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O Grupo de Estudos da Tributação no Agronegócio (GETA) promove nesta quinta-feira (27/5), às 9h, webinar para tratar do tema "Não incidência de ICMS no deslocamento de mercadorias entre estabelecimentos do mesmo contribuinte". Participam do encontro virtual Luiz Henrique Bassetti, advogado da área tributária da Piracanjuba (associada do Sindilat), e os advogados Gabriele Greggio, Thales Felek, Carmem Degenhardt, Pedro Honório de Castro e Gabriel Hercos.

O assunto de grande interesse da indústria de alimentos ganhou novos contornos recentemente, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou a inconstitucionalidade do pedido de Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC90) buscada pelo governo do Rio Grande do Norte. Com isso, a Corte tornou inconstitucionais dispositivos da Lei Complementar 87/1996 (Lei Kandir) que preveem a ocorrência de fato gerador do tributo na transferência interestadual de mercadorias entre estabelecimentos de um mesmo contribuinte. Em relação ao mérito, o relator ministro Edson Fachin se pronunciou pela improcedência do pedido, apontando que a jurisprudência do STF é de que a “circulação física de uma mercadoria não gera incidência do imposto, pois não há transmissão de posse ou propriedade de bens”.

A webinar poderá ser acompanhada pelo canal do GETA no YouTube:
https://www.youtube.com/c/GrupodeEstudosdaTributa%C3%A7%C3%A3odoAgroneg%C3%B3cio/featured

A assinatura pelo governador Eduardo Leite do decreto que atualiza a Lei 14.379 (que criou o Fundo de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Leite - Fundoleite) marca o início de um novo momento para a produção de leite no Rio Grande do Sul. A medida, resultado da articulação histórica de parlamentares, entidades e do governo do Estado, deve viabilizar a injeção de recursos em fomento ao campo, abrindo espaço para uma virada de competitividade capaz de recolocar o Rio Grande do Sul na rota de expansão de produção. A expectativa foi manifestada nos discursos durante a cerimônia virtual realizada no início da tarde desta terça-feira (25/05).

Em 2013, quando da criação do Fundoleite, a produção gaúcha era de 4,51 bilhões de litros/ano, valor que atingiu seu pico em 2014 (4,68 bilhões) e caiu para 4,27 bilhões de litros em 2019. “A possibilidade que hora se cria de investir os recursos do Fundoleite no produtor rural, para que se melhore a produtividade, a sanidade e a qualidade do leite no campo é de suma importância para a competitividade de empresas, de cooperativas e para a perenidade do setor no Estado”, pontuou o presidente do Sindilat, Guilherme Portella, lembrando que o leite gera renda para mais de 100 mil famílias em 457 dos 497 municípios gaúchos.

Mas é necessário fazer mais, completou o executivo. “Precisamos avançar e fazer o leite gaúcho competitivo não só dentro do Brasil como em outros países. E isso é possível. Se foi possível para aves e suínos, porque não pode ser possível para nós? Se é possível para Uruguai e Argentina, porque não pode ser possível para nós?”, questionou Portella. Posição compartilhada pelo presidente da Farsul, Gedeão Pereira, ao lembrar que a produção do arroz só obteve maior estabilidade quando “achou o caminho do Porto de Rio Grande”.

Segundo Portella, a partir de agora, o Fundoleite dá condições a indústrias, produtores e cooperativas de construírem uma produção forte, respeitada, que proteja seu próprio mercado. “Que consigamos abraçar essa oportunidade para criarmos novas possibilidades, sermos mais competitivos de forma que ninguém consiga competir conosco aqui dentro por nossos próprios méritos e que possamos devolver e desenvolver produtos inovadores, de grande qualidade, a preços acessíveis para toda a sociedade”.

A posição foi reforçada pelo governador Eduardo Leite. “Passo a passo vamos trilhando esse caminho para dotar nossa agropecuária de melhores condições de competitividade por meio do entendimento de que os fundos possam permitir investimentos, melhorando qualidade e produtividade para competir no mercado nacional e internacional”, ponderou o governador, lembrando que o propósito do Fundoleite é “desenvolver a cadeia em benefício de todos”. Uma construção que só foi possível com articulação ampla capitaneada pelo deputado federal Covatti Filho, que ao longo dos últimos anos, tratou pessoalmente do assunto quando esteve à frente da Secretaria da Agricultura.

