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17/06/2022

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 16 de junho de 2022                                                          Ano 16 - N° 3.684


Planejamento possibilita férias para agricultores sem prejudicar atividade leiteira

A Bovinocultura de Leite foi a atividade escolhida pelos agricultores Marcelo Müller e Liege Schweikart para diversificar a produção da propriedade rural e garantir a melhoria de renda no orçamento da família. A aposta dos agricultores residentes em Venâncio Aires deu certo e o que começou com oito vacas, sendo algumas alugadas de um vizinho, hoje soma 22 vacas em lactação, com uma produção média acima de 30 litros de leite por vaca ao dia, o que tornou a produção de leite a única fonte de renda da família.
Marcelo e Liege não pararam por aí. A profissionalização da atividade e o gerenciamento da propriedade rural sempre estiveram no foco dos agricultores que contam com a Assistência Técnica da Emater/RS-Ascar. "A assistência técnica é importante porque eles buscam o conhecimento e estudam. E isso se torna útil quando eles conseguem trazer essas oportunidades para o produtor. Esse modelo de trabalho só é possível realizar com a assistência continuada tanto da Emater quanto da cooperativa que nos dão o suporte técnico com informações e tecnologias que nos permitem fazer com que o nosso sistema de produção funcione", avalia Marcelo.

Em 2015 a família passou a integrar o Programa de Dietas para Vacas em Lactação, desenvolvido pela Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), no município de Venâncio Aires. O programa consiste em organizar o manejo e a alimentação do rebanho leiteiro de forma em que os animais possam expressar o máximo do seu potencial produtivo sem descuidar da saúde.
Os agricultores conseguem melhor visualizar a atividade, avaliar as necessidades e adequar os investimentos de forma a reduzir custos de produção e aumentar a lucratividade a partir de ações, como o mapeamento e aptidão do solo agrícola para o cultivo de pastagens, planejamento das culturas para o fornecimento de alimento ao rebanho no ano todo, a fim de evitar os períodos de vazio forrageiro, melhoramento genético e controle do rebanho com planilhas de cálculo de dieta ajustadas com a demanda alimentar das vacas em lactação.

Com a produção organizada a família traçou um objetivo ousado para a bovinocultura de leite: 30 dias de férias sem a preocupação com a ordenha dos animais. Para isso, desde 2018, com a assistência técnica da Emater/RS-Ascar, a família começou a organizar o período reprodutivo do rebanho para concentrar os partos nos meses de abril, maio e junho. Desta forma, os animais estariam no período seco no mês de março, permitindo à família as tão esperadas férias. "Esse momento de folga foi uma sugestão do extensionista da Emater, o Diego, que percebeu os nossos pensamentos e a nossa realidade", lembra Marcelo. O extensionista rural da Emater/RS-Ascar, Diego Barden dos Santos, explica que "concentramos as inseminações no inverno para que elas parissem no mesmo período. Com isso, a gente contribuiu com o manejo alimentar, ajudando mais na parte de inverno, quando as vacas precisariam entrar em protocolo de inseminação, com a nutrição bem balanceada".

Além de qualificar o manejo alimentar, o acompanhamento veterinário também foi fundamental. "É a união do trabalho de dietas feito pela Emater com a sanidade animal feito pelo veterinário, juntamente com a nutrição balanceada, e conseguimos tirar o máximo das vacas nesse período. Então, além de expressar uma excelente produção, uma excelente sanidade, a gente conseguiu expressar uma excelente reprodução dessas vacas também. Tanto que neste ano foi possível concentrar mais ainda os partos nesse período de inverno", frisa Santos.

A agricultora lembra que o trabalho constante com os animais, com duas ordenhas diárias, além dos demais manejos, torna a rotina do produtor cansativa e, por isso, o período de férias no qual a família possa viajar com tranquilidade se torna ainda mais importante. "Com as vacas não tem muito intervalo durante o dia. O trabalho é diário, não tem fim de semana ou feriado. A gente vinha de outra cultura e, como somos só nós dois, ou a gente mudava o sistema e dava um jeito de aproveitar a vida ou largava a atividade. Do jeito que era não estava funcionando. Então decidimos adensar todos os partos. Estamos tentando há três anos e em 2022 deu bem, praticamente 30 dias sem ordenha. Foi maravilhoso", comenta Liege.

Sem a rotina de ordenha, contratar mão de obra para cuidar dos animais enquanto a família viaja, se torna mais fácil. "A vaca é muito de rotina, ela precisa que a ordenha seja feita da mesma forma todos os dias. A mudança de pessoa para fazer a ordenha nos traria dificuldades. Além disso, é difícil encontrar uma pessoa que venha fazer a ordenha de madrugada e no final do dia. Quando tiramos fora a ordenha se facilita encontrar pessoas que possam fazer a alimentação das vacas e manejar elas para o campo, ou não, durante esse período", comenta Marcelo.

