da empresa, de NZ$ 590 milhões a NZ$ 675 milhões (US$ 372 milhões a US$ 425 milhões). Isso marca a segunda perda consecutiva da empresa.

A perda recorde para o ano financeiro de 2019 ocorreu depois que a Fonterra foi forçada reduzir o valor dos ativos em mercados como China, Brasil, Venezuela, Austrália e Nova Zelândia em NZ$ 826 milhões (US$ 520,3 milhões), refletindo as perspectivas de ganhos mais baixos em certas economias.

O CEO Miles Hurrell descreveu 2019 como um ano de decisões "incrivelmente difíceis" para a Fonterra. "Isso incluiu a necessidade de refletir as realidades variáveis dos valores dos ativos e ganhos futuros, levantando nossa disciplina financeira, esclarecendo por que existimos e concluindo uma revisão da estratégia", afirmou. "Muitas dessas coisas foram dolorosas, mas foram necessárias para reiniciar nossos negócios e obter sucesso no futuro".

A empresa não pagou dividendos pelo seu ano financeiro de 2019, pela primeira vez em sua história, e disse na quinta-feira que no futuro distribuirá uma porcentagem menor de seus lucros líquidos futuros após impostos como pagamento de dividendos.

O lucro por ação normalizado para 2019 foi de 17 centavos  (10,7 centavos de dólar)  uma queda de 29% em relação ao ano anterior. Para 2020, a Fonterra está prevendo 15 a 25 centavos (9,4 a 15,7 centavos de dólar) por ação.

As ações negociadas na Nova Zelândia do grupo subiram até 2,5% após o anúncio dos resultados, ou seu maior ganho neste mês, com o alívio dos investidores de que a perda não foi tão ruim quanto o esperado. A empresa teve 18 meses desastrosos ou mais, já que viu a renúncia do presidente e executivo-chefe da Fonterra.

A Fonterra investiu pesadamente em sua divisão de fazendas chinesas nos últimos 10 anos, enquanto tentava desenvolver um suprimento de laticínios em seu maior mercado de exportação, mas o negócio teve consistentemente um desempenho inferior.

Em 26/09/19 - 1 Dólar Neozelandês = US$ 0,63000
1,58731 Dólar Neozelandês = US$ 1 (Fonte: Oanda.com)
(As informações são do Financial Times, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

Embrapa 

Em audiência pública representantes da Embrapa, MAPA e Deputados discutem sobre a importância da ciência e pesquisa para o desenvolvimento da agricultura e crescimento econômico brasileiro e a consequência de cortes de verba na Embrapa.

A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural junto à representantes da Embrapa, Ministério da Agricultura e o Ex-Ministro da Agricultura, Alysson Paulineli, discutiram hoje a importância da Embrapa para nível atual de desenvolvimento da agricultura e pecuária no Brasil. Essa reunião foi requerida pelo Dep. Alceu Moreira - MDB, motivada pelo possível corte de 45% do orçamento da Embrapa para o ano de 2020.
 
Com a palavra o Presidente da Embrapa, Celso Luiz Moretti, conta a história de evolução da agropecuária, com sustentabilidade e da importância de ter um país com segurança alimentar.
  
Entre outros convidados, o Ex-ministro Alysson Paulineli também falou sobre a importância da Embrapa em pesquisas sustentáveis e que o país ainda tem muito para se desenvolver com o apoio científico e tecnológico. Finalizando seu discurso deixa aos deputados uma pergunta: “Hoje toda a população está pensando em um alimento sadio de uma agricultura verde. Quem no mundo pode produzir 12 meses no ano uma agricultura verde para satisfazer do novo hábito alimentar?”
 