A ideia de expansão e desenvolvimento também foi a tônica do discurso da secretária da Agricultura, Silvana Covatti, que lembrou que o RS é o terceiro maior produtor nacional de leite. “Que a cadeia possa crescer mais e comemorar esse alimento que é universal”, disse. Agradecimentos também presentes na fala de lideranças dos produtores. Falando em nome das cooperativas, o presidente da Fecoagro, Paulo Pires, garantiu que o momento é de comemoração. O presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva, lembrou do amplo debate travado para construir o acordo do Fundoleite e reforçou ser ele o agente para uma virada de página que será essencial no fortalecimento do setor leiteiro, um segmento de alta relevância para a agricultura familiar.

Crédito da foto em destaque: Reprodução

O valor de referência do leite projetado para maio com base nos primeiros dez dias do mês é de R$ 1,5260 no Rio Grande do Sul. O indicador foi divulgado na manhã desta terça-feira (25/05) durante reunião virtual do Conseleite e já foi calculado com base nos novos parâmetros de custo aprovados pela Câmara Técnica.  O valor indica elevação em relação ao consolidado divulgado para abril (R$ 1,4509). O coordenador do Conseleite, Alexandre Guerra, explicou que a alta justifica-se basicamente pela mudança de parâmetro, que impactou em 6% o valor de maio uma vez que, se calculado nos padrões anteriores (2016), o litro ficaria em R$ 1,4393.

Até abril, o Conseleite trabalhava com parâmetros de custo de 2016. A partir de maio, o colegiado passa a utilizar indexadores referentes a 2019. O professor da UPF Marco Antonio Montoya salientou que a mudança no valor de referência ocorreu na segunda casa decimal. Contudo, no acumulado do ano, as oscilações se mantêm em estabilidade. “Foi um trabalho árduo de recálculo aprovado por unanimidade na Câmara Técnica”, ponderou Montoya.

A tendência do mercado lácteo gaúcho é de recuperação. “A volta às aulas presenciais, o pagamento do auxílio emergencial e a redução da produção nacional são fatores que, somados, ajudaram a retomada”, ponderou Guerra. No campo, também há sinais de recuperação com elevação da captação no Rio Grande do Sul. Apesar do otimismo com o clima que vem favorecendo as pastagens, a situação da pandemia ainda exige atenção para possíveis instabilidades no consumo.
 
Foto: Carolina Jardine

Unidos pelo desenvolvimento do setor lácteo do Rio Grande do Sul, Sindilat e Sebrae estão trabalhando em aproximação estratégica para disponibilizar informações que permitam melhor planejamento e avaliação da produção gaúcha. Reunidos na sexta-feira passada (21/05), dirigentes das entidades debateram formas que viabilizar uma ciência de dados sobre o setor, organizando indexadores que auxiliem na busca de competitividade para produtores e indústrias.

O secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, reforçou que parcerias como esta são essenciais para fomentar novas possibilidades de negócios para os associados do Sindilat, entre elas as exportações. Em breve, Sindilat e Sebrae planejam novas reuniões para dar seguimento ao assunto.

Representando o Sebrae, Aline Balbinoto, Fábio Krieger e Fabiano Nichele detalharam as ações desenvolvidas pela instituição. Uma das metas relacionadas ao setor lácteo é realizar pesquisa de diagnóstico. Atualmente em fase de avaliação metodológica e levantamento de fornecedores, o estudo deve auxiliar a traçar novos projetos e intensificar a interação com a bacia leiteira. Atualmente, o Sebrae tem dados de cerca de mil produtores de leite indexados, banco que deve ser integrado em breve com o sistema Nexo.  A proposta é preparar as empresas e produtores gaúchos para a inovação, fortalecendo vínculo com o agronegócio. Entre as perguntas a serem respondidas está a questão da competitividade, que vem ao encontro de uma das bandeiras defendidas pelo Sindilat e é um dos temas principais desse diagnóstico do Sebrae. 

O Programa de Qualificação para Exportação (PEIEX), promovido pela Apex-Brasil, abrirá edital em 2021 para selecionar um profissional que atuará com as indústrias de laticínios do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Paraná. A informação foi compartilhada pelo consultor da Apex-Brasil, Laudemir Muller, durante reunião virtual nesta quinta-feira (20/5). O programa tem o intuito de auxiliar e capacitar empresas, de forma gratuita e on-line, no processo de exportação de produtos lácteos brasileiros. O presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), Guilherme Portella, e o secretário-executivo da entidade, Darlan Palharini, estiveram presentes.

