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25/01/2022

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 25 de janeiro de 2022                                                       Ano 16 - N° 3.584


Efeito da Estiagem nas atividades agrícolas é atualizado pela Emater/RS-Ascar

Mais de 253 mil propriedades de 9.600 localidades do Rio Grande do Sul sofrem com os efeitos da estiagem, situação essa que deixa 22 mil famílias sem acesso à água. Em todo o Estado, 92.800 produtores de milho e 82.400 produtores de soja registram perdas e muitos recorrem ao Proagro. A produção leiteira também tem registrado perdas em 27.289 propriedades gaúchas. Confira estes e outros números no Boletim Evento Adverso nº 2, divulgado na tarde segunda-feira (24/01) pelas gerências de Planejamento (GPL) e Gerência Técnica (GET) da Emater/RS-Ascar, clicando aqui. 
 
BOVINOCULTURA DE LEITE
A estiagem afeta com maior intensidade 27.289 estabelecimentos produtores de leite no RS, onde se estima uma perda média na produção diária de leite da ordem de 82,5 litros por propriedade. Dessa forma, a redução na produção diária de leite no Estado é de aproximadamente 2,2 milhões de litros.
 
A menor oferta de pastagens para os rebanhos, com a consequente necessidade de adquirir maior quantidade de alimentos de fora da propriedade, agrava a crise enfrentada pelos produtores. (Emater/RS)  

Cinco culturas ocupam 70% da área agrícola do Brasil, diz Imaflora
 
Em todos os anos no intervalo entre 1985 e 2017, arroz, cana, feijão, milho e soja ocuparam, sempre, ao menos 70% da área total de cultivo
 
Em um estudo inédito, o Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) constata que a produção agrícola brasileira tem forte concentração em poucas culturas. A pesquisa "Produção de Alimentos no Brasil: Geografia, Cronologia e Evolução" analisou o período entre 1985 e 2017. Em todos os anos avaliados no levantamento, cinco itens - arroz, cana-de-açúcar, feijão, milho e soja - ocuparam, sempre, ao menos 70% da área total de cultivo no país.
 
Nos anos 2000, a soja ganhou papel de destaque e ultrapassou o milho como a principal cultura agrícola brasileira. Em 2017, a oleaginosa ocupava 43,2% da área, seguida pelo milho, com 22,5%. Cana-de-açúcar (13%), feijão (3,9%) e arroz (2,6%) completam a lista principal.
 
O estudo relata a evolução da fronteira agrícola nas últimas décadas, passando de um crescimento de pastagens entre 1985 e 2006 para uma forte expansão das áreas agrícolas no período mais recente.
 
A expansão de áreas de agricultura foi maior do que a de pastagens em 54,9% das 558 microrregiões (grupo de municípios definido pelo IBGE) do país entre 2006 e 2017, enquanto o crescimento das áreas de pastagem foi superior em 29,3% das microrregiões. A expansão das áreas de floresta foi maior em apenas 15,8% das áreas nesse período.
 
Em 2017, a área ocupada pela agricultura era de 78,7 milhões de hectares, aumento de 26% em relação a 2006 e de 39% em relação a 1988. Já a produção cresceu 57% em comparação com 2006 e 85% se comparada com a colheita de 1988.
 
"De forma geral, o aumento da produção foi duas vezes maior do que a expansão das áreas produtivas entre os anos 1988 e 2017, indicando ganhos de produtividade no período", constata o estudo. "Essa grande expansão da agricultura pode ser explicada, entre outros fatores, pelo aumento das áreas de cana-de-açúcar na região Sudeste e das áreas de soja no Centro-Sul", diz Vinicius Guidotti de Faria, coordenador de Geoprocessamento do Imaflora.
 
O forte crescimento da demanda internacional por commodities puxou o aumento da produção brasileira no período analisado. O volume da produção de soja cresceu 536% e a área, 221%. No caso do milho, a produção aumentou 295% e a área, 32%. E, na cana-de-açúcar, a produção cresceu 194% e a área, 145%.
 
Já no caso do arroz, a área de produção diminuiu 67%, mas a produção aumentou 5,5%. Movimento similar ocorreu com o café, que perdeu 40% de sua área de cultivo, mas que, com ganhos de produtividade, teve aumento de produção de 96%.
 
"Embora algumas culturas apresentem processos bastante dinâmicos e heterogêneos, outras, em especial a soja, demonstram que o aumento de produtividade não evitou o processo de expansão, ocasionando um fenômeno chamado 'efeito rebote', quando o aumento de produção causado pela intensificação gera uma busca por novas áreas, ao invés da permanência na área original, conhecido como 'efeito poupa-terra'", diz o Imaflora.
 