A audiência se estendeu até 12:00 com o debate entre deputados e técnicos da Embrapa das mais diversas áreas de atuações e regiões, e foram unânimes em concordar com a importância da Embrapa no desenvolvimento agropecuário e no crescimento econômico do Brasil. (Terra Viva)

 
Desemprego 
A taxa de desocupação do país caiu novamente e ficou em 11,8% no trimestre encerrado em agosto, após ficar em 12,3% no trimestre finalizado em maio. Mesmo assim, o país ainda tem 12,6 milhões de pessoas em busca de trabalho. (Fonte: IBGE)

Porto Alegre, 26 de setembro de 2019                                              Ano 13 - N° 3.074

 Apex-Brasil já opera na Fiergs

Porto Alegre passa a contar com escritório da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) para a Região Sul. A inauguração, na sede da Fiergs, ocorreu ontem, em um Plenário Mercosul lotado para ouvir as perspectivas que se desenham no mercado internacional. O ato é resultado de entendimento entre a agência, a Fiergs e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo (Sedetur), que facilitará o acesso dos empresários aos serviços de promoção de exportações, internacionalização e atração de investimentos estrangeiros oferecidos pelo órgão. 

Conforme o presidente da Apex, Sergio Segovia, o escritório atenderá empresas gaúchas, de Santa Catarina e do Paraná. Em 20 minutos de explanação, ele apresentou à plateia as novas diretrizes e o papel da instituição na exportação e investimentos. “Para nós, é um marco estabelecido, na perspectiva de aumentar a capilaridade das nossas iniciativas e atuar regionalmente. Estar aqui é garantir a aproximação com a Região Sul, onde estão a quarta, a quinta e a sétima maiores economias do país”, disse. “A partir de Porto Alegre, poderemos acompanhar de modo mais próximo, não só nossos clientes e parceiros, mas outros atores privados e públicos aqui localizados, com os quais poderemos fortalecer nossa economia”. 

O titular da Sedetur, Ruy Irigaray, disse estar otimista com a possibilidade de levar a indústria para as feiras internacionais de 150 postos diplomáticos mundiais. O presidente da Fiergs, Gilberto Petry, citou o prazo “entre estar aqui e inaugurar foram 30 dias”, o que é um sinal de que “as coisas estão andando”. (Correio do Povo)

Avança PL da Liberdade Econômica

Inspirado na lei sancionada recentemente pelo presidente Jair Bolsonaro, o projeto que cria os Direitos da Liberdade Econômica no Rio Grande do Sul recebeu parecer favorável na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa. 

O documento foi entregue ontem pelo relator, deputado Sérgio Turra (PP). Junto com o relatório, Turra apresentou pedido de prioridade para que o parecer seja votado na próxima sessão da comissão, marcada para terça-feira. Como a tendência é de aprovação, o projeto estará apto a ser votado no plenário, caso haja acordo entre os líderes partidários. O autor do texto, Rodrigo Lorenzoni (DEM), quer aprová-lo até novembro. 

O parecer foi entregue na reunião da subcomissão encarregada de levar os termos da legislação para os municípios, relatada por Ernani Polo (PP). Com apoio da Famurs, o órgão formulará uma sugestão de texto-base para ser apresentado nas câmaras municipais. (Zero Hora)

EUA e Japão assinam novo acordo comercial que abrange até US$ 7bi: queijo em pauta

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, assinaram nesta quarta-feira um acordo comercial entre os dois países, com abertura de mercados e redução de tarifas.

Trump afirmou que a abertura comercial favorecerá produtos americanos em até US$ 7 bilhões, principalmente alimentos e produtos agrícolas.

“As tarifas serão significativamente menores ou zeradas no Japão”, disse o presidente americano, citando carne de vaca, carne de porco, trigo, milho, queijo e vinho, entre outros.

Já os EUA vão ajustar tarifas a produtos japoneses em alguns tipos de maquinário, turbinas, bicicletas e instrumentos musicais.

A cerimônia de assinatura aconteceu nos bastidores da Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova York.

