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Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 24 de maio de 2023                                                           Ano 17 - N° 3.909


Sindilat apoia evento Profissional do Futuro 2023 Unijuí
 
Com a expectativa de receber em torno de 600 alunos do ensino médio entre os dias 23, 24 e 25 de maio, o curso de Medicina Veterinária e Agronomia da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí) abrem as portas da sua escola fazenda, em Augusto Pestana (RS), para divulgar as profissões das ciências agrárias e a importância da formação profissional na produção de leite de qualidade. A professora que coordena a visita, Denize da Rosa Fraga, explica que os alunos participam de um circuito rural na propriedade, conhecem o trabalho do médico veterinário e do agrônomo e o mercado do leite no Rio Grande do Sul. “Nossa intenção é mostrar, através da prática, de dados e de relatos dos profissionais, como é a atuação nesta área. O quanto as instruções técnicas são importantes na manutenção das fazendas e no crescimento do mercado leiteiro”. O Sindicato das Indústrias de Laticínio do RS (Sindilat/RS) é apoiador do evento.
 
Os alunos também passam por atividades no viveiro florestal da Universidade, entram em contato com os equinos e conhecem um pouco mais sobre as forrageiras e produção de grãos. O secretário-executivo do Sindilat/RS, Darlan Palharini, reforça a importância de apoiar projetos de introdução dos estudantes ao agronegócio. “A profissionalização e automatização da atuação no campo estão em alta. Por isso, incentivar os jovens a compreenderem logo no início o funcionamento das propriedades e a importância de mão de obra técnica são maneiras de construir nosso futuro mercado com ainda mais qualidade”. (Assessoria de imprensa SINDILAT/RS)
 
 

Alta nas importações de lácteos assusta produtores gaúchos

O Rio Grande do Sul é o terceiro Estado que mais importou lácteos e derivados no país

O crescimento nas importações de lácteos no primeiro quadrimestre tem assustado os produtores do Rio Grande do Sul. Este ano, as compras brasileiras de leite, creme de leite e laticínios (exceto manteiga e queijo) da Argentina e Uruguai em relação ao mesmo período do ano passado saltaram em 286,4% em valor, chegando a US$ 263,2 milhões, e 230,6% em volume, atingindo 69,9 mil toneladas, conforme dados da plataforma Comex Stat, do governo federal. Em sentido contrário, as exportações do país caíram 37,2% em receita, chegando a US$ 25,4 milhões, e 30,7% em volume.

O Rio Grande do Sul é o terceiro Estado que mais importou, aplicando US$ 34,1 milhões, com variação de 230,7% sobre o período de janeiro a abril de 2022. Os dados deste ano ampliam as preocupações dos produtores. “Estamos com medo, porque há uma inundação de leite de fora do país e temos que ter alguma medida protetiva”, destacou o presidente da Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando), Marcos Tang. 

O secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), Darlan Palharini,  diz que o preço da matéria-prima pago aos produtores do Estado é acima do valor de mercado do Mercosul e que Argentina e Uruguai têm políticas públicas de apoio ao segmento. Segundo o dirigente, o governo argentino aprovou subsídios aos produtores no final do ano passado e o Uruguai concedeu linhas de crédito com prazo de até 13 anos para produtores e indústria. “Nossa preocupação é não termos uma política de Estado para fazer frente a isso, pois derrubar o custo de produção não se consegue de imediato”, declarou. 

Conforme Palharini, as vantagens de Uruguai e Argentina são de escala e não se limitam aos incentivos que permitem baixar os custos de produção. “Argentina e Uruguai produzem em média de 1 milhão de litros/ano, enquanto no RS a média mais alta chega a pouco mais de 100 mil”, disse. 

Outro fator destacado por Palharini no atual cenário é o mercado mundial desaquecido, principalmente pela China, que é o grande comprador. “A única alternativa realmente seria o governo equiparar o benefício que a Argentina está concedendo, em torno de R$ 340 milhões, e estender as linhas de crédito para fazer frente a isso, já que colocar um sistema de cotas é mais difícil pela questão do Mercosul.”

A importação crescente de lácteos foi debatido na semana passada pela Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Leite e Derivados, da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi). O coordenador da Câmara, Eugênio Zanetti, vice-presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS) alertava para a competição desigual entre brasileiros e produtores uruguaios e argentinos. “O impacto na cadeia produtiva é muito ruim, vai sobrar leite no mercado interno e o preço certamente irá despencar”, avaliou Zanetti.

O segmento leiteiro enfrenta uma tendência de redução de produtores desde 2015, conforme relatório da Emater/RS-Ascar de 2021. Naquele período, mais de 44 mil agricultores abandonaram a atividade leiteira em razão da perda de competitividade, sem perspectivas de retorno, e houve redução do rebanho leiteiro no Estado. (Correio do Povo)

 

Uruguai – Incertezas na China dificultam a venda de lácteos

Mercados/UR – O vice-presidente da Conaprole, Alejandro Pérez Viazzi, fez parte da delegação oficial de empresários uruguaios que participaram da última feira SIAL Xangai, onde exploraram novas oportunidades comerciais.

Em entrevista ao programa Valor Agregado da rádio Carve, Pérez Viazzi disse que é complexo projetar o que pode ocorrer com a demanda e o posicionamento da China em relação aos produtos lácteos porque o consumo do gigante asiático está “muito estável”, depois das interrupções estabelecidas para conter os surtos de Covid-19. “Têm a expectativa de crescer entre 2% e 3% a demanda por leites fluidos; mas não produtos com maior valor agregado como iogurtes. De qualquer forma têm um potencial enorme para crescer. A economia chinesa está com dificuldade de crescimento em suas exportações. Seguramente, este ano e parte do ano que vem, será difícil a comercialização de produtos lácteos com esta região”, afirmou.

O vice-presidente sempre busca aproveitar instâncias como a SIAL para “ser criativo e buscar oportunidades” de negócios futuros. “Trouxemos algumas possibilidades para serem estudadas junto ao nosso departamento de exportações”, disse.

Lembrou, entretanto, que a partir de 1º de janeiro de 2024 a Nova Zelândia passa a ter tarifas alfandegárias 0% para a entrada de seus produtos na China. Aí o Uruguai passa a ter uma desvantagem de 10% com um concorrente direto. “É um diferencial muito alto e ainda mais com os preços de hoje da Fonterra. Aí será muito difícil fechar negócios”. A Conaprole confia que alguns de seus clientes históricos estejam dispostos a absorver parte da diferença que hoje está entre US$ 300-400 por tonelada.

“O Uruguai e a Conaprole procuram diversificar seus mercados. O Uruguai é um país amigo da China, há 35 anos, desde a abertura comercial e do início das relações diplomáticas e comerciais. Nós, da cooperativa, focamos muito em todos os temas relacionados à sustentabilidade e que, de alguma forma, é o que demandam os consumidores em todas as partes do mundo”, concluiu. (Fonte: Tardáguila Agromercados – Tradução livre: www.terraviva.com.br)


Jogo Rápido

Webinar Mudanças estruturais e conjuntura atual da produção de leite no Brasil
Clique aqui e assista na íntegra a live que abordou: - Como está a produção leiteira no Brasil e no Mundo? - Os desafios para a produção leiteira no Brasil; - Como estão os preços de leite e derivados? - Como estão os preços de insumos e os custos de produção? (PRODAP - YOUTUBE)


 
 
 

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Porto Alegre, 23 de maio de 2023                                                           Ano 17 - N° 3.908


Para Lactalis, pulverização é entrave a melhorias na produção

Com número elevado de laticínios, produtores podem optar por vender a diferentes empresas em vez de investir para aprimorar seus indicadores
A pulverização no setor de leite nacional é um entrave à implementação de melhorias que poderiam elevar a produtividade de pecuaristas e aliviar perdas em momentos de crise, na visão de Patrick Sauvageot, CEO da Lactalis na América Latina. Assim, para a gigante de lácteos, uma solução - e tendência - é a consolidação do setor.Ele cita o trabalho do pesquisador Glauco Carvalho, da Embrapa, que mostra que as cinco maiores empresas em atividade no país captam aproximadamente 32% do volume total de leite. A média mundial fica mais próxima de 50%.
 

“Algo perto de 45% na mão dos cinco maiores tende a ser mais saudável”, diz Sauvageot. Segundo ele, a pulverização do setor dificulta a implementação de processos de melhoria, já que os produtores podem optar por vender a diferentes laticínios em vez de investir para aprimorar seus indicadores.

A Lactalis é um agente ativo da consolidação que defende. Comprou a DPA, joint venture entre Fonterra e Nestlé, recentemente. Mas seus concorrentes Vigor Alimentos e Danno contestaram o negócio no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), alegando “risco concorrenciais ao mercado”.

"Setor poderia investir mais se tivesse mais previsibilidade” — Roberto Jank Jr.

Sauvageot afirma que não há risco de concentração, já que o mercado é bastante pulverizado, e que o Cade deve confirmar isso em breve, liberando a transação. (Valor Econômico)


Conseleite Paraná

A diretoria do Conseleite-Paraná reunida no dia 23 de Maio de 2023 na sede da FAEP na cidade de Curitiba, atendendo os dispositivos disciplinados no Capítulo II do Título II do seu Regulamento, aprova e divulga os valores de referência para a matéria-prima leite realizados em Abril de 2023 e a projeção dos valores de referência para o mês de Maio de 2023, calculados por metodologia definida pelo Conseleite-Paraná, a partir dos preços médios e do mix de comercialização dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes.

Os valores de referência indicados nesta resolução para a matéria-prima leite denominada “Leite Padrão”, se refere ao leite analisado que contém 3,50% de gordura, 3,10% de proteína, 500 mil células somáticas/ml e 300 mil ufc/ml de contagem bacteriana.
Para o leite pasteurizado o valor projetado para o mês de Maio de 2023 é de R$ 4,5595/litro. Visando apoiar políticas de pagamento da matéria-prima leite conforme a qualidade, o Conseleite-Paraná disponibiliza um simulador para o cálculo de valores de referência para o leite analisado em função de seus teores de gordura, proteína, contagem de células somáticas e contagem bacteriana. O simulador está disponível no seguinte endereço eletrônico: www.conseleitepr.com.br.

Brasil fica atrás de Uzbequistão e Kosovo em avaliação de leitura para alunos do ensino fundamental

Dados da avaliação global Pirls (sigla em inglês de Progress in International Reading Literacy Study) divulgados nesta terça-feira, 16, mostram o Brasil à frente somente de Irã, Jordânia, Egito e África do Sul em um ranking que avaliou em 57 países a capacidade de alunos do 4º ano do ensino fundamental de leitura e compreensão de textos. Também participaram do exame oito nações/cidades chamadas de “benchmarking” pelos organizadores.

As provas foram feitas em 2021 e mostram o efeito da pandemia na educação. O resultado foi considerado ruim por especialistas porque coloca o Brasil muito atrás dos países desenvolvidos. O exame é realizado por amostragem em larga escala em escolas públicas e privadas, abrangendo todo o território nacional.

Foi a primeira vez que o Brasil participou da avaliação. O Pirls é um exame focado especificamente em leitura e realizado a cada cinco anos, desde 2001. A prova é organizada pela IEA (International Association for the Evaluation of Educational Achievement), uma cooperativa internacional de instituições de pesquisa, acadêmicos e analistas.

Dados compilados pelo Iede (Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional) mostram que o Brasil está, na média, atrás de Azerbaijão, Uzbequistão, Omã e Kosovo. O País obteve média de 419 pontos, pouco acima da pontuação mais baixa da escala.

De acordo com a avaliação do Pirls, os estudantes na faixa dos 400 pontos, como os brasileiros, conseguem, ao ler textos literários predominantemente fáceis, localizar, recuperar e reproduzir informações, ações ou ideias explicitamente declaradas. Também são capazes de fazer inferências simples e diretas sobre as ações dos personagens.

Já com relação a textos informativos, podem localizar, recuperar e reproduzir informações explícitas, além de fazer inferências simples e diretas para fornecer uma razão para um resultado. 75% dos estudantes brasileiros estão atrás da média de Israel, por exemplo.

O Pirls é reconhecido como um exame de referência internacional para avaliar a leitura no 4º ano do ensino fundamental, considerado um importante ponto de transição no desenvolvimento acadêmico dos alunos como leitores. Entre os países que participaram do exame estão Albânia, Austrália, Áustria, Bélgica, Bulgária, Croácia, Chipre, República Checa, Dinamarca, Finlândia, França, Geórgia, Hungria, Letônia, Lituânia, Marrocos, Nova Zelândia, Noruega, Sérvia, Eslovênia, Espanha, Suécia e Turquia.

Em nota divulgada nesta terça-feira, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) detalhou que mais de 4.900 alunos do 4º ano do ensino fundamental brasileiro foram avaliados em 187 escolas públicas e privadas.