O extensionista explica que a concentração dos períodos de parto não gera prejuízos aos produtores quando é analisado o processo de produção e também fatores de mercado, como o preço pago pelo litro do leite no inverno. "Quando a gente entende que o leite é tirado no ano e não no mês, a gente vê que não há perdas, na verdade há um ganho. Toda vaca tem uma curva de lactação e necessita ficar dois meses sem produzir leite. Então, quando a gente concentra esse período de reprodução no período de inverno, não deixamos de produzir leite naquele ano, a gente só deixou de produzir leite em um certo período, que é o mês anterior ao início dos partos", explica Santos.

A produção de leite na propriedade de Liege e Marcelo tem aumentado a cada ano e espera-se que em 2022 supere 200 mil litros de leite, um recorde para a propriedade. "A gente tem uma condição de produzir muito mais leite no período de inverno, em comparação ao verão, se fosse a mesma vaca, com a mesma alimentação, pois temos uma condição de bem-estar animal melhor no inverno, com clima mais ameno e uma produção maior no inverno do que no verão", frisa Santos.

O extensionista ainda ressalta que "quando a gente consegue observar que os animais conseguem ter melhor alimentação no inverno, produzir mais leite nesse período, e a família entende isso, casando as duas oportunidades no processo, a gente conseguiu pensar e projetar um futuro onde a família possa ter em torno de 30 dias de férias, sem a obrigação tirar leite das vacas. Benefícios como bem-estar animal, alimentação adequada e o preço do leite ser mais vantajoso, tudo isso está a favor do produtor. Então, não tem porque não concentrar partos para o período de inverno", finaliza Santos.

Além da assistência técnica da Emater/RS-Ascar, a família conta com assessoria técnica do médico veterinário e zootecnista Eduardo Motta Caminha, que explica que o planejamento foi fundamental para o êxito do objetivo da família. "Esse trabalho exigiu planejarmos tanto a reposição quanto o descarte de animais, pois nem todos os animais se encaixavam nesse período. Então, eles se programaram com um número de animais jovens para repor o número de animais que estava fora desse objetivo" avalia Caminha.

O veterinário ainda ressalta que o acompanhamento e a realização das vacinas no período certo foram e são fundamentais. "Esse trabalho não envolve somente a reprodução. Os animais precisam estar bem nutridos, principalmente no pós-parto, para que volte a reproduzir e a ciclar o mais cedo possível. Na parte de sanidade temos o controle das vacinas, principalmente as doenças reprodutivas, que são as que mais acometem o rebanho. Estando tudo certo no calendário de vacinas, a parte sanitária está tudo certo também", avalia Caminha.

Para outros agricultores que também desejam tirar um período de folga, sem ordenha das vacas, Marcelo recomenda o acompanhamento técnico. "Qualquer decisão que forem tomar, primeiro busquem o máximo de informações possível para que, no momento da decisão, saiba definir o que é útil para a propriedade. Esse modelo funciona bem na nossa propriedade, mas cada produtor deve fazer sua avaliação. A realidade hoje é que eu trabalho de uma forma cansativa, mas eu vejo que em março do ano que vem eu terei o meu período de folga, como todo trabalhador que tem carteira assinada. É isso que nos estimula a trabalhar e fazer funcionar esse sistema de trabalho", destaca Müller.

Liege lembra que, além do planejamento do período reprodutivo dos animais, é fundamental a gestão e o planejamento de todas as atividades da propriedade rural. "Tem que saber que as vacas vão precisar ser inseminadas todas no mesmo período, que você terá os terneiros no mesmo período e precisa de um local para eles ficarem, que não terá entrada de dinheiro naquele mês e que você precisa se organizar. Mas, dá para fazer. Não é fácil, mas dá para fazer", conclui. (Emater/RS)


 
 
Após subir para 13,25%, Copom prevê novas altas
 
Desde o início do aperto monetário, são 11 elevações consecutivas 
 
Após elevar a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual, de 12,75% a 13,25% ao ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central indicou que o ciclo de aperto monetário não terminou e se estenderá nos próximos meses. A nova rodada do colegiado para decidir sobre a taxa básica de juros acontece nos dias 2 e 3 de agosto deste ano. 
 
          
 
Diante do cenário de incertezas e do risco de desancoragem das expectativas para prazos mais longos, o Copom sinalizou que o aumento de juros se estenderá para a próxima reunião, quando prevê uma nova alta de igual ou menor magnitude. Isso significa um aumento de 0,5 ponto percentual ou de 0,25 ponto percentual.
 
“O comitê enfatiza que irá perseverar em sua estratégia até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”, afirmou.
 