Esta é a primeira fase de um acordo comercial mais amplo, explicou Trump. Cálculos indicam que o acordo completo poderá representar uma corrente de até US$ 40 bilhões. (As informações são do Valor Econômico)

Kantar: categorias práticas e indulgentes crescem, porém, consumo ainda apresenta recuo

O cenário econômico se mostra mais favorável com queda dos índices de desemprego e resultados positivos do varejo. Porém, o consumo ainda apresenta recuo. Os últimos três meses terminados em julho apresentaram recuperação na frequência de compra comparado ao trimestre anterior, período que registrou a maior queda na série histórica desde 2016. O levantamento Consumer Thermometer da Kantar, multinacional de painéis de consumo, aponta 2% de aumento na frequência de compra das categorias de consumo massivo (FMCG) dentro do lar entre maio e julho deste ano. 

Apesar da redução do volume de unidades continuar sendo realidade em todas as classes sociais do País, no longo prazo, os grupos DE apresentam uma pequena melhora em relação ao meses iniciais de 2019.

Além disso, o último trimestre registrou também índices positivos em algumas regiões. A  Grande São Paulo (+1,1%), interior de São Paulo (+1,2%) e Leste e interior do Rio de Janeiro (+1,1%) contabilizaram crescimento em relação ao período anterior. Em contrapartida, as regiões Centro-Oeste e Grande Rio de Janeiro não mostraram sinais de retomada e viram os índices de volume de compra caírem ainda mais.

"O consumo no Brasil ainda se encontra em recuo. Neste cenário de retração e incertezas, o shopper está sempre tentando equilibrar o orçamento e faz escolhas conscientes que lhe permitam incluir categorias de conveniência, praticidade e indulgência no carrinho de compras", analisa Giovanna Fischer, Diretora de Marketing e Insights da Kantar.

Nesta análise, a cesta de perecíveis é a única a apresentar performance positiva nos últimos 7 meses versus o mesmo período do ano anterior. As categorias de sorvete e leite fermentado se destacam, estando entre as que mais ganharam novos lares nos últimos períodos, entregando conveniência, praticidade e indulgência.

Considerando os canais que o consumidor brasileiro elege na hora das compras, o atacarejo não para de crescer e continua avançando mais 3,8 ponto de penetração no ano móvel. As vendas em autosserviço também acumularam alta de 2,0% nos últimos 7 meses. (As informações são da Kantar) 

É falsa informação de que caixa indica leite com mais química
Um vídeo que circula no WhatsApp e nas redes sociais tem gerado preocupação de consumidores. Nas imagens, um homem que não se identifica faz graves acusações sobre o processo de fabricação e as embalagens do leite longa vida, o popular "leite de caixa". Segundo o homem, o tipo de marcação no fundo da caixa indicaria que o leite foi reprocessado. Ou seja, o leite teria voltado para a fábrica, onde teria passado por mais processos químicos que fariam com que durasse mais. No entanto, a informação é falsa. CLIQUE AQUI para assistir a reportagem. (TV Jornal/SBT)

Porto Alegre, 25 de setembro de 2019                                              Ano 13 - N° 3.073

 Propriedade em Vespasiano Corrêa comemora resultados de ordenha robotizada
 
A Granja Michelon, localizada em Vespasiano Corrêa (RS), realizou um Dia de Campo a fim de compartilhar os resultados obtidos após um ano de aquisição de uma ordenha robotizada. O encontro ocorreu nesta terça-feira (24/9) e reuniu cerca de 100 pessoas, entre  pequenos produtores, técnicos e entidades de dentro e fora do Estado.

O evento contou com palestras sobre qualidade, produtividade, rentabilidade e nutrição de vacas, além de uma visita à Granja Michelon para acompanhar a ordenha robotizada em tempo real. A propriedade, que pertence a Valter e Tiago Michelon, possui 24 hectares e 125 vacas em seu rebanho. Dessas, 67 estão em lactação e produzem 3 mil litros/dia de leite. O robô da Granja é o 21º do mundo em produtividade e está entre os primeiros do ranking no Brasil.