“O Pirls afere as habilidades em leitura de alunos do 4º ano do ensino fundamental, momento em que, normalmente, o aluno já aprendeu a ler e está colocando a leitura em prática como um instrumento de aprendizado. Por isso, a avaliação busca coletar dados, justamente, sobre esse ponto da trajetória escolar”, informou o órgão brasileiro.

Os resultados do Pirls permitem que cada país avalie os conhecimentos e as habilidades de leitura de seus estudantes em relação aos demais países participantes, diz o Inep. “A troca de experiências, a partir dos resultados obtidos, pode contribuir para o permanente aprimoramento da qualidade da educação e para a equidade dos resultados de aprendizagem”, acrescenta.

A pontuação média alcançada pelos estudantes brasileiros (419) se localiza no Nível Baixo da escala pedagógica de proficiência do exame, detalha o Inep. A escala aponta o nível avançado para pontuação acima de 625, alto para valores acima de 550, intermediário para notas acima de 475 e baixo, a partir de 400, faixa em que o Brasil se encontra.

38% não dominam habilidades básicas de leitura, diz Inep

Em nota publicada sobre o desempenho do Brasil na avaliação, o Inep recordou que a realização do exame foi feita durante a crise sanitária provocada pelo coronavírus. “Em primeiro lugar, é importante lembrar que a aplicação do Pirls 2021 ocorreu durante o período de emergência global em função da pandemia de Covid-19″, afirmou.

Entretanto, o instituto reconheceu que a pontuação alcançada coloca o Brasil “no nível baixo da escala pedagógica de proficiência” do Pirls”, e cita que 38% dos estudantes brasileiros não dominam as habilidades básicas de leituras, e que somente 13% alcançaram nível alto ou avançado de proficiência em compreensão leitora. Ainda conforme o Inep, o domínio básico de leitura foi atingido apenas por 24% dos avaliados.

“Esse resultado evidencia que os alunos, ao lerem predominantemente textos literários e informacionais com nível de dificuldade fácil, são capazes de localizar e recuperar informações explícitas”, diz o Inep na mensagem. “Também é possível identificar que os estudantes brasileiros conseguem fazer inferências diretas sobre alguma ação do personagem (textos literários) ou sobre a razão para um determinado resultado (textos informativos)”.

“No entanto”, continua a nota, “aproximadamente 38% dos participantes do Pirls 2021 não dominam as habilidades mais básicas de leitura, como recuperar e reproduzir um pedaço de informação declarada no texto”, informa o Inep. “Cerca de 24% dos alunos dominavam apenas as habilidades básicas de leitura e somente 13% dos estudantes brasileiros podem ser considerados proficientes em compreensão leitora no 4º ano de escolarização, pois alcançaram nível alto ou avançado de proficiência”.

O instituto afirmou ainda na mensagem que, dentro de algumas semanas, lançará o Relatório Nacional do Pirls 2021.

Acesse o ranking completo clicando aqui. (Estadão)


Jogo Rápido

Chile– Captação de leite cai 5,3% no primeiro trimestre de 2023
Produção/Chile – Informações divulgadas pela Federação Nacional dos Produtores de Leite (Fedeleche) com base nos dados do Departamento de Estudos e Políticas Agrárias (Odepa), mostram que a captação nacional de leite até o mês de março de 2023 caiu 5,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior, caindo de 561,1 para 532,1 milhões de litros. Essa contração interanual representa 29,6 milhões de litros a menos, e no mês de março completaram dez meses consecutivos de captação negativa. Essa queda é decorrente, em grande parte, do fato das indústrias não estarem pagando o suficiente para cobrir os custos de produção, comentou uma fonte vinculada à Fedeleche. Os resultados segundo as regiões variaram, com a Região Metropolitana em alta, La Araucanía estável e as outras regiões em queda.No terceiro mês do ano, a captação nacional mostra queda de 5,6% em relação ao mesmo mês do ano anterior, alcançando 168,4 milhões e uma perda interanual de 9,9 milhões de litros. (Fonte: DiarioLechero – Tradução livre: www.terraviva.com.br)


 
 
 

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Porto Alegre, 22 de maio de 2023                                                           Ano 17 - N° 3.907


Com importação crescente, nova crise bate à porta do setor de leite

Para Lactalis, líder do mercado nacional de lácteos, se consumo não aumentar na mesma proporção das compras no exterior, vai sobrar leiteUma nova crise está batendo à porta do produtor brasileiro de leite, na avaliação da gigante francesa Lactalis, líder do mercado nacional de lácteos. As importações de produtos do segmento estão crescendo devido à diferença de preços entre a matéria-prima local e a fornecida por Argentina e Uruguai, um movimento que deve pressionar as margens do setor a partir do mês que vem.O Brasil importou quase 70 mil toneladas de leite, creme de leite e laticínios (exceto manteiga ou queijo) no primeiro quadrimestre deste ano, de acordo com informações da plataforma ComexStat, do governo federal. O volume é mais que o triplo das importações do intervalo entre janeiro e abril do ano passado, que somaram 21 mil toneladas.Também cresceram as importações de manteigas e outras gorduras derivadas do leite, de 1,04 mil para 1,55 mil tonelada, e de queijo e coalhada, de 7,5 mil para 12,4 mil toneladas.
 

 

Roberto Jank Jr, que é vice-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite), afirma que as importações mensais não chegavam aos níveis deste ano desde 2016. “O Uruguai nunca mandou tanto leite para cá como nos últimos dois meses”, diz.

As importações de lácteos vêm aumentando progressivamente desde 2015, observa Natália Grigol, analista do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. Em 2023, esse avanço está sendo mais significativo devido à redução da oferta interna de leite nos dois últimos anos, causada pela estiagem no Brasil e pela forte alta global das cotações dos grãos.

“Isso mudou a estrutura do setor, que não parece ter assimilado muito bem ainda. A indústria está enfrentando uma competição acirrada por fornecedores”, afirma Natália Grigol. Segundo a Abraleite, há cerca de 600 mil produtores profissionais - o que exclui quem produz para subsistência - e 80 mil produzem 50% do volume total.

De acordo com a analista, o quadro atípico deste ano tem reflexos sobre o movimento dos preços: as cotações subiram em janeiro, período em que normalmente deveriam estar mais baixas, e há risco de os valores caírem nos próximos meses, quando geralmente subiriam, devido às importações. “Observamos uma reversão da tendência”, diz.

Desafios
Patrick Sauvageot, da Lactalis, afirma que aumentar a produtividade do rebanho e a qualidade do leite no Brasil, especialmente se comparado a outros grandes produtores globais, ainda é um desafio estrutural a ser vencido. Porém, é preciso dar condições para que o setor consiga chegar lá.

O executivo defende que o governo interceda para impedir uma nova quebradeira do setor causada por recuos bruscos nos preços. “Seria importante colocar um limite nas importações”, diz. Ele avalia que o risco de um desequilíbrio com a intervenção estatal seria menor do que o de deixar o mercado como está.

Mas Jank, que é um dos maiores produtores de leite do país, e Natália Grigol não acreditam que o governo vá conseguir restringir as importações. “Essa medida implica muitas coisas, porque o Brasil também exporta produtos para a Argentina e Uruguai”, lembra o vice-presidente da Abraleite. (Valor Econômico)


Festa e cobrança no fim da Expoleite e Fenasul

Em meio ao encerramento da 44ª Expoleite e 17ª Fenasul, representantes do segmento pediram que recursos captados na venda do produto sejam liberados para ações de fomentoO pedido para que os cerca de R$ 30 milhões depositados no Fundo de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Leite do Rio Grande do Sul (Fundoleite) possam ser acessado para ações de desenvolvimento do setor esteve presente nos discursos do desfile dos campeões da 44ª Expoleite e 17ª Fenasul, no parque Assis Brasil, em Esteio. Representantes de entidades ligadas à produção do alimento destacaram a importância de que esse recurso angariado —é cobrado um valor por litro de leite comercializado — seja de fato utilizado.

Marcos Tang, presidente da Associação de Criadores de Gado Holandês do Estado (Gadolando), pontuou que, apesar do montante acumulado, não é possível que seja repassado para fazer os cálculos do custo de produção do leite e o preço de referência, via Conseleite. 

— Não temos tido as reuniões de Conseleite para dar o preço  de referência, porque o elo produtor ficou com uma dívida para fazer esse cálculo — disse Tang.

Francisco Schardong, coordenador da Comissão de Exposições, Feiras e Remates da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), comparou o leite ao arroz, “os primos pobres da cesta básica”, ambos com taxas aplicadas à produção, mas que não retornam aos produtores.

— Precisamos rever. Ou serve para alguma coisa, ou se extingue — reforçou Carlos Joel da Silva, presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do RS (Fetag).

A Secretaria da Agricultura informou no domingo (21) que o processo de liberação dos recursos do Fundoleite “tem evoluído, mas há observâncias administrativas e jurídicas que precisam ser superadas”.   (Zero Hora)

Dia de Campo da Embrapa Pecuária Sul apresenta tecnologia para uma pecuária mais sustentável

O Dia de Campo “A Pecuária em Sistemas Sustentáveis de Produção”, realizado pela Embrapa Pecuária Sul na última semana, em Bagé, apresentou tecnologias e ferramentas que podem contribuir para alcance das metas do Plano ABC+RS. Para o Coordenador do Comitê Gestor Estadual do Plano ABC+RS, Jackson Brilhante, o Dia de Campo promoveu a capacitação de muitos produtores rurais que são os principais responsáveis em ampliar áreas do estado com adoção de tecnologias que visam o desenvolvimento de uma agropecuária com baixa emissão de carbono, ou seja, mais sustentável.

Jackson Brilhante também destacou a qualidade do conteúdo apresentado no evento em Bagé, os pesquisadores da Embrapa Pecuária Sul apresentaram ao menos três das oito tecnologias que compõe o Plano ABC+RS: Práticas de Recuperação de Pastagens Degradadas, Sistemas de Integração e Terminação Intensiva. “A presença de mais de 500 pessoas no evento demonstra grande interesse do produtor gaúcho no conhecimento técnico para aumentar a produtividade, a eficiência e a resiliência dos sistemas de produção agropecuário frente às mudanças climáticas”, ressaltou.

Para o Chefe-geral da Embrapa Pecuária Sul, Fernando Cardoso, o evento foi uma importante oportunidade para produtores, técnicos e estudantes conhecerem algumas tecnologias que já podem ser aplicadas no campo, com retorno produtivo, econômico e ambiental. “E a pecuária tem um papel extremamente importante para a sustentabilidade, seja com a intensificação da produção ou em sistemas integrados com lavouras ou florestas”, relatou.

Em uma das estações do Dia de Campo, intitulada “Pasto 365: forragem o ano inteiro”, foram tratadas as estratégias para melhorar e qualificar a nutrição dos animais, bem como alguns aspectos relacionados a sistemas integrados entre pecuária e lavoura. Segundo o pesquisador da Embrapa Pecuária Sul, Danilo Sant’Anna, tecnologias como o Pasto sobre Pasto visam aumentar a oferta de alimentos aos animais e ampliar o número de dias de pastejo em uma área, e também propiciam outros ganhos ambientais, como a aceleração dos processos de melhoria do solo. Na mesma estação, o pesquisador da Embrapa Clima Temperado, Giovani Theisen apresentou resultados de mais de 10 de experimentos em integração lavoura e pecuária. Segundo ele, resultados mostram que com a utilização de animais na fase de pastagem ocorre uma melhora substancial dos solos, especialmente no incremento de matéria orgânica.

Outra estação apresentou as ações e pesquisas em melhoramento genético animal, que buscam identificar animais mais eficientes para diferentes sistemas de produção. Entre os trabalhos da Embrapa Pecuária Sul, o analista, Roberto Collares, apresentou as provas de avaliação de desempenho que são realizadas há mais de 20 anos no centro de pesquisa. De acordo com Collares, estas provas servem para identificar reprodutores com genética superior quando submetidos a um mesmo ambiente e tratamento, como a Prova de Avaliação a Campo (PAC) e a Prova de Eficiência Alimentar (PEA). Já a pesquisadora Cristina Genro ressaltou a nova prova que vem sendo realizada na Embrapa, Prova de Emissão de Gases (RS), que visa identificar entre reprodutores jovens aqueles que emitem menos metano por quilo produzido.