Segundo Muller, a Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), de São Leopoldo (RS), será parceira no processo de treinamento do técnico que atuará com até 25 empresas que já demonstraram interesse em fazer parte do PEIEX. "Vamos montar um atendimento personalizado, com metodologia e conteúdos específicos. O técnico conhecerá os laticínios", afirmou. Na região Sul, o projeto está sendo formulado em parceria com a Viva Lácteos, Confederação Nacional de Agricultura (CNA) e conta com apoio do Sindilat, da Aliança Láctea Sul Brasileira, do Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados de Santa Catarina (Sindileite-SC) e do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Paraná (Sindileite-PR).

Entre os pré-requisitos para fazer parte do programa, ter o selo de Serviço de Inspeção Federal (SIF) é o pré-requisito. Conforme ressaltou Palharini, não só os produtos das empresas devem ter a certificação, bem como os insumos fornecidos para fabricá-los. "Alguns laticínios terão de fazer o dever de casa para começar a exportação. Além disso, é preciso pensar em qual mercado se está almejando. O mercado da exportação é outro mundo, fundamental para a nossa competitividade", destacou.

Estiveram presentes na reunião Guilherme Souza Dias, assessor da CNA, Arturo Muttoni e Camila Sande, consultores da CNA, Valter Antônio Brandalise, presidente do Sindileite-SC, Wilson Thiesen, diretor executivo do Sindileite/PR, Ronei Volpi, presidente do Conseleite (PR), Rafael Macedo e Gustavo Beduschi, representantes da Viva Lácteos e Airton Spies, consultor da SpiesAgro.

Laticínios gaúchos não precisarão mais exigir a contranota das empresas do Simples Nacional nas vendas beneficiadas com a alíquota reduzida de 12% (diferimento parcial). A medida passa a valer com a publicação do decreto nº 55.874 pelo governo do Rio Grande do Sul nesta quarta-feira (12/5). Na prática, as empresas compradoras não precisarão mais emitir contranota após o recebimento da mercadoria. No entanto, a mudança exigirá que os vendedores, ou seja, os laticínios, arquivem a prova do efetivo destino dos produtos para apresentação à Receita Estadual, se necessário. A dispensa tem efeitos retroativos para 1º de abril de 2021.

Apesar de dispensar a emissão de contranota para vendas a empresas do Simples Nacional, o decreto não resolve por completo os entraves da indústria, segundo Matheus Zomer, advogado e consultor tributário do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat). Isso porque seguirá sendo obrigatória a expedição de contranota nas vendas para empresas do Regime Geral, o que denota a necessidade de continuar aperfeiçoando a legislação.

Outro ponto no qual o Estado precisa avançar diz respeito à aplicação da alíquota de 12% para as operações com ICMS/ST. Atualmente, a medida beneficia somente laticínios que comercializam mercadorias que não estão sujeitas à substituição tributária, tais como queijo, leite UHT e leite pasteurizado.

>> Confira o decreto clicando aqui <<

Crédito da foto em destaque: Carolina Jardine 

Em plena entressafra, o valor de referência do leite para abril no Rio Grande do Sul está projetado em R$ 1,4330. O indexador representa elevação de 0,85% em relação ao consolidado de março (R$ 1,4209). A previsão foi apresentada na manhã desta terça-feira (27/04) na reunião mensal do Conseleite e considera dados coletados nos primeiros 10 dias do mês de abril.

Segundo o professor da UPF Eduardo Finamore, o primeiro quadrimestre de 2021 indica estabilidade do valor de referência, com índices um pouco acima dos praticados em 2020 em função da inflação. Descontando o IPCA do período, os indicadores estão abaixo dos patamares praticados em 2020. “Em 2020, os preços tiveram elevação impulsionados pela pandemia e pela alta dos custos de produção”, justificou.

O coordenador do Conseleite, Alexandre Guerra, indicou que, diferente do movimento tradicional de alta característico deste período do ano, o cenário é de equilíbrio. “Tínhamos a expectativa de que o mercado desse uma reagida, mas não é o que está acontecendo. Estamos com retração puxada pelo cenário nacional que vem do centro do Brasil”, argumentou. Segundo Guerra, há registro de alta de custos expressiva no setor industrial, com variações de 35% a mais de 100% dependendo do item em apenas um ano.