De acordo com o gerente Comercial e de Projetos da DeLaval, Márcio Denes Gato, com o uso da ordenha robotizada a Granja Michelon aumentou 17% da produção de leite e reduziu 40% dos casos de mastite no rebanho. "O evento serviu para mostrar a realidade de uma propriedade de pequeno porte para a atividade leiteira", ressaltou Gato.

Para Tiago Michelon, mostrar aos participantes do encontro o funcionamento do robô e os números conquistados nesse último ano é de suma importância para que outros produtores se inspirem. "Os ganhos para a propriedade são inúmeros, tanto no que se refere à saúde do rebanho quanto à produtividade, pois o robô funciona 24h por dia", contou.

O Dia de Campo foi promovido em parceira com as empresas MSD - Saúde Animal, Cotribá  - Produção Animal, DeLaval e Machado Agropecuária. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

Crédito: Márcio Gato

Ministra encerra viagem ao Oriente Médio com abertura de mercado para produtos brasileiros

Entre os dias 11 e 23 de setembro, a ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) liderou missão ao Oriente Médio. A comitiva passou por quatro países: Egito, Arábia Saudita, Kuwait e os Emirados Árabes Unidos. 

Nesse período, a ministra reuniu-se com autoridades de governo e empresários. Foram anunciadas novas importações de produtos brasileiros, como lácteos, frutas, mel e castanhas. Tereza Cristina encontrou-se ainda com investidores para discutir oportunidades de negócios em obras de logística no Brasil, que visam tornar o agronegócio mais competitivo. 

Em 2018, as exportações agropecuárias para 55 países árabes somaram US$ 16,13 bilhões, o que representa 19% do total das vendas externas do agro brasileiro. O comércio pode crescer ainda mais com investimentos e negócios em toda a cadeia produtiva, como maquinário, estocagem, tecnologia e inovação.

Egito
No Egito, a ministra Tereza Cristina anunciou a abertura do mercado para produtos lácteos brasileiros. Aguardada desde 2016, a entrada dos produtos do Brasil poderá atingir um mercado de 100 milhões de consumidores. Também foi anunciado o início do processo de importação de uva e alho egípcios pelo Brasil. Outros temas do encontro foram a importação de laranjas pelo Brasil e o envio de caprinos e ovinos. Os países iniciaram as tratativas para um convênio entre a Embrapa e centro de pesquisas do Egito. Nas reuniões, no Cairo, também foram debatidas redução de tarifas de exportação e padronização de certificados sanitários.

Arábia Saudita
Na Arábia Saudita, a ministra Tereza Cristina finalizou acordos que ampliam a pauta exportadora de produtos do agronegócio brasileiro ao Reino. Foram autorizadas pela SFDA, autoridade sanitária saudita, as compras de castanhas, derivados de ovos e a ampliação do acesso a frutas brasileiras. Somados, os produtos representam um mercado potencial superior a US$ 2 bilhões. Em reunião com investidores sauditas, a ministra destacou as oportunidades de investimento em infraestrutura no Brasil, como rodovias e ferrovias, o que ajudará a tornar o agronegócio brasileiro ainda mais competitivo. Os investidores querem mais diálogo com os empresários brasileiros para ampliar a pauta de investimentos e também mencionaram o interesse em levar tecnologia brasileira para a Arábia Saudita. Tereza Cristina também conversou com autoridades sobre acordo bilateral de cooperação técnica na agropecuária e exportações para o país árabe.

Kuwait
O Brasil poderá exportar mel para o Kuwait. Durante a visita da ministra, o governo daquele país anunciou a abertura do mercado para o mel brasileiro, uma autorização que era aguardada desde 2016. Para viabilizar o intercâmbio, o governo do Kuwait concluiu a certificação sanitário do mel. A emissão de certificados de exportação e cooperação técnica na área de pesca e aquicultura também foram tratadas nas reuniões de trabalho das quais a ministra participou. Segundo Tereza Cristina, a Embrapa pode contribuir nesta missão, pois mantém dois centros de pesquisa e criação de peixes em cativeiro. As exportações brasileiras para o Kuwait, em 2018, foram de US$ 209,4 milhões, o equivalente a 215.463 toneladas.