A recuperação de pastagens degradadas, em especial dos campos naturais do Sul, também foi enfocada, especialmente no controle do capim-annoni, uma planta invasora que se espalhou pelos campos e pastagens da região trazendo prejuízos econômicos e ambientais. Segundo o pesquisador Naylor Perez, para um efetivo combate é preciso aliar diferentes estratégias, como a aplicação seletiva de herbicidas, que pode ser feita pela máquina Campo Limpo, desenvolvida pela Embrapa e também com a enxada química, quando a infestação ainda é pequena. Além disso, o pesquisador salientou a necessidade de manter o campo natural ou pastagem plantada em boa quantidade e qualidade, por meio da fertilização e cuidados com manejo, impedindo assim a infestação desta planta invasora. “Sempre aconselhamos a prevenir para evitar que a infestação se alastre, seja com cuidados quando ainda há poucas plantas em uma área, ou impedindo sua chegada com ações como deixar novos animais em uma área de quarentena para não infestar a propriedade com sementes do annoni”, afirma Perez. (SEAPI)   


Jogo Rápido

Mapa institui maio como Mês da Saúde Animal
Buscando promover uma mobilização nacional para fortalecer a participação e o engajamento do setor pecuário, bem como a conscientização da sociedade brasileira quanto à importância das ações de prevenção e acompanhamento das doenças animais, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou nesta sexta-feira (19) a Portaria nº 583 instituindo o “Mês da Saúde Animal”. A campanha nacional será executada durante o mês de maio de cada ano, sob coordenação da Secretaria de Defesa Agropecuária. O mês da Saúde Animal visa preservar a saúde humana, animal e do meio ambiente, numa abordagem da Saúde Única. A campanha busca, ainda, divulgar a qualidade sanitária e a inocuidade dos produtos pecuários brasileiros, ampliando a confiança do consumidor, o consumo e o acesso a mercados. “Com o avanço na ampliação das zonas livres sem uso de vacinação para febre aftosa e o aumento na dispersão mundial de outras doenças de alta relevância para a produção animal, faz-se necessário fortalecer o engajamento, o conhecimento e a participação dos produtores e de toda a sociedade na preservação da saúde animal. Assim, a criação do “mês da Saúde Animal” certamente promoverá essa maior proximidade com produtores rurais, médicos veterinários e trabalhadores do setor pecuário para a participação na vigilância e prevenção das doenças”, detalha a diretora substituta de Saúde Animal, Anderlise Borsoi. A programação do mês da Saúde Animal incluirá a realização de campanhas de comunicação e publicidade em nível nacional, estadual e municipal, atividades de caráter informativo e educativo e ações de atualização dos cadastros dos estabelecimentos rurais e das explorações pecuárias junto aos serviços oficiais de saúde animal. Acesse a portaria na íntegra clicando aqui. (MAPA)


 
 
 

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Porto Alegre, 19 de maio de 2023                                                           Ano 17 - N° 3.906


Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Leite e Derivados do Rio Grande do Sul busca proteção contra incentivos do Mercosul

A Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Leite e Derivados do Rio Grande do Sul irá enviar um ofício ao Governo Federal alertando sobre os prejuízos causados à indústria nacional em decorrência dos incentivos concedidos por outros países do Mercosul aos produtores. A discussão também será encaminhada ao Parlasul, solicitando que sejam adotadas políticas de proteção ao setor lácteo.

 

A decisão ocorreu durante a primeira reunião deste ano da câmara, realizada no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS), concomitante a 17ª Fenasul e à 44ª Expoleite. “Temos observado que os volumes de importação aumentaram, devido ao baixo preço da matéria prima em países vizinhos. No acumulado entre janeiro e abril, o leite em pó integral subiu de 9 mil/kg importados em 2022 para 47 mil/kg neste ano. O queijo parmesão é outro produto que tem o valor lá fora menor do que o custo de beneficiamento pela indústria brasileira”, explica Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat/RS).

A Argentina injetou recursos diretamente nos produtores, o Uruguai abriu linhas de crédito subsidiadas e a indústria brasileira permanece sem incentivos. De acordo com um estudo realizado pelo Sindicado e apresentado durante a reunião da Câmara na sexta-feira 19/05, o governo da Argentina, aporta 9,16 bilhões de pesos aos produtores e mais 167 milhões de pesos para as cooperativas investirem em equipamentos. No Uruguai, o governo criou um programa de financiamento abrindo linhas de créditos para atender os cerca de 2 mil produtores no valor total de 9 milhões de pesos, com prazo de 13 anos de amortização. “O produtor e a indústria no Brasil, não têm atualmente nenhuma fonte de recursos de custeio direto o que causa este desequilíbrio com relação aos países que vêm adotando ações efetivas para assegurar a produtividade e a competitividade, entendendo o quanto isso é importante para a suas economias”, destaca Palharini.

No encontro, os integrantes da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Leite e Derivados do RS defenderam ainda a urgência da liberação pelo Governo do Rio Grande do Sul de recursos represados do Fundoleite para os projetos de competitividade apresentados pelas empresas e projetos de desenvolvimento e valorização do leite e derivados no Rio Grande do Sul e no Brasil. (Assessoria de imprensa do SINDILAT/RS)


Foto: Gisele Ortolan


Tradicional banho de leite celebra maior produtividade durante Fenasul Expoleite

Foi com o tradicional banho de leite que a raça holandesa celebrou os exemplares de maior produtividade da 17ª Fenasul e 44ª Expoleite. A celebração foi realizada no final da tarde desta quinta-feira (18/5) e reuniu autoridades e criadores no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio.
Foto: Anselmo Cunha

Com uma produção de 87 quilos de leite, o grande destaque do evento foi a vencedora da categoria Vaca Jovem da Granja Ferraboli, Festleite Ferraboli 423. A pesagem foi recorde da raça desde a implementação do novo regulamento da Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando). O criador, Paulo Ferraboli, de Anta Gorda, também levou o prêmio na categoria Vaca Adulta, com Festleite P. Ferraboli 407 Supersire, com uma produção de 80,09 quilos de leite. “O segredo, em primeiro lugar é genética, uma boa alimentação e bem estar do animal, a família inteira envolvida 24h por dia”, afirmou Ferraboli. Ele também celebrou o recorde da Vaca Jovem. “Nenhuma vaca produziu tanto assim”, comemorou.

O secretário da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, Giovani Feltes, destacou que a Fenasul Expoleite é o palco para aplaudir cada mulher e cada homem que dedicam 365 dias ao trabalho para produzir um dos produtos mais nutritivos. "Aqui está a exposição do que há de melhor na produção gaúcha. A excelência em genética, a sanidade, a qualidade e o cuidado podem ser vistos aqui nos pavilhões no Parque de Exposições Assis Brasil. Onde a vida no campo e na cidade se misturam", afirmou

O presidente da Gadolando, Marcos Tang, celebrou os produtores de leite participantes do evento. “As maiores autoridades aqui presentes são os criadores, os produtores e os seus respectivos animais, sejam das raças leiteiras, das outras raças e das que vão se apresentar no rodeio”, afirmou. Ele destacou o empenho de todos na realização da feira.

Na categoria Vaca Jovem e também na categoria Vaca Adulta, as segundas e terceiras colocadas foram da Granja Cichelero. Também participaram da cerimônia do banho de leite, as vencedoras da raça Jersey.

Para o secretário do Desenvolvimento Rural, Ronaldo Santini, o Estado deve ser partícipe no desenvolvimento de ações que contribuam com a recuperação da cadeia leiteira. "Temos a missão de construir uma política pública para termos um olhar diferenciado para a cadeia produtiva leiteira do nosso Estado. Para isso, precisamos colocar em prática programas que garantam a segurança hídrica dos nossos produtores, que estimulem uma mudança no tratamento do solo e proporcionem a capacitação e qualificação dos nossos produtores", destaca.

Na ocasião foi oficializada a doação de cerca de 300 litros de leite, equivalente ao colhido no concurso leiteiro, para duas entidades assistenciais de Esteio. Foram beneficiadas a Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) e Liga Feminina de Combate ao Câncer.

O secretário do Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo, também esteve presente. A Fenasul Expoleite acontece até domingo (21/5).

O secretário executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados - SINDILAT/RS, participou do ato. (SEAPI adaptado pelo SINDILAT/RS)

Produção/AR 

No primeiro trimestre do ano, a produção nacional de leite sentiu os efeitos do clima. Segundo dados do Observatório da Cadeia Láctea Argentina (Ocla) entre janeiro e março o volume gerado nas fazendas leiteiras caiu 0,2% em relação a igual período do ano passado.

No entanto, ao nível mundial, o indicador está em crescimento, com aumento de 0,8% entre os países que representam em torno de 55% da produção mundial de leite.

Assim como na Argentina, o bloco dos 27 países da União Europeia (UE-27) que apresentou queda de produção nos primeiros oito meses de 2022, começou a crescer entre setembro e dezembro, e continua com tendência de leve crescimento no início de 2023.

Logo depois, o segundo em magnitude, os Estados Unidos da América (EUA), começou um ano de 2022 no campo negativo e depois foi revertendo o quadro que se transformou em crescimentos entre 0,5% e 1,7% de julho a dezembro, o que permitiu encerrar o ano com leve crescimento de 0,2%; agora em 2023 começou com aumento de 1%.

Na América Latina, tanto o Brasil, como a Argentina, o Chile e o Uruguai ficaram com números negativos no primeiro trimestre do ano, influenciados pela seca, aumento dos custos e menores preços internacionais.  

“Todos estes dados não indicam um incremento da oferta mundial do leite para 2023”, observa o Ocla, alertando para um indicador relevante.

“A recuperação do crescimento da produção de leite em 2023 é insuficiente para satisfazer a demanda, pois existe mudança de paradigma: a oferta já não é uma variável fixa”, conforme advertiu a Rede internacional de Comparação de Fazendas (IFCN). (Fonte: La Voz – Tradução livre: www.terraviva.com.br)


Jogo Rápido

Valor Bruto da Produção Agropecuária de 2023 é estimado em R$ 1,216 trilhão
OValor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) de 2023, com base nas informações de safras de abril, é estimado em R$ 1,216 trilhão, 4,7% superior em relação ao valor de 2022, que foi de R$ 1,161 trilhão. As lavouras têm previsão de faturamento de R$ 868,96 bilhões, que é o maior VBP desde 1989. O crescimento real do VBP das lavouras é de 8% em relação a 2022.  A previsão para a pecuária é de faturamento de R$ 347,9 bilhões, com retração de 2,6% em relação ao ano passado. As informações são do MAPA, adaptadas pelo SINDILAT/RS


 
 
 
 

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Porto Alegre, 18 de maio de 2023                                                           Ano 17 - N° 3.905


Pecuária brasileira pode reduzir emissão de metano por litro de leite

A vaca do futuro deixa baixa pegada de carbono e se adapta a extremos de calor e umidade

O último Sumário de Touros do Programa de Melhoramento Genético do Girolando (PMGG) traz a PTA (sigla em inglês que significa capacidade de transmissão prevista para os descendentes) da característica ligada à tolerância ao estresse térmico. Essa foi a grande novidade de 2022 da avaliação genética da raça, coordenada pela Embrapa Gado de Leite em parceria com a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando. De acordo com a Embrapa, a inclusão dessa PTA no sumário foi feita com base nos resultados obtidos por meio de um minucioso estudo, considerando 650 mil controles leiteiros, de mais de 69 mil vacas e, aproximadamente, 21 mil animais genotipados, ao longo de uma década em todo o país.Estudos recentes mostram também que, entre 2000 e 2020, bovinos da raça girolando emitiram 39% menos de metano por quilograma de leite. A produção desse alimento, no mesmo período, aumentou 60%. Esses dados, aliados ao conforto térmico apresentado por aqueles animais e ao seu histórico de melhoramento genético, apontam a raça como promissora para o enfrentamento das mudanças climáticas e a redução de gases de efeito estufa.Os melhoristas explicam que o ótimo desempenho da raça para tolerância ao calor, mantendo a produtividade elevada, resulta do cruzamento do Gir Leiteiro com a raça Holandesa. O primeiro, de origem indiana (Bos indicus), soma séculos de seleção natural para suportar o clima tropical. E, desde 1985, o Programa de Melhoramento Genético do Gir Leiteiro, também coordenado pela Embrapa, intensificou a seleção para características de produção, de reprodução e de adaptabilidade. 

Já a raça holandesa, de origem européia (Bos taurus), foi selecionada tendo como objetivo a alta produção de leite. A soma de ambas as características por meio do cruzamento deu origem ao girolando, reconhecida pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) como raça sintética nacional, desde 1996.

O conforto térmico do girolando chama a atenção dos produtores das regiões tropicais, que têm de lidar com extremos de calor e de umidade em períodos do ano devido às mudanças climáticas. 

“Podemos observar a superioridade dos animais girolando para tolerância ao estresse térmico, uma vez que a diferença pode chegar a 10 °C quando comparamos os limites extremos de tolerância ao calor”, diz Renata Negri, doutora em Zootecnia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e bolsista da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando.

Segundo o pesquisador da Embrapa Gado de Leite Marcos Vinicius Gualberto Barbosa da Silva, o conforto térmico é significativo nos sistemas de produção a pasto em clima tropical, como é o caso do Brasil. 