Em 2017, a cultura da soja prevalecia em 27,6% das microrregiões do país, o feijão, em 6,9%, e o arroz, em 3,8%. A despeito da concentração, a produção de outras culturas, em menor escala, permanece. "As áreas especializadas na produção de soja, milho e cana-de-açúcar são bastante nítidas no país. Mas não podemos afirmar que a expansão dessas grandes commodities reduziu a variedade de culturas em escala regional. No geral, a produção agrícola do país não perdeu em quantidade e em diversidade, mas observou uma mudança na forma de se produzir, com aumento da produtividade e da área de algumas culturas", explica Guidotti.
 
Por outro lado, de acordo com o estudo do Imaflora, a concentração em culturas de exportação foi diretamente responsável pela redução do número de estabelecimentos agropecuários e pelo aumento da área média das propriedades. Entre 2006 e 2017, o número de estabelecimentos diminuiu 2% no país. Já a área média dos estabelecimentos passou de 64,5 hectares em 2006 para 69,2 hectares em 2017, um aumento de 7,4%.
 
"Ao olharmos o Brasil como um todo, essas mudanças parecem pequenas, mas o fato é que as mudanças foram bastante acentuadas em algumas regiões", diz Guidotti.
 
No Sul do país, o número de estabelecimentos diminuiu 15,2% e área média das propriedades aumentou 21%, indicando uma forte concentração produtiva na região. "Esse fenômeno pode ser explicado pela crescente complexidade da gestão da atividade agrícola e o alto custo de tecnologias que, ao lado de outros fatores, têm levado parte considerável dos pequenos produtores e produtores familiares a desistir da atividade agropecuária", completou.
 
O efeito é mais intenso na agricultura familiar, que perdeu quase 500 mil estabelecimentos de 2006 a 2017, passando de 84% do total para 77%. Desde 2006, uma pequena parcela de grandes estabelecimentos ocupa mais da metade da área agropecuária brasileira. "Seria preciso repensar a agricultura no Brasil para termos avanços nos próximos 30 ou 40 anos que tenham como objetivo a produção de alimentos e a melhoria no meio rural, com efeitos positivos do ponto de vista econômico e social", afirma Guidotti.
 
"Essa configuração do rural brasileiro, que acaba pressionando pequenos agricultores a expandirem suas áreas e tecnificarem seus cultivos para que a produção seja rentável, requer a construção de novas políticas públicas voltadas a essa população rural - com o incentivo para a inserção de jovens no campo e a valorização da agricultura em pequena escala, por exemplo", diz Ana Chamma, pesquisadora do Grupo de Políticas Públicas (GPP) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) e uma das autoras do estudo. (Valor Econômico)
 




 
Conseleite Paraná
 
A diretoria do Conseleite-Paraná reunida no dia 25 de Janeiro de 2022 atendendo os dispositivos disciplinados no Capítulo II do Título II do seu Regulamento, aprova e divulga os valores de referência para a matéria-prima leite realizados em Dezembro de 2021 e a projeção dos valores de referência para o mês de Janeiro de 2022, calculados por metodologia definida pelo Conseleite-Paraná, a partir dos preços médios e do mix de comercialização dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes.



Os valores de referência indicados nesta resolução para a matéria-prima leite  denominada “Leite Padrão”, se refere ao leite analisado que contém 3,50% de gordura, 3,10% de proteína, 500 mil células somáticas/ml e 300 mil ufc/ml de contagem bacteriana. Para o leite pasteurizado o valor projetado para o mês de Janeiro de 2022 é de R$ 3,3648/litro. Visando apoiar políticas de pagamento da matéria-prima leite conforme a qualidade, o Conseleite-Paraná disponibiliza um simulador para o cálculo de valores de 
referência para o leite analisado em função de seus teores de gordura, proteína, contagem de células somáticas e contagem bacteriana. O simulador está disponível no seguinte endereço eletrônico: www.conseleitepr.com.br. 

Jogo Rápido 

 Clima adverso faz Argentina decretar estado de emergência agrícola 
Não é apenas o Sul do Brasil que sofre com os efeitos do clima adverso neste início de ano. Na Argentina, a Comissão Nacional de Emergência e Desastres Agropecuários (CNEyDA, na sigla em espanhol) reuniu-se na última sexta-feira (21/01) e decretou emergência agrícola em áreas afetadas das províncias de Santa Fé, Misiones, Córdoba e Mendoza. As lavouras foram prejudicadas nessas regiões pela falta e chuvas e incêndios, diz comunicado da comissão. O ministro da Agricultura argentino, Julián Domínguez, afirmou que a decisão do governo federal e dos governadores é acompanhar os produtores. Em Santa Fé, o problema é a seca. Nas províncias de Misiones e Córdoba, além da estiagem, vários incêndios afetam as áreas produtivas. Já em Mendoza, as perdas foram causadas por geadas e granizo. (As informações são do Valor Econômico, adaptadas pela equipe MilkPoint)

 

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