Emirados Árabes
No último país da missão ao Oriente Médio, a ministra apresentou oportunidades de investimento em infraestrutura no Brasil, visando solucionar gargalos enfrentados pelo agronegócio. Durante reuniões em Abu Dhabi, foram detalhados empreendimentos previstos no Programa de Parcerias de Investimento (PPI). Entre projetos apresentados estão a Ferrogrão e a Ferrovia de Integração Oeste-Leste, corredores ferroviários que serão importantes para o escoamento da produção de grãos e transporte até os portos. Em março, o Brasil e os Emirados Árabes assinaram um acordo com o objetivo de estimular, simplificar e apoiar investimentos bilaterais. Em Dubai, a ministra participou do seminário da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira. Tereza Cristina mostrou as oportunidades de comércio e investimentos no Brasil. Disse que há espaço para que Brasil e Emirados Árabes trabalhem em conjunto. (As informações são do Mapa)

Argentina tem o menor consumo de leite desde 2003

Entre diversos aspectos negativos, o governo do presidente argentino Maurício Macri entrará para a história pelo descenso ininterrupto no consumo de leite no país. Dados divulgados nesta semana pelo Observatório da Cadela Láctea mostram que a média de litros por habitante chegou ao menor nível desde 2003.

Os números apresentados refletem o aumento da pobreza em diversas camadas sociais do país, restringindo o acesso a itens básicos da alimentação. No primeiro semestre de 2019 a quantidade chegou a 182 litros por pessoa/ano, 13,2% a menos do que no ano anterior e 16,1% inferior do que os dados de 2015.

Entre agosto de 2018 e agosto de 2019, o preço médio dos produtos derivados do leite aumentaram, em média, 93,5%. “Consumimos 35 litros de leite a menos por habitante em relação a 2015”, afirma o presidente do Instituto de Defesa de Usuários e Consumidores, Pedro Bussetti, em entrevista ao jornal Página 12. “É um consumo que chega a ser inferior ao que vimos em 2001 e 2002, anos de grave crise no país. Se olharmos todo o período macrista, houve uma queda constante em todos os anos”, complementa.

Segundo Bussetti, a administração Macri transformou o consumo de leite em um privilégio, assim como outros produtos e serviços de primeira necessidade. Enquanto o aumento dos produtos lácteos se aproxima dos 100%, a inflação durante a atual gestão chega hoje a 54,5%. (As informações são do Página 12, publicadas pelo Portal Vermelho) 

A demanda doméstica por lácteos nos EUA alcançou o maior volume em 56 anos
É necessário voltar até quando John F. Kennedy era presidente, em 1962, para ver a maior demanda per capita de produtos lácteos, de acordo com dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Entretanto, as vendas de laticínios per capita no ano passado totalizaram 293 quilos. Não importa o que dizem os críticos, as tentativas de elaborar uma narrativa de "morte de laticínios" são equivocadas, disse Alan Bjerga, vice-presidente sênior de comunicações da Federação Nacional de Produtores de Leite. Embora as vendas de leite fluido tenham caído drasticamente na última década, cerca de 1,7 bilhão de quilos entre 2013 e 2017, a venda de outros produtos lácteos mais do que compensaram essas perdas. (Nota: a venda de leite fluido de julho aumentou 0,2%, principalmente devido às vendas convencionais de leite integral e orgânico.) Os dados do USDA mostram que as vendas de queijo per capita triplicaram desde 1971 e o uso de manteiga per capita é o mais alto desde 1968. As vendas de margarinas à base de óleo vegetal diminuíram, com as vendas de 2010 nessa categoria atingindo o mesmo nível de 1942, quando a manteiga de leite era escassa devido à Segunda Guerra Mundial. As vendas de margarinas estavam tão baixas desde 2010 que o USDA parou de acompanhar esses dados. “O leite, como qualquer outra bebida, existe em um mercado competitivo”, disse Bjerga. “Mas transformar um mercado segmentado de bebidas em uma narrativa de "laticínios em declínio" é falso na melhor das hipóteses”, continuou ele. Os produtores de leite certamente gostaram dessa notícia, embora alguns ainda se perguntem porque os preços do leite foram tão baixos nos últimos cinco anos. Os principais motivos, dizem os economistas, são que os mercados mundiais estão fracos e as exportações de lácteos estão atrasadas devido a perturbações do mercado global, disputas comerciais e tarifas. (As informações são do Farm Journal & MILK Magazine)