“As vacas girolando, comparadas às Holandesas, tendem a ter melhores desempenhos produtivo e reprodutivo, apesar do aumento da temperatura e da umidade. Dessa forma, a raça contribui para que a oferta de matéria-prima para os laticínios seja mais estável, independentemente da estação do ano e das condições climáticas”, observa o pesquisador.

Quando as vacas estão em estresse térmico, podem deixar de produzir em média 1 mil kg de leite, considerando uma lactação de 305 dias. Em casos de estresse térmico severo, as perdas, ainda segundo Silva, superaram os 2 mil kg de leite por lactação. “Esses valores são muito expressivos, pois uma vaca pode deixar de produzir até 34% do seu potencial em uma única lactação, o que faz da PTA da tolerância ao estresse provocado pelo calor uma opção importante para o produtor.”

Pegada de carbono
É quase um consenso no meio científico de que as mudanças climáticas exigem a transição do atual modelo de produção para sistemas sustentáveis eficientes, com menor impacto ambiental. “O agronegócio é considerado por muitos como o vilão na emissão de gases de efeito estufa, o que é um problema para o Brasil que tem no setor agropecuário sua vocação econômica”, diz Silva. 

Dessa forma, para atender aos requisitos propostos na COP-26 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima – 2021), quanto à redução das emissões de gases de efeito estufa, será necessária uma resposta rápida do setor agropecuário. Para Negri, o intenso processo de melhoramento que a raça girolando tem passado nas últimas décadas será fundamental para essa resposta. 

“A pecuária pode contribuir significativamente para reduzir as emissões de carbono e promover sistemas sustentáveis em curto, médio e longo prazos, com o uso de animais mais resilientes, eficientes e adaptados às mudanças climáticas”, diz a zootecnista.

Estudos recentes realizados pela Embrapa Gado de Leite comprovam que, ao longo de 20 anos (2000 a 2020), houve aumento de 60% na produção de leite de bovinos da raça girolando e os animais apresentaram redução de 39% na emissão de metano por quilograma de leite produzido. 

“Utilizar animais selecionados geneticamente para uma melhor adaptação ao clima, com o predomínio do regime alimentar a pasto, contribui de forma efetiva para reduzir a pegada de carbono da atividade”, argumenta Luiz Gustavo Pereira, pesquisador daquele centro de pesquisa. 

“É essencial que o animal seja eficiente em produção sob qualquer adversidade e, consequentemente, reduza a intensidade de emissão de metano por quilograma de leite produzido, promovendo ganho ambiental”, completa Negri. No contexto das mudanças climáticas, pode se aplicar à raça girolando o conceito de “vaca do futuro”.

Melhoramento genético projetando a vaca do futuro

O teste de progênie da raça girolando foi iniciado em 1997, como resultado de uma parceria da Girolando com a Embrapa Gado de Leite. Em 2007, foi implantado o Programa de Melhoramento Genético do Girolando, o que permitiu a interação com os programas já existentes na Associação, como o Serviço de Registro Genealógico (SRG), o Teste de Progênie (TP) e o Serviço de Controle Leiteiro (SCL), e também a criação do Sistema de Avaliação Linear do Girolando (Salg).

O PMGG tem como objetivos principais a identificação de indivíduos geneticamente superiores, a multiplicação genética de forma orientada, a avaliação genética de características economicamente importantes e a promoção da sustentabilidade da atividade leiteira. Os resultados do Programa têm sido impressionantes. 

A raça girolando é a que mais cresce na produção de sêmen, no Brasil, chegando à marca de 920.848 doses produzidas em 2021, o que representa um aumento de mais de 9% em relação a 2020.

Além disso, outro dado é o crescente incremento na produção de leite das vacas girolando. Considerando uma produção de leite em até 305 dias, no início do século, a produção média alcançava 3.695 kg. Duas décadas depois, essa média aumentou para 6.032 kg, representando um aumento de 60% no período. 

Devido a esses e a outros fatores, a raça girolando vem ganhando cada vez mais reconhecimento nacional e internacional, tornando-se a preferida para produção de leite nas regiões tropicais. No Brasil o agronegócio do leite está presente em quase todos os municípios, gerando em torno de 5 milhões de empregos diretos e indiretos e um volume de negócios de, aproximadamente, US$ 18 bilhões. 

A raça girolando possui grande aceitação no setor. Cerca de 80% do leite produzido no país provêm de animais da raça, sendo capazes de manter bom nível de produção em diferentes sistemas de manejo e condições climáticas. (Canal Rural)


Assembleia instala Frente Parlamentar de Apoio à Indústria Gaúcha na próxima terça (23)
 
O deputado Prof. Claudio Branchieri (Podemos) está mobilizando lideranças em prol do destravamento econômico e da atração de investimentos para o estado. Proponente da Frente Parlamentar de Apoio à Indústria Gaúcha, que será instalada na Assembleia Legislativa na próxima semana, ele realizou pessoalmente o convite ao Secretário de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo, em reunião na última quarta-feira (17).
 
 
Durante a visita, o deputado ressaltou a importância de unir esforços entre parlamento, governo e demais atores envolvidos para impulsionar medidas e políticas públicas que fortaleçam o desenvolvimento econômico do estado. A Frente Parlamentar tem como objetivo promover a valorização do setor industrial como motor do progresso econômico, além de estabelecer um diálogo construtivo entre os poderes para alinhar estratégias e ações que tornem o Rio Grande do Sul atrativo à instalação e retenção de investimentos, bem como geração de empregos e inovação no setor industrial.
 
Além do ato de instalação da Frente Parlamentar, o deputado Prof. Claudio Branchieri também levará o tema ao plenário da Assembleia Legislativa, no período de Grande Expediente, no mesmo dia. Os interessados em participar das atividades estão convidados a comparecer no próximo dia 23 de maio, às 13 horas, no Salão Júlio de Castilhos. 
 
Licenciamento Ambiental
 
No mesmo dia, o deputado Prof. Claudio Branchieri também inaugurou os trabalhos de uma subcomissão vinculada à Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e Turismo da Assembleia Legislativa, dedicada a analisar fiscalizações, prazos e concessões de licenças da Fepam a fim de fomentar uma nova política industrial para o estado. "Nosso objetivo é auxiliar o estado do Rio Grande do Sul na adoção das melhores práticas de licenciamento ambiental. Para isso, vamos promover audiências com os players interessados nesse assunto, que nós entendemos que é chave para destravar o desenvolvimento econômico", declarou. (ALRS)
 
 
 
 
 
Exportações/UR
 
O faturamento com exportações de produtos lácteos pelo Uruguai subiu 17% nos primeiros quatro meses de 2023, em relação ao mesmo período do ano passado.
 
O dado positivo é que o segmento ocupa o terceiro lugar no pódio das exportações em 2023, atrás de celulose e carnes, divulgou o Inale, enquanto as preocupações estão concentradas no conflito entre a Conaprole e a Associação dos trabalhadores e empregados da Conaprole (AOEC).
 
Um boletim elaborado pelos técnicos do Instituto Nacional do Leite (Inale), revelou que considerando o conjunto de quatro categorias entre janeiro e abril foram exportados US$ 301,1 milhões, com base nos dados da Alfândega.
 
Considerando o faturamento acumulado nos quatro meses iniciais de 2023, em relação aos primeiros quatro meses de 2022, o leite em pó integral teve aumento de 31% (total de US$ 195,4 milhões, e o leite em pó desnatado queda de 53% (US$ 14,4 milhões); em queijo o aumento foi de 24% (US$ 41,6 milhões); e a manteiga caiu 16% (totalizando 21,7 milhões).
 
Em relação ao volume, de janeiro a abril foram exportadas 68.480 toneladas e houve crescimento em comparação com o mesmo período de 2022. Os embarques de leite em pó integral subiram 33% (52.318 toneladas), baixa de 55% no leite em pó desnatado (3.956 toneladas), alta de 5% nos queijos (8.168 toneladas) e queda de 22% em manteiga (4.038 toneladas).
 
O leite em pó integral continua sendo, de longe, o produto mais exportado em volume (76,4% do total embarcado) e faturamento (64,9% das divisas geradas).
 
Em relação aos preços médios obtidos, com base na comparação do acumulado em 2023 até abril, e igual período do exercício anterior, caiu 2% do leite em pó integral, aumentou 4% o preço do leite em pó desnatado, cresceu 18% no preço dos queijos e subiu 7% o valor da manteiga.
 
Por último considerando os dados de abril deste ano, os preços médios foram:
 
● US$ 3.782 por tonelada de leite em pó integral
● US$ 3.414 por tonelada de leite em pó desnatado
● US$ 5.117 a tonelada de queijo
● US$ 5.451 a tonelada de manteiga
 
Brasil é responsável por três quartos
 
O boletim do Inale revelou, além disso, que considerando os últimos 12 meses (ano móvel) 39% dos lácteos exportados tiveram como destino o Brasil, 17% foram para a Argélia, 7% para a China, 5% para a Rússia, 3% para o México e os outros 29% para outros mercados.
 
O Brasil foi o principal destino do leite em pó integral (42% do total embarcado), recebeu 60% do leite em pó desnatado e 20% dos queijos, enquanto para a Rússia foi 25% da manteiga. (Fonte: El Observador – Tradução livre: www.terraviva.com.br)
 

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Valor Bruto da Produção Agropecuária de 2023 é estimado em R$ 1,216 trilhão
OValor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) de 2023, com base nas informações de safras de abril, é estimado em R$ 1,216 trilhão, 4,7% superior em relação ao valor de 2022, que foi de R$ 1,161 trilhão. As lavouras têm previsão de faturamento de R$ 868,96 bilhões, que é o maior VBP desde 1989. O crescimento real do VBP das lavouras é de 8% em relação a 2022.  A previsão para a pecuária é de faturamento de R$ 347,9 bilhões, com retração de 2,6% em relação ao ano passado. As informações são do MAPA, adaptadas pelo SINDILAT/RS


 
 
 

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Porto Alegre, 17 de maio de 2023                                                           Ano 17 - N° 3.904


Produtor vende créditos de soja sustentável para Europa e abre caminho para outras propriedades

Ao chegar à Fazenda Pau Furado, em Teixeira Soares (PR), a 20 minutos de Ponta Grossa, já é possível perceber que se está em uma propriedade diferenciada. Em pouco mais de 800 hectares, a organização de cada espaço chama a atenção.

É dali que foi efetivada a primeira venda de créditos de soja sustentável de um cooperado da Frísia para empresas da Dinamarca e da Alemanha, em janeiro deste ano.

Essa foi a primeira vez que a cooperativa intermediou a venda de créditos, por meio de um programa interno denominado Fazenda Sustentável.

A iniciativa visa ampliar a sustentabilidade e competitividade dos cooperados e o produtor Fabiano Gomes, proprietário da Pau Furado, foi o primeiro a obter a certificação da Associação Internacional de Soja Responsável (RTRS – do inglês Responsible Table Round Soybean).

Dos 2.281 créditos ofertados na plataforma da RTRS, o primeiro lote – com a metade dos créditos -, foi vendido a US$ 2,50 cada para a empresa dinamarquesa, duas semanas após a oferta. Logo em seguida, o segundo lote com o restante da produção, disponibilizado a US$ 2,80, foi adquirido pela empresa alemã.

Cada tonelada de soja certificada é equivalente a um crédito, o que resultou em uma renda extra de R$ 31 mil ao proprietário.

“Nosso foco não era a rentabilidade, nem tínhamos vislumbrado isso”, comenta Gomes. A propriedade, que pertenceu ao seu avô e que hoje é dele e de dois irmãos, tem seis décadas e vem sendo preparada para a certificação há pelo menos quatro anos.

Critérios
Para atingir o padrão RTRS de produção de soja responsável, é necessário atender a princípios referentes a cumprimento da legislação e boas práticas empresariais, condições de trabalho responsáveis, relações com a comunidade, responsabilidade ambiental e boas práticas agrícolas.

A repetição do termo “responsável” não é à toa. No que diz respeito às condições de trabalho, por exemplo, são verificados aspectos referentes à inexistência de trabalho infantil, trabalho forçado, discriminação e assédio, com a garantia de que todos os filhos de colaboradores diretos e residentes na fazenda tenham acesso à escola.

Além disso, é preciso assegurar a saúde e a segurança dos trabalhadores. Tarefas potencialmente perigosas devem ser realizadas apenas por pessoas capazes e competentes e o vestuário e equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados devem ser fornecidos e utilizados.

Do ponto de vista ambiental, o proprietário precisa comprovar que os impactos sociais e ambientais – dentro e fora da área – foram avaliados e, também, que foram tomadas medidas para minimizar e mitigar quaisquer impactos negativos.

Além de apontar esforços para reduzir as emissões e aumentar o sequestro de Gases de Efeito Estufa (GEE) na fazenda, com monitoramento do carbono no solo e plano de gestão de resíduos.

A área deve ter vegetação nativa preservada, o manejo integrado de culturas (MIC) e a qualidade do solo devem ser priorizados, com uso responsável de agroquímicos. Ao todo, são 106 indicadores obrigatórios e progressivos de conformidade, conforme informações disponíveis no site da RTRS.

“Duas coisas são mais difíceis: a mudança da estrutura, porque requer recursos, e a mudança de mentalidade dos colaboradores – é importante que eles abracem a causa”, ressalta Gomes, que afirma dar liberdade aos funcionários.

Alimentação entregue por um motoboy particular durante o trabalho na lavoura e salão de festas exclusivo para eles na propriedade são alguns dos diferenciais. “Queremos que eles trabalhem felizes”, diz.

Para adequar a estrutura, foi preciso instalar o posto de combustível para as máquinas agrícolas e o ambiente para estoque e manipulação dos defensivos agrícolas a uma distância segura das casas dos funcionários, assim como da lavoura.

O agricultor acredita que a maior riqueza da propriedade é o solo, o que garante a produção de um grão de qualidade, com alta produtividade aliada ao uso de pouco fertilizantes químicos.

Ele avalia a certificação de maneira positiva, com visibilidade e retorno financeiro à propriedade, tendo em vista que a negociação pode chegar a US$ 10 por crédito de soja sustentável.

Esse é o futuro, não tem mais volta, pois a gente trabalha com alimento e as exigências serão cada vez maiores. Deixo as porteiras da propriedade abertas para visitação para que mais pessoas venham conhecer nosso processo e vejam que é possível.
— Produtor Fabiano Gomes
A fazenda conta com cinco colaboradores que atuam diretamente no campo e dois gerentes – um operacional e um administrativo. São cultivados na propriedade soja, milho e feijão, como culturas de verão, e aveia, cevada e trigo como culturas de inverno.

A Pau Furado já é certificada para a cultura da cevada – que também conta com outras fazendas certificadas na região e ganhará impulso para a comercialização com a inauguração da Maltaria Campos Gerais.

Com relação à soja sustentável, entretanto, a propriedade de Gomes é pioneira na certificação e comercialização de créditos.

Apoio da cooperativa
Em 2021, já com a certificação, o proprietário havia feito uma negociação inicial dos créditos de soja sustentável por meio de uma operação intermediada pela própria certificadora, a US$ 0,76. Na sequência, ele aceitou a proposta da Frísia de partir para a negociação apenas com respaldo da cooperativa.

Segundo Jean Cesar Andrusko, especialista em Meio Ambiente da Frísia, desde 2012 a cooperativa vem atuando para capacitar os produtores quanto às práticas de produção responsável e sustentável.

A demanda surgiu dos próprios clientes, inicialmente da cadeia do leite, por meio da solicitação de implantação de processos de rastreabilidade e de controle de qualidade.

Em seguida, foram os compradores de trigo e de milho, e os produtores buscaram a certificação. Foi feita uma experiência por meio de consultoria especializada oferecida como bônus por uma das gigantes do setor de defensivos agrícolas em algumas das modalidades de compra, com padrões CRS (Certified Responsible Soya) e também RTRS.

Depois de conhecer o processo, a Frísia decidiu assumir a mentoria para os cooperados do Paraná e do Tocantins. Com o programa Fazenda Sustentável em andamento, Andrusko conta que já são 15 propriedades integradas às ações.

“A Fazenda Sustentável é um guarda-chuva em que todos os programas voltados ao cooperado nas áreas de suíno, bovino e agrícola estão alocados, como segurança do trabalho, treinamento aos colaboradores, gestão de processos, financeiro e de pessoas, sucessão familiar, certificação, entre outros”, explica.

O especialista revela que, em relação à soja, a expectativa é certificar um grupo de fazendas até o fim deste ano. “Já temos propriedades habilitadas para cevada, milho e trigo sustentável. A soja é a mais restrita, mas estamos fazendo essa escada e prospectando áreas com potencial para a certificação”, comenta.

Entre as fazendas cotadas estão áreas de 300 a 2.000 hectares. Andrusko explica que a certificação não é o foco principal: “o intuito é deixar as propriedades seguras e, ao mesmo tempo, atender os nossos clientes”. A bonificação para o produtor, que recebe um valor diferenciado pelo grão sustentável é, segundo ele, a cereja do bolo.

Transformação
Ao assumir a consultoria no processo pela busca da certificação, a Frísia disponibiliza apoio técnico para todas as etapas da transformação da propriedade. Documentação, adequação do espaço físico, adoção de EPIs, estrutura para os colaboradores, cumprimento de direitos trabalhistas, respeito à biodiversidade, processo de rastreabilidade e criação de um código de compliance estão entre os pontos destacados.

Andrusko também observa que o cooperado sente-se mais seguro, uma vez que não está expondo todos os seus dados a uma consultoria terceirizada.

Após a certificação, há duas modalidades de venda da soja sustentável – a comercialização do grão (soja física), que vai para a fábrica, ou a negociação dos créditos, por meio da qual a empresa compradora remunera a produção e usa o selo no produto fabricado por ela.

Essa venda é feita por meio de uma plataforma on-line aberta a diversas empresas do mundo. Aquela que comprar pode atestar que adquiriu soja certificada, ou seja, sustentável.

O nosso objetivo é agregar valor à produção tendo em vista que haverá a rastreabilidade e a comprovação da sustentabilidade.
— Jean Cesar Andrusko, especialista em Meio Ambiente da Frísia
O cooperado não é obrigado a participar, mas, assim que apresenta interesse, assina um contrato simbólico e a cooperativa inicia a mentoria, que inclui visita à propriedade, diagnóstico e criação de plano de ação. “O produtor adequa a propriedade na velocidade dele”, completa o especialista.

Vantagens ao produtor

Segundo a RTRS, o processo é aplicável à produção de soja para finalidades múltiplas: consumo humano, ração para animais, biocombustível.

Entre as vantagens para o produtor apontadas pelas certificadoras está a implantação de uma ferramenta de gestão e estratégia sustentável, o que significa estar preparado para atender aos requisitos do mercado global. Além de uma demonstração do compromisso dele com as responsabilidades ambiental e social. (Globo Rural Por Carolina Mainardes — Teixeira Soares)


Campanha busca transformar o agro em uma paixão nacional

Recém-lançado, o Marca Agro do Brasil pretende promover ações de comunicação em escolas, hospitais e veículos de imprensa para aproximar a cidade do campo

Transformar o agro em uma paixão nacional é a meta da campanha de aproximação entre campo e cidade que será conduzida pela Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMRA). A primeira partida na busca pelo “título” de integração entre os dois públicos já tem data  para ocorrer. Em julho, começam a ser captados os recursos para o desenvolvimento de peças para divulgação em veículos de comunicação e também por meio da distribuição de folders.

— A gente quer que o agro seja uma paixão nacional, como são o Carnaval e o futebol propõe Ricardo Nicodemos, presidente da ABMRA.

A proposta da iniciativa tem como base umaa pesquisa feita pela associação no ano passado. O levantamento Percepções Sobre o Agro. O Que Pensa O Brasileiro ouviu 4.215 pessoas em todas as regiões do país, de diversas faixas etárias e diferentes classes sociais. Um dos apontamentos foi o de que, sete a cada 10 pessoas entrevistadas, têm uma percepção positiva sobre o setor. O que indica ainda que três em cada 10 não têm. E é nesse público que a iniciativa quer focar, com ações de comunicação que aproximem os universos e desmitifiquem informações. 

— O Brasil precisa conhecer o Brasil. O setor nunca investiu em comunicação como deveria e, por isso, não tem o apoio da opinião pública. O agro precisa ser tratado como uma marca, um produto — salienta o dirigente.

No momento, 10 conselhos trabalham com 19 eixos estratégicos — temas que influenciam positiva ou negativamente o agro. Com os materiais prontos, o objetivo será alcançar as principais capitais brasileiras, indo do público infantil ao adulto, com os mais diferentes hábitos alimentares. (Zero Hora)

Leite desnatado e leite integral hidratam mais que água, segundo estudo

Leite - Cientistas da Universidade de St. Andrews investigaram qual líquido hidrata mais o corpo humano e descobriram que a água não é a bebida que melhor nos hidrata. 

Eles compararam a água a outras bebidas comuns e observaram que a presença de açúcar, gordura ou proteína em outros líquidos faz com que eles hidratem melhor o corpo. O volume consumido e a composição nutricional da bebida são fatores importantes na hidratação. O leite (sendo o desnatado o que melhor hidrata e o integral p terceiro líquido que mais hidrata), por exemplo, contém lactose, proteínas e gordura, o que retarda a eliminação de fluidos do estômago, mantendo o processo de hidratação mais longo. Soluções de reidratação oral, como soro, também são eficazes devido à presença de açúcar, sódio e potássio.

O estudo revelou que bebidas com mais açúcar concentrado, como sucos de fruta e refrigerantes, não hidratam tanto quanto bebidas com menos açúcares. Bebidas com muito açúcar permanecem no estômago por mais tempo, mas quando chegam ao intestino delgado, a alta concentração de glicose é diluída por osmose, levando a água do corpo para o intestino.

É importante ressaltar que a água ainda é essencial para a saúde, pois os rins precisam dela para eliminar toxinas e a pele também se beneficia de sua hidratação. Estar bem hidratado é fundamental para diversas funções do corpo.

A seguir, listamos em ordem as bebidas que mais hidratam, segundo o estudo:

Fonte: Um estudo randomizado para avaliar o potencial de diferentes bebidas para afetar o estado de hidratação: desenvolvimento de um índice de hidratação da bebida 

Autores: Ronald J Maughan, Filipe Watson , Philip AA Cordery , Neil PWalsh , Samuel J Oliver , Alberto Dolci , Nidia Rodriguez-Sanchez , Stuart DR Galloway

The American Journal of Clinical Nutrition , Volume 103, edição 3, março de 2016
Acesse aqui: https://doi.org/10.3945/ajcn.115.114769


Jogo Rápido

Valor Bruto da Produção Agropecuária de 2023 é estimado em R$ 1,216 trilhão
OValor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) de 2023, com base nas informações de safras de abril, é estimado em R$ 1,216 trilhão, 4,7% superior em relação ao valor de 2022, que foi de R$ 1,161 trilhão. As lavouras têm previsão de faturamento de R$ 868,96 bilhões, que é o maior VBP desde 1989. O crescimento real do VBP das lavouras é de 8% em relação a 2022.  A previsão para a pecuária é de faturamento de R$ 347,9 bilhões, com retração de 2,6% em relação ao ano passado. As informações são do MAPA, adaptadas pelo SINDILAT/RS


 
 
 

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Porto Alegre, 16 de maio de 2023                                                           Ano 17 - N° 3.903


Global Dairy Trade - GDT 

Fonte: GDT, adaptado pelo Sindilat/RS


Agroindústrias gaúchas ao gosto do freguês

O Rio Grande do Sul é conhecido pelo número significativo de agroindústrias, em grande parte familiares. Essas pequenas empresas têm à frente o desafio de se adequar às demandas do consumidor para se estabelecerem e crescer. Uma pesquisa recém-concluída pelo Instituto Tecnológico em Alimentos para a Saúde (itt Nutrifor) da Unisinos e pelo Sebrae RS mapeou as principais tendências de mercado e buscou saber em que patamar os negócios do gênero no Estado estavam para se ajustar a essas perspectivas.- As agroindústrias precisam atender as novas tendências principalmente em relação à clareza de informações prestadas ao consumidor e práticas sustentáveis - diz o coordenador do instituto, Valmor Ziegler.O trabalho se dedicou especialmente às cadeias da carne, leite e frutas. As conclusões são de que crescerá a busca por alimentos saudáveis e sustentáveis. Como os pequenos negócios não têm como concorrer com os grandes em preços, há a necessidade de encontrar o seu nicho e desenvolver e comunicar bem os atributos de seus produtos, para que consigam boa colocação no mercado. Para isso, observa Ziegler, tanto o instituto pode auxiliar em relação à formulação dos alimentos, quanto o Sebrae tem condições de ajudar nas questões de gerenciamento do empreendimento, subsídios e outros tipos de consultoria. Há o entendimento de que, em regra, as agroindústrias gaúchas estão em um bom caminho.

Do universo pesquisado, 60% é do ramo de produtos vegetais. Quase um terço trabalha no segmento de orgânicos. O faturamento anual de 42% das empresas analisadas chega a até R$ 60 mil. A fatia de quem fatura de R$ 60 mil a R$ 120 mil é equivalente a 32%. A principal preocupação das agroindústrias gaúchas é lançar novas soluções e produtos no mercado, mas também há inquietação com os altos custos para investir e contratar mão de obra. 