Durante a reunião, Farsul e Fetag manifestaram-se pela urgência na atualização dos custos de produção utilizados para cálculo no Conseleite. O presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva, alertou que os parâmetros utilizados pelo Conseleite são de 2016. Frente a isso, Farsul e Fetag abstiveram-se de validar os dados do Conseleite de abril, sendo os mesmos aprovados por maioria no colegiado. O professor da UPF Marco Antonio Montoya informou que a equipe técnica que atua nos indexadores já está trabalhando em uma revisão e que os novos parâmetros serão implementados nos dados a serem apresentados na reunião de maio. Os novos custos remontam ao ano de 2019, o que exige o início imediato de mais uma revisão. Segundo Guerra, o trabalho deve começar já na sequência com previsão de atualização para breve.

Crédito da foto em destaque: Carolina Jardine

Depois de anos de negociação, o setor de laticínios e o governo do Estado do Rio Grande do Sul finalmente chegaram a um consenso sobre a operacionalização do Fundo de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Leite (Fundoleite), criado em 2013 para fomentar a produção e a divulgação dos produtos lácteos produzidos no Estado. O acerto foi sacramentado na tarde desta quinta-feira (22/04) em reunião virtual que contou com o governador Eduardo Leite, a secretária de Agricultura, Silvana Covatti, o secretário da Fazenda, Marco Aurélio Cardoso, o presidente da AL e deputado estadual, Gabriel Souza, e o deputado federal Covatti Filho. O acerto deve representar a liberação do saldo acumulado nos últimos oito anos. Além disso, abre uma frente para novos investimentos a partir de agora, tendo em vista que a contribuição do Fundoleite para a bovinocultura de leite é de R$ 0,00131 por litro de leite industrializado no Estado. “Esse entendimento é fruto da disposição de todas as partes envolvidas em cooperar para a melhoria da produtividade do leite gaúcho. É um novo marco para o setor lácteo”, declarou o presidente do Sindilat, Guilherme Portella, logo após a reunião.

O acerto determina que 70% dos recursos sejam encaminhados à assistência técnica dos produtores de leite, 20% para projetos de desenvolvimento e apoio à cadeia produtiva do leite e 10% a custeio administrativo. Para Portella, o acordo representa uma vitória para todo o RS, que terá implementado, agora, um fundo efetivo de apoio a um setor que gera renda a mais de 170 mil famílias em 491 dos 497 municípios gaúchos. “Esse valor será totalmente utilizado em projetos voltados para o aumento da produtividade e da qualidade do leite do Rio Grande do Sul por meio de assistência técnica aos produtores rurais. Sem dúvida nenhuma, amplificará nossa competitividade e potencial frente a novos mercados”.

O assunto Fundoleite foi alvo de controvérsias. Algumas indústrias recolheram o valor ao longo dos últimos anos, saldo que se encontra nas contas do Tesouro do Estado. Outras optaram por ingressar com ações judiciais, que seguem tramitando até agora. Com o acordo firmado, os valores que vinham sendo depositados em juízo pelas empresas serão desbloqueados e as ações extintas.

Foto: Carolina Jardine

Uma ferramenta que vem sendo utilizada em seis estados brasileiros na tentativa de estabelecer um diálogo permanente entre produtores de leite através de suas entidades, indústrias de laticínios também representadas por suas entidades foi o tema em foco na manhã desta quarta-feira (14/04), no 1° Seminário Conseleites, uma iniciativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que teve o objetivo de ouvir experiências dos colegiados já estabelecidos, subsidiar os recém formados e incentivar sua adoção a partir da união de outras entidades do país. O encontro reuniu mais de 50 instituições que têm presença efetiva no setor lácteo, o que deve fomentar o debate sobre o propósito do Conseleite no estabelecimento de referências de valor do produto em uma cadeia produtiva responsável por 34 bilhões de litros de leite por ano, presente em 98% dos municípios brasileiros e com aproximadamente 4 milhões de produtores.