Porto Alegre, 24 de setembro de 2019                                              Ano 13 - N° 3.072

 Conseleite indica estabilidade do leite no RS 


Crédito: Carolina Jardine

O valor de referência projetado para o leite no mês de setembro no Rio Grande do Sul é de R$ 1,0884, 1,57% abaixo do consolidado de agosto, que fechou em R$ 1,1058. Os dados do cenário lácteo no Estado foram debatidos na reunião mensal do Conseleite realizada nesta terça-feira (24/09) na sede do Sindilat, em Porto Alegre (RS). Segundo o presidente do Conseleite, Alexandre Guerra, apesar da leve queda em relação ao valor consolidado do mês anterior, a projeção para setembro é praticamente a mesma que foi estimada para agosto (R$ 1,0870), o que indica estabilidade do mercado. “Vivemos um momento delicado em que quem não for eficiente acabará saindo do processo, tanto no campo quanto na indústria. O mercado é soberano e estamos sempre suscetíveis aos movimentos do varejo”, pontuou. E lembrou que as peculiaridades e sazonalidades da produção láctea geram picos de produção - quando o setor industrial opera com capacidade plena -, mas, por outro lado, impõem meses de ociosidade que elevam muito os custos. “Precisamos tirar essa diferença. Só vamos conquistar o mercado externo se conseguirmos manter uma produção estável”.

No mês, apesar da alta de 2,19% do leite UHT, a tendência de redução de preços foi puxada pelo leite em pó (-2,72%) e pelo queijo mussarela (-2,99%).  Ao apresentar os dados do levantamento realizado pela UPF, o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, indicou que vários produtos do mix iniciaram o ano com valores mais elevados, mas não mantiveram a cotação ao longo do ano, entre eles alguns queijos.

Durante a reunião, também foi alinhado que a Emater passará a realizar estudo de custos de produção para acrescentar esse indexador aos dados avaliados pelo setor produtivo na reunião do Conseleite. Para isso, a entidade de assistência técnica será incluída no colegiado como convidada especial. O vice-presidente do Conseleite, Pedrinho Signori, reforçou a importância de agregar esse levantamento às análises mensais uma vez que os custos impactam diretamente na rentabilidade da atividade. “É um dado essencial a ser apreciado para que possamos avaliar todas as nuances da atividade láctea”, disse. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

Preço/MS
A diretoria do Conseleite – Mato Grosso do Sul reunida no dia 18 de setembro de 2019, aprova e divulga os valores de referência para a matéria-prima, referente ao leite entregue no mês de agosto de 2019 e a projeção dos valores de referência para o leite a ser entregue no mês de setembro de 2019. Os valores divulgados compreendem os preços de referência para o leite padrão levando em conta o volume médio mensal de leite entregue pelo produtor. (Famasul/Terra Viva)
  
 
 
IBGE: produção de leite cresce 1,6% em 2018 e produtividade por vaca aumenta quase 5%
 
A pesquisa da Produção da Pecuária Municipal (PPM), divulgada na última sexta-feira (20/09) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou que a produção de leite brasileira em 2018 foi de 33,8 bilhões de litros, 1,6% maior que o ano anterior, como mostra o gráfico 1. 
Gráfico 1. Evolução da produção brasileira de leite. Elaborado pelo MilkPoint.
 
Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado em com base em dados do IBGE.
 
A maior produção de leite foi verificada na região Sul, com volume de 11,6 bilhões de litros no ano, responsável por 34,2% da produção nacional. Ao mesmo tempo, o Sul foi a única região na qual a produção caiu em relação a 2017 (-1,6%). Como segunda região mais importante na produção de leite aparece o Sudeste, com volume de 11,5 bilhões de litros e aumento de 0,5% em relação a 2018. A participação da produção das diferentes regiões no total Brasil aparece no gráfico 2. 
 
Gráfico 2. Participação na produção total nacional – por Região. 
 

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado em com base em dados do IBGE.

Nos estados, Minas Gerais continuou como o maior produtor de leite do país, com uma produção de 8,9 bilhões de litros (26,4% do total nacional) apesar de manter praticamente estável o volume de produção, com crescimento de apenas 0,8% em relação a 2017. O Paraná e o Rio Grande do Sul vieram logo em seguida, com produção de 4,4 bilhões de litros e 4,2 bilhões de litros, respectivamente. 

Analisando os dados a níveis municipais, Castro/PR continuou na primeira posição do ranking, responsável por 0,9% da produção nacional, seguido por Patos de Minas/MG e Carambeí/PR.
Apesar do aumento de produção, no ano de 2018 tivemos um decréscimo no número de vacas ordenhadas, com um efetivo de 16,4 milhões animais, queda de 2,9% em relação a 2017.
Esse recuo no número de animais ordenhados, evidenciou a melhora na produtividade, que cresceu 4,7% em relação a 2017, atingindo 2.069 litros/vaca/ano. Esse valor está bem acima dos valores médios observados na séria histórica (1.357 litros/vaca/ano, na média de 200 a 2017), entretanto ainda estamos abaixo de níveis de produção de países referência na produção de leite, como a Argentina (cerca de 6.500 litros/vaca/ano). (Milkpoint)   
Preço do leite estabilizado em setembro
O presidente do Conseleite, Alexandre Guerra, informou que o preço do leite teve uma estabilidade em relação ao mês de agosto. Abordou também a abertura de novos mercados para os lácteos. Clique aqui para ouvir a entrevista 
(Agert) 

 

Porto Alegre, 23 de setembro de 2019                                              Ano 13 - N° 3.071

  Aliança Láctea Sul Brasileira irá encaminhar parecer sobre as INs 76 e 77 ao Ministério da Agricultura

A reunião da Aliança Láctea Sul Brasileira (ALSB) realizada nesta quarta-feira (19/9), em Florianópolis (SC), debateu sobre os resultados positivos e as principais dificuldades do setor leiteiro depois da implementação das Instruções Normativas do Leite (INs) 76 e 77, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que desde 30 de maio, alteram a forma de produção, coleta e armazenagem do leite cru em todo o território nacional. Na oportunidade, o coordenador geral da ALSB, Airton Spies, salientou que será encaminhado um documento ao Mapa com o relato dos esforços que a cadeia produtiva do leite tem feito. "É importante que eles saibam que, apesar das mudanças realizadas no campo e na indústria, o setor ainda encontra dificuldades para atender às normativas", afirmou.

O encontro também discutiu sobre a abertura de novos mercados para a exportação de lácteos e a urgência de realizar algumas ações para que os três Estados possam ter condições de exportar e escoar o excesso de produção. Para o secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS, Darlan Palharini, a maior preocupação dos Estados é em relação a competitividade do setor, inclusive com o acordo entre o Mercosul e União Europeia. "Precisamos entender os impactos que esse acordo trará para os laticinistas, visto que não haverá diminuição gradativa do imposto de importação   para os laticínios europeus".

Ao final da reunião foi agendado o próximo encontro da ALSB, que será no dia 16 de dezembro, na cidade de Curitiba (PR). (Assessoria de Imprensa Sindilat)


Crédito: Darlan Palharini

Conseleite/PR

A diretoria do Conseleite-Paraná reunida no dia 23 de Setembro de 2019 na sede da FAEP na cidade de Curitiba, atendendo os dispositivos disciplinados no Capítulo II do Título II do seu Regulamento, aprova e divulga os valores de referência para a matéria-prima leite realizados em Agosto de 2019 e a projeção dos valores de referência para o mês de Setembro de 2019, calculados por metodologia definida pelo Conseleite-Paraná, a partir dos preços médios e do mix de comercialização dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes.

 

Os valores de referência indicados nesta resolução para a matéria-prima leite denominada “Leite Padrão”, se refere ao leite analisado que contém 3,50% de gordura, 3,10% de proteína, 500 mil células somáticas/ml e 300 mil ufc/ml de contagem bacteriana. Para o leite pasteurizado o valor projetado para o mês de Setembro de 2019 é de R$ 2,4291/litro. Visando apoiar políticas de pagamento da matéria-prima leite conforme a qualidade, o Conseleite-Paraná disponibiliza um simulador para o cálculo de valores de referência para o leite analisado em função de seus teores de gordura, proteína, contagem de células somáticas e contagem bacteriana. O simulador está disponível no seguinte endereço eletrônico: www.conseleitepr.com.br. (Conseleite/PR)

Captação/UR 

A captação de leite pelas plantas da Conaprole hoje é de 4,5 milhões de litros e se aproximando dos níveis do ano passado. Na primeira quinzena de setembro o volume de leite processado foi apenas 2% menor do que o verificado no mesmo período do ano passado. Se o clima continuar favorável, é bem possível que o nível de captação possa superar o da primavera passada.

Os últimos dados oficiais do Instituto Nacional do Leite (Inale) mostram que no acumulado de janeiro a julho, a captação total foi 7,4% inferior à verificada no mesmo período de 2018. No acumulado de 12 meses (agosto 2018 a julho de 2019) o volume captado é 2% menor quando comparado ao período precedente. (Tardaguila – Tradução livre: Terra Viva)

 

     
Custos de produção 
Os custos de produção da pecuária leiteira registraram ligeira queda em agosto. O Custo Operacional Efetivo (COE), que considera os gastos correntes da propriedade na “média Brasil” (BA, GO, MG, PR, RS, SC e SP), recuou 0,45% frente a julho e o Custo Operacional Total (COT), que engloba o COE, o pró-labore e as depreciações, 0,43%. As baixas no COE e COT foram influenciadas, principalmente, pela desvalorização de 0,97% no grupo dos alimentos concentrados, na média Brasil, entre julho e agosto. Dentre os estados pesquisados, Santa Catarina foi o que registrou a queda mais expressiva, de 2,87%. Por outro lado, a redução dos custos de produção foi atenuada pelo aumento de 0,59% nos preços dos insumos de suplementação mineral. A alta é reflexo da demanda elevada pelo produto, em consequência da diminuição da oferta e qualidade das pastagens nesse período de estiagem na região central do Brasil. Além disso, a valorização do dólar frente ao Real também contribuiu para maiores desembolsos com esse insumo, visto que o fosfato bicálcico, uma das matérias-primas utilizadas na produção de sal mineral, é importado. 
RELAÇÃO DE TROCA – O preço do leite registrou a segunda queda consecutiva em agosto, prejudicando a relação de troca para o produtor, mesmo com a saca de milho 1,9% mais barata frente ao mês anterior, conforme o Indicador ESALQ/ BM&FBovespa (Campinas – SP). Em agosto, foram necessários 27,04 litros de leite para adquirir uma saca de 60 kg de milho, 2,5% a mais que em julho/19. No comparativo agosto do ano passado, o poder de compra do produtor diminuiu 1,57%. (Cepea)