Cenário do consumo

Veja, abaixo, as principais tendência para cada uma das cadeias.

CARNES
A venda de produtos cárneos processados no Brasil deve crescer em média 10% ao ano. Em 2026, movimentará R$ 24,5 bilhões.

Preços altos de carnes in natura vão empurrar os consumidores para produtos processados.

LATICÍNIOS
A venda de iogurtes no varejo nacional deve crescer 9% até 2027. Para os queijos, a alta tende a ser de 18%. A procura por queijos artesanais vai subir, assim como a demanda por novos ingredientes e formatos previstos para venda.

FRUTAS
Lanches à base de frutas, que subiram 17% no ano passado, tendem a seguir em alta.
Lanches à base de barras proteicas e energéticas também continuarão em alta.

As informações são da Zero Hora. 

 

 

 

Formatação de Agência de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul está na reta final

Até o final deste primeiro semestre do ano, o Rio Grande do Sul deverá lançar sua agência de desenvolvimento, ainda sem nome definido, para alavancar novos negócios e agilizar o empreendedorismo gaúcho. Direto de Nova York, onde acompanha a missão liderada pelo governado Eduardo Leite, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo, revelou que a iniciativa está em fase final de estudo para implantação.

Segundo ele, a formatação dessa estrutura integrará os setores público e privado, constituindo uma iniciativa construída junto com os mais diferentes setores.

“Estamos buscando e procurando dar apoio aos mais diferentes setores da economia para simplificar processos. Nesse sentido, estamos trabalhando para a criação de uma agência para a promoção de projetos e prospecção de investimentos”, disse Polo.

Segundo o secretário, o objetivo desse projeto de criação da agência visa formatar uma grande proposta de desenvolvimento voltado aos diferentes setores, conectando-os com outras agências semelhantes do País e internacionais.

Sobre a programação da missão gaúcha nos Estados Unidos, que encerra nesta sexta-feira (12), Polo avaliou que as agendas voltadas à tecnologia e à inovação permitirão ao Rio Grande do Sul agilizar parcerias que busquem fortalecer o Estado como importante polo no ecossistema de inovação.

“Muitas oportunidades tivemos aqui a partir dos encontros realizados, temas que fazem parte do nosso dia a dia como a Inteligência Artificial (IA), e como usar a tecnologia para aprimorar processos para aumentar estratégias, ter mais eficiência e agilidade”, destacou o secretário.

Ele destacou ainda que a programação em Nova York é uma oportunidade de o Estado se inserir na rota de investimentos de grandes corporações. “São oportunidades junto a fundos de investimento e empreendedores da área de inovação e de energia renovável, nos quais o Estado se destaca”, conclui Polo. (Jornal do Comércio)


Jogo Rápido

Frases e personalidades 
“Precisamos melhorar a competitividade do leite e, ao mesmo tempo, preservar e permitir a ampliação do que é produzido pela indústria nacional. Um caminho é o enfrentamento das diferenças em termos de subsídios concedidos por Argentina e Uruguai e quem vêm produzindo desigualdades no mercado de leite no Mercosul, penalizando, sobretudo a indústria.” Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindilat/RS. (Jornal do Comércio)


 
 
 

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Porto Alegre, 13 de maio de 2023                                                           Ano 17 - N° 3.902


Novo Superintendente do MDA no RS quer reunir estados do sul para debater pauta do leite

Na semana em que tomou posse como novo Superintendente do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) no Rio Grande do Sul, Milton Bernardes confirmou que está trabalhando na organização de um encontro com seus pares, dos estados de Santa Catarina e Paraná, para discutir o cenário leiteiro no contexto do fortalecimento do segmento rural. “Por região, o Sul tem importância fundamental na produção nacional e no abastecimento interno de leite e derivados. A proposta é, neste encontro, tirarmos entendimentos e premissas que são comuns aos estados, para aí, poder avançar, em nível de Governo Federal, na construção de alternativas e propostas”, assinalou.Outra iniciativa na condução da pasta, confirmada por Bernardes durante reunião na manhã de sexta-feira (12/05) com o secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat/RS), Darlan Palharini, é buscar a realização de estudos e uma análise dos subsídios e seus impactos para o Brasil frente às concessões que vem sendo feitas aos lacticínios pela Argentina e pelo Uruguai. “Somos parceiros para iniciar um debate junto ao Ministério a fim de entendermos os mecanismos fiscais que vêm sendo adotados pelos países vizinhos e o impacto da entrada de produtos lácteos vindos do prata. Precisamos olhar os contratos bilaterais tendo em mente a importância da defesa da nossa cadeia produtiva”, assinalou, ao lembrar que o RS já foi o segundo maior produtor, antes de perder posições, e enfrenta uma diminuição, pela metade, no número de famílias nos tambos.Conforme Palharini, o novo Superintendente ainda se demonstrou parceiro na luta de outras pautas do sindicato, como a manutenção dos recursos do Programa Mais Leite Saudável – PMLS, para a execução de ações de fomento da cadeia e de mais políticas públicas que aumentem a competitividade do leite gaúcho.(Assessoria de Imprensa Sindilat/RS)


Fundopem fomenta expansão de agroindústrias

Em outubro de 2023, a Lei Nº 6.427, que criou o Fundo Operação Empresa do Estado do Rio Grande do Sul (Fundopem), completará 51 anos. No mês de junho, a Lei Nº 11.916, que implementou a utilização do incentivo via apropriação de crédito presumido de Imposto sobre Circulação Mercadorias e Serviços (ICMS), fará 20 anos. O regramento prevê o incentivo tributário do governo gaúcho a todos os setores da indústria que pretendam ampliar seus negócios a partir de investimentos, com recursos próprios ou tomadas em financiamento bancário. Em 2021, o Estado sancionou um novo regramento reformulando o programa, a Lei Nº 15.642. Um dos segmentos que pode acessar o benefício é o das agroindústrias que processam produtos da agropecuária. Em outubro do ano passado, o fundo completou 50 anos. “Nossas agroindústrias podem usufruir muito mais do Fundopem e não o fazem por não saber como funciona. Por isso estamos fazendo uma campanha para divulgar o fundo”, explica o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo. Segundo Polo, a lei que disciplina o fundo determina a seleção por projetos apresentados pelas agroindústrias. Por exemplo: uma empresa quer ampliar sua produção de salames. Para isso, necessita comprar mais máquinas e aumentar sua estrutura física, o que demanda a contratação de um financiamento. Se aprovada no processo de seleção, a empresa pode abater do crédito adquirido em até 90% do que deveria pagar de ICMS Incremental (aquele devido ao Estado correspondente às saídas dos produtos fabricados que sejam acima da média que a empresa tinha antes do projeto).De acordo com o secretário, o sistema é vantajoso tanto para o empreendedor, que diminui sua dívida com a instituição financeira ou tem de volta parte dos recursos próprios que investiu, e para o Estado que consegue fomentar a economia local e gerar empregos. “Queremos ampliar o acesso às cooperativas e cerealistas. É um sistema que podemos chamar de ganha-ganha”, observa Ernani Polo.

Levantamento feito pela assessoria da Secretaria de Desenvolvimento Econômico indica que, entre 2012 e 2022 foram aprovados para uso do Fundopem 154 projetos de agroindústrias, gerando cerca de 4,9 mil empregos e representando um aporte financeiro na casa dos R$ 3,3 bilhões. O setor campeão na geração de empregos em indústrias beneficiadas pelo fundo foi o do leite, com 1.296 vagas, seguido por produtos alimentícios (1243), carnes (1133), alimentos (577), biocombustíveis, grãos e cereais (418), vitivinicultura (226) e arroz. Um total de 83 municípios foram favorecidos no período, com empresas de micro a grande porte.

O diretor técnico da secretaria, Gustavo Rech, esclarece os critérios para a seleção dos projetos. “O produtor deve apresentar uma carta-consulta à secretaria solicitando o benefício e apresentado seu projeto”, diz. Depois disso, são analisados quesitos como o posicionamento do empreendedor em relação ao fomento da cadeia produtiva local, como a aquisição de insumos e serviços de fornecedores gaúchos; respeito às diferenças regionais, com pontuação adicional para municípios localizados na Metade Sul e Fronteira do Estado; e compromisso ambiental, na forma de investimento em renováveis de energia.

Pela lei aprovada em 2021, também é possível a utilização de uma modalidade do fundo mais ágil e menos burocrática: o Fundopem Express. Neste caso, o produtor não precisa ter financiamento e nem apresentar garantias podendo abater do ICMS Incremental correspondente ao que investir em equipamentos. Esse modelo é adequado para atender indústrias de pequeno e médio porte, com faturamento anual até R$ 300 milhões. (Correio do Povo)

Atacarejos avançam sob novo perfil e já somam quase 40% do varejo alimentar no RS

Unidades de grande porte ampliam serviços e se aproximam dos centros urbanos

Modelo emergente de mercado que combina atacado e varejo, o chamado atacarejo se expande em ritmo acelerado no Rio Grande do Sul impulsionado por um novo perfil de atuação. Além de ampliar a quantidade de lojas, marcadas por espaços amplos, variedade de produtos e oferta de descontos, o setor vem adquirindo novas características como uma maior proximidade dos centros urbanos e a incorporação de serviços de açougue e padaria.

Em apenas dois anos, a participação desse tipo de autosserviço nas vendas do varejo alimentar, que inclui ainda mercados de menor porte, súper e hipermercados, saltou de 32% para 38% no Estado, de acordo com um levantamento da consultoria NielsenIQ.

O presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antônio Cesa Longo, diz ser difícil mensurar com exatidão o número de atacarejos – denominação derivada do fato de atenderem tanto comerciantes intermediários quanto o consumidor final – porque ainda não contam com uma classificação de atividade econômica própria. Mas um monitoramento nacional feito pela NielsenIQ revela que a Região Sul se consolidou como principal foco de crescimento desse tipo de negócio em todo o Brasil no último biênio, com uma disparada de 53%, à frente de outros polos de expansão localizados no Sudeste onde houve uma média de 47% de avanço.

Os dados da consultoria indicam que a quantidade de empreendimentos localizados no Sul saltou de 131, no começo de 2021, para 200, agora. A pesquisa não detalha os dados específicos do Estado, mas informações sobre a abertura de novas unidades confirmam que o Rio Grande do Sul é um dos pontos mais cobiçados pelas marcas atualmente: na semana passada, o grupo catarinense Pereira – o quinto maior do país, com faturamento de R$ 11,2 bilhões no ano passado, conforme ranking da Associação Brasileira dos Atacarejos (Abaas) – inaugurou sua primeira loja em Canoas e tem planos de abrir pelo menos outras cinco até o ano que vem sob a bandeira Fort Atacadista. Viamão e Caxias devem ser contempladas ainda em 2023, e Novo Hamburgo, Gravataí e Porto Alegre nos meses seguintes.

– Um centro de distribuição em São Leopoldo vai atender o Estado, onde também vai funcionar nosso centro administrativo e comercial. Só não viemos antes porque seguimos uma estratégia de nos estabelecermos bem nas praças onde já atuamos antes de chegar a outra – revela o gerente nacional de marketing do Fort Atacadista, Gustavo Petry Custódio, referindo-se à presença anterior em Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal.

Maior rede nacional do ramo, com uma receita de R$ 74 bilhões no ano passado, o Carrefour já conta com 28 unidades de autosserviço sob o nome Atacadão no Rio Grande do Sul. Destas, 13 foram abertas desde o começo do ano por meio da integração com o Grupo Big. A marca não confirma oficialmente os planos de crescimento para os próximos anos por Estado, mas informa que prevê passar de 341 lojas em todo o país, no ano passado, para 470 até 2026.

A onda do setor também conhecido por cash & carry (ou "pague e leve") chegou com tanta força que moveu até uma das marcas mais tradicionais do ramo supermercadista. O Grupo Zaffari lançou a marca Cestto especificamente para ingressar no universo dos atacarejos e inaugurou seu primeiro estabelecimento do tipo no final do mês passado, em Gravataí. Uma nova unidade deverá ser entregue no ano que vem na Zona Sul de Porto Alegre, na Avenida Wenceslau Escobar, e pelo menos outras quatro já estão no horizonte: mais uma na Capital, em Novo Hamburgo, Canoas e, expandindo-se para fora do Estado, em São Paulo.

Ainda entre os comerciantes gaúchos, o grupo Imec, com sede em Lajeado e responsável pela bandeira Desco, lançou duas unidades no ano passado e tem outras duas novas unidades previstas para este ano (Campo Bom e Sapiranga).

– É mais um formato que chega, caracterizado por uma compra mais demorada, um tíquete (compra média) superior, com mais cara de hipermercado, e que passa a dividir espaço com as lojas de proximidade (que atendem a um público mais local), em que se consegue fazer compras em 10 minutos – avalia Longo. (Zero Hora)


Jogo Rápido

Lançada a Festiqueijo 2023
Para marcar junto à comunidade o lançamento do Festiqueijo, a organização promoveu, na sexta-feira, 12 de maio, o Filó do Festiqueijo, um evento voltado aos costumes e tradições da região, com alegria, música e gastronomia no calçadão de Carlos Barbosa. Idealizado como um pré-lançamento do Festiqueijo 2023, o Filó do Festiqueijo teve entrada franca e comercialização de comes e bebes durante o evento. Estiveram presentes onze expositores com seus respectivos produtos para garantir o sabor da festa e dar uma prévia do que será o Festiqueijo 2023. Para comer e beber, além dos queijos, vinhos e espumantes, o Filó contaou com opções gastronômicas: polenta com molho, grostoli, pão de queijo, espetinho de queijo e frango e massa ao molho quatro queijos. A animação ficou por conta dos shows da noite, com a Banda Zo Garrafon e Ragazzi Dei Monti. Para mais informações sobre a Festiqueijo, acesse o site clicando aqui. (Rádio Garibaldi - Adaptado pelo Sindilat/RS)


 
 
 

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Porto Alegre, 12 de maio de 2023                                                           Ano 17 - N° 3.901


Índices & Variação Anual

Na quarta edição do Stone Varejo, analisamos o status da atividade econômica em abril de 20234. Os resultados da variação anual mostram que, os sinais iniciais de recuperação  vistos em março não se consolidaram e o varejo apresentou piora disseminada em abril, mantendo níveis de atividade inferiores aos de 2022. Examinando apenas o índice geral, a queda no comparativo anual foi de 7,7%. Essa queda já vinha sendo identificada em relatórios anteriores, mas o fato de o varejo ter registrado crescimento no índice restrito e na variação mensal em março suscitou a uma expectativa de melhora. Tais resultados, no entanto, não se repetiram em abril: o índice restrito6 caiu 6,1% no comparativo anual e o comparativo mensal sazonalmente ajustado registrou queda de 1,7%. Sendo assim, a atividade econômica se mantém num nível inferior ao visto no ano passado e não apresenta sinais de melhora. Cabe ressaltar que foi um mês com maior número de feriados não comerciais prolongados, o que tende a afetar os resultados do comércio varejista. (Instituto Propague)

Startup cria colar que 'traduz' estado das vacas de leite para elevar produtividade
 
Equipamento usa inteligência artificial para acompanhar dados de saúde e período fértil de animais
 
Coleiras que avisam quando as vacas estão ofegantes ou no cio e registram quantas vezes e por quanto tempo elas comeram são o ponto de partida de uma tecnologia criada para elevar a produção de leite em fazendas no Brasil e outros cinco países. Criada em 2010 dentro da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM , pelos irmãos Leonardo Guedes, 37, engenheiro eletricista, e Thiago Martins, 35, engenheiro mecânico, a startup Cowmed saiu da incubadora e entrou no mercado em 2016. 
 
Com sede na cidade gaúcha, a empresa ajuda a monitorar mais de 40 mil animais em 444 fazendas de todas as regiões do país. "Em um rebanho com aproximadamente 200 vacas, você não consegue monitorar uma por uma a olho nu. Agora, de manhã cedo, eu já olho os animais que o sistema alertou de um possível comportamento diversificado", diz Marjori Ghellar, 33,  Que implantou o sistema em sua propriedade para acompanhar os ciclos reprodutivos dos animais.
 
Capturadas pelo colar, as informações são enviadas para a nuvem e analisadas pelo VIC (interpretador virtual de vacas, na sigla em inglês), uma ferramenta de inteligência artificial "O sistema ajuda a identificar o cio desse animal, ajuda a saber que horas o produtor tem que dar banho nas vacas, porque a coleira sabe os horários que as vacas estão mais ofegantes, se elas estão comendo, e a coleira consegue identificar que horas e o número de vezes que elas comem", diz Guedes.
 
A utilização dos colares pode aumentar a produtividade de leite de 15% a 20%. Contudo, os resultados dependem da situação sanitária  de cada propriedade, conforme um dos fundadores
da Cowmed, Leonardo Guedes. "É uma média. Depende muito do desafio de cada fazenda, pois uma fazenda que tem problemas sanitários graves vai ter um impacto muito maior que uma que não tem tantos problemas."
 
O  objetivo do monitoramento é, basicamente, melhorar a qualidade de vida das vacas, fazendo a produtividade crescer. "Costumamos falar que o monitoramento traduz a opinião da vaca. É como se o produtor tivesse um funcionário por vaca relatando tudo que o animal faz. Isso quer dizer que esse mesmo produtor vai perder muito menos vacas porque ele vai saber precocemente que ela vai ficar doente. É uma vaca que muitas vezes poderia ficar pior, não iria dar leite e ele consegue antecipar o tratamento para que essa vaca produza mais", diz Guedes. Em Tuparendi (RS), na propriedade de Ghellar, o sistema de monitoramento foi adquirido em 2017, com o objetivo de antecipar problemas antes que eles se traduzissem em prejuízo. "Tivemos problemas de tristeza parasitária bovina na fazenda e demorava para detectar a doença. Quando a gente via, já estava bem complexo e acabamos perdendo algumas vacas", conta.
 
O  doutor em produção animal e professor da Faculdade de Agronomia e Zootecnia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Paulo César de Faccio Carvalho, diz que esse tipo de tecnologia integra o que hoje se chama de pecuária de precisão. "Ajudam no objetivo de fazer uma produção animal de excelência e permitem acompanhar os animais de uma forma mais efetiva e com bem mais riqueza de informações dos rebanhos."
 
Carvalho acredita que o impacto é diferente para a pecuária de leite, a depender da escala e do volume de leite produzido. Assim, a aquisição e a operacionalidade acabam sendo mais difíceis para o pequeno produtor, até por uma questão de preço —cada coleira da Cowmed custa em torno de R$ 20/mês por animal. "Sempre tem os que conseguem se adaptar muito bem e que já estão usando essa tecnologia. Acredito que são impactos diferentes e que o pequeno produtor pode sentir mais no bolso." Contudo, o especialista observa que tecnologias como a das coleiras são equipamentos e não o processo de produção. "É importante a boa alimentação, a genética, a sanidade, esses são os processos pelos quais podemos atingir uma produção de alta qualidade."
 
O secretário executivo do Sindilat-RS (Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul) , Darlan Palharini, diz que a tecnologia dos colares é importante para a cadeia produtiva. "Além de verificar o período fértil, um aspecto que auxilia muito é o calórico. Principalmente aqui na região Sul, que o gado é basicamente europeu, e no verão, quando o animal ultrapassa 37 graus, ele já tem uma perda de produção e de fertilidade. Toda essa carga tecnológica que hoje está sendo disponibilizada na atividade leiteira vem no sentido de ganho de produtividade, mas o principal é conseguir ofertar aos animais um bem-estar."
 
A Cowmed começou com capital próprio e, em 2016, foi realizado o primeiro investimento pelo Criatec3 do BNDES. Depois, houve uma segunda rodada em 2019 com investidores locais. Por último, em 2022, a empresa fez uma oferta pública de ações em bolsa secundária via Captable (plataforma de investimentos em startups), onde foram ofertadas ações preferenciais, isto é, qualquer usuário poderia comprar ações sem direito a voto, podendo comprar e vender a qualquer momento. A empresa foi a primeira do Brasil a inaugurar essa fase no país. Essa última
captação foi de aproximadamente R$ 6 milhões. 
 
Os fundadores projetam, agora, aumentar a participação no mercado, chegando a 70 mil animais monitorados até o final deste ano. Além disso, a tecnologia pode impactar a cadeia como um todo, fazendo com que os benefícios cheguem até o consumidor final. "A partir do momento que tem mais leite no mercado, há uma oferta e demanda mais estável, e o comprador vai pagar um preço cada vez mais justo, é uma cadeia virtuosa", completa o fundador.
 
 
 
Preços da soja no Brasil voltam a ficar em baixa com pressão externa
 
Soja - O mercado brasileiro de soja registrou negócios em ritmo moderado nesta quarta-feira (10). Os preços, em sua maioria, caíram nas principais praças de comercialização do país, acompanhando os movimentos do dólar e da bolsa de Chicago.
 
Os produtores, de modo geral, seguem reticentes em negociar nos atuais patamares. O lado comprador, por sua vez, não cede. Os preços devem seguir baixos até o escoamento de boa parte da safra, melhorando a partir do segundo semestre.
 
Veja as cotações da casa de 60kg nas principais praças de comercialização:
 
● Passo Fundo (RS): seguiu em R$ 135
● Região das Missões: estabilizou em R$ 134
● Porto de Rio Grande: decresceu de R$ 143,50 para R$ 143
● Cascavel (PR): passou de R$ 130 para R$ 129
●  Porto de Paranaguá (PR): desvalorizou de R$ 141 para R$ 140
● Rondonópolis (MT): caiu de R$ 121,50 para R$ 120
● Dourados (MS): baixou de R$ 126 para R$ 125
● Rio Verde (GO): passou de R$ 122,50 para R$ 121,50
 
Soja em Chicago: Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam a quarta-feira com preços mais baixos para o grão e o óleo; o farelo subiu. A sessão foi bastante volátil, com o grão oscilando entre os territórios positivo e negativo, dentro de pequenas margens. A instabilidade nos mercados internacionais, como o petróleo, pesou sobre as cotações. Além disso, os operadores se posicionam frente ao relatório mensal do Departamento de Agricultura do Estados Unidos (USDA). O Departamento deve elevar a sua estimativa para os estoques finais dos Estados Unidos em 2022/23. Além disso, é esperada nova redução na projeção de safra da Argentina. O relatório de maio do Departamento será divulgado nesta sexta (12), às 13h. Serão divulgados ainda os primeiros números para a safra 2023/24, tanto nos Estados Unidos como em nível mundial.
 
Contratos futuros: Os contratos da soja em grão com entrega em julho de 2023 fecharam com baixa de 10,25 centavos de dólar por bushel ou 0,72% a US$ 14,04 por bushel. A posição agosto/23 teve cotação de US$ 13,36 3/4 por bushel, com recuo de 10,75 centavos ou 0,79%. Nos subprodutos, a posição julho/23 do farelo fechou com alta de US$ 0,50 ou 0,11% a US$ 419,50 por tonelada. No óleo, os contratos com vencimento em julho fecharam a 52,05 centavos de dólar, recuo de 0,99 centavos ou 1,86%.
 
Câmbio: O dólar comercial encerrou a sessão com baixa de 0,74%, sendo negociado a R$ 4,9490 para compra e a R$ 4,9510 para venda. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 4,9360 e a máxima de R$ 4,9910. (Canal Rural)

Jogo Rápido

Próxima semana será de tempo seco e temperaturas baixas no RS
A próxima semana permanecerá com tempo seco e temperaturas baixas no Rio Grande do Sul, de acordo com o Boletim Integrado Agrometeorológico 19/2023, da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), em parceria com a Emater/RS-Ascar e o Irga. Na sexta-feira (12/05), a presença de uma massa de ar frio e seco manterá o tempo firme, com temperaturas amenas em todas as regiões. Somente no Nordeste, a circulação de umidade do mar para o continente poderá provocar chuviscos isolados. No sábado (13/05) e domingo (14/05), a presença do ar frio manterá as temperaturas baixas, com possibilidade de geadas no Planalto e Campos de Cima da Serra. Entre segunda (15/05) e quarta-feira (17/05), a presença do ar seco manterá o tempo firme, com sol, nebulosidade variável e grande amplitude térmica em todo o Estado. O boletim também aborda a situação de diversas culturas e criações de animais pelo Estado. Acompanhe todas as publicações agrometeorológicas da Secretaria em  www.agricultura.rs.gov.br/agrometeorologia. (SEAPDR)


 
 
 

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Porto Alegre, 11 de maio de 2023                                                           Ano 17 - N° 3.900


Italac é a 5ª marca preferida dos brasileiros

A indústria goiana se destaca no ranking elaborado pela Brand Footprint, da Kantar, com base nas vendas feitas em 2022.

A indústria goiana Italac é a quinta marca preferida dos brasileiros. Segundo revela a edição 2023 do relatório Brand Footprint, da Kantar, com base nas vendas feitas em 2022. A Coca-Cola lidera este ranking, seguida por Ypê, Perdigão e Seara. As cinco mais escolhidas pelos brasileiros em 2022 são as mesmas de 2021. A marca Piracanjuba, do Laticínios Bela Vista, ficou na 11ª posição.

Segundo a pesquisa, a Coca-Cola foi escolhida 555 milhões de vezes pelos consumidores. Em seguida, com 552 milhões, vem Ypê. Perdigão (443 milhões), Seara (398 milhões) e Italac (379 milhões) completam o ranking.

Fundada em 1996 no município de Corumbaíba (GO), com o nome de Goiasminas, A Italac começa produzindo queijo muçarela. Hoje, com capacidade de processamento de 7 milhões de litros de leite/dia, a indústria vende mais de 100 produtos em cerca de 20 mil pontos no País.

A Piracanjuba, uma das marcas do Laticínios Bela Vista, nasceu em 1955 no interior de Goiás. Está presente em 78% dos lares brasileiros. No ambiente digital, é a 2ª entre as preferidas pelos consumidores, conforme pesquisa Kantar (Ranking Brand Footprint), divulgada em 2022.

Levantamento
Para chegar aos resultados desta edição, a consultoria visitou 11.300 lares em sete regiões do País. Nos mercados do Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sul e nas capitais e interior do Rio de Janeiro e São Paulo. O estudo cobriu 82% da população domiciliar, o que equivale a 90% do potencial de consumo.

Realizado anualmente, o relatório Brand Footprint mede a presença das marcas dentro dos lares em escala local. Para isso, usa uma métrica que mensura quantas famílias compram produtos de determinadas empresas e com que frequência isso ocorre. Nesta edição, analisou 350 marcas no Brasil com inclusão de três novas categorias: carnes suínas, mortadelas e salsichas

Canais de compra
A Coca-Cola lidera com 555 milhões de CRPs. Mesmo com queda de 14 CRPs frente ao ano anterior, por conta do aumento de preço acima da média e queda na frequência de compras. Em seguida, quase empatada, com 552 milhões de CRPs, vem Ypê. Na sequência, aparecem Perdigão, com 443 milhões de CRPs; Seara com 398 milhões de CRPs; e Italac, com 379 milhões de CRPs. Essas últimas utilizando a estratégia de maior mix de canais e menor repasse de preços. (Empreender em Goiás)


A média de preço do leite pago aos produtores pelas principais indústrias europeias caiu em março

O preço médio do leite padrão pago pelas principais indústrias de laticínios europeias em março de 2023 foi de € 48,97/100 kg, [R$ 2,25/litro]. Isto representou queda de € 2,81 em comparação com o mês anterior. Comparando com março de 2022, a média de preços foi € 5,12/100 kg maior ou 11,7%.

A diferença positiva da média mensal em comparação com o mesmo mês do ano anterior declinou pelo quarto mês consecutivo.

Essa redução em sequência é decorrente da fraqueza dos mercados internacionais. A exceção ficou por conta de algumas indústrias do sul da Europa e a Valio da Finlândia, que mantiveram os preços praticamente estáveis.

VARIAÇÃO DOS PREÇOS EM MARÇO DE 2023 E INFORMAÇÕES ADICIONAIS

Milcobel

O preço inclui a bonificação de sustentabilidade que é, em média, € 0,69.

DMK

O preço da DMK caiu novamente em março, - € 7,2.

O preço inclui em média o bônus de € 0,50 por participação no programa Milkmaster de sustentabilidade e de € 1 por produção livre de organismos geneticamente modificados (OGM).

Hoschwald

O preço do leite inclui bônus de sustentabilidade (programa Cool Farm Tool) de € 0,60 e € 1,00 por 100 kg para quem obtém o certificado de alimentos livres de OGM. Em janeiro a Hochwald iniciou o pagamento do bônus por redução das emissões de CO2, o que ainda não foi incluído no cálculo do preço do leite.

Arla

O preço do leite da Arla inclui bônus de € 1 para participantes do programa Climate Check e outro bônus de € 1,50 por alimentos livres de OGM.

Os preços das empresas Capsa Food, Valio, Danone e Lactalis ficaram estáveis. 

Savencia, Sodiaal e Glanbia, fizeram reduções moderadas, menos de € 1,5/100 kg.

Já a Saputo, a Darygold, a Kerry e a FrieslandCampina, optaram por reduções consideráveis que variaram entre € 4 e € 5,2 por 100 kg.

A suíça Emmi, fez um ajuste bem moderado, -€ 0,5.

Fonterra

Para a temporada 2022/23 a Fonterra reduziu novamente o intervalo do preço do leite ao produtor, no dia 04 de abril, passando o ponto médio de NZ$ 8,50 para NZ$ 8,30/kgMS, [R$ 2,00/litro]

Estados Unidos

Nos Estados Unidos, o preço do leite Classe III expresso em dólar subiu de US$ 17,78/cwt, [R$ 2,00/litro], em fevereiro, para US$ 18,09/cwt, [R$ 2,03/litro], em março.   

Análise do mercado

Cotações oficiais dos lácteos no mercado holandês.

Recuperação tímida da oferta global de leite

A oferta de leite na UE mostrou crescimento de 0,5% em fevereiro. Desde setembro do ano passado, o volume vem crescendo lentamente, depois de um longo período de declínio, mas não é um aumento exuberante. O quadro permanece diversificado. De um lado, existe um forte crescimento nos países do norte da Europa Ocidental (Bélgica, Alemanha e Holanda) e de outro quedas no sul europeu, França, Itália e Espanha, em decorrência da seca. A Irlanda também registrou declínio. A oferta de leite nos países membros da UE aumentou 0,7% nos dois primeiros meses de 2023.

Em outras regiões produtoras de leite, e importantes países exportadores também a situação é diversa. Enquanto na Nova Zelândia houve recuperação da produção e aumentou 2%, a produção nos EUA sobe pouco, apenas 1%. Mas a Austrália continua com declínio acentuado, e na comparação interanual a Argentina e Uruguai registraram quedas de -1% e -9%, respectivamente.

Em suma, a produção conjunta dos principais exportadores de lácteos, incluindo a UE, subiu em janeiro e fevereiro, 0,9%, em relação ao mesmo período de 2022. Deve-se levar em consideração, portanto, que o atual crescimento deve ser visto como apenas uma recuperação parcial.

Preços baixos

Depois de um curto período de recuperação do mercado, em fevereiro e início de março, a pressão voltou. Isso se deveu à demanda decepcionante combinada com o aumento da oferta sazonal de primavera no hemisfério norte. Em particular, houve queda na cotação do leite em pó desnatado (SMP) em março e abril. Depois de ligeira recuperação na segunda quinzena de abril, o nível de preço caiu para € 235/100 kg, no início de maio. A cotação da manteiga que vinha relativamente bem, passou a sentir os efeitos da pressão no final de março. Em meados de abril os preços estabilizaram em torno de € 460 por 100 kg. E assim permanece nesse início de maio. (Terra Viva)

Trimestrais da pecuária - primeiros resultados: abate de bovinos, suínos e de frangos cresce no 1º trimestre de 2023

Produção Trimestral/IBGE - Os primeiros resultados da produção animal no 1º trimestre de 2023 apontam que, ante o mesmo período de 2022, o abate de frangos cresceu 4,8%, o de bovinos aumentou 4,7%, e o de suínos teve alta de 3,5%. Frente ao 4º trimestre de 2022, o abate de frangos teve aumento de 2,2%, o de bovinos caiu 2,4% e o de suínos cresceu 1,8%

Foram adquiridos 5,85 bilhões de litros de leite, 1,5% a menos do que no 1º trimestre de 2022 e 7,0% a menos do que no trimestre imediatamente anterior. Já a aquisição de peças de couro pelos curtumes cresceu 6,4% frente ao 1º tri de 2021 e recuou 0,4% ante o 4° tri de 2022, somando 7,59 milhões de peças inteiras de couro cru. Foram produzidos 1,02 bilhão de dúzias de ovos de galinha no 1º trimestre deste ano, com alta de 2,8% na comparação anual e queda de 1,9% no trimestre.

Abate de bovinos sobe 4,7% no ano e cai 2,4% frente ao trimestre anterior

No 1º trimestre de 2023, foram abatidos 7,32 milhões de cabeças de bovinos sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária. Essa quantidade representou uma alta de 4,7% em comparação com o 1º trimestre de 2022 e queda de 2,4% em relação ao 4º trimestre de 2022.

Foi produzido 1,90 milhão de toneladas de carcaças bovinas no 1º trimestre de 2023, com incremento de 3,0% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, porém redução de 6,5% em relação ao apurado no 4º trimestre de 2022.

Abate de suínos cresce 3,5% na comparação anual e 1,8% no trimestre

O abate de suínos somou 14,14 milhões de cabeças no 1° trimestre de 2023, representando aumento de 3,5% em relação ao mesmo trimestre de 2022 e acréscimo de 1,8% em comparação ao 4° trimestre de 2022.

O peso acumulado das carcaças foi de 1,29 milhão de toneladas no 1º trimestre de 2023, com alta de 3,5% em relação ao 1º trimestre de 2022 e incremento de 1,3% frente ao trimestre imediatamente anterior.

Abate de frangos cresce 4,8% na comparação anual e 2,2% no trimestre

No 1º trimestre de 2023, foram abatidos 1,60 bilhão de cabeças de frango. Esse resultado significou um acréscimo de 4,8% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior e aumento de 2,2% frente ao 4º trimestre de 2022.

O peso acumulado das carcaças foi de 3,43 milhões de toneladas no 1º trimestre de 2023. Esse total significou aumento de 6,4% em relação ao 1º trimestre de 2022 e incremento de 3,1% frente ao trimestre imediatamente anterior.

Aquisição de leite cai 1,5% na comparação anual e 7,0% no trimestre

No 1º trimestre de 2023, a aquisição de leite cru feita pelos estabelecimentos que atuam sob algum tipo de inspeção sanitária foi de 5,85 bilhões de litros. Houve redução de 1,5% em comparação ao volume registrado no 1º trimestre de 2022 e queda de 7,0% em comparação ao obtido no trimestre imediatamente anterior.

Aquisição de couro fica 6,4% acima do 1° trimestre de 2022

Os curtumes investigados pela Pesquisa Trimestral do Couro – aqueles que efetuam curtimento de pelo menos cinco mil unidades inteiras de couro cru bovino por ano – declararam ter recebido 7,59 milhões de peças inteiras de couro cru no 1º trimestre de 2023. Essa quantidade representa um aumento de 6,4% em comparação à registrada no 1º trimestre de 2022 e queda de 0,4% em relação ao trimestre imediatamente anterior.

Produção de ovos de galinha sobe 2,8 no ano e cai 1,9% frente ao trimestre anterior

A produção de ovos de galinha foi de 1,02 bilhão de dúzias no 1º trimestre de 2023. O resultado representou um acréscimo de 2,8% em relação ao mesmo período do ano anterior e redução de 1,9% em comparação ao 4º trimestre de 2022.

 


Jogo Rápido

Jovem produtora de Salvador do Sul investe no bem-estar do rebanho para garantir boa produtividade no leite
"Pode parecer diferente, mas se eu coloco uma música mais calminha aqui no galpão, as vacas relaxam e produzem mais". Por mais que as pesquisas com musicoterapia como parte da análise da eficiência da produção leiteira ainda engatinhem no País, de alguma maneira este fato pode dar uma dimensão dos cuidados que a agricultora Juliana Löff, de Salvador do Sul, dispensa com o seu rebanho. "Animais agitados, com calor excessivo, estressados, mantidos em locais desconfortáveis podem sim ser impactados negativamente. O ambiente é importante, afinal. A ordenha, então, que é o local onde as vacas escutam música, nem se fala", ressalta Juliana. Repousando em um amplo e bem ventilado free stall, as 27 vacas em lactação dispõem de todo o alimento necessário para uma dieta equilibrada. O mesmo valendo para a água, que é reservada em dois compartimentos, um de 20 mil e outro de 15 mil litros. E para a cama, limpa e seca. Na estrutura, usada para o confinamento de animais produtores de leite, estão dispostos ainda quase uma dúzia de grandes ventiladores, tudo para que haja um mínimo de conforto para os dias excessivamente quentes. Todos esses elementos somados possibilitam uma produção diária de cerca de 440 litros de leite. Um volume que representa o dobro daquele produzido em 2012, quando por muito pouco a família não parou. Na época, com um rebanho bem menor, os pais optaram por comprar a parte que pertencia ao tio de Juliana. Para Juliana, esse foi um caminho natural, que contou ainda com o apoio da Emater/RS-Ascar, especialmente na condução de projetos por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), como no caso do próprio free stall. Outros investimentos como em maquinário, em estrutura de calhas para a captação de água e mesmo em painéis de energia solar dão uma dimensão da atenção da família - completada pelos pais Adair e Jacinta - ao trabalho. "Somos a terceira geração produtora de leite, tudo começou com o meu avô", lembra Juliana. A jovem projeta aumentar o rebanho para cerca de 50 animais, que juntos poderão produzir até mil litros de leite por dia. (Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar - Regional de Lajeado)