O evento on-line transmitido pelo YouTube foi aberto pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que manifestou conhecimento sobre o trabalho que vem sendo feito pelo fórum de entidade no sentido de garantir segurança ao produtor em termos, custos de produção e projeção de cenários. “Essa é uma ferramenta para auxiliar toda a cadeia produtiva, mas mais importante ainda é que consegue promover a organização e união das entidades no fortalecimento da atividade", destacou. O secretário de Política Agrícola do Mapa, Cesar Halum, reforçou que o Conseleite tem como diferencial permitir tratar de forma mais incisiva as demandas do setor, principalmente nos quesitos custos de produção e precificação ao produtor. Lembrou ainda que o Mapa está formatando o Plano de Competitividade do Leite, com 25 metas estabelecidas, entre elas, está a consolidação do Conseleite.

A primeira parte da programação foi focada nos métodos utilizados para a formação de preços pelos Conseleites, cada um com suas peculiaridades uma vez que a produção de leite se difere bastante entre as regiões do país. Em comum a quase todos, no entanto, está a participação no colegiado de uma entidade independente, ou seja, que não tem o menor interesse comercial na questão dos preços (sem privilegiar produtor ou indústria). Esse é basicamente o papel técnico que as universidades exercem nos conselhos, a exemplo da UPF, no Rio Grande do Sul, e da UFPR, no Paraná. “O Conseleite traz informações de forma independentes aos entes da cadeia, não define preços, apenas indica valores de referência que são de livre adesão”, pontuou José Roberto Canziani, professor da UFPR, destacando como ponto positivo seus fundamentos básicos que permitem sua existência até hoje em prol da cadeia produtiva.

De acordo com Vânia Guimarães, também professora da UFPR e integrante do conselho técnico do Conseleite daquele estado, os Conseleites têm estatuto, regulamento e sem voto de minerva, apenas acordos entre as entidades. "Valores de referência são gerados a partir do faturamento das indústrias participantes, em um modelo técnico-econômico construído em conjunto”, reforçou a professora. Segundo ela, os parâmetros utilizados na formação do preço de referência levam em conta a qualidade e o volume do leite entregue. "Valor de referência não é preço mínimo, mas serve de base para a livre negociação", disse.

Marco Antonio Montoya, professor da UPF e responsável pela parte técnica que leva à formação de preços de referência no Conseleite RS, destaca que em sua análise são considerados parâmetros como custos e sistemas de produção e que a divulgação dos preços se dá sobre um amplo mix de produtos. Também indica qual a participação da matéria-prima na composição do produto. “É um trabalho totalmente isento, transparente e que não beneficia a ninguém”, sustentou. O coordenador do Conseleite RS, Alexandre Guerra, destacou que o colegiado gaúcho reúne 18 integrantes, entre entidades representativas de produtores, indústria e câmara técnica que é composta por Emater e a UPF, essa responsável pelos cálculos. “Nos reunimos mensalmente em encontros onde os números são abertos, tanto de valor como em volume, fazemos análises de mercado, projeções e tendências com base em cenários. Sendo divulgado somente a circular com os valores de referência por newsletter, redes sociais e aos veículos de comunicação", afirmou. Segundo Guerra, um dos pontos positivos do fórum, além de traçar cenários e estabelecer preços de referência para livre negociação, é a união de diferentes entidades.

Ronei Volpi, presidente do Conseleite PR, lembrou que o trabalho do colegiado do seu estado tem repercussão em programas de governo, caso Leite das Crianças, iniciativa em que o governo compra até 200 mil litros de leite por dia e distribui às famílias paranaenses e utiliza os valores de referência divulgados pelo Conselho. Segundo Volpi, a região Sul foi pioneira na criação dos Conseleites, destacando que a atividade leiteira em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná cresce acima da média anual de outros estados. “Boa parte dessa evolução diz respeito à perseverança do bom relacionamento entre produtor e indústria".

Para o coordenador geral de Planos e Cenários da SPA/Mapa, Eduardo Mazzoleni, o encontro nacional buscou ampliar a harmonização entre produtores e indústrias e estimular a adesão das entidades na formação de colegiados semelhantes em todo o país. Para o dirigente, que mediou o debate na manhã de hoje, os Conseleites já instalados têm desempenhado um papel importante na consolidação da cadeia láctea e, por isso, são exemplos a serem seguidos para que outras representações possam iniciar processo de implantação em seus estados.
O 1° Seminário Conseleite foi uma iniciativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), por meio da Secretaria de Política Agrícola (SPA), Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Leite e Derivados e Embrapa Gado de Leite.  

A reunião pode ser conferida na íntegra pelo link https://www.youtube.com/watch?v=ixYkZXzARIg

Municiar representantes da cadeia produtiva de lácteos de diversas partes do Brasil sobre o trabalho que vem sendo realizado pelos Conselhos Paritários Produtores/Indústrias de Leite dos Estados (Conseleites) e incentivar a formação de novos colegiados em outras regiões do país. Com essa proposta, acontece nesta quarta-feira (14/4), a partir das 8h30, em formato on-line, o 1° Seminário Conseleites, uma iniciativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), por meio da Secretaria de Política Agrícola (SPA), Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Leite e Derivados e Embrapa Gado de Leite. O encontro poderá ser acompanhado em tempo real pelo link https://www.youtube.com/watch?v=ixYkZXzARIg.

De acordo com o coordenador geral de Planos e Cenários da SPA/Mapa, Eduardo Mazzoleni, o encontro tem a pretensão de ampliar a harmonização entre produtores e indústrias, algo que tem avançado nos últimos anos com a instalação dos conselhos, especialmente nas regiões Sul e Sudeste do país. “Costumo dizer que a cadeia láctea é como um trem. Quando um vagão apresenta problemas compromete todos os demais’, sintetiza para mostrar a importância da interação e redução dos conflitos de interesses entre todos os elos da cadeia.

Segundo Mazzoleni, os conseleites em atuação hoje no Brasil têm desempenhado um papel importante na consolidação da cadeia láctea e, por isso, devem servir de exemplo positivo para outras representações estaduais para que também possam iniciar processo de implantação do colegiado. “Queremos fortalecer e ampliar a proposta do Conseleite, um fórum permanente de discussões sobre assuntos de interesse tanto do produtor como da indústria", afirmou.

Para o coordenador do Conseleite RS, Alexandre Guerra, o encontro vai oportunizar a cada um dos conselhos presentes relatar suas experiências, dificuldades e conquistas ao longo dos anos, espelhando a atuação para os demais representantes que pretendem implantar o mesmo fórum de entidades em seus estados. "O Conseleite fornece ferramentas para que se entenda melhor a questão do mercado atual e traçar cenários dentro das expectativas colocadas por todos os agentes da cadeia láctea", destacou, ao salientar que o colegiado está consolidado como uma referência estratégica nas discussões e ações do segmento nos estados onde já existe.

Programação

08h30 às 08h40 - Abertura

08h40 às 09h20 - Método dos Conseleites - Vania Di Addario Guimarães e José Roberto Canziani - Professores – Universidade Federal do Paraná (UFPr)

09h20 às 09h30 - Método dos Conseleites - Marco Antonio Montoya - Professor - Universidade de Passo Fundo (UPF)

09h30 às 10h00 - Método de formação dos indicadores Cepea - Natália Salaro Grigol - Pesquisadora - Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP)

10h00 às 10h15 - Perguntas

10h15 às 10h25- Experiências do Conseleite PR - Wilson Thiesen e Ronei Volpi - Presidente e Vice-Presidente - Conseleite Paraná

10h25 às 10h35 - Experiências do Conseleite MG - Yago Silveira Sartori, Eduardo Pena e Ronaldo Scucato - Presidente e Vice-Presidentes – Conseleite Minas Gerais

10h35 às 10h45 - Experiências do Conseleite RS - Alexandre Guerra e Rodrigo Rizzo - Presidente e Vice-Presidente – Conseleite Rio Grande do Sul

10h45 às 10h55 - Experiências do Conseleite MS - Eliamar Oliveira e Paulo Fernando Pereira Barbosa - Analista Técnica da Federação Agricultura Pecuária Mato Grosso do Sul (Famasul) e Vice-Presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado de Mato Grosso do Sul (Silems)

10h55 às 11h10 - Experiências da Câmara Técnica e de Conciliação da Cadeia Láctea de Goiás - Antônio Carlos de Souza Lima Neto, Edson Alves Novaes e Alcides Augusto de Fonseca - Secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Goiás, Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e Presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do Estado de Goiás (Sindileite-GO)

11h10 às 11h20 - Experiências do Conseleite SC - Valter Antonio Brandalise e José Carlos Araujo - Presidente e Vice-Presidente – Conseleite Santa Catarina

11h20 às 11h30 - Conseleite: coordenação e gestão de risco na cadeia do leite - Glauco Carvalho - Pesquisador – Embrapa Gado de Leite

11h30 às 12h05 – Encaminhamento

12h05 às 12h15 - Encerramento