Para justificar o movimento, o Copom citou “a crescente incerteza da atual conjuntura”, que, em conjunto com o “estágio avançado do ciclo de ajuste” e seus impactos futuros, exige “cautela adicional em sua atuação”
 
A Selic atingiu o patamar mais alto em quase cinco anos e meio. Em janeiro de 2017, a taxa de juros estava em 13,75% ao ano, durante o governo de Michel Temer (MDB). O Copom começou a subir os juros em março de 2021, quando a Selic partiu de seu piso histórico, em 2% ao ano. O Brasil foi um dos primeiros países entre as principais economias do mundo a fazer esse movimento. Desde o início do ciclo de aperto monetário, há mais de um ano, já são 11 altas consecutivas.
 
No encontro de quarta-feira, o colegiado do BC manteve o plano sinalizado na reunião anterior, em maio, de que faria um novo ajuste de menor intensidade depois de subir a taxa de juros em 1 ponto percentual. Entre outubro de 2021 e fevereiro deste ano, foram três altas de 1,5 ponto percentual.
 
O atual choque de juros, que desde o primeiro movimento acumula elevação de 11,25 pontos percentuais, já é o mais longo da série histórica e o mais forte desde a adoção do regime de metas para inflação, em 1999. Na época, a taxa básica saltou de 25% para 45% ao ano.
 
Com a taxa básica em dois dígitos e em território bastante contracionista, o BC responde a uma inflação persistente e disseminada e à deterioração das expectativas para 2023. Dada a defasagem dos efeitos da política monetária na economia, o colegiado já toma sua decisão sobre os juros olhando integralmente para a meta de inflação próximo ano - fixada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) em 3,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
 
“O comitê entende que essa decisão reflete a incerteza ao redor de seus cenários e um balanço de riscos com variância ainda maior do que a usual para a inflação prospectiva, e é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano-calendário de 2023”, afirmou.
 
Para Mauricio Oreng, superintendente de pesquisa macroeconômica do Santander, o comunicado não traz muita clareza quanto à totalidade do plano de voo do BC e espera mais detalhes sobre os próximos passos na ata, que será divulgada na próxima terça-feira. (Jornal Comércio)

 
 
 
EFEITOS DA INFLAÇÃO: Argentina,Inglaterra e Suíça aumentam taxas de juros
 
Em meio à persistente escalada dos preços, o Banco Central da República da Argentina anunciou ontem o aumento da Letra de Liquidez (Leliq) de 28 dias, a taxa básica de juros, de 49% para 52%. A decisão ocorre no dia seguinte à divulgação dos dados de inflação ao consumidor do país, que atingiu mais de 60% na comparação anual de maio. Em comunicado, a autoridade monetária também informou que subiu os limites mínimos de taxas sobre depósitos a prazo fixo da poupança, para 53% ao ano. Segundo o Banco Central argentino, os números mensais de inflação recuaram no mês passado e devem continuar desacelerando gradualmente. Ainda assim, a instituição avalia que houve um aumento na percepção de risco financeiro no exterior. Também na Inglaterra e na Suíça as taxas subiram.
 
O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) decidiu elevar a taxa básica de juros em 25 pontos-base pela quinta vez seguida, para 1,25%, em meio à persistência da inflação no Reino Unido, após concluir reunião de política monetária ontem. A decisão do BC inglês veio em linha com a expectativa de analistas. Segundo comunicado do BoE, seis de nove dirigentes de política monetária votaram pelo aumento do juro básico a 1,25%.
 
Os três dissidentes defenderam alta maior, para 1,50%. O BC inglês ainda sinalizou que aumentos mais agressivos do juro básico poderão ser necessários para domar a inflação. Também ontem o Banco Central da Suíça anunciou ontem seu primeiro aumento de juro desde setembro de 2007, elevando sua principal taxa em 50 pontos-base, de -0,75% a -0,25%, numa tentativa de conter a inflação doméstica.Economistas consultados pelo Wall Street Journal esperavam juro inalterado. A inflação anual suíça acelerou para 2,9%
em maio, atingindo o maior nível em mais de uma década.
 
Na última quarta-feira o juro também foi aumentado nos Estados Unidos por causa da inflação. O Federal Reserve acrescentou 0,75 ponto à taxa que deve oscilar entre 1,50% e 1,75%. (Correio do Povo)


Jogo Rápido 

AUDITORES FISCAIS: Categoria suspende greve no Estado
A Delegacia do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical) no Estado suspendeu a paralisação de 48 horas iniciada à meia-noite da última terça-feira. A decisão cumpre notificação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que obrigou a manutenção de 100% do efetivo nos serviços de vigilância, inspeção e certificação agropecuária. A suspensão do movimento atende também a orientação do Anffa Sindical, que, em comunicado, determinou a retomada de atividades no Vigiagro, na inspeção de produtos de origem animal e vegetal, na defesa sanitária animal e vegetal e nos laboratórios. (Correio do Povo)
 

 
 
 
 